DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez ontem um discurso em tom de desabafo em que criticou a impunidade no Brasil e afirmou que o “povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele” próprio.
“Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro”, afirmou.
O tucano fez o discurso no lançamento de um programa estadual que auxilia prefeituras a disponibilizar portais de acesso a informações públicas. Começou dizendo que grandes casos de corrupção foram descobertos por acidente. “O controle é zero.”
“O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patrimônio e não acontece nada. E o coitado do honesto é execrado. É desolador.”
As críticas de Alckmin foram feitas em frente ao chefe do Ministério Público de São Paulo, Márcio Elias Rosa, e do corregedor-geral da Administração do Estado, Gustavo Ungaro, representantes dos dois principais órgãos paulistas de combate à corrupção.
A situação causou constrangimento entre aliados, já que o tucano não dirigiu suas críticas a uma esfera específica de Poder nem isentou o próprio governo dos ataques.
O governador não poupou sequer o programa que estava sendo anunciado. Criticou as fundações do governo que receberam para desenvolver o sistema. “Não deviam cobrar nada, isso é obrigação.”
Alckmin acusou também a existência de uma “grande combinação” que impede que dados sejam disponibilizados. “Salários, ninguém põe na internet, porque o sindicato pediu liminar. ‘Olha eu gostaria de pôr, mas a Justiça proibiu'”, ironizou.
O Legislativo de São Paulo, de maioria alckmista, se enquadra no ataque –não divulga salários por decisão judicial obtida por servidores.
Alckmin criticou ainda a morosidade do Judiciário. “A corrupção, o paraíso é o Judiciário. Todo mundo diz: ‘Na hora que for para Justiça vai resolver’. Vai levar 20 anos.”
O tucano não atendeu a pedido de entrevista e deixou o evento sem comentar a fala.
Do UOL, em São Paulo
“Em 2005, quando a imprensa dizia que o governo Lula tinha acabado, eu decidi: não vou fazer como Getúlio, que deu um tiro na cabeça”, disse Lula para um plateia cheia no CCSP (Centro Cultural São Paulo), na zona sul da capital paulista.
O livro, lançado pela editora Boitempo, é uma coletânea de artigos organizada pelo sociólogo Emir Sader. No evento, Lula disse que decidiu não ser o autor da obra porque não poderia contar tudo o que aconteceu em seu mandato.
“Todo presidente escreve seu livro, e eu fiquei pensando: nenhum presidente pode escrever um livro de verdade porque um presidente não pode contar tudo o que aconteceu no seu mandato”, disse Lula, no evento. “Então eu decidi não escrever o livro. Fizemos um livro que não é meu, mas que tem uma entrevista minha.Se não seria uma biografia meia-boca”, completou.
Sinceridade
Em uma declaração na mesma linha, na semana passada, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),fez um discurso em tom de desabafo em que criticou a impunidade no Brasil e afirmou que o “povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele” próprio.
“Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro”, afirmou.
14 Comments