Brasil é um país estratégico no combate ao cibercrime mundial

553222_459083054164460_925867134_nRSA, empresa referência em segurança on-line, abre em SP seu terceiro centro de investigação.

No grupo dos dez mais visados no mundo em 2013, Brasil perdeu cerca de R$ 190 milhões em golpes on-line.

 

Stefanie Silveira

A RSA, divisão de segurança da multinacional de tecnologia EMC, inaugurou no Brasil o terceiro escritório de sua unidade de combate a crimes cibernéticos –os outros ficam nos EUA e em Israel.

Os “agentes secretos” da área de inteligência da empresa ficarão em Campinas, em São Paulo, cidade escolhida pela por concentrar atividades de pesquisa, diz Moran Adrian, 30, gerente sênior de soluções técnicas de projetos na área de gerenciamento de ameaças da RSA. Graduada em psicologia, Adrian estudou tecnologia de negócios e design de análise de sistemas pela Universidade de Nova York.

A equipe do Brasil vai se dedicar à investigação e reporte de fraudes on-line na América Latina. O grupo é uma extensão dos AFCC (sigla em inglês para Centro de Comando Antifraudes).

Adrian é israelense e trabalha no AFCC de Israel, onde são feitas as principais pesquisas contra crimes on-line no mundo. Segundo ela, o Brasil é um mercado estratégico e, por isso, cada vez mais atrativo para criminosos do mundo digital.

O Brasil no crime

O Brasil é a maior comunidade de crimes cibernéticos do mundo em se tratando de temas financeiros, gerando mais malwares do que o Leste Europeu, que é para onde tradicionalmente é desviado o dinheiro roubado.

Essa região [Leste Europeu] e a Rússia criam malwares bastante complexos e sofisticados para roubo de senhas e dados pessoais.

Submundo

A nossa área de gerenciamento de ameaças é composta por três grupos: antifraude, inteligência e pesquisa. São cerca de 150 analistas que trabalham em turnos, 24 horas, todos os dias. Já desmontamos cerca de 800 mil ataques em 187 países.

A equipe de pesquisa trabalha no controle de ameaças anti-trojan, e a de inteligência com agentes que atuam infiltrados na “deep web”, reconhecendo comunicações e mensagens de fraudadores. No centro de Campinas, os analistas fazem parte das duas últimas áreas. O principal objetivo é reunir dados sobre criminosos da região e suas especificidades.

Internet profunda

A equipe brasileira descobriu na “deep web” a primeira loja de números de cartões de crédito dedicada exclusivamente ao mercado latino-americano, com 60 mil unidades oferecidas e atualizada diariamente.

Outras descobertas incluem páginas para prática de “phishing” e o compartilhamento gratuito de geradores de números de cartões de crédito. Os números obtidos podem ser utilizados para fazer compras em lojas on-line que não validam o cartão no momento do pagamento. Havia, inclusive, uma oferta de gerador que vinha com uma lista de lojas brasileiras. Há um ano, foi encontrada uma campanha em um fórum secreto na Rússia que queria atingir cerca de 30 bancos dos EUA, em um único ataque.

Prejuízos bilionários

Foram registrados no mundo, em 2013, 450 mil ataques on-line, gerando perdas de US$ 5,9 bilhões. Colômbia e Brasil estão na lista dos dez países foco de “phishing”.

O Brasil foi alvo de 39% dos crimes praticados na região e teve perdas estimadas em US$ 86 milhões (cerca de R$ 190 milhões). A maioria dos malwares é direcionada para Windows, mas em 2013 achamos um trojan para Linux.

Fonte: Folha de São Paulo  

6 Comentários

  1. Também temos leis para proibir beijo em praça pública, ultrapassar sinal vermelho, etc, etc.

    De nada adiantam leis, se não temos um sistema que as faça cumprir, de forma igualitária e irrestrita.

  2. Cada vez mais me convenço de que não se sabe o que é realmente “estratégia”. É o único jeito de entender uma afirmação absurda como essa. Ainda mais depois de saber do engavetamento do projeto de proteção cibernética engavetado pela Dilma.

    O livro “A Arte da Guerra” não fala nada sobre Guerra, fala sobre Estratégia. Pense no livro, leia novamente, e vai entender o que estou dizendo! Quer livros sobre Guerra… sugiro a “Bibliex” (Biblioteca do Exército)… lá tem um bom acervo!

    O título correto seria “A Arte da Estratégia”…

    Estratégia tem a ver com coleta de informações, estudar o inimigo, projetar a vitória, antes mesmo que haja uma guerra a ser vencida!

    Não existe sequer um projeto sério para combater a pirataria de rua, de CDs e bugingangas… aqui no Rio, mesmo depois de inúmeras queixas de assalto no mesmo ônibus, no mesmo trajeto, aproximadamente na mesma hora, a polícia não se mobilizou…

    No caso da professora mantida refém no ônibus… quando o meliante estava se entregando, houve uma reação abrupta policial, e a professora foi morta… recentemente vi o caso de um estuprador que foi liberado na frente da vítima, na delegacia, e sumiu do mapa!

    Os absurdos são inúmeros!

    Não, o Brasil não é um país “estratégico” no geral, na verdade em quase nada!

    Não existe estratégia a curto prazo, isso é reação. Estratégia é a médio prazo, como o planejamento de uma operação policial (reação a assalto seria curto prazo, ou seja, reação, não estratégia… a estratégia aqui estaria no treinamento) por exemplo…

    O Pro-Alcool é um plano estratégico, e até hoje não levado a sério… embora inteligente e valiosíssimo. Em tempos de redução de emissão de carbono, e da moeda “Créditos de Carbono”, poderíamos acrescentar bilhões na balança comercial apenas alcançando metas ambientais.

    Mas isso não é interessante para as mentes que ajudam no governo da nação (aquelas que falam inglês nativo… e só dão sugestões políticas e diplomáticas, quiçá com algumas insinuações comerciais, através de emails e telefonemas privados).

    Isso aqui sim é estratégia. O Espião russo explica um plano de GERAÇÕES para desestabilizar uma nação… e não tem nada a ver com a espionagem tipo 007. É mais simples, e mais eficaz… e muito, muitíssimo interessante! MUDAR A PERCEPÇÃO DA REALIDADE

    http://bit.ly/QTjeqD

    http://bit.ly/QTjYMr

    Podemos dizer que a Alemanha Nazista, Roma Imperial, EUA, a Rússia Soviética, e vários outros exemplos interessantes se encaixam neste modelo.

    Definitivamente, nós não somos um país “estratégico”… embora o Brizola tivesse boas idéias sobre isso, em particular na área da educação!

    A única estratégia que vejo hoje no Brasil é estrangeira, no sentido de nos tornarmos cada vez mais próximos do Socialismo-Comunismo (por favor, deem uma boa olhada sobre isso no Wikipedia, em especial “Socialismo Nacional”, e vão descobrir coisas bem interessantes!

    Estamos reforçando laços com ditaduras sul americanas e com Cuba que caminham neste sentido, em lugar de buscar melhores exemplos para desenvolver relações, como Canadá, Suécia, Finlândia, Noruega, Alemanha, Austrália, Espanha, etc, etc.

    A estratégia que vejo aplicada, nos leva para um lugar muito, muito pior que onde nos encontramos hoje!

    🙁

  3. Em tempo:

    Não existe estratégia a curto prazo, isso é reação. Estratégia é a médio prazo, como o planejamento de uma operação policial (reação a assalto seria curto prazo, ou seja, reação, não estratégia… a estratégia aqui estaria no treinamento) por exemplo…

    no médio e no longo prazo… apesar das críticas os militares são treinados em estratégia… segue o texto:

    http://bit.ly/1mPLJTZ

    Manter um porta aviões inútil e caríssimo não é estrategicamente inteligente!

    Gastar bilhões na transposição de um rio, e não concluir a obra também não!

    Construir mais uma usina hidrelétrica num local que chove poucos meses por ano, também não!

    Cortar um bilhão do orçamento militar nacional, e fazer um empréstimo de 1Bi para Cuba também não!

    Criar um imposto sobre transações financeiras para criar fundos para investimento na área da saúde, e não criar mecanismos para impedir os desvios desta fortuna, ou punir quem se apropriasse dela indevidamente, também não!

    Aqui eu defendo o Palloci… lembro de uma discussão onde apesar de jornalistas, economista, os anjos, e até os mendigos dizerem que dava pra baixar a taxa em 5%, depois 4%, depois 3% pelo menos… ele com a maior cara de pau do mundo dizia… que bom… mas vamos baixar apenas 0.5% ou 1%.

    Para quem pegou a transição do governo militar para o civil como eu, deve lembrar que para ferrar com a economia a gente só precisava alavancar um comoditie, fosse café, gás, tomate, farinha de trigo, corante pra chiclete… qualquer coisa gerava pânico, e todo o esforço para organizar a casa ia pro brejo… tempo do famoso “over night” como aplicação financeira.

    O cara aplicava uma quantia hoje, espalhava um boato a amanhã, ou aumentava o preço das batatas, na cara dura… e em questão de dias, era milionário!

    O Palloci deixou a casa tão bem arrumada, parece que parafusou os armários no chão… mesmo diante da quebradeira geral mundial, realmente fomos pouco afetados… nossa economia não se “APAVORA” mais…

    Mas não há trabalho bem feito que não possa ser desfeito… o sujeito foi devidamente colocado no seu lugar (não, crucificado não… esse é o outro… o Palloci foi processado e expulso)… onde já se viu organizar tudo, e deixar as coisas claras!?

    Como é que a gente ia comprar a usina gringa com Palloci lá!??

    Pensando bem… começo a ver alguma estratégia de longo prazo nessa história! 🙁

  4. Tem a ver com um link que postei:

    O texto que segue ganhou bastante audiência na Internet, anos atrás, por ser atribuído ao humorista e escritor Millôr Fernandes, que até morrer cansou de explicar aos seus leitores que não era da sua autoria. Foi fácil aos internautas acreditarem que se tratava do filósofo do Méier, já que o próprio cunhou a frase

    “Bons tempos em que os três poderes eram Exército, Marinha e Aeronáutica”.

    Não sei de quem é o texto, mas obrigado assim mesmo… e quanto à observação acima… interessante, muito interessante! 🙂

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