Impasse orçamentário nos EUA coloca em perigo economia global

USA cut budget

Ao contrário de ocasiões anteriores, crise do euro está em segundo plano no encontro do FMI e Banco Mundial. Em foco, a paralisação do governo americano e suas consequências para a economia mundial.

Na próxima semana, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, e Jens Weidmann, presidente do Deutsche Bundesbank, o banco central alemão, viajam para a conferência anual reunindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, realizada a partir de sexta-feira (11/10), em Washington.

Ambos certamente estarão mais relaxados do que em ocasiões anteriores. Pois, ao contrário de um ano atrás, a “batata quente” para os participantes de 188 nações não é a crise do euro e sim o conflito orçamentário nos Estados Unidos.

“A continuada insegurança em relação ao orçamento público e ao teto da dívida americana não é exatamente uma ajuda”, reconheceu a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, em discurso na Universidade George Washington.

“A paralisação administrativa do país, em si, já é bastante ruim. Mas caso Washington não consiga elevar a tempo o teto oficial da dívida nacional, a situação piora muito”, alertou. Segundo ela, isso não afetará apenas a economia dos EUA. “Isso coloca a economia global em sério risco”, advertiu Lagarde.

Cenário de pesadelo nos EUA

O atual limite de endividamento dos EUA beira os 17 trilhões de dólares. Caso ele não seja flexibilizado em tempo hábil, a maior economia do mundo estará formalmente inadimplente. Como, a cada dia, as dívidas do país superam a receita em 2 bilhões de dólares, é possível prever com bastante exatidão o “dia D”: 17 de outubro de 2013.

A partir daí, as previsões dos economistas constituem verdadeiros cenários de pesadelo. Os mercados financeiros internacionais poderiam entrar em colapso, as cotações do dólar e dos títulos públicos americanos bateriam no fundo do poço. As agências de classificação de risco teriam que automaticamente rebaixar o país para o último nível de rating, de moratória.

Nesse caso, o menor dos males seria os títulos públicos dos EUA não serem mais aceitos como garantia pelo Federal Reserve. Pois atualmente o banco central americano já aceita títulos podres como suposta garantia no contexto de uma política financeira “anticonvencional”. No entanto, os fundos de pensão, por exemplo, estariam diante de um enorme problema, já que só podem aceitar títulos com classificação triplo A, a maior de todas.

Nova ameaça de crise global

Por falar nas práticas financeiras anticonvencionais do Federal Reserve: o segundo grande tema durante a conferência do FMI e Banco Mundial será, presumivelmente, como sair incólume da atual política financeira de juros extremamente baixos.

“O abandono da política de dinheiro ultrabarato deve ser efetuado de maneira muito suave e cautelosa”, insistiu Lagarde. “Pois o retorno à política financeira tradicional tem consequências para todos os mercados do planeta”, ressaltou.

Por esse motivo, dois anos atrás, na conferência em Washington, os representantes de países emergentes se queixaram de que a prática excessivamente liberal dos países industrializados acarretava um gigantesco afluxo de capital e uma enorme pressão de valorização sobre suas moedas. As consequências para a estabilidade de preços e para a competitividade das suas exportações eram graves, afirmaram os emergentes.

Este ano, em contrapartida, bastou a sugestão do presidente do banco central americano, Ben Bernanke, de que se devia começar a pensar numa saída da política das taxas baixas, para desencadear a reação exatamente contrária. O capital foi retirado em peso dos países emergentes, e suas moedas desvalorizaram fortemente.

Assim, não é de espantar que a diretora-geral do FMI apele por cuidado, moderação e transparência ao tratar da futura estratégia de juros, na conferência da próxima semana.

Já está claro para todos que é preciso abandonar a política do dinheiro ultrabarato. Pois, quanto mais se espera, maior é o perigo de que se formem bolhas de preços nos mercados de imóveis e de bens – o que poderia causar uma nova crise financeira e econômica global.

 

Fonte: DW.DE

14 Comentários

  1. ja falei aqui que quando uma arvore grande cheia de cupins e parasitas sionistas cai na mata ,abre uma clareira e com isso as outras arvores terao força para crescer sao nessas dificuldades que nasce a esperança de o mundo viver sem esse estado sionista nazista dando de controlar e destruir povos espalhados pelo planeta para poder continuar consumindo com se fosse o unico ,mas para sustentas esse estados unidos precisamos de mais uns 5 planetas , sao um bando de gafanhoto

    • Mas nao esqueça,o unico player que nao possui espirito de gafanhoto e´a russia,pois os chineses irao gafanhotar muito mais que os americanos, pode acreditar, sao gafanhotos NATOS, dos 5 animais que estao em vias de extinçao, 6 sao consumidos no mercado chines kkkk, consomem chifres,ossos ,fetos ,ovos e ate as fezes dos candidatos a extinçao,oque e´lamentavel pois todo ser vivo tem direito a vida , mas parece que a imensa maioria do macaco sem pelos Humus sapiens se acha o queridinho de GOD, se acham o supra-sumo da evoluçao, o fracasso humano sera´benefico para os irmaos de existencia !

  2. Ponto 1:
    A situação é grave mas tem solução econômica. Uma mais fácil, outra mais problemática. E solução tresloucada geopolítica.

    Ponto 2:
    Todas as consiiderações a seguir são emergênciais, seja qual for.

    Ponto 3:
    Solução mais fácil e garantidora do status quo americano atual – aumento do teto da dívida, com tudo voltando ao que era antes – uma montanha virtual de trilhões de dólares, com os USA podendo gastar artificialmente e continuando dando rédeas curtas ou flouxas para a economia dos outros países.

    Ponto 4:
    Solução problemática – abandono do dólar atual, e criação de um Dólar Novo lastrado, não por papéis, mas novamente pelo ouro. Qual o problema? Facilitará a implantação da moeda do BRICS também lastreada em ouro. E neste caso quem tiver mais ouro tem mais crédito a oferecer., ou seja, mais Poder. Nesse panorama, os USA ainda se manteriam como superpotência dominante somente até o sucateamento ou desativação progressiva do seu atual complexo bélico. Ou seja (mais uma vez), seus dias de ainda dominador estariam perfeitamente calculados. E sem a necessidade de nenhuma guerra sua liderança atual seria naturalmente dissipada. Bom para o mundo democrático, mas triste para os americanos saudosistas de sua outrora e atual mascarada oligarquia internacional.

    Ponto 5:
    Nem uma coisa ou outra acima, mas… lideranças americanas, políticas e militares, desconhecedoras das possibilidades econômicas (até mesmo da mais simples de todas que seria seguir com o eterno endividamento crescente americano, Keynisiano) e desesperadas por solução, se atiram a uma atitude não econômica, mas geopolítica, dão inicio a uma operação de destruição da concorrência por quebradeira geral, o que inclui a possibilidade de enfrentamentos militares. Pois na falta de uma moeda substituta pronta para o dólar, o mundo se veria apenas com sua moeda para trocas e garantias, o que respaldaria mais emissão em grande quantidade da mesma. E mais uma vez, todos estariam bem controladinhos pela economia americana.

    Ponto Final:
    Espero que a luz do bom senso não se apague…
    O melhor é o teto da dívida ser aumentado agora, e no curto ou médio prazo, ser criado o Dólar Novo. E então ser feita a sua adaptação a uma nova ordem econômica mundial, na qual há uma moeda internacional de emissão compartilhada.
    Assim, não teremos destruição da atual economia americana, e nem de outras tantas mais por várias ações estupidas e desesperadoras.



    Off topic… duas pragas destruidoras e idiotas que nosso país teve, e nunca são mencionadas: Delfin Neto e Mario Henrique Simonsen… Economista tem que ser que nem técnico de futebol… perdeu, sai fora. E esses dois ficaram e ficaram a frente de nossa economia fazendo um tremendo dum estrago. Mas isso são outras conversas.

    • Acredito, mas não posso provar, que a opção número 4 seria inviável aos EUA.
      O retorno ao padrão ouro, que países como Alemanha não escondem a simpatia, talvez não possa ser adotada pois não há ouro suficiente nos EUA para sustentar o Dólar. Aliás, a coisa de 1 ano atrás a Alemanha pediu aos EUA que devolvesse seu ouro que estava depositado lá desde a Guerra Fria. Porém, um processo de postergação de resposta foi iniciado pelos EUA, dando espaço para que se especulasse a existência ou não deste ouro. Trocando em miúdos, os EUA teriam usado o ouro alemão sem o conhecimento deste. Não sei em que pé está esta situação agora, mas a atitude norte-americana foi bem estranha.

      • Segundo Antasl Fekete, um economista premio Nobel, escola austriaca, nao foi Alemanha que pediu, EUA “pediu” para Alemanha pedir de volta seus ouros. E para Alemanha vender ouro em grande quantidade para depreciar seu valor e assim garantir a posicao do dolar. O s artigo de Antal Fekete pode ser lido em seu site. Just google Antal Fekete, popular writings.

      • Caro “Grupo Walfredo”,
        O lastro tem que ser de alta liquidez, baixa perecividade e fácil trasportabilidade = ouro.
        Imagina como guardar sacas de açúcar num cofre, e transportá-las prá cá e para lá, com um prazo de conservação tão curto?
        Qual a durabilidade, reatividade com outros elementos, do nióbio, prata etc?

        Outro lastro material é possível além do ouro?

        Sim…
        Um grande poder bélico´… é justamente com esse lastro ameaçador que os americanos têm (safadamente) garantido a artificialidade de seus títulos de valores.

      • É evidente que o lastro continua no mesmo lugar, só o título circula.

        O referido título já existe, chama-se
        Certificado de Depósito Agropecuário.

        http://www.elenyforoni.com.br/wa.html

        Para petróleo e minerais é a mesma regra.

        O interessado compra os títulos e os vende quando encontra momento e preço adequado. Seu valor flutua de acordo com a commodity.

        Se o interessado quiser trocar o título pelo produto, ou seja, resgatar seu conteúdo.
        Apresenta o título ao responsável pelo depósito e paga os custos de exportação e transporte.

  3. Outra solucao proposta. Impor uma taxa alta de imposto a todo capital retornado exterior daquelas corporacoes norte americana que transferiram a producao industrial para paises onde a mao de obra e mais barata. O resultado seria reinvestmento na producao industrial norte america e consequentemente desindustrializacao na China. E claro reduzir o valor da mao de obra norte americana como incentivos as empresas.

  4. por LUCENA.
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    Nada é por acaso que esta crise é uma pedra já cantada pelas teorias conspiratória a tempos.
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    Se alguém falasse a 50 anos atrás que a economia mundial teria uma crise de sistema,onde o próprio capitalismo terá que ser revisto,muita gente iria torcer o nariz e até hoje, muita gente que acham que a economia americana é bem sólida, ainda quebra a cara quase semanalmente com novas notícias de crise que vem de lá.
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    O mundo sempre se vê em situações de crise advinda dos EUA,alás eles ultimamente são mais problemas do que soluções,basta verificar nos últimos 50 anos as diabruras do governo americano em que colocou o mundo ou pate dele em estado de aleta máximo;só nos filmes é que os americanos salvam o planeta más na vida real é diferente e bem diferente.
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    As hegemonias americana acabou,os EUA se sair desta crise, com certeza não terá a mesma força hegemônica como antes,o mundo será multipolar ou seja,no bairro haverão outros bad boy e alguns de olhos puxado,por sinal.
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    Os barões da jogatina internacional já começaram outra fase de jogo onde o tio Sam e os demais países deverão ter mais jogo de cintura,onde a liberdade civil será completamente avassalada pela truculência do capitalismo selvagem;onde consumir é a unica maneira de salvação;basta observar no que se prega nos templos de muita igrejas pentecostal; onde se prega a teologia da prosperidade.
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    O sistema está impregnados de pessoas que se prostituiu pelo poder de um sistema do capitalismo selvagem pelo qual se destroem mentes e corrompe corações.
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    Esta perto da separação do joio do trigo,o ceifeiro já está às portas e separará os bons e os maus.
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    Os bons no paraíso ao lado dos santos e os políticos safados,a agiotagem internacional e americanófilos no mar de enxofre com muito fogo onde rangerão os seus caninos !

  5. O Brasil é o terceiro país que mais empresta dinheiro aos EUA, atrás da China e Alemanha, e como premio somos vigiados (espionados) por eles os americanos e seus parceiros de primeira grandeza, como Canadá, Inglaterra, Austrália, e Nova Zelândia. Algo tem que mudar e com muita rapidez, para não ficarmos dando uma de palhaços, e tomarmos prejuízo com o Tio Sam.

  6. 50 anos atras, o entao marxista lyn marcus hoje extremista de direita Lyndon LaRouche estava escrevendo artigos em jornais explicando as razoes por que uma crise economica no sistema capitalista era eminente ja em 1957. Tom Kemp. Geoff Pilling, Gerry Healy do Socialist Labour League, do qual fui membro na decada 1970, estavam escrevendo desde os fins da decada de 1950 centenas de paginas anunciando a crise economica que culminou na decada 1970. O pessoal que segue corrente de economica politica chamada Escola Austriaca vinha fazendo o mesmo. Para os marxistas, crise economica e inerente no sistema, um periodo de expansao economica sempre e seguido de um periodo de contracao. A solucao parta uma crise economica e sempre as custa dos trabalhadores, aperto do cinto, Enquanto a classe operaria aceitar pagar prela crise, aceitar apertar o cinto nao existe crise final para o sistema capitalista.

    • JOJO, contas de botequim… crise só existe onde se gasta mais do que se arrecada ou onde o governo lhe rouba através da desvalorização do dinheiro que vc recebe em pagamento por serviços ou bens… ou seja, tanto em um como em outro caso, o culpado é sempre o governo que arrebenta com o contribuinte e não o sistema financeiro que tem regras claras para quem nele adentra… é jogatina ???… é claro que é… mas não há inocentes entre quem investe em ações, por exemplo… quem fabrica as crises são os governos que deixam a conta para a parcela mais pobre da nação pagar… simples assim… e olha que nem economista sou… rsrsrsrsrsrs…

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