Brasil e Alemanha preparam resolução contra espionagem

 Proposta para coibir “ingerências arbitrárias” e violações do direito internacional poderá ser adotada até o fim do ano. Informações vazadas revelam que Dilma e Merkel foram espionadas pelos americanos.

O Brasil e a Alemanha apresentarão na próxima semana uma proposta de resolução para que a Assembleia Geral da ONU se pronuncie contra a espionagem e em defesa da proteção da privacidade e das comunicações. Segundo fontes diplomáticas que confirmaram a informação nesta sexta-feira (25/10), as primeiras conversas começaram meses atrás, quando estourou o escândalo de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla original) americana.

“Diplomatas brasileiros e alemães encontraram-se hoje [sexta-feira] com colegas europeus e latino-americanos, a fim de discutir uma minuta de resolução”, afirmou a fonte.

A primeira minuta deve ser distribuída entre os Estados-membros das Nações Unidas antes de 1º de novembro. O objetivo é que a proposta seja aprovada até o fim de dezembro pela Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU, que debate temas ligados à proteção e promoção dos direitos humanos. Em eguida, o texto será encaminhado ao plenário, para ser submetido à votação e eventualmente adotado até o Natal.

Recado indireto

A proposta de resolução fará menção ao Artigo 17 do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 1966, o qual estabelece que “ninguém será objeto de ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida privada, sua família, seu domicílio ou sua correspondência, nem de ofensas legais à sua honra e reputação”. Essa passagem deve ser expandida para também incluir questões ligadas à internet.

Com a medida, os governos envolvidos pretendem mandar um recado “àqueles países que abusam do sistema” – os Estados Unidos não deverão ser diretamente mencionados na minuta. “Essa resolução provavelmente contará com um grande apoio na Assembleia Geral, já que ninguém aprova a espionagem da NSA sobre eles”, avaliou um diplomata de um país ocidental na ONU.

Além dos limites

Acusações de que a NSA monitorou tanto milhares de telefones franceses quanto o celular da chanceler federal alemã, Angela Merkel, causaram indignação entre os europeus. Na última sexta-feira, a Alemanha disse que na próxima semana enviaria chefes de seu serviço de inteligência a Washington, visando obter respostas da Casa Branca. Em conversa por telefone com o presidente americano, Barack Obama, Merkel afirmou ser “totalmente inaceitável a espionagem entre amigos e aliados”.

A magnitude da espionagem dos EUA sobre seus cidadãos e governos estrangeiros foi trazida a público meses atrás, através de documentos vazados à imprensa pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden. As revelações suscitaram críticas de diversos países, como o Brasil e o México, e mais recentemente de líderes europeus. O jornal britânico The Guardian revelou nesta sexta-feira que os EUA chegaram a espionar 35 líderes mundiais.

Diante da suspeita de que teria sido alvo de espionagem dos americanos, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, usou o a abertura da Assembleia Geral da ONU, em setembro, para acusar os Estados Unidos de violação dos direitos humanos e do direito internacional. Dilma reiterou nesta semana sua proposta de adotar na ONU um marco global para proteger a privacidade na internet, a qual, disse, não deve ser enfraquecida em nome da luta contra o terrorismo.

MSB/efe/afp/rtr

 

Fonte: DW.DE

18 Comentários

  1. Sei os EUA vão muito bem respeitar essa minuta !
    O BRASIL que trate de cuidar de sua própria segurança,pois as resoluções da ONU são iguais promessas de políticos, não valem nada !

    • (Peço permissão aos moderadores para responder ao Cesar Pereira questionamento de post anterior).

      Prezado Cesar,

      Inicialmente quero me desculpar por responder-lhe após mais de 48horas de sua indagação. Permita-me explicar, isso não ocorre porque me silencio diante de questionamentos ou porque corro do debate.

      Ocorre que atualmente estou realizando um trabalho de coordenação/supervisão de projeto em São Paulo e tenho residência fixa em Curitiba, em paralelo, me especializo de terças às quintas feiras. Então, me dedico mais a ler o PB que comentar (quando sobra um tempinho me arrisco a trocar umas “farpas” com os especialistas de plantão – rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs).

      Vou todos os fins de semana para Curitiba de ônibus onde tenho além de esposa, uma filha (23), filho (7), e uma neta (3) e nos finais de semana meu tempo é praticamente dedicado a eles (sabe como é né, tem que dar assistência), detalhe, me tornei avô aos 42 anos.

      Enfim, voltando às previsões (srsrsrsrssrsrsrsrsrs).

      Desde que a URSS entrou em colapso, os EU tomaram algumas ações por pura pré-potência que resultou na crise atual que é muito mais de cunho prático que político/econômico. Abusaram do poder, tanto que muito de seus “colaboradores/aliados/alinhados se sentem ameaçados pela hegemonia americana. Em paralelo, algumas nações cresceram (China principalmente) e outro velho rival voltou à cena (Rússia).

      Todos sabemos que a supremacia americana na área militar é inquestionável, mas, atualmente mesmo esse poder (que poderia segurar todas as demandas americanas) está sendo posto a prova. Como por exemplo, a China de 10 anos atrás não conseguiria negar suas águas aos marines, atualmente os EU já não navegam tão tranqüilos, alguém duvida (com 100% de certeza) que os chineses poderiam mandar a pique as propaladas 100T de diplomacia?

      Quanto a ser uma ameaça aos colaboradores/aliados/alinhados, Os EU já não são o porto seguro dos investimentos internacionais (porém atualmente não há “outro”) e num médio prazo se transformará num grande foco de dúvidas, e com seu poder militar muitos se sentirão “coagidos” a continuar investindo por lá, mas, isso não se dará mais de forma “natural”, consequentemente, o dinheiro não será suficiente.

      Imagina todos esses problemas mantendo toda a capacidade bélica americana, todo o peso diplomático (é ou não é perturbador?). Imagina todos os países que possuem bases americanas em seus territórios sentindo toda essa diplomacia.

      Os ditos países amigos já não são os principais colaboradores, os maiores credores da atualidade tem “somente” interesses econômicos e com essa babaquice Obama/congresso já vão naturalmente tirar o pé, mais uma dessas (falta de consenso) e a coisa vai ficar preta de verdade.

      Eu (novamente visão minha e não sou nenhum especialista ou profeta do apocalipse) acredito que em no máximo em três décadas o império americano já não existirá (como o conhecemos) e que num futuro próximo haverá uma liga de nações dominante (da qual os EU com um peso bem inferior ao atual “poderá” fazer parte).

      Grande abraço.

  2. então mas, os intelectuais de direita alias da suposta direita assim achavam eles
    disseram para os quatro cantos que apenas o brasil iria ficar ressentido com os yankes
    mas parece que a união europeia começa a acordar ,os seus governos já percebem que a otan é apenas uma desculpa gringa de ocupação da europa e essa nsa é a continuação da ocupação de um modo mais escarmotiado
    cade suposta direita de subintelectuais de meia pataca vocês não percebem geopolítica na frente do nariz de tucano ops de pinoquio
    chupa anti brasil ,quem torce contra a própria raça não passa de um enrustido de um traidor

  3. É, porque acordos internacionais são perfeita e totalmente observados e respeitados pelos países e superpotências do mundo… Só que não.

  4. por LUCENA
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    “Diplomatas brasileiros e alemães encontraram-se hoje [sexta-feira] com colegas europeus e latino-americanos, a fim de discutir uma minuta de resolução”
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    Se me lembro bem,quando a dilminha foi fazer o seu pronunciamento na ONU,os europeus ficaram todos caladinhos,foi como s a dilminha estivesse pregando no deserto para gafanhotos…rsrsr
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    Até a turma do “espiona que eu gosto”(os americanófilos),em peso criticavam-na por isso e como sempre adoram fazer,puxava para a temática da bisbilhotice americana,os bolivarianos,o ParTido e ressuscitavam o Karl Max,como sempre…e agora!
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    A Alemanha e assim como muitos governo que fazem coluio com o governo pária americano,deveriam imaginar que as suas ações satânica nem respeita os direitos individuais dos seus cidadãos.
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    Se esse descaramento fosse feito pelos malvados de olhos puxados do dragão e os beberrões do gelo, contra a vaca sagrada e os europeus,as críticas destes bem como os vira-latas do tio Sam iriam clamar por ética, moral o quê mais os hipócritas iriam evocar más agora,é a Alemanha….aquela que sempre reconhecida pela sua Realpolitik.
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    E são essas coisas que me levam a afirmar que;político safado e americanófilos,são tudo farinha do mesmo saco,independentemente se são sionistas ou não

    • Porque será que ninguém mais presta atenção em suas esquerdopatices ???… rsrsrsrsrsrs… INSOSSO…

  5. Deve-se fazer em duas linhas, uma interna e outra internacional pra se defender das espionagens.. e mesmo assim acontecerão, mas em menor teor!

    Pra se vencer ou perder uma guerra um único “Cavalo de Batalha” não é melhor opção, existem N fatores, melhor ter varias alternativas pra se agir!

    Valeu!!

  6. Não existe esta estoria de mandar pararem…. temos é que resolver criando meios que impeçam, se não totalmente, o acesso à informação sensível.

    Vejam, os americanos disseram que os chineses tiveram acesso à informações sensíveis sobre o F-35…. as cartas estão na mesa. Ou aprendemos a jogar o jogo ou pedimos pra sair, simples assim.

  7. A esgotosfera governista, querendo justificar seus (gordos) patrocínios estatais, tem publicado que essa seria uma “estrondosa” vitória da diplomacia dos atabaques do Itamaraty que, supostamente, teria colocado o mundo inteiro contra os EUA e por tabela a Inglaterra. Ledo engano. Indubitavelmente Frau Merkel deseja dar um rcado inequívoco à Obama, mas certamente escolheu o meio que lhe convinha. Resoluções da Assembléia Geral têm a força de um traque de São João. Depois disso a Alemanha vai dar dar um tapinha nas costas de banânia e prossegir com seus negócios com os EUA.

    E falando em negócios os vazamentos do traidor Snowden fracassaram em seu objetivo principal que era inviabilizar a área de livre comércio EUA-UE. Os europeus já deixaram claro que as negociações vão continuar. E é sabido que quando concluída deixará “Uzbriqui” em má situação.

    • Poucas vezes vi um seu comentário assim ultimamente, com informação sobre algo de Geopolítico além do sólito patrulhamento… mostrou profissionalismo agora, dar alguma coisa além da retórica pra trazer consenso pra tua causa, diferente de quem só prega ódio por aí!

      Não é que um Bloco ganha e o outro desaparece… se for fazer união com a UE mesmo, bem, os dois tem mais é que fazer mesmo, são aliados de velha data, o Brasil já tem vários acordos com a UE em Bilateral, e até o Mercosul, alias o numero de empresas europeias no Brasil parece ainda maior que de americanas, pois envolve até empresas médias familiares belgas, italianas e Alemãs até onde sei, mas não parece haver uma estatística a respeito, pelo menos eu não encontrei!!

      Quanto ao Snowden, é traidor sim, mas o objetivo dele era mais um romantismo pela verdade, e suas informações foram bem mais valiosas do que isso aí de contra USA-UE… abriu os olhos de banania, precisa investir em contra informação ou vai perder muito, pois espionagem é pra isso mesmo, levar vantagem!!

      Quanto ao Snowden pessoalmente… agora que se vire na Rússia!

      Valeu!!

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