Militantes da Al-Qaeda matam ao menos 38 soldados em ataques no Iêmen

APSoldado iemenita monta guarda em uma rua perto das embaixadas dos EUA e do Reino Unido em Sana, Iêmen (10/8)

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Os ataques foram os maiores desde uma ofensiva militar apoiada pelos EUA no ano passado que retirou os militantes de rotas significativas do território, tomadas por eles durante a revolta de 2011, no contexto da Primavera Árabe . Os ataques também destacam a fragilidade do Exército iemenita e o fracasso da atual liderança de cumprir com as antigas demandas de reestruturação do corpo militar.

Há cerca de um ano, o Iêmen tem liderado uma guerra contra uma franquia da Al-Qaeda , conhecida como Al-Qaeda da Península Arábica. A franquia é considerada por Washington como um dos grupos terroristas mais perigosos do mundo, e é responsável por uma série de ataques contra soldados, bem como assassinatos de autoridades de segurança e do governo em ataques suicidas.

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Os ataques simultâneos desta sexta-feira (20) ocorreram às 6h (meia-noite em Brasília) na província de Shabwa, que um dia foi um reduto da Al-Qaeda. Os atentados pegaram os soldados de surpresa nas primeiras horas da manhã, segundo informou o major Mohammed Nasser.

Os ataques ocorreram em uma região remota, localizada a cerca de 500 quilômetros ao sul da capital iemenita, Sana, disse Nasser. Os militantes atacaram três acampamentos militante, dois deles na cidade de al-Mayfaa, e o terceiro a alguns quilômetros de distância, na região de al-Ain.

Um suicida dentro de um carro-bomba detonou os explosivos em um dos alvos em al-Mayfaa depois que os militantes dominaram os guardas. A maioria das mortes entre as tropas ocorreu neste acampamento, que serve como base para os soldados encarregados de vigiar os poços de petróleo na região. Confrontos no outro acampamento em al-Mayfaa feriu ao menos cinco soldados, acrescentou Nasser.

Enquanto isso, um carro-bomba foi detonado antes do programado do lado de fora dos portões do terceiro alvo, no acampamento em al-Ain. A explosão lá foi seguida de confrontos. Oito militantes foram mortos e seis soldados foram capturados pelos militantes.

Militantes ligados a Al-Qaeda aproveitaram a instabilidade após a derrubara do presidente iemenita Ali Abdullah Saleh para reforçar sua presença no país. Em uma ofensiva militar apoiada pelos EUA, o Exército do Iêmen conseguiu restabelecer o controle de grandes partes do sul no ano passado. Os militantes foram obrigados a estabelecer suas posições em regiões montanhosas.

Com AP

Fonte: Último Segundo