Embraer disputa com Odebrecht a liderança no mercado de defesa

Companhia, que já comprou a Orbisat em março, tem US$ 200 milhões para investir em ativos neste ano

Ana Paula Machado

A Embraer quer entrar com força total no segmento de Defesa. Após adquirir a divisão de radares da Orbisat no início do mês, a companhia tem planos de fazer novas aquisições e se tornar âncora do segmento no Brasil. O presidente da Embraer, Frederico Curado, avalia que a concentração do negócio de defesa em uma única empresa permite que ela fique menos dependente de decisões e orçamentos governamentais e ganhe mercado fora do país.

“É um modelo de defesa mundial. Em países como Alemanha, Estados Unidos e França, há uma empresa que nucleia todo o segmento. E a Embraer tem toda a expertise para desempenhar esse papel no Brasil. Dará mais estabilidade para a operação e não estará tão exposta a restrições no orçamento”, afirma Curado. A Embraer começou sua ofensiva no mercado de defesa com a compra da Orbisat, mas perdeu a corrida para a aquisição de 50% do controle da Mectron, fabricante de mísseis, para a Odebrecht. “Isso não vai nos desviar de nossa intenção de ser uma empresa líder no setor de Defesa no Brasil.Omercado é livre”, diz o executivo

A companhia ainda está no páreo para a aquisição da Atech, que é especializada em sistemas de defesa. Foi a Atech que desenvolveu o SpinOff do programa Sistema de Vigilância da Amazônia( SIVAM), e tem trabalhado em desenvolvimento de sistemas de comando e controle (C2), assim como de Controle de Tráfego Aéreo com trabalhos realizados no exterior.

O pesquisador do Instituto de economia da Universidade de Campinas (Unicamp), Marcos Barbieri, avalia que a tendência é que haja dois grandes conglomerados na área de defesa no Brasil, tendo a Embraer e a Odebrecht, que está construindo os submarinos para a Marinha Brasileira, como principais concorrentes. “Estamos no meio do processo de consolidação do setor.”

Para ele, a Embraer está seguindo os passos de seus grandes concorrentes internacionais, que depois de se consolidarem como grandes provedores de soluções na área de Aeronáutica se voltaram para o negócio de Defesa. Já a Odebrechet é uma empresa na área de grandes obras e, segundo o pesquisador, faz todo o sentido que ela se una a outras companhias de defesa, uma vez que o negócio implica tambémgrandes obras. “Além disso, é uma empresa com fôlego econômico para investimentos”, diz Barbieri.

Investimentos No total, a Embrar planeja investir US$ 500 milhões em2011, sendo US$ 200 milhões incluindo os recursos já aplicados na aquisição da Orbisat, e outros US$ 300 milhões em pesquisa e desenvolvimento de produtos. Em2010, os investimentos em ativos somaram US$ 74 milhões, recursos aplicados em uma unidade de peças em Portugal e numa fábrica na Flórida, dedicada à montagem final de jatos executivos. O faturamento em 2010 foi de US$ 5,35 bilhões (R$ 9,38 bilhões). No ano passado, a Embraer apresentou um lucro de R$ 573,6 milhões, uma queda significativa ante os R$ 912,1 milhões de 2009. “O real forte implicou uma queda no lucro líquido”, afirmou Curado.

Para 2011, a Embraer projeta em ativos um crescimento de 5% em sua receita líquida, atingindo US$ 5,6 bilhões. A área de aviação comercial deverá ser responsável por US$ 3,1 bilhões e a aviação executiva por US$ 1,2 bilhão. O negócio de Defesa e Segurança, US$ 600 milhões e Serviços US$ 700 milhões.

A carteira de pedidos da Embraer é robusta. Segundo Curado, a companhia tem US$ 16,6 bilhões em encomendas, total que sustentam o ritmo de produção por três anos. “Nosso desafio para manter a produção é no médio e longo prazo . O mercado aviação está se recuperando, mas alguns grandes consumidores ainda estão em uma fase lenta de recuperação.”

Fonte: BRASILECONOMICO Via Notimp

13 Comentários

  1. Ainda sonho com as duas sendo gigantes no setor e trabalhando em conjunto por um produto comum e com lucro dividido proporcionalmente. Ex: poderiam as duas, trabalhar em baterias AA com misseis, seria formidavel.
    E fica a pergunta, queM irá levar a AVIBRAS? ou sera uma terceira empresa da área?
    CAMPANHA “JOBIM PRESIDENTE 2015”. ABS…

  2. A Avibrás seria um alvo perfeito para aquisição pela Embraer. Mantém o expertise da Avibrás e utiliza-se a capacidade gerencial da Embraer.

    []’s

  3. Que todas estas empresas tenham espaço para produzir seus produtos dando empregos e bons produtos para o Brasil e o mundo .Estava na hora dos empresários terem coragem de investir em produtos bélicos .E ai governo vai criar muitas barreiras para ferra mais este negócio ?

  4. É isso ai nick,
    .
    Concordo com sigo;e digo mais,provavelmente a avibrás está sendo sondada por eles,pois ela tem mais tradição no mercado armamentista que todas juntas.

  5. Ótima noticia, é hora de corrermos atras do tempo perdido!
    Mas e a nossa indústria de blindados, que durante o regime militar, era uma das grandes produtoras e uma das mais respeitadas no mundo? parou? faliu? morreu todo mundo?
    pederíamos retomá-la

  6. EMBRAER sempre foi comprometida com o desenvilvimento nacional alem de ter anseios industriais de progresso o que é normal mas a Odebrecht eu tenho minhas duvidas.Sera que eles são confiaveis para adentrarem um mercado que lida ate com a segurança nacional?…Quando faço essas afirmações é porque nosso desenvolvimento tecnologico aeroespacial,de defesa e de tecnologias sensiveis é muito invejado e ate combatido de todas as formas.Precisamos desenvolvermos ferramentas de proteção do nosso segmento que alem de ser estrategico e de estado sempre foi o pré-cursor do nosso desenvolvimento geral.

  7. A diferença é que a Embraer é uma montadora. A Odebrecht caminha para ser a única desenvolvedora de alta tecnologia do país.
    A única coisa que vejo a Embraer capaz de fazer será formar uma joint-venture com outra empresa do setor de radares e trazer tudo de fora. Uma pena para os ex-engenheiros da Orbisat.

  8. Vejo nesse início de primeiro round da concorrência entre os 2 grupos (Embraer X Odebrecht) um forte fator de estímulo aos investimentos e novos desenvolvimentos, e por consequência, a busca por novos mercados… A Odebrecht buscando uma posição de destaque no mercado de defesa e, por sua vez, a Embraer decidida à não perder o seu protagonismo no setor… E isso me traz otimismo… Espero que esta concorrência siga de forma sustentável, incluindo a possibilidade parcerias complementares… Pois creio que uma concorrência predadora só porá em risco todos os avanços já conquistados por ambas as empresas.

  9. Que a Embraer volte os olhos para Avibras, verdadeira empresa de defesa Brasileira , essa empresa é tão extratégica e importante que não pode desaparecer, além de ter uma forte equipe de P&D com exelentes projetos. Só pra citar alguns ( Familia de vant,s , Astros 2020 , AVMT 300 , Foguetes Guiados etc..).
    Com a aquisição e investimento macisso de dinheiro nos projetos da Avibras, a Embraer teria projetos nas 3 áres , Naval , terrestre & Aérea.

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