Análise: Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA reforça importância da Autoridade Palestina

E.M.Pinto

O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, reforçou a posição dos EUA de que a Autoridade Palestina deveria liderar Gaza após o conflito com o Hamas.

Entranto Sullivan mas reconheceu a necessidade de uma significativa renovação dentro da entidade para assumir essa responsabilidade. Durante uma coletiva de imprensa em Israel, Sullivan destacou a importância de revitalizar a Autoridade Palestina em termos de governança e representação do povo palestino. Ele enfatizou que essa transformação exigiria esforços consideráveis, incluindo a cooperação do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Sullivan visitou Ramallah para se reunir com Abbas, indicando o compromisso dos EUA em fortalecer a Autoridade Palestina. Em discussões anteriores, um representante palestino sugeriu que a Autoridade Palestina poderia inicialmente preencher o vazio de segurança em Gaza, reativando cerca de 3500 ex-membros de suas forças de segurança. Esse número, parte de uma avaliação recente da Autoridade Palestina, reflete uma iniciativa encorajada pelos EUA para seu eventual retorno ao governo de Gaza, após perder as eleições para o Hamas em 2005.

Um alto funcionário do governo dos EUA afirmou que os esforços incluiriam o treinamento e a colaboração com as forças de segurança da Autoridade Palestina, que já demonstraram bom desempenho na Cisjordânia. O objetivo é utilizar essas forças para fornecer um núcleo de segurança nos meses seguintes à campanha militar em Gaza.

Sullivan criticou o Hamas por sua tática de usar escudos humanos, considerando isso um fardo significativo para as Forças de Defesa de Israel (FDI). A prática de esconder-se entre civis coloca um desafio incomum para os militares nos tempos atuais, conforme apontado por Sullivan durante a conferência de imprensa.

Quanto à duração do conflito, Sullivan esclareceu que tanto Israel quanto os EUA concordam que a luta contra o Hamas levará meses. Ele mencionou uma transição da fase atual de alta intensidade para operações mais precisas. Embora relatos sugerissem pressões da Casa Branca para encerrar a fase atual em semanas devido a preocupações com civis na Faixa de Gaza, Sullivan afirmou que durante suas reuniões com líderes israelenses, não ouviu argumentos que justificassem uma resposta imediata a essa questão hipotética.

A questão da distinção entre civis e combatentes, além da minimização de danos a inocentes, foi destacada durante as discussões. Sullivan afirmou que os líderes israelenses indicaram seu compromisso com esses princípios.

Quanto ao número de vítimas, o ministério da saúde controlado pelo Hamas em Gaza alegou que cerca de 18,7 mil pessoas foram mortas por Israel desde o início do conflito, a maioria sendo civis. No entanto, esse número não pôde ser verificado de forma independente, e há suspeitas de que inclua membros do Hamas e afiliados, além de civis mortos por foguetes palestinos falhados.

Sullivan encerrou destacando a cooperação entre Washington e Jerusalém nas discussões sobre o cronograma e a transição para as próximas fases do conflito. Ele enfatizou que os EUA não estão impondo soluções, mas sim trabalhando em parceria com Israel para encontrar uma abordagem que atenda aos interesses de ambas as partes.