Operação testa novo modelo de combate

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Avanço militar terá de ser combinado com treinamento de forças locais

NYT

De todas as batalhas que devem ocorrer nos próximos dias, ninguém duvida que as tropas americanas e afegãs que se infiltrarão no reduto do Taleban, em Marja, conseguirão limpar o local de insurgentes. E é aí que o teste real começará.

Durante grande parte dos últimos oito anos, soldados dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) lançaram amplas ofensivas para retirar os insurgentes do Taleban de cidades e vilarejos.

Depois de atingir o objetivo, porém, quase sempre eles foram embora, sem nunca deixar para trás soldados ou policiais suficientes para fazer a segurança sozinhos. Por isso, quase sempre, o Taleban retornou – e, uma vez após a outra, também retornaram os soldados dos EUA e da Otan para tomar o controle da região de novo. Desta vez, em Marja, comandantes americanos e afegão afirmam que farão algo que nunca fizeram antes: estabelecer um governo e uma força policial depois que saírem.

Mais de 1,9 mil policiais estão preparados para ficar e um governador afegão para a região está pronto para assumir o poder assim que o tiroteio acabar. Montar um governo estável no país, porém, não será fácil. Por todo o Afeganistão, o Estado e a polícia são conhecidos por sua ineficiência e corrupção.

A iniciativa em Marja deve servir como protótipo para um novo tipo de operação militar, com base no pensamento de contrainsurgência proposto pelo general Stanley McChrystal, comandante das forças americanas no Afeganistão. Pela primeira vez desde 2001, soldados dos EUA e da Otan deixarão de ter como prioridade matar insurgentes e terão como objetivo poupar civis e construir um Estado afegão.

Os riscos dessa estratégia são altos. Oito anos após ser expulso de Cabul, o Taleban tem lutado com mais vigor e está presente em um número maior de regiões. Além disso, os insurgentes contam com “governadores fantasmas” em todas as províncias do país.

Poupar vidas civis pode não ser tão fácil, especialmente nas batalhas que estão por vir. Centenas de combatentes do Taleban estão na região e o trabalho dos soldados pode ser mais complicado do que o previsto.

A preocupação entre os aliados é que um grande número de civis seja morto e o governo do presidente Hamid Karzai retire o apoio à ofensiva. No entanto, um dia a operação acabará e, quando isso ocorrer, os EUA deverão estabelecer objetivos menos dramáticos e mais ambiciosos do que apenas o combate.

Fonte: CCOMSEX

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