Rússia mantém posições de liderança no mercado mundial de petróleo e gás

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 Apesar do aumento da concorrência no mercado mundial e dos persistentes problemas da economia internacional, a Rússia manteve as suas posições de liderança no setor energético. O país continua sendo o líder na extração total de hidrocarbonetos, ultrapassando a Arábia Saudita e os Estados Unidos.

Leonid Gurianov

Em 2013 a indústria russa do petróleo e do gás bateu mais um recorde: em novembro, os níveis de extração diária do “ouro negro” foram de 10 milhões e 610 mil barris. Estes são os números mais significativos desde o desmembramento da União Soviética. Esta dinâmica permite esperar que em 2014 também as exportações de petróleo irão subir, considera o principal estratega do grupo financeiro BKS Maxim Shein.

“Em 2013 os níveis de extração russos cresceram até níveis recorde nos tempos pós-soviéticos e podemos esperar que, com uma continuação do aumento dos níveis de extração que poderá ser na ordem dos 0,5 a 1%, o aumento das exportações poderá acompanhar esse crescimento. Consequentemente, as exportações poderão aumentar em cerca de 2%. Cerca de metade de todo o petróleo extraído na Rússia é exportado.”

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O maior negócio de exportação do ano foi o contrato da Rosneft com a chinesa CNPC para o fornecimento adicional de 365 milhões de toneladas de petróleo no valor de 270 bilhões de dólares. Também foi assinado um memorando com a Sinopec para 100 milhões de toneladas no valor de 85 bilhões de dólares.

Também houve êxitos na área do gás, as exportações desse combustível aumentaram quase 10%. Os fornecimentos para países de fora do antigo espaço soviético aumentaram, no período compreendido entre janeiro e setembro de 2013, em mais de 20%. Este é o comentário de Maxim Shein.

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“A Gazprom forneceu à Europa ao longo do ano mais gás do que era aguardado. Assim, todos os rumores de que a Gazprom estaria a perder vertiginosamente as suas posições no mercado europeu do gás não foram confirmados.”

Para a indústria do gás o ano de 2013 foi de certa forma marcante. Entrou em vigor a lei sobre a liberalização das exportações do gás natural liquefeito (GNL) que abre o caminho para o mercado externo a companhias como a Rosneft e a Novatek. Ambas planejam a construção das suas usinas de GNL. Já existem os primeiros contratos: a Novatek acordou fornecimentos com os seus parceiros chineses no âmbito do grandioso projeto Yamal GNL. Também já há um primeiro acordo para a exportação de gás liquefeito russo para os consumidores europeus, a Espanha assinou contratos para volumes consideráveis.

Também os projetos para o transporte de petróleo estão em desenvolvimento, continua Mikhail Krylov, diretor do departamento de análise da companhia de investimentos United Traders.

“Na minha opinião, vale a pena referir que continua a construção de oleodutos, que irão desempenhar a importante função de trânsito do petróleo, assim como o aperfeiçoamento do sistema existente de exportações de petróleo no âmbito de operações como os contratos de swap, a melhoria das condições de armazenamento da matéria-prima e de controle da sua qualidade.”

Outro acordo importante celebrado este ano foi o contrato de cooperação entre a Rosneft e a empresa pública azerbaijana SOCAR. Os peritos referem que ele representa uma potencial abertura para essa companhia russa do caminho para o mercado europeu do gás.