Líbia, uma tábua de salvação comercial para o Rafale francês

http://cavok.com.br/blog/wp-contents/uploads/2011/01/5178248923_458ca2c015_o.jpg

De Delphine Touitou (AFP)
PARIS — A intervenção militar aérea lançada sábado, na Líbia, por uma coalizão internacional oferece uma grande oportunidade de mostrar em ação o caça francês Rafale, que Paris e o fabricante Dassault tentaram vender, até agora sem sucesso, a vários países, entre eles o Brasil.
Sábado, oito Rafale sobrevoaram o céu líbio para estabelecer uma zona de exclusão aérea em cumprimento a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para proteger a população civil da ofensiva militar do dirigente líbio Muamar Kadhafi. Domingo foram seis.
Todos realizaram missões de reconhecimento e/ou de ataque. Outros oito aparelhos estão a bordo do porta-aviões nuclear francês “Charles de Gaulle” que zarpou domingo em direção à Líbia.
“Talvez seja uma forma de fazer publicidade do Rafale graças à experiência em combate”, resumiu nesta segunda-feira Jean Pierre Maulny, subdiretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS) encarregado de assuntos de defesa e segurança.
“Embora o Rafale já seja empregado no Afeganistão, esse conflito não é popular. E por isso, os industriais precisam informar sobre o material” deslocado para determinados cenários bélicos, explicou.
Considerado um êxito da tecnologia francesa, o Rafale representa, no entanto um fracasso comercial uma vez que a França nunca conseguiu exportá-lo.
No começo de fevereiro, o diretor geral da Dassault Aviation, Charles Edelstenne, afirmava que o Rafale tinha possibilidade de ser vendido a oito países.
O Rafale faz parte, desde 2009, no Brasil, de um contrato multimilionário, a ser aberto, para a compra de 36 aviões de combate. Concorre com o F/A-18 Super Hornet da americana Boeing e com o Gripen NG do construtor sueco Saab.
Dado como “certo” pelo presidente francês Nicolas Sarkozy, em setembro de 2009 – apesar de nunca ter sido assinado nenhum documento -, o Brasil anunciou há algumas semanas que adiava a decisão, devido a um corte de gastos.
Desde 2008 a França negocia a venda de 60 aparelhos com os Emirados Árabes Unidos.
O Rafale, um caça bombardeiro com dois tuborreatores, concebido nos anos 80, é capaz de missões de ataque ar-terra e ar-mar e de reconhecimento ou ataque nuclear. Seu preço é 50 milhões de euros (70 milhões de dólares), e também já foi proposto à Índia, além de Kuwait, Suíça, Grécia, e inclusive…à Líbia.
A Líbia “nos ajudará a vendê-lo”, estimou um dirigente francês que pediu para não ter o nome divulgado.
“Um conflito permite demonstrar verdadeiramente a capacidade de um aparelho. Neste ponto de vista, a Líbia representa uma vitrine tecnológica”, comentou Christophe Menard, analista da Kepler Capital Markets.
Esta prova real “permitirá somar louros ao quadro de honra do avião”, opinou.
Como os franceses acompanham os aviões de Qatar que participam da coalizão, será más fácil convencer os potenciais compradores, acrescentam os técnicos.
“Um avião de combate será vendido se for considerado apto”, explicou uma fonte da Dassault Aviation citando o exemplo do Mirage 3, usado por Israel durante a guerra dos Seis Dias, em junho de 1967.
Nessa ocasião, “demonstrou tal capacidade (de ação) que se tornou best-seller mundial”, recordou a fontee.
O porta-voz da Dassault Aviation, Stephane Fort, insistiu na “polivalência” do Rafale, que o diferencia, por esemplo, do F-18 da Boeing, que o presidente americano, Barack Obama, defendeu neste final de semana no Brasil, e que só pode ser configurado para uma missão por vez e isso antes de decolar, recordaram.

Fonte: GOOGLE

18 Comentários

  1. Quando Rafale deu show nos dinos f 16 e f18e eurofighter plus o tal 5 geracao jet F 22 no IRON EAGLE
    nao tinha duvida que era o melho jato so perdendo pros Russos

  2. Fala kamaradas…
    Primeiramente, quero dizer q cada vez mais concordo com a posição brasileira de ñ compactuar com os ataques da coalizão liderados pela França e EUA. O pretexto “medíocre” q alegaram foi a proteção do povo líbio contra o massacre perpetrado por Kadaffi, mas oq vimos foi crescimento exponencial deste.
    Oq temos q perguntar é o pq desta atitude francesa de agir deliberadamente, atacando as tropas leais a Kadaffi sem o consentimento prévio americano, colocando este em uma verdadeira saia justa(quem viu discurso de Obama no Chile, sabe oq estou dizendo).
    Acho q foi por dois motivos principais e um secundário. Os principais são: Mostrar o enfraquecimento político americano e reafirmar a França como uma potência(política e bélica) de nível global. A secundária é: Usar o palco dos ataques como vitrine das capacidades do Rafale.
    E o Rafale tem comportado-se muitíssimo bem. As incursões e ataques do Rafale sem o apoio SEAD(Supressão das defesas anti-aéreas) e sem apoio EAW(electronic air warfare), demonstra a extrema confiança nas capacidades do Rafale.
    Falow

  3. Grande novidade, a França quer mostrar ao mundo que a sua jaca, ou melhor, que avião é um super caça “superior” a qualquer coisa que exista no ocidente, que os dinos americanos, como o tijolo de asas (f-18), ou o eurofighter. E os francófilos, ficam em estado de êxtase, prontos para gritar e a cuspir a superioridade da França, igualzinho aos americanófilos fazem. Eu sinceramente não sei porque o pessoal que apoia o rafale está assim tão feliz com a estréia dele, o rafale está sendo usado para atacar um país governado por ditador sanguinário com um força aérea de sucatas que nem ao menos consegue enfrentar um rafale de igual para igual. A França tá igualzinha aos EUA, só bate em cachorro morto.

  4. Fabricio ,concordo contigo!
    Pra mim não houve motivos para a França atacar um país spberano como a Líbia. OS motivos que usam para intervir na libia não convenceu ninguém. O governo combatia rebeldes armados e a frança e a EUA afirmavam que era civis. Civil aramado com metralhadora e lança foguete?
    O ataque um foi uma maneira que a França encontrou pra se promover e fazer propaganda de suas armas.

  5. Independente dos motivos da coalizão, as tropas de Kadhafi iriam mascarar seu próprio povo mesmo depois do fim do levante por pura vingança e em demonstração de poder para evitar outras ações do mesmo tipo. Então acho benignas as ações contra Kadhafi em primeiro momento, agora depois o ditador se retirar do poder aí veremos de fato quais eram mesmo as intenções da coalizão. Mas seja como for pior do que com Kadhafi e seus filhos no pode não pode ficar.

  6. Amigos, há poucos dias eu postei aqui justamente o que diz a matéria, que a França desejava com unhas e dentes esta guerra só para a promoção do Rafale, e não para proteger civis.

  7. Caro carl94fn, como vc é otimista, não importa o quando a situação está ruim, ela sempre pode piorar. No momento que o Kadhafi cair, os países ocidentais vão correr para colocar um governo pró-ocidente, para então sugar o petróleo líbio. Ou então Kadhafi sai, e a Líbia vira um no Iraque. Ou pior Kadhafi não cai continua no poder, comete um massacre contra seus expositores e se transformar em um herói no OM.

  8. Sem dúvidas a França está usando esse conflito como vitrine do seu Rafale, mas o motivador principal nem é esse na minha opinião, e sim, defender os interesses ocidentais na área e ao mesmo tempo, proteger a oposição à Kadafi.

    []’s

  9. Fala kamaradas…
    Kamarada Paulo Henrique, concordo contigo em partes. A defesa anti-aérea da Líbia é um dos mais robustos no continente Africano, em termos de alcance e sistemas. Eles possuem em seu arsenal os SA-6 / SA-7 / SA-9 / SA-13 (USSR) e o Crotale (França). Só fica atrás do Egito.
    Só para ter uma idéia, foi o SA-6 q derrubou, literalmente, o mito de invisibilidade do F-117!!!!
    Falow

  10. Kamarada Paulo Henrique…
    Permita-me discordar de ti. Ñ será nenhum pouco fácil hastear uma bandeira Pró-Ocidente em qualquer país mulçumano. Enquanto os Reis, Príncipes e Ditadores estavam no poder, ainda a situação estava razoavelmente sob controle. Agora, nestes países q tiveram seus líderes derrubados, vai ser uma briga de foice, para ñ dizer de Ak-47, entre tribos, clãs, etnias, vertentes do Isã…para quem fica com o poder.
    Por curiosidade, a Líbia é um dos países mais tribais do mundo árabe. É comum por lá as pessoas se identificarem primeiro com as tribos do que com o próprio país. E o ditador Kadafi jogava com esse sistema de tribos para governar. Buscava apoio. Se aproveitava dos desentendimentos. Em 41 anos de poder, ele conseguiu manter um certo equilíbrio entre as facções tribais.
    Falow

  11. Paulo
    Imagino que esses países que estão saindo da ditadura não vão querer por um bom tempo nem ouvir falar de ditaduras a pena de morte e mais guerras civis. Provavelmente no caso da Líbia o presidente seja eleito democraticamente em meio a outros candidatos, também acho provável que o presidente seja quem for será simpático a quem os ajudou quando estavam em guerra civil. E quando eles forem reconstruir o país com ajuda externa, eu não acho que eles vão trocar a França que lutou ao lado dos “rebeldes” (independente dos motivos dela) ao Brasil que pediu o fim da ajuda (independente dos nossos motivos). Mas sinceramente não vejo isso como um governo fantoche e sim como um governo simpático ao ocidente que ajudou no momento de crise máxima.
    Que os países ocidentais vão ganhar com essa guerra não tenho duvidas, mas eles escolheram um lado o dos “rebeldes”, e esses serão gratos e isso é conseqüência e não imposição do tipo “ou vocês me dão o petróleo ou matamos vocês”…

  12. ja que querem faser propaganda porque não vão defender a georgia,e encarar a russia mais uma vez ai sim teriam no que mostrar e não uma covardia contra um pais desarmado praticamente,pois quem vendem as armas são eles mesmos.e só o que não presta e atroco de petroleo,que robada.

  13. Que pena França bancando uma de carrasco
    Não está vendendo o Rafale, está executando ordens dos americanos, já é mais uma colonia deles.

    Acho isto mostra que a França depois da crise econômica deixou de ser um país independente.
    Várias das antigas potências europeias com a crise que receberam dos EUA, já perderam a última esperança de voltar ser potências.
    França hoje na Líbia é uma marionete dos americanos, tipo Israel.
    +1vez: “potências” sem território nem população já não vamos ver mais.

  14. Especulações à parte, a realidade é a seguinte, os Rafales estão fazendo o que querem, destruindo alvos em terra e abateram hoje um jato Galeb. Já os F-15… hehehehe

Comentários não permitidos.