EUA preparam nova proposta para fornecer combustível nuclear ao Irã

http://www.polianna.com/2005/08/images/iran-next.jpg“Se o Irã sente ter uma necessidade específica, desejamos nos envolver de forma construtiva e tentar identificar formas pelas quais a comunidade internacional e os EUA podem responder a essa necessidade”, afirmou o porta-voz P.J. Crowley., acrescentando que a nova oferta será entregue à Agência Internacional de Atômica.

A medida pareceu ser uma resposta ao anúncio feito pelo Irã de que se encarregará de seu próprio enriquecimento de urânio a 20% para conseguir combustível para produzir os isótopos. Os EUA e outros países questionaram a motivação iraniana para esse enriquecimento, dizendo que a medida aumentava a habilidade iraniana para produzir combustível para uma arma nuclear.

Atualmente o Irã enriquece urânio em um nível de 3,5%, mas são necessários 20% para o funcionamento do reator nuclear de Teerã, desenhado para produzir os isótopos para fins medicinais. Para construir uma bomba atômica, é necessário ter urânio enriquecido em ao menos 90%.

“A decisão do Irã de melhorar seu processamento para 20% é desnecessária”, afirmou Crowley. Segundo ele, a compra de isótopos diretamente de países que já os produzem seria a forma “mais rápida e barata” de o país obter o produto. Crowley afirmou que, pela proposta que será entregue à AIEA, a comunidade internacional “facilitará a obtenção pelo Irã de isótopos médicos a partir de outros países”.

A nova oferta dos EUA ocorre quando Washington e outros países estão se direcionando para impor sanções mais duras contra o país por seu programa atômico, que consideram projetado para obter uma arma nuclear. O Irã nega a acusação, dizendo que seu objetivo é civil, para produção de energia elétrica.

Na terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, disse que novas sanções deverão ser impostas em breve ao país. Obama disse que a recusa iraniana em aceitar um acordo de troca de combustível mediado pela ONU indicava a intenção do país de construir armas nucleares, apesar da insistência da República Islâmica de que suas atividades atômicas visam somente à geração pacífica de eletricidade.

Impasse

O chefe da Organização Iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehi, disse nesta quarta-feira que um acordo para a troca de combustível nuclear com o Ocidente ainda é possível.

Ao mesmo tempo, porém, Salehi pareceu reiterar uma exigência iraniana de troca simultânea de combustível em seu território, o que potências ocidentais não aceitaram em negociações anteriores. Elas querem que Teerã primeiro envie a maioria de seu urânio de baixo enriquecimento ao exterior para depois receber material altamente enriquecido em troca.

Salehi disse que o urânio iraniano pode ser lacrado e colocado sob custódia da AIEA no país até que a República Islâmica receba o combustível que precisa para um reator de pesquisas médicas.

Sugestão Gérsio Mutti

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Fonte: Último Segundo

2 Comentários

  1. “O Irã quer que a troca seja feita em seu próprio território, argumentando que se embarcar todo o urânio enriquecido que tem, não terá garantias concretas de que esse urânio será realmente devolvido. O Irã afirma isso baseado em violações contratuais cometidas pelos países ocidentais em várias negociações anteriores com o país.”

    “O reator de pesquisa de Teerã está ficando sem combustível e, como o país já não confia mais na Agência Internacional de Energia Atômica para obter o combustível necessário, passou a enriquecer o urânio a 20% em seu próprio território,o Irã não pode esperar pelos países ocidentais “gastarem tempo” enquanto mais de 850 mil pacientes de câncer tem urgência em receber tratamento radioterápico..”

    “O Irã, por meio de Ali Asghar Soltanieh, seu representante dentro da AIEA, observa que o projeto tem sido objeto de avaliações e da fiscalização do organismo internacional, assim como destacou que a nova faixa de enriquecimento de urânio foi relatada à agência, que a aprovou.”
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    “…assim como destacou que a nova faixa de enriquecimento de urânio foi relatada à agência, que a aprovou.”
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    Sobre a frase em destaque, para que então AIEA? O EUA já decidiu e pronto! Cada vez mais, me lembra a historia do Iraque e sua armas de destruição em massa…

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