Russos desenvolvem fluido saturado de oxigênio para respiração debaixo d’água

Imagem meramente ilustrativa – Cena do filme The Abyss por James Cameron.

Método possibilita respirar debaixo d’água durante meia hora, em profundidades de até 500m, e será usado futuramente no resgate de tripulações de submarinos.

Cientistas russos começaram a testar em cães uma tecnologia de respiração que faz uso de um líquido saturado de oxigênio. O procedimento, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Científica de Medicina do Trabalho da Rússia, servirá para resgatar a tripulação de submarinos em grandes profundidades. 

A técnica consiste em preencher os pulmões com um líquido especial, que passa para o sangue e permite o fornecimento do oxigênio ao organismo.

“Nos testes, colocamos um dachshund com o focinho virado para baixo em um grande recipiente de vidro com água. Pensei: para que ficar judiando do animal, ele vai acabar se afogando agora. Mas nada disso. Ele permaneceu debaixo d’água durante 15 minutos”, disse ao jornal “Rossiyskaya Gazeta” o cientista Ígor Tcherniak, que presenciou o experimento.

“Quando foi retirado, ele estava um pouco abatido, disseram que era devido à hipotermia, mas, depois de alguns minutos, recuperou-se completamente”, acrescentou o especialista.

Para conduzir o experimento, no entanto, foram criadas para os animais câmaras hidráulicas especiais de alta pressão.

“Na etapa atual, os cães podem ficar debaixo d’água durante meia hora, a uma profundidade de até 500 metros. Todos os animais permanecem saudáveis e toleram bem a imersão”, explica Vitáli Davidov, diretor-geral adjunto da Fundação de Pesquisa Avançada, organização responsável pelo financiamento do projeto.

Apesar do sucesso dos testes, algumas questões continuam a desafiar os pesquisadores, entre elas a busca por uma fórmula adequada para o líquido, a determinação de como introduzir e retirá-lo do organismo. A principal dificuldade, porém, está na superação psicológica, pois, para respirar debaixo d’água, é preciso inspirar o líquido voluntariamente.

A expectativa é que futuramente a tecnologia permita aos submarinistas subir rapidamente para a superfície sem gerar problemas relacionados à descompressão. A tecnologia poderá ser utilizada também por pilotos e astronautas.

Com materiais da agência de notícias TASS e do jornal Rossiyskaya Gazeta

ANNA TRETIAK

Edição/Imagem: Plano Brasil

Fonte: Gazeta Russa

9 Comentários

  1. Segundo o GENEROSO PATRIOTA me ensinou, tudo o que os russos desenvolvem, eles conseguem dos americanos, por meio de espionagem. Então, essa tecnologia deve ser americana.

  2. Isso é coisa velha e se chama Perfluorocarbono Oxgenado. Alguém aqui ainda não viu a famosa foto do ratinho com um peso preso ao rabo imerso em um copo Becker respirando o tal liquido? Isso é coisa da década de 1960. Os perfluorocarbonos são líquidos derivados dos fluorocarbonetos, muito semelhantes a hidrocarbonetos cujas moléculas de hidrogênio foram substituídas por moléculas de flúor. Com características semelhantes às da água, são incolores, inodoros e insípidos. São quimicamente estáveis, têm baixa tensão superficial e sua densidade é maior que a da água. São excelentes carregadores de gases como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e dióxido de carbono. Relatos preliminares revelam que o perfluorocarbono pode ser utilizado com segurança em humanos. Apesar dos inúmeros avanços ocorridos na utilização da ventilação líquida, seu emprego ainda é limitado por diversos fatores, destacando-se entre eles o elevado custo. Sua utilização está restrita a poucos centros de pesquisa, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá.

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