Brasil, Índia, África do Sul e a revolta Árabe

Brasil-Índia-África do Sul já viram que a revolta árabe obriga a remodelar a ordem mundial

Por M K Bhadrakumar (Embaixador indiano), no “Asia Times Online”, em 10/3/2011

ARAB REVOLT REWORKS THE WORLD ORDER

O Brasil, a Índia e a África do Sul meteram uma cunha na engrenagem norte-americana, a qual, até domingo, parecia girar e girar e girar inexoravelmente na direção de implantar uma zona aérea de exclusão [orig. “a no-fly” zone”] sobre a Líbia.

De fato, os EUA ainda podem impor a tal zona de exclusão aérea. Mas, nesse caso, o presidente Obama terá de beber do cálice envenenado e ressuscitar a controversa doutrina do pós-Guerra Fria, cara aos governos que o antecederam, do “unilateralismo” por “coalizão de vontades”. Obama não terá onde esconder-se. E tudo o que fez em sua presidência para neutralizar a imagem dos EUA como país agressor [orig. “a ‘bully’”] irá por águas abaixo.

Domingo, Delhi hospedou reunião de alto nível de ministros de Relações Exteriores, com o Brasil e a África no Sul, que bem poderia não passar de ocasião para alguma retórica inócua sobre cooperação “sul-sul”. Nada disso.

A reunião ecoou diretamente no tumultuado sistema e na atormentada ordem internacional contemporânea. A reunião decidiu a favor de declarada oposição à galopante disposição do ocidente para impor uma zona aérea de exclusão sobre a Líbia.

Tudo indica que os EUA e aliados, que estão ajudando os rebeldes líbios politicamente, militarmente e financeiramente, esperavam extrair um “pedido” do povo líbio, no máximo em um ou dois dias, que usariam como folha de parreira para aproximar-se do Conselho de Segurança da ONU e arrancar de lá a autorização para impor sanções sob os auspícios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Os rebeldes líbios são casa em que ninguém se entende: os nacionalistas opõem-se furiosamente a qualquer intervenção externa; e os islâmicos (muitos dos quais são nacionalistas) opõem-se a qualquer forma de intervenção ocidental.

O “UNILATERALISMO” É A ÚNICA OPÇÃO QUE RESTA SOBRE A MESA

Domingo também, reuniram-se em Bruxelas os ministros da Defesa dos países da OTAN para dar os toques finais, operacionais, à intervenção, pela OTAN, na Líbia. O fato de o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, ter participado da reunião mostra a importância que os EUA atribuem ao trabalho da OTAN na proposta de intervenção militar na Líbia. Gates não apareceu em outra reunião informal dos ministros de Defesa dos países da OTAN sobre a Líbia, realizada há duas semanas, nos arredores de Budapeste.

A diplomacia EUA-Grã Bretanha movia-se por trilha paralela, alardeando uma posição conjunta de todos os rebeldes líbios a favor de pedirem intervenção internacional na Líbia e, especificadamente, sob a forma de uma zona aérea de exclusão. A Liga Árabe e a União Africana mantinham-se sem se definir nem a favor nem contra aquela zona de exclusão.

Pelo cálculo de Obama, somente se se conseguisse gerar “um pedido” do povo líbio haveria meios para que a história algum dia absolvesse o ocidente, e o próprio Obama, pessoalmente, pelo crime de invadir membro soberano da ONU –pelo menos, alguma absolvição moral, que fosse. E o “pedido” seria via para empurrar também a Liga Árabe e a União Africana para dentro da mesma empreitada.

Obama é reconhecido por ser intelectual inteligente e cerebrino. É político com traços específicos e raros e merece confiança, no mínimo, por seu agudo senso histórico. Seu antecessor George W Bush, em situação semelhante, teria agido com “audácia”, palavra que, muito estranhamente, o próprio Obama escolheu para associar ao seu nome, em campanha eleitoral [1].

Obama, que sabe que tem encontro marcado com a história, tem dificuldades específicas para decidir-se sobre a Líbia. Robert Fisk, conhecido comentarista de assuntos do Oriente Médio, do jornal londrino Independent, publicou despacho urgente e sensacional, na 2ª-feira (“Obama pede que sauditas entreguem armas em Benghazi”), noticiando que o governo Obama havia procurado a ajuda do rei Abdullah da Arábia Saudita para que entregasse armas aos rebeldes líbios em Benghazi, com o que Riad ficaria ‘com o mico’, a Casa Branca nada teria a explicar ao Congresso dos EUA e não haveria pistas que levassem a Washington.

A depravação moral da jogada –alugar os serviços de um autocrata, para violar as fronteiras da democracia– destaca o desejo obsessivo, em Obama de camuflar qualquer intervenção unilateral dos EUA na Líbia, garantindo para ele mesmo “negabilidade” [2] perpétua, a qualquer custo.

E então, agora, vem o cruzado, certeiro, da reunião em Nova Delhi. Os três ministros de Relações Exteriores, que pertencem ao fórum conhecido pela simpática sigla IBSA (Índia- Brasil-Africa do Sul, ing. India-Brazil-South Africa) atrapalharam o bem urdido golpe de Obama, e lançaram comunicado conjunto, domingo, no qual “destacam que uma zona de exclusão aérea no espaço aéreo da Líbia, ou qualquer outra das medidas coercitivas além das previstas na Resolução 1970 só poderão entrar em cogitação se estiverem plenamente previstas na Carta da ONU e no Conselho de Segurança da ONU”.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio de Aguiar Patriota, disse à imprensa, em Delhi, que a declaração dos IBSA foi “importante manifestação” do que o mundo não-ocidental estava pensando. Disse o ministro brasileiro: “O recurso a uma zona aérea de exclusão é visto como expediente útil, em alguns casos, mas enfraquece todo o sistema de segurança coletiva e provoca consequências indiretas prejudiciais ao objetivo que todos estamos tentando alcançar”. Patriota acrescentou:

Intervir militarmente em situação de tumulto interno é sempre muito problemático. Qualquer decisão que vise à intervenção militar tem de ser analisada no contexto da ONU, em cerrada coordenação com a União Africana e a Liga Árabe. É muito importante não perder o contato com elas e identificar como veem a situação”. (The Hindu, Delhi, 8/3/2011)

Explicou que medidas como a zona aérea de exclusão de que agora se cogita podem tornar ainda pior uma situação já difícil e gerar sentimentos antiOcidente e antiEUA “ que até agora ainda não surgiram”.

Também muito significativo é o fato de que o trio de ministros também divulgou declaração conjunta sobre o quadro geral no Oriente Médio. Apresentada como “ IBSA Declaration” (Ministério das Relações Exteriores da Índia, 8/3/2011, em inglês, à espera de que o Ministério de Relações Exteriores do Brasil traduza e divulgue), a Declaração reitera a expectativa de que as mudanças que estão em curso no Oriente Médio e Norte da África “tenham desdobramento pacífico”; e manifestam confiança num “resultado positivo, em harmonia com os desejos do povo”.

Parte muito importante da declaração é o reconhecimento, já na introdução, de que o problema da Palestina está no coração do grande distanciamento de que padece o Oriente Médio, e que “ desenvolvimentos recentes na Região oferecem uma oportunidade para uma paz ampla (…). Esse processo deve incluir a solução do conflito Israel-palestinos (…) que levará a uma solução de Dois Estados, com a criação de um Estado Palestino soberano, independente, unido e viável, coexistindo em paz ao lado de Israel, com as fronteiras pré-1967 asseguradas e com Jerusalém leste como capital”.

‘P-5′ PERDE BRILHO

Israel deve estar enlouquecidamente furioso com essa Declaração. Isso à parte, o que preocupará Obama e a OTAN, se três países, de três continentes ‘longínquos’, levantam-se e apresentam declaração conjunta sobre uma zona “no-fly”? Quem, afinal, são esses países? Ah, sim, Obama, sim, está preocupadíssimo. Em resumo curto, os três países estão hoje assentados como membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU e o que quer que digam tem altíssima visibilidade na ordem mundial que acicata a Líbia.

Em Delhi, tudo indica que pelo menos mais um membro não-permanente do Conselho de Segurança –o Líbano– acompanha a trilha aberta pelos IBSA. O que significa “a voz árabe”, afinal, no Conselho de Segurança.

Em resumo, o que se ouve agora é uma voz coletiva afro-asiática, árabe e latino-americana. E não é voz que possa ser facilmente nem calada nem descartada. Ainda mais importante, a posição de Brasil-Índia-África do Sul empurra pelo menos duas grandes potências, membros permanentes, com poder de veto, contra os chifres de um dilema agudo.

A Rússia diz que mantém política externa contrária ao “unilateralismo” dos EUA, e que se pauta estritamente pelo cânone da lei internacional e da Carta da ONU. E a China insiste que representaria os países desenvolvidos. Agora, a posição de Brasil-Índia-África do Sul torna virtualmente impossível que a China construa qualquer tipo de acordo faustiano com os EUA e as potências ocidentais em relação à Líbia… no concílio secreto dos detentores de poder de veto do Conselho de Segurança –conhecido como “P-5”.

Por tudo isso, a declaração conjunta de Brasil-Índia-África do Sul, IBSA, semelhante em vários sentidos ao movimento Turquia-Brasil, na questão do programa nuclear do Irã, está, de fato, denunciando a hipocrisia moral do P-5 e dos segredos e vielas ocultas pelas quais se esgueiram.

Interessante, também, que Delhi tenha subscrito o Comunicado IBSA no momento em que o vice-presidente dos EUA Joseph Biden voava para Moscou para reuniões amplas sobre os futuros rumos do “reset” das relações EUA-Rússia. Qualquer negócio que EUA e Rússia acertem agora, sobre a Líbia, no quadro do tal “reset”, aparecerá, inapelavelmente, como movimento de oportunismo político amoral ou, dependendo do negócio, imoral.

A posição da China não é menos apertada. A China hospedará a reunião de cúpula dos BRICSs em Pequim, em abril. Três ‘brics’ ( Brasil, Índia e África do Sul) dos BRICS (Brasil, Índia, África do Sul e China) subscreveram a Declaração da IBSA. O grupo BRICS pode correr o risco de esvaziar o comunicado conjunto do IBSA sobre a Líbia? Falta perguntar à China. E a China pode, sozinha, andar na contramão de três importantes “países em desenvolvimento”?

Mas, pelo menos para a China, há perspectiva de algum alívio. A China pode, de fato, até, suspirar aliviada. A posição dos IBSA alivia a pressão que os EUA estão fazendo sobre ela, e impossibilita que o problema da “no-fly zone” sobre a Líbia converta-se em questão bilateral entre EUA e China. Semana passada, a China ajudou os EUA a aprovar a Resolução sobre a Líbia, no Conselho de Segurança. Foi movimento surpreendente, que a China tenha votado a favor de resolução que admite intervenção nos assuntos internos de país soberano.

Comentaristas ocidentais festejaram euforicamente a mudança no comportamento dos chineses na mesa superior da política mundial e já apostavam na certeza de que a China, afinal, teria começado a agir como potência “responsável”, disposta a trabalhar aliada ao ocidente, como “acionista” do sistema internacional –como faz a Rússia.

Claramente, a China está sob ataque de sedução, para que dê um passo adiante e fure suas próprias muralhas de princípios, também no que tenha a ver com aprovar a zona “no-fly” na Líbia. Nada sugere que a China ceda, sucumbida ante a bajulação. Mas fato é que, se sucumbir, lá estará, exposta, à plena luz, sob atenção vigilante dos países em desenvolvimento. Verdade é que será muito difícil, para Pequim, esconder tanto “pragmatismo”, sob o manto dos venerados princípios. Evidência indiscutível, isso sim, é que a Declaração de Brasil-Índia-África do Sul livrou a China de toda a pressão que os EUA aplicavam contra ela, para aprovar a zona “no-fly” sobre a Líbia.

A ÍNDIA RECUPERA A IDENTIDADE

Ocorre uma ideia interessante: estará a Índia forçando a mão dos chineses? Não há dúvidas de que Delhi percebeu que a crise da Líbia gera grande oportunidade para que a China trabalhe, em espírito de cooperação, com os EUA –o que seria bem vindo fermento no relacionamente geral entre as duas potências. A “no-fly” zone seria excelente aditivo e China e EUA entrariam em fase de boas relações alquimicamente produzidas. Pequim sabe que a presidência de Obama [e sua reeleição] dependem criticamente de como opere na crise do Oriente Médio.

Ao mesmo tempo, o movimento da Índia no IBSA não pode ser analisado como apenas “chinacêntrico”. Em termos geopolíticos e bofetada altamente visível, nos EUA. Em termos de ‘a ira de Obama’, haverá um preço a pagar. O fato de que a Índia se disponha a correr esse risco e, eventualmente, pagar o preço –com tanta coisa em disputa, no momento em que a Índia aspira a um assento permanente no Conselho de Segurança– dá significado especial à Declaração do IBSA. Fazia muito tempo que a Índia não se levantava para ser vista como front significativo da política exterior dos EUA.

É mais que simples coincidência, também, que a Declaração da IBSA fale tão abertamente a favor da causa dos palestinos. A Índia optou por correr risco calculado e incomodar Israel e o lobby pró-Israel nos EUA. Além disso, há outros sinais, também, de que a Índia afinal, decidiu promover ampla recauchutagem em suas políticas para o Oriente Médio. A Declaração da IBSA é apenas uma primeira manifestação de que a Índia começou a repensar sua política –e talvez essa não seja a modificação de mais longo alcance, na geopolítica da Região.

No momento em que os IBSA adotavam posição sobre a Líbia e o Oriente Médio, claramente a favor do nacionalismo árabe, o Conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Shiv Shankar Menon –político de alta reputação como eficientíssimo diplomata, e que trabalha sob ordens diretas do primeiro-ministro Manmohan Singh– estava ocupado em importantes conversações em outro ponto do Oriente Médio, no Irã, com o presidente Mahmud Ahmadinejad.

Longe das câmeras de televisão, Menon entregou carta de Manmohan a Ahmadinejad. Segundo comunicado distribuído pelo gabinete de Ahmadinejad, o presidente do Irã disse a Menon:

Irã e Índia são países independentes, com papel significativo no encaminhamento das questões internacionais (…) As relações entre Irã e Índia são históricas e sustentáveis. Irã e índia, porque sempre se beneficiaram de preservar pontos de vista humanitários nas relações internacionais, devem trabalhar para modelar o futuro sistema mundial, de modo a que se rejam por princípios de justiça e amizade. A ordem que ainda rege o mundo está à beira do colapso. Sob as atuais circunstâncias, é muito importante que uma nova ordem mundial seja construída e é preciso conseguir que os que impuseram as leis da opressão contra todos não consigam reimpô-las, no novo contexto (…) Irã e Índia terão papel significativo nos desenvolvimentos mundiais futuros. Nossas duas nações, por suas origens e culturas fazem falta ao mundo, hoje.”

A mesma fonte informa que Menon disse a Ahmadinejad:

New Delhi trabalha hoje a favor de boas e amplas relações com o Irã, laços estratégicos, inclusive (…) Muitas das suas [de Ahmadinejad] previsões sobre desenvolvimentos políticos e econômicos no mundo já são realidade e as mudanças envolvem a própria ordem mundial, o que exige que continuemos a construir e estreitar as relações entre o Irã e a Índia (…) As relações entre a República Islâmica do Irã e a República da Índia estão além das relações políticas atuais, têm raízes culturais e civilizacionais, e os dois países têm grande potencial para aprofundarmos relações bilaterais, regionais e internacionais”.

Nada mais a dizer. Está tudo declarado e dito. Em resumo, esse tipo de contato político de alto nível entre Irã e Índia era impensável até bem pouco tempo. É sinal muito eloquente de quanta coisa mudou no Oriente Médio, do papel importante que o Irã alcançou e é sinal, também, de que a Índia já viu tudo isso, muito claramente.

Mais importante que tudo isso, a chegada de Menon a Teerã nesse momento, sob as atuais complexas e tumultuadas circunstâncias, em missão diplomática pioneira e sem precedentes [3], para ativar os entendimentos estratégicos entre Índia e Irã também é evidência de que cresce em toda a Região a consciência de que os tempos de dominação ocidental sobre o Oriente Médio caminham inexoravelmente para o fundo dos livros de história. A ordem mundial nunca mais será a mesma.”

Notas de tradução:

[1] The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream [A Audácia da Esperança] é o título do segundo livro de autoria do então senador Barack Obama. No outono de 2006 alcançou o 1º lugar na lista dos mais vendidos do New York Times e da Amazon.com, depois de promovido no programa de Oprah Winfrey. Dia 10/2/2007, menos de três meses depois da publicação do livro, Obama anunciou sua pré-candidatura, afinal vitoriosa no Partido e nas urnas, à presidência.

[2] Sobre “negabilidade total”, ver “Blackwater e a negabilidade total”, 21/9/2010, em , sobretudo a nota 1.

[3] Aqui, nosso brilhante companheiro analista erra. Há precedentes para esse movimento em que a Índia agora, afinal, está embarcando, bem vinda companheira. Celso Amorim e Lula do Brasil viram tudo isso ANTES da Índia. Patriota segue aquela trilha, bem seguida. E a Índia, muito provavelmente, também segue aquela trilha, aquela, sim, livre, independente, visionária e pioneira.”

FONTE: escrito por M K Bhadrakumar no “Asia Times Online” e reproduzido no “Rede Castorphoto” em “Arab revolt reworks the world order”. O autor do artigo, Embaixador*M K Bhadrakumar, foi diplomata de carreira; serviu no Ministério de Relações Exteriores da Índia. Ocupou postos diplomáticos em vários países, incluindo União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão, Kuwait e Turquia. Artigo traduzido pelo “Vila Vudu” e postado no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/brasil-india-africa-do-sul-e-o-oriente-medio.html) [imagem do Google adicionada por este blog].

Fonte: Democracia Política

15 Comentários

  1. ahahahha , quero ver como vai ficar essa discussao, a nova ordem mundial vai vir de qualquer geito , e nao vai demorar emmm.

  2. YANKES tao babando pelo PETROLEO e Ingerencia na Regiao
    com falsa desculpa que pelo bem do povo .quem acredita nisso vive na Disney da inluzao

  3. O Brasil achará um grande rumo econômico e militar se resolver de fato unir forças com asses potências, e juntar o BRICS num bloco de verdade, com ampla parceria, benéfica para todos, cada um com o que necessita e cada um com o que pode fornecer.

  4. 16/03/2011 – 09h24
    Pré-sal pode aprofundar dependência em matérias-primas e afetar ainda mais a indústria, diz FT
    DA BBC BRASIL

    Uma reportagem do diário britânico “Financial Times” avalia nesta quarta-feira que a exploração do petróleo pré-sal pode aprofundar a dependência do país em relação às exportações e prejudicar ainda mais a indústria nacional.

    Na reportagem, de página inteira, o jornal lembra que a extração de petróleo de camadas a mais de 2 mil quilômetros de profundidade tem o potencial de “lançar o país ao status de nação desenvolvida”, mas também o de “transformar o país para bem ou para mal”.

    “O perigo para o Brasil, caso os recursos não sejam manejados de forma sábia, é o de se tornar uma vítima da ‘doença holandesa'”, diz o jornal, em referência à situação econômica da Holanda nos anos 1970, quando importantes descobertas de gás elevaram a taxa de câmbio e os preços de energia, golpeando a indústria.

    “Pior, o Brasil poderia sofrer um tipo ainda mais grave de doença, a ‘maldição do petróleo’, na qual nações ricas em recursos naturais — como Nigéria e Venezuela — se tornam cada vez mais viciadas no dinheiro que eles provêem, o que leva à má governabilidade e a corrupção.”

    DEPENDÊNCIA

    Sem limitar sua análise ao campo petroleiro, o artigo recorda que analistas já consideram que o país está “nos estágios iniciais da doença holandesa”.

    “Exportadores e a indústria doméstica estão tendo dificuldade para competir globalmente, à medida que a demanda chinesa pelas commodities do país impulsiona o valor do real”, relata o jornal.

    O boom do preço das commodities criado e mantido pelo enorme volume de compras da China tem causado uma apreciação da moeda brasileira o que acaba por encarecer os preços dos produtos produzidos no Brasil.

    O Brasil já é líder ou está entre os primeiros na produção e exportação de commodities como minério de ferro, carne, açúcar, café, suco de laranja e soja.

    “O câmbio se apreciou cerca de 40% em relação à cotação que vigorava há dois anos.”

    Citado pelo jornal, o professor de Harvard Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), opina que “a doença holandesa do Brasil vem de todo tipo de recursos naturais” e “o petróleo pode levar o problema a um novo patamar”.

    A reportagem lembra que, para tentar evitar a dependência, o governo e a Petrobras elevaram de 30% para 53% a proporção de conteúdo local para novos projetos — uma tentativa de usar a estatal como locomotiva para a manufatura brasileira.

    Entretanto, o texto também aponta para as avaliações de que tal uso da Petrobras como motor do desenvolvimento pode acabar levando a uma “politização” da empresa.

    Para o professor Rogoff, o caminho para o Brasil seria focar menos nos possíveis efeitos negativos da “doença holandesa” e mais em desenvolver áreas que garantirão desenvolvimento de longo prazo, como infra-estrutura e educação.

    “Embora o Brasil tenha feito avanços em melhorar a educação, e sua infraestrutura seja melhor que a de outros mercados emergentes, como a Índia, o país ainda deixa a desejar em relação às economias desenvolvidas em ambas as áreas”, afirma a reportagem.

    MEU COMENTÁRIO:
    DOENÇA HOLANDESA – Essa sempre foi minha preocupação quanto a dependência excessiva aos recursos advindos do Pré-Sal, quando o câmbio se valoriza excessivamente, em razão do aumento de dívisas para o país. Por isso a preocupação do governo, no projeto de Lei encaminhado ao Congresso, de se criar um fundo de reserva mantendo parte desse dinheiro aplicado lá fora, evitando precionar o câmbio, assim poderiamos, em tese, evitar o quê ocorreu com a Holanda, a DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS,visto que com o câmbio elevado a indústria perde a competitividade em razão do aumento dos preços de insumos e mão de obra. Dessa maneira será melhor ao empresário levar sua industria para qualquer um dos países do Mercosul, que não o Brasil. A reportagem acrescenta outros importantes ingredientes como a possibilidade de politização da Petrobras e a corrupção.

  5. Agora a vinda de Obama ao Brasil irá proporcionar uma verdadeira discursão em ralação ao assunto, já que mais uma vez seguimos em direção oposta às grandes potências. Vamos ver se os yanks vão querer que o Brasil mude de atitude através de negociação ou imposição, agora vão mostrar a cara de verdade.
    O mundo esta passando por revoluções, fala-se de guerras em quase todos os cantos do planeta, e nós estamos despreparados até mesmo para garantir nossas próprias decisões. ACORDA DILMA!!!! ESTAMOS DESARMADOS!!
    CAMPANHA “JOBIM PRESIDENTE 2015”. ABS…

  6. O mal nunca vencerar o bem, ele (o mal ) pode até dar a impressão que vencera mas o final o BEM prevalecerar.
    Parabens, India, africa do sul e Brasil, parabens e parabens.

  7. O PT e PMDB são a favor do que Kadafi está fazendo ?

    Eu não sou.

    A OTAN se desmoralizou totalmente.

    Estamos caminhando para a III GM. É uma questão de tempo.

    Acho que vou morar em Porto Alegre ou Belo Horizonte, bem longe das impactos nucleares, pois RJ, SP e Brasília podem ser alvos.
    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

  8. Pra mim essa noticia,mostra que a politica de Dilma e de independecia,tanto de Lula quanto do Norte.Ou seja o mesmo serve para a futura visita de Obama para o Brasil.Ou o F-18 vem nom TT irrestritra ou receberao um NAO.

    Ps:desculpem a falta de acentos o teclado esta horrivel.

  9. O TEXTO DIZ:
    :clap:Por tudo isso, a declaração conjunta de Brasil-Índia-África do Sul, IBSA, semelhante em vários sentidos ao movimento Turquia-Brasil, na questão do programa nuclear do Irã, está, de fato, denunciando a hipocrisia moral do P-5 e dos segredos e vielas ocultas pelas quais se esgueiram.:clap:
    .
    É justamente isso ai! O FECHADO grupinho dos 5 onde o que interessa é a divisão das áreas de interesse de cada um. E quanto o Brasil vota contrário à vontade do “Xerife Global”, não por pirraça mas por ter um visão menos belicista, é taxado de apoiador de terrorista. No entanto, a maioria das punições votada no conselho de segurança são cortina de fumaça para outros “interesses”. É por isso que afirmo que Dilma tem tomado um RUMO ERRADO quando vai pra mídia soltar o MANTRA direitos humanos atacando os desafetos dos EUA e ficando calada em relação a outros países. E se for para o Brasil entrar no CS e fazer o PAPELÃO de seguir cartilha do interesse externo, é melhor que nem seja aceito no m… de CS.

  10. O povo libertador da Líbia virou Marisco.

    O Rochedo são os contra EUA e aliados, e o Mar são os EUA e aliados.

    Isso não vai acabar bem.

    PT + PMDB vão jogar o Brasil no fundo do poço.

  11. O Brasil tomou mais “uma” com essa sua “brilhante política externo” de ficar contra os países ocidentais, como se o Brasil fosse de algum buraco oriental.
    “A resolução apresentada pela França, Reino Unido, EUA e LÍBANO(NÃO ERA A VOZ ÁRABE) defendendo a implementação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia foi aprovada hoje no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Também foram aprovadas “todas as medidas necessárias para defender os civis” no país, exceto uma invasão por terra.”
    “A resolução foi aprovada por dez votos a favor, nenhum contra e cinco abstenções, entre elas a Rússia e a China, que detêm poder de veto. Surpreendemente, o Brasil se absteve da votação. O Itamaraty confirmou o voto brasileiro na ONU à Folha.com, por telefone.”
    http://www1.folha.uol.com.br/mundo/890319-onu-aprova-uso-da-forca-militar-contra-gaddafi-na-libia-brasil-se-abstem.shtml

  12. O Brasil cometeu o maior erro político de sua vida, em apoiar Ditadores e Reis.
    Não amadurecemos depois de 511 anos.

  13. Deviamos formar um conglomeradode nações emergentes em interesses reciprocos e afinidades geopoliticas entre Brasil,India,Africa do Sul e Indonesia.Intercambio tecnologico e industrial para produtos estrategicos com divisão de mercado ou divisão de lucros.Uma aliança assim envolvendo economia,mercado e geopolitica seria interessante aja visto que essas nações mais ou menos se equivalem e seria mais facil afinarem em decissões.

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