EUA, Reino Unido e França acusam Assad por fracasso nas negociações de paz

Após uma nova rodada de negociações de paz sobre a Síria terminar sem nenhum avanço concreto, os governos dos Estados Unidos, França e Reino Unidos acusaram o regime do presidente sírio Bashar al-Assad de travar as discussões em Genebra.

“Nenhum de nós está surpreso por as negociações estarem sendo complicadas. Estamos em um momento difícil. Mas todos nós deveríamos concordar que a obstrução por parte do regime de Assad tem tornado ainda mais difícil obter algum progresso”, disse o secretário americano de Estado, John Kerry.

Segundo ele, o governo bloqueia as discussões ao mesmo tempo em que intensifica os ataques contra a população, seja com bombas ou a obrigá-los a morrer de fome.

“Não há recesso no sofrimento do povo sírio. Por isso, as partes envolvidas e a comunidade internacional precisam usar esse recesso em Genebra para determinar qual a melhor maneira de usarmos esse tempo para encontra uma solução política para essa horrenda guerra civil.”

Os debates chegaram ao fim após os negociadores do governo se recusarem a discutir sobre a formação de um governo transitório.

Kerry pediu aos apoiam o regime de Assad para que o pressionem para que haja a criação de um governo de transição e fez um alerta, dizendo que eles terão de lidar com as responsabilidades “se o governo continuar com sua intransigência nas negociações e com suas táticas brutais no front.”

Sem data

Os debates que foram finalizados abruptamente neste sábado eram a segunda rodada das negociações de paz.

A primeira aconteceu em janeiro, também em Genebra, e teve como principal desfecho um acordo sobre um cessar-fogo na cidade de Homs, para que os civis que estava há meses cercados pudessem ser retirados.

Os tópicos para o terceiro round de negociações já foram definidos, mas ainda não há data marcada para que ele ocorra.

O fracasso nas negociações também foi criticado pelo ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague:

“A responsabilidade por isso (a suspensão nas negociações) recai totalmente sobre o regime Assad”, disse o chanceler, acrescentando que o impasse se deu por Damasco se opor à formação de um governo de transição.

O chanceler francês, Laurent Fabius, disse que o governo sírio “bloqueou qualquer progresso na tentativa de se criar um órgão de transição e ampliou seus atos de terror contra a população civil.”.

Já o principal negociador do governo sírio, Bahsar al-Jaafari, disse que o terrorismo (como o regime de Assad costuma descrever as ações dos rebeldes) precisa ser amplamente discutido antes de se tratar de qualquer outro ponto.

Pedido de desculpas

O mediador da ONU para o conflito sírio, Lakdar Brahimi, se desculpou aos sírios pelo fracasso das negociações.

Segundo Imogem Foulkes, correspondente da BBC em Genebra, toda a frustração do mediador ficou clara quando ele descreveu a fixação tanto do governo como da oposição por seus “assuntos de estimação”.

Os opositores sempre insistiram que o um governo de transição deva ser discutido, enquanto o regime quer falar sobre violência e terrorismo.

“A discussão sobre esses dois temas tem impedido as partes de discutirem qualquer outra coisa: até sobre pequenas medidas que poderiam levar algum alívio para o povo Sírio”, diz Foulkes.

Enquanto o impasse perdura, os conflitos continuam na Síria, onde há relatos de ataques neste domingo na cidade de Yabroud, na fronteira com o Líbano.

Mais de 140 mil pessoas já morreram na guerra síria, desde seu início, em 2011. Mais de 5 mil foram mortas desde o início das negociações de paz, em 22 de janeiro, segundo um grupo de monitoramento do conflito.

A ONU afirma que 9,5 milhões de sírios foram obrigadas a fugir.

Fonte: BBC Brasil

8 Comentários

  1. A NOVA GUERRA FRIA EUA-RUSSIA

    Conheçam a nova guerra (fria), igual à velha guerra (fria). Mais do mesmo, só que diferente. Um dia, são as zilhões de implicações do movimento de “pivô” de Washington rumo à Ásia – para “conter” a China. Dia seguinte, o imorredouro esforço para meter a Rússia na gaiola. Uma emoção por minuto, sem parar, no Novo Grande Jogo na Eurásia.

    Contra a Rússia, agora, o desqualificar sem fim, sobretudo, de Sochi – que se pode atribuir à estupidez inerente dos “padrões” da imprensa-empresa ocidental corporativa – foi apenas um subenredo do show principal, que sempre vira pessoal; o grande show, hoje, é a incansável demonização do presidente russo Vladimir Putin.

    Vitali Klitschko
    Mas o Nulandgate – a Secretária-de-Estado Assistente, Victoria “neoconservadora” Nuland e seu já famoso “Foda-se a União Europeia” – foi muito, muito mais sério. Não por causa da boca-suja e tom profano (Deus nos livre), mas por deixar ver o que a think-tankelândia dos EUA saudou como “um indicador do pensamento estratégico norte-americano.

  2. EUA, França e Inglaterra… justamente os que financiam os opositores (terroristas) ao regime de Assad… uma piada de muito mau gosto!
    Terminar com o conflito é simples, basta que estas potências retirem o financiamento aos insurgentes (chechenos, afegãos, paquistaneses, lituanos, talibãs etc..etc..) dentro da Síria e os mande cair fora…
    Talvez estejam querendo que a Síria “caia na real” e aceite ter os mesmos exemplares novos regimes implantado no Iraque, Líbia e Afeganistão …. e a ONU pra variar muda e senil !
    Abraços,

  3. E porque o Assad deveria sair?? Não vejo a autoridade de ninguém pra exigir que saia do poder… faz bem ele destruindo todos esses terroristas financiados pelos USA, Europa e lacaios locais!!

    Não precisa de paz não Assad, continue mandando os terroristas pro colo de Allah o Grande!!

    Valeu!!

    • Embora eu seja contra esses terroristas meu caro Francoorp, Asad tem de sair sim! Ele é um ditador que herdou a presidência do seu pai. Os Sírios devem ter a oportunidade de escolher o seu líder em eleições limpas e abertas, supervisionadas pela ONU. Se Assad quiser que se candidate.

      • Caro HMS_TIRELESS, tb sou totalmente contra ditaduras ou governos totalitários mas tirar o Assad agora só iria bagunçar ainda mais a região pois certamente tentariam colocar no “trono” algum cabeça de bagre a serviço dos “aliados” que transformaria a Síria em outra Líbia ou Iraque…. e ONU não serve pra nada, a não ser concordar com com as diretrizes de seus países “mandantes”.
        Agora falando de ditadores ou déspotas, qual a diferença entre um déspota que herdou o trono (e toma conta de seu quadrado) de outros que “democraticamente” foram colocados nos tronos e que intervém, matam, financiam terroristas, derrubam países, quebram economias e o escambau… ?? É isso que desestabiliza o mundo pois uma grande parcela da população mundial acaba apoiando ou simpatizando com o que está errado porque quem deveria dar o exemplo esta mais errado ainda! Tipo os que querem o retorno do regime militar no Brasil por conta da bagunça que aí está!
        Abraço,

      • HMS,

        E não é o ocidente quem tem o poder ou moral pra dizer se ele fica ou não no poder, e que a Síria tem que ir ao voto, é o povo sírio que tem que pedir… e ninguém ouve isso, ainda mais agora com toda essa guerra pra colocar uma ditadura islâmica no poder da síria!!

        E enquanto ele estiver no poder não veremos ditadores terroristas pegarem o poder, pois eles não imporiam democracia alguma!!

        Tem que continuar no poder até acabar essa guerra civil e a reconstrução, e se o povo sírio quiser democracia, bem, que vá as ruas e peça isso, o Ocidente não tem moral pra pedir isso ou impor isso, é um problema interno deles!

        Continua matando tudo Assad… manda todos pro paraíso das 70 e tantas virgens!

        Valeu!!

  4. Só os idiotas, leitores de O Globo, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Veja, Época e outras edições assemelhadas compram essa versão acima. Quem conhece do riscado geopolítico sabe que as iniciativas diplomáticas foram desde o início torpedeadas pela Arábia Saudita, EUA e UE… Fosse séria a iniciativa não teriam excluído o Irã…

    Basta pensar para entender…
    Mas…
    Quem disse que coxinha pensa?

Comentários não permitidos.