A tomada de decisões da OTAN causa preocupação em Moscou, obrigando Rússia a tomar contramedidas, informou o presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo ele, os parceiros do Ocidente estão buscando um inimigo externo de propósito, a fim de manter disciplina nos seus países.
Ao comentar os eventos na Ucrânia e a reunificação da Crimeia com a Rússia, o líder russo declarou que as consequências poderão ser muito graves, caso os EUA e a OTAN apareçam na base militar-naval de Sevastopol.
“Muito graves, pois a própria base não significa nada. Gostaria de destacar um detalhe. Por que reagimos de maneira tão brusca à ampliação da OTAN? Estamos preocupados com a prática de tomada de decisões. Eu sei como as decisões são tomadas. Quando um país se torna integrante da OTAN, já é muito difícil para ele resistir à pressão por parte de uma grande potência como os EUA, líder da OTAN”, anunciou Putin em entrevista para o documentário de Oliver Stone “Ucrânia em Chamas”.
Ao mesmo tempo, o presidente russo apontou que, após a adesão desses países à Aliança Atlântica, poderá surgir “alguma coisa” – sistemas de defesa antimíssil e novas bases, e, se for necessário, um novo complexo de ataque.
“O que devemos fazer? Neste contexto, a Rússia deverá tomar contramedidas, ou seja, pôr na mira dos sistemas de mísseis aqueles objetos que, na nossa opinião, começam a nos ameaçar. A situação é preocupante”, destacou Putin.
“Nem sempre entendo a lógica dos nossos parceiros. Às vezes, é como se eles precisassem manter a obediência e ajustar disciplina no seu próprio campo do atlântico ocidental. Para que isso seja alcançado [por eles] é necessário ter um inimigo externo. Apesar de todos os receios, o Irã não serve para assumir esse papel”, acrescentou o presidente.
Foto: © Sputnik/ Sergei Guneev
Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: Sputnik News
Especialista acha que já estamos novamente na Guerra Fria
A Guerra Fria agora é algo real, mas todos esperam a diminuição das tensões no mundo, diz o presidente da Associação de Seguradores da Rússia, presidente do Instituto de Desenvolvimento Contemporâneo, Igor Yurgens.
“Ela [a Guerra Fria] é real agora, mas temos muita esperança de entrar mais uma vez no período de distensão internacional”, disse ele durante uma coletiva de imprensa.
O especialista lembrou da decisão da OTAN de implantar 4 batalhões da Aliança na região do Báltico e na Polônia.
“Se este confronto continuar, e se, como foi anunciado, a Finlândia e Suécia estão realmente pensando em aderir à OTAN, ao que sei nossos analistas têm a “resposta de Kaliningrado”, disse ele.
Na última cúpula da OTAN em Varsóvia foi tomada a decisão sobre o reforço sem precedentes do flanco oriental da aliança. A OTAN tenciona implantar já em 2017 nos países Bálticos e na Polônia quatro batalhões multinacionais. O representante permanente da Rússia na OTAN, Alexander Grushko, disse que as decisões da OTAN transformam os países da Europa Oriental em um campo de operações militares e que as relações destes países com a Rússia adquirem uma dimensão militar. O chanceler russo, Sergei Lavrov, também disse que, à luz da aproximação da infraestrutura da OTAN às fronteiras russas, Moscou está pronta para garantir a sua segurança.
De acordo com o porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, as ações da Rússia para garantir a sua segurança nacional não são uma ameaça para ninguém, mas é impossível pôr fim à natureza agressiva da OTAN, que continua a aproximar-se das fronteiras russas.
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Fonte: Sputnik News
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