Sarkozy fecha acordos que situam a França como grande sócio nuclear da Índia

Julia R. Arévalo.

EFE –  O presidente francês, Nicolas Sarkozy, fechou nesta segunda-feira em Nova Délhi acordos que colocam a França como um dos sócios preferenciais da Índia em matéria nuclear, a grande aposta energética do gigante asiático para sustentar seu crescimento econômico.

Cinco dos sete acordos assinados nesta segunda-feira pelas delegações reunidas na capital indiana são de cooperação nuclear, que as partes confiam será um setor que contribuirá para duplicar as trocas econômicas, até colocá-las em 12 bilhões de euros no fim de 2012.

A francesa Areva e a Corporação de Energia Nuclear da Índia assinaram dois dos acordos, que definem as bases para a construção de dois reatores de tecnologia francesa na futura planta de Jaitapur, em Maharashtra (oeste).

Os outros três são relativos a aspectos como a segurança, pesquisa e o manejo de resíduos nucleares, explicou o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, em sua entrevista coletiva com o presidente francês.

Embora não foi divulgada uma data da construção, pois ficam “aspectos técnicos, incluídos os preços, sujeitos a negociações”, Singh destacou que os dois reatores vão gerar 10.000 megawatts de eletricidade frente aos 4.000 megawatts de energia nuclear que a Índia produz atualmente.

O Governo indiano apostou pela energia “limpa” nuclear para superar o crônico déficit energético do país e manter seu crescimento econômico, que no primeiro semestre deste ano fiscal foi de 8,9%.

Sarkozy apreciou a “escolha indiana de confiar na tecnologia nuclear francesa” e ressaltou que os acordos desta segunda-feira são “muito favoráveis” para a indústria de seu país.

Os acordos entre Areva e a Corporação são o primeiro resultado material do pacto de cooperação nuclear que a França e a Índia assinaram em setembro de 2008, após a “dispensa” outorgada ao gigante asiático pelo Grupo de Fornecedores Nucleares (NSG), facilitada por um pacto semelhante com os EUA.

A Índia, que possui arma atômica e não assinou os tratados de não-proliferação (TNP) e Proibição de Testes Nucleares (CTBT), saiu assim de décadas de exclusão do mercado atômico internacional, em troca de um acordo de salvaguardas com a AIEA pelo que permitirá inspeções em suas plantas civis.

Na entrevista coletiva, Sarkozy garantiu que a França “fez a escolha estratégica de acreditar na Índia” e demandou para ela seu “lugar legítimo” como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, assim como um posto em fóruns nucleares como o NSG.

No comunicado conjunto emitido após a reunião Singh-Sarkozy, ambos avaliaram o “diálogo significativo” entre os estados nucleares, “em particular aqueles que possuem os arsenais maiores, para construir confiança” e promover a paz mundial.

Além dos acordos nucleares, as partes assinaram nesta segunda-feira um tratado de co-produção cinematográfica e outro de cooperação em matéria de ciência e mudança climática.

“Reafirmaram o comum interesse em fortalecer sua relação” em matéria de defesa, que é um “pilar importante de sua relação estratégica”, segundo a declaração, que aludiu às discussões em andamento para um acordo de modernização dos aviões Mirage 2000 em posse da Índia.

Singh expressou a “determinação” dos dois países de colocar seu volume de trocas comerciais nos 12 bilhões de euros em 2012, frente aos 5,360 bilhões de 2009 em que se viram ressentidos pela crise.

As partes confiam em que o objetivo será viável graças aos acordos nucleares atuais, o reatamento de contratos para a indústria de aviação indiana e a possível assinatura de um acordo de livre-comércio entre a Índia e a UE, que segue negociando.

A ministra de Economia francesa, Christine Lagarde, em seu discurso nesta segunda-feira em um fórum de empresários em Délhi, cifrou em 10 bilhões de euros os compromissos de investimento de empresas francesas na Índia entre 2008 e 2012. Ao tempo que demandou a abertura de setores até agora vedados ao investimento estrangeiro como o comércio no varejo e o de seguros, segundo a agência “Ians”.

Sarkozy chegou à Índia no sábado, fez uma breve visita as instalações espaciais em Bangalore e passou o fim de semana visitando com sua esposa, Carla Bruni, o Taj Mahal e os arredores.

Acompanhado por sete ministros e uma delegação empresarial, nesta segunda reúne-se com a presidente do partido governante, Sonia Gandhi, e a chefe do Estado, Pratibha Patil, e na terça irá Mumbai para homenagear as vítimas do atentado de 2008 e fazer um discurso diante de um conclave de negócios.

Fonte: UOL

11 Comentários

  1. a França esta fazendo bem o dever de casa!
    se aliando com as novas potencias, e aprofundando suas relações para se manter uma potencia!eles possuem uma vasta experiencia nesse jogo!

  2. Quanta inveja vejo agora, agora eu pergunto o Brasil vai se associar com quem afinal, somos vitimas da AIEA, maldito FHC e Collor um assinou tratado de não proliferação, o outro fechou a base da serra do cachimbo, invez de prosseguir com o programa, na primeira pressão internacional o Brasil cede o direito de ter sua arma dissuasoria, renunciou o direito de ter a arma é ser uma potência agora sofre ameaças é retaliações, depois Lula diz em público os militares tinha razão, oras, agora vejo os resultados ae a India sendo convidada a entrar na ONU, fazer acordos Internacionais a respeito da Energia Nuclear, todos os esforços de nossos militares jogados na lama, 30 anos de pesquisas, se bem que aproveitamos algum dessas pesquisas, o que o Brasil ganhou aderindo o tratado de não proliferação nuclear nada, apenas se rebaixou é aceitou os EUA como seu senhorio é fim da história.

  3. FRANÇA,UMA POTÊNCIA PÓS MODERNA.
    .
    Para a ìndia,um acordo nessas característica,é muito bom para eles pois não ficam muito comprometidos com ideologias, e nem corre o risco de cair nas artimanhas das grandes potência,as relações da França com a China e a Russia, difere as dos americanos.
    Com certeza os americanos não estão nada satisfeito com as ultimas manobras francesas,pois eles, os franceses,estão vendendo tecnologia nuclear para os egípcios também.
    Historicamente,os indianos sempre procurarão um não alinhamento,isso é desde a guerra fria;provavelmente é a nova política externa do Brasil,um não alinhamento maniqueísta do tipo,ou é pro-americano ou ante-americano.
    Com certeza,caso as nossas relações se aprofundem muito com os franceses,provavelmente teremos armas estratégicas em curto espaço de tempo.
    O mundo mudou,os poucos que não perceberam,no caso dos americanos,talvez por não se conformar com o novo cenário mundial;ficarão no ostracismo neste mundo novo que começou.

  4. Obrigado Darhter Sidious,pelo nome dos bois, e ainda há quem vbotem nesses lasas-patria, entregaram o n país, nos colocaram quase de joelhos…O MMRCA será influênciado sim, por esse entrosamento, possívelmente será bom p o BRASIL.Sds.

  5. Enquanto isso algumas nações vão fazendo bons contratos,substanciais em dias de crise,enquanto em outras cresce o desespero e cogitam os moribundos ate atacar a China rsrsrsrs

  6. Nicolas Sarkozy está mais simpático. Cadê sua bela e sedutora esposa ?
    Não deixem o Lula negociar com as mulheres, pois ele se derrete todo e concorda com tudo. Ainda bem que Dilma irá assumir o poder. rs…

  7. Valeu Carlos Argus, mais oque me deixa triste, era na época da engesa, nosso tanques osorio, considerados os melhores da época tinha um mercado grande é o governo deixou falir, porque apoiava os gringos é os gringos não queriam concorrentes, como o governo era entreguista da época se 30 anos atraz o Lula era mais da esquerda ainda, era como um discipulo do Fidel não se conformava com o governo, era um verdadeiro lider agora ta fazendo o mesmo que os laranjas da época é triste é vergonhoso é traidor.

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