Brasil: Exército começa a patrulhar ruas do Rio

Soldados patrulham rua nos arredores do Complexo da Maré, que fica entre aeroporto e Zona Sul da cidade.

Cidade, que enfrenta aumento da violência, inicia maior esquema de segurança de sua história. Dezenas de milhares de militares, policiais e agentes da Força Nacional estão envolvidos.

Milhares de militares do Exército e da Marinha começaram neste domingo (24/07) a patrulhar as ruas do Rio de Janeiro, dentro do megaesquema de segurança – o maior da história da cidade – montado para os Jogos Olímpicos.

Os militares ficarão nas ruas nos próximos 63 dias. Ao todo, são mais de 20 mil nas ruas do Rio, como parte do contingente total de mais de 85 mil soldados, policiais, agentes da Força Nacional e outras forças de segurança que serão destacados para o evento em todo o país.

No total, 42 mil militares estão envolvidos com a segurança dos Jogos Olímpicos – 22 mil no Rio e 20 mil nas fronteiras e espalhados por cinco capitais onde serão realizadas partidas de futebol.

Helicópteros já podem ser vistos sobrevoando a cidade

Desde cedo, militares puderam ser visto em pontos turísticos da cidade, como a Praia de Copacabana, e próximos das instalações olímpicas. Navios da Marinha fizeram o patrulhamento das praias, helicópteros sobrevoaram a cidade, e carros do Exército foram posicionados ao longo de vias expressas.

Como comparação, o destacamento de 85 mil homens é mais do que o dobro do empregado nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Ele é justificado para deter a violência urbana, que preocupa mais organizadores e especialistas do que o terrorismo.

A situação da segurança pública no Rio de Janeiro é considerada como de total falência, segundo ONGs, especialistas e os próprios policiais, com uma verdadeira guerra instaurada entre PMs e traficantes.

Patrulha da Força Nacional em frente à Vila Olímpica: dezenas de milhares de agentes de segurança foram destacados

Somente neste ano, 62 policiais foram assassinados e 260 foram feridos por armas de fogo – pelo menos um por dia – de acordo com números do deputado estadual Paulo Ramos, que preside a CPI da Morte de Policiais na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).

Policiais passaram a ser caçados da mesma forma que caçam criminosos em operações nas favelas. E ambos os lados atiram para matar. No início do mês, um relatório sobre violência policial publicado pela ONG Human Rights Watch mostrou que, no ano passado, pelo menos 645 pessoas foram mortas pela polícia em situações questionáveis.

Na última semana, além disso, após uma dica do FBI (a polícia federal americana), a polícia prendeu 11 brasileiros que, de acordo com os investigadores, eram simpáticos ao “Estado Islâmico” e estavam discutindo a possibilidade de realizar ataques durante os Jogos.

RPR/ots/efe/rtr

Fonte: DW