Força aérea líbia poderá ser o triunfo de Gaddafi

http://www.xairforces.com/images/country/libya/wall/MiG-21UM_LARAF_1131_800.jpgMiG-21

O ditador líbio Muammar Gaddafi sempre deu uma atenção especial à sua força aérea, colocando nela os seus seguidores mais leais e suprindo-a com os melhores equipamentos e treinamentos disponíveis. Os recentes bombardeios contra a cidade de Brega podem ser apenas um pequeno exemplo do poder avassalador do arsenal aéreo de Gaddafi.

Embora uma grande parte do exército da Líbia tenha desertado e se juntado às forças rebeldes, a força aérea do país parece ter permanecido quase que inteiramente leal a Muammar Gaddafi. De fato, esse é um dos principais fatores que ainda mantém o regime dele no poder, sendo também a ameaça mais séria aos insurgentes que controlam a parte oriental do país.

MiG-23

A força aérea da Líbia é integrada por cerca de 18 mil homens e mulheres, em sua maioria aliados ferrenhos do regime. Esta força militar de elite deu preferência, durante o processo de seleção e recrutamento, a membros que tinham uma lealdade integral ao regime, bem como aos integrantes da Gaddafi, a tribo de Gaddafi, e da tribo Magariha, uma forte aliada do ditador. Eles mostraram que têm uma obediência cega ao seu comandante-em-chefe. Somente uns poucos pilotos e oficiais da força aérea mudaram de lado e juntaram-se à oposição.

Em troca dessa lealdade, Gaddafi sempre assegurou que os membros da força aérea recebessem os melhores equipamentos e treinamentos. O grupamento de aviões de caça do país seria composto por cerca de 100 aeronaves MiG-21 e MiG-23, além de 15 Mirages F-1 e 40 Sukhois SU-22. Os depósitos de armas da força aérea estariam cheios até o topo de munições.

SU-22

Os mísseis que equipam essas aeronaves são oriundos dos arsenais da antiga União Soviética e, mais recentemente, da Rússia, segundo um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, de Washington. O relatório também declara que o sistema de defesa antiaérea da Líbia é muito bem equipado. Conforme declarou à revista britânica “The Economist” o general David Deptula, que recentemente aposentou-se do seu cargo de especialista em forças aéreas no Pentágono, se o Ocidente decidir impor uma zona de interdição aérea sobre a Líbia, os mísseis terra-ar (SAM, na sigla em inglês) do país poderiam representar uma grave ameaça aos caças aliados.
Os aviões da força aérea líbia estão estacionados em 13 bases espalhadas pelo país. As bases abrigam também helicópteros de ataque russos Mi-25, que podem se constituir em uma arma letal, tanto em combates em campo aberto quanto em confrontos urbanos. As forças rebeldes que avançarem sobre Trípoli, a capital do país, podem esperar encontrar um poder de fogo maciço proveniente desses helicópteros.

Mirages F-1

No fim das contas, porém, o fator realmente decisivo na batalha poderá ser o grande número de aeronaves de transporte militar que Gaddafi comprou de companhias russas e norte-americanas. Em apenas algumas horas, os sete esquadrões de helicópteros e aviões de transporte são capazes de transportar unidades leais ao governo e reforços para palcos de batalhas em qualquer região do país. E o exército rebelde que está sendo organizado na região leste do país não conta com quase equipamento nenhum para conter essa ameaça. Embora eles disponham de alguns aviões bombardeiros que pilotos desertores aterrissaram em território inimigo, o único equipamento que os rebeldes possuem para suprir e transportar as suas forças são caminhões e veículos civis.

SU-24

Testando um inimigo com poder de fogo inferior

Por ora, no entanto, Gaddafi tem evitado enviar as suas tropas de elite para a luta. É verdade que na quinta-feira (03/03) os seus aviões de combate bombardearam a cidade portuária oriental de Brega pelo segundo dia consecutivo. Mas isso foi apenas uma pequena amostra do que a força aérea líbia é capaz de fazer.

Os especialistas consideram uma manobra tática a aparente decisão de Gaddafi i de manter os seus pilotos contidos em uma espécie de capacidade bélica de reserva. “Não houve nenhum grande massacre, o poder aéreo está sendo usado de uma forma calculada e ele está lançando ataques como testes”, disse ao jornal “The New York Times” Shashank Joshi, um especialista militar da organização Royal United Services Institute. Ainda que Gaddafi tenha dado a impressão de estar mentalmente instável durantes as suas recentes aparições na televisão, Joshi acredita que as suas manobras táticas não indicam “decisões tomadas por um homem que se encontre totalmente fora de contato com a realidade”.

Por ora, também não se sabe quantos dos cerca de 45 mil soldados das forças terrestres desertaram e passaram para o lado da oposição. O fato de que regimentos inteiros aparentemente desertaram no leste da Líbia parece ter sido algo que Gaddafi previu corretamente. Gaddafi jamais confiou no seu exército, já que este é formado basicamente por recrutas, muitos dos quais pertencentes a tribos que são inimigas da tribo dele. “Gaddafi reteve elementos significativos do exército e perdeu os indivíduos que ele sempre temeu que poderia vir a perder, aqueles vinculados às tribos que ele oprimia”, disse ao “New York Times” George Joffé, especialista em norte da África da Universidade de Cambridge.

Tendo ele próprio chegado ao poder por meio de um golpe militar em 1969, Gaddafi com certeza calculou que um dia poderia também ser alvo de um golpe. Como medida preventiva contra o perigo de uma rebelião, Gaddafi sempre se assegurou de que os regimentos estacionados na notoriamente rebelde região leste do país recebessem um treinamento de pior qualidade e equipamentos militares velhos. Além do mais, ele teria também criado um exército paralelo composto por até 20 mil mercenários oriundos da África subsaariana.

A Líbia poderá agora enfrentar uma guerra civil. Se Gaddafi decidir continuar lutando, as chances de vitória dos rebeldes serão pequenas, argumenta Yehudit Ronen, uma especialista em Líbia da Universidade Bar-Ilan, em Israel. “A aliança anti- Gaddafi só pode contar com os soldados que desertaram”, afirma Ronen. Mesmo se esses soldados receberem reforços de voluntários, eles estarão enfrentado um inimigo quase invencível: a força aérea e os mercenários, que nada têm a perder. Ronen prevê que a luta durará muito tempo e que, depois disso, “a Líbia não será mais como era antes”.

Fonte: O Informante

16 Comentários

  1. Se a liga Árabe aprovou a zona de exclusão áerea sobre a Líbia, td bem + os Líbios tem uma boa força áerea,c pilotos mt bem treinados.Ñ vai ser molhe como no Irak mal armado; então , pode ser executada, a ação foi autorizada , agr ,q se arme mt bem os revolucionários. Q os Líbios , eles mesmo resolvam os seus problemas internos.Sem forças estrangeiras dentro do seu país.Lembrem-se q td x q isso aconteceu , a criatura se voltou contra o seu criador, o Hamas contra os judeuSS , os talebans x iangleses.Quem viver verá.

  2. Russos e chineses também estão apoiando Kadafi.
    Pessoal, acho que voltamos à Guerra Fria dos anos 50, 60, 70 e 80.
    A OTAN está assustada e não sabe o que fazer.

  3. Dandolo,
    Os Russos e os Chineses estõ certo. Querendo ou não o Kadafi é o presidente da Libia ainda e alguns meses atrás era elogiado na europa como denfensor dos direitos humanos.Uma hora para outra vira um demônio?

    Quem está errado nesa históia toda são os rebeldes que se armam para lutar contra o governo Kadafi em vez de tentar negociar, eles preferiram uma luta armada.O que acha que o governo vai fazer? Sair correndo feito um doido ou resistir?
    Dandolo : Não deixe que a midia maniple você. Os EUA e a Europa não estão nem ai para os civis ou rebeldes que estão morrendo. O que eles querem é usar esse pretexto de direitos humanis para chegar aos eu objetivo, que é manter o fluxo de petroléo para europa.
    Se fosse pelo direitos humanos , muitos líderes Isarelenses estariam no Corte de Haia hoje.

    Os próprios povos da líbia tem que decidir o seu destino.Libia é um paí formado por tribos e se houver uma intervenção parcial, a guerra civil será inevitável.

  4. BobSap, eu ando imaginando sabe, se o dandolo é pago pra falar essas asneiras, ou se ele realmente acredita na mídia tanto nacional como internacional. Eu canso de ver as emissoras colocando os estados unidos e a união européia como ferrenhos aliados dos rebeldes, insinuando inclusive que foram os ianks que alimentaram essa rebelião. Mas eu nao vi em nenhum momento esses meios de comunicação nacionais(na maioria financiados por americanos, judeus, seus bancos e suas empresas) relatarem o forte apoio que esses regimes ditatoriais receberam por anos da OTAN e dos fantoches da ONU.
    Concordo que agora que a crise se instalou, eles passaram realmente a apoiar os rebeldes. Esse apoio nao se deve ao fato de eles estarem sensibilizados com a população líbia, mas sim, este apoio se deve ao fato de eles estarem completamente DESESPERADOS de ver a sua fonte de energia(petroleo) na mão de insurgentes muçulmanos, que podem no futuro criar um estado anti-imperialista. Não é a toa que gaddafi acumulou durante décanas Bilhoes de dólares em bancos e empresas americanas e europeias, ele sempre se sentiu confortável no ocidente, porque será? se ele fosse tao Brother dos Chineses e Russos, imagino q seu patrimonio estaria nesses supostos “portos seguros”.

  5. tá de brincadera não é Carlos Argus??
    Os Mig-21 levaram uma surra dos A-4 Israelenses em 1973,Mig-23 também foram-se em 1991, isso que na época o Iraque era a maior força militar do mundo Árabe. O que te faz pensar que conseguiriam vencer os Super Hornets/Typhoons/Rafales?

  6. Sr. Leandro Mendes.
    Dizer que os A-4 de Israel tiveram superioridade contra aeronaves MiG-21, sírios e egípcios em 1973, é brincar com a realidade.
    Você está em um blog de assuntos militares.
    Por favor, não pense que somos parvos.

    1973 é uma guerra nebulosa sobre os seus dados históricos, e o são, por parte de Israel. Vou dar um exemplo claro: Israel nega, peremptoriamente, a perda de aeronaves F-4 sobre Damasco. Mas, se você visitar os museus sírios, verá fotos destas aeronaves sendo abatidas, além de restos das mesmas… Com serial number.
    Então…

    A revista ASAS tem prestado uma grande contribuição à pesquisa histórica, ao publicar textos do afamado historiador aeronáutico Tom Cooper. Há nesta revista, artigos deste autor sobre a guerra de 1973 e sobre o conflito de 1982. Seria interessante, que o senhor tivesse contato com essas fontes.

  7. Eu ñ disse q ele vão vencer, + afirmo q eles podem causar baixas, + vencer é outra coisa. aliás, um bom caça ajuda + o piloto bem treinado ajuda bem mais…ex.: n F5M no últmo simulados de combate áereos..se deram bem…verifique. sds.

  8. Hehe a Otan-otariatam,fantoche dos Ianks estâo de maõs atadas,estao como moscas a beira do fogo,nao sabem se ajudam os que ate ontem eram os fantoches,ou deixam seu algós se virar sozinho,e a midia internacional dando bronca ,,, e agora Obama, entre a cruz e a espada heheheheh

  9. Eu procuro sempre seguir a linha da ética.
    Se não houver ética nos governos e entre países, o mundo estará perdido.
    Estou me afastando das discussões geopolíticas.
    A minha interferência à partir de agora, será apenas na área tecnológica.
    Recuso-me a fazer debates fora da ética.
    Vocês estão com a razão – as grandes potências só se manifestam quando há interesse econômico.
    Desculpe-me a ingenuidade.
    Então, que os políticos corruptos brasileiros continuem se locupletando dos cofres públicos sem seres punidos.
    Que assuma a responsabilidade o povo brasileiro, pois merece sofrer, pois não lutam contra a imoralidade.
    O idealismo da humanidade acabou.
    Vocês me verão menos por aqui.
    Estejam com Deus.

  10. Se não houver ajuda finaceira para os rebeldes e a população não exigir a saidda de Kadaf, tudo isso vai ser em vão.
    Espero que a Democracia chegue lá.
    Mudando de assunto, estou começando a campanha “Jobim presidente”, assim teremos no futuro uma pessoa que conhece e abraça a causa militar brasileira. ABS…

  11. Russos e Chineses não estão apoiando Kadafi…
    Eles só acham que não deve ter intervenção, cada nação tem o direito de resolver seus problemas sozinho.
    Agente por anos não deu conta da criminalidade no Rio e em SP.. veio a Argentina aqui tentar parar ?
    Claro que não, as fronteiras devem ser respeitadas e a intervenção só vir se for pedida.
    Se não hoje é na Libia, amanhã na Russia e seu Caucaso problematico, depois de amanhã é nos guettos cheios de gangs dos EUA, depois não sei mais aonde..

    Eles estão agindo certo, querendo ou não, Kadafi é o presidente ainda e se ele diz que está sobre controle (independente do lado que ele esta) então deve ser respeitada.

    A ONU tem que ser imparcial, os rebeldes tem seus motivos pra lutar, pra protestar, não estão lá derrubando SUs por que gostam.

  12. Esqueceu de mencionar as armas quimicas e tbm os F16 americanos que foram vendidos para kadafi.
    Essa história é mais complicada do que se imagina, e tem muita mentira e omissão por trás.
    Cade o apoio americano agora?
    Os eua não vão mandar hillary ir jantar com kadafi como mandaram no passado a ex-secretaria rice??? sem falar no apoio dado pela frança, italia a kadafi…. Quanta hipocrisia dos eua e europa.

  13. A julgar pelo que escreveram os “especialistas” tudo o que aconteceu com a “força” aérea Líbia foi um sonho ou lenda.

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