Em tempo, CERN: “Brasil (da Ilha da Fantasia), é um buraco negro”

avestruz“Lamentável…Já passamos vergonha com a falta de cumprimento de contrato na ISS, agora isso.” Guilherme Amorim (comentário feito ao Blog Forças Terrestres em 9 de outubro de 2013 às 13:59 horas)

“Jamais perdemos uma oportunidade de perder uma oportunidade.” Vader (comentário feito ao Blog Forças Terrestres em 9 de outubro de 2013 às 13:28 horas)

Para diretor de centro europeu nuclear, País é um buraco negro

Para Rolf Heuer, demora do Brasil para aderir ao Cern éincompreensível; carta de intenções foi formalizada há três anos

Jamil Chade, Correspondente / GENEBRA – O Estado de S.Paulo

O governo brasileiro caiu em desgraça no maior laboratório de física do mundo, depois de arrastar por três anos a adesão do País ao Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), sede do principal experimento da física na história: o acelerador de partículas.

“É um buraco negro, declarou ao Estado o diretor da instituição, Rolf Heuer, ao ser questionado sobre o Brasil e sua adesão à entidade. “Você sabe o que é um buraco negro?, ironizou Heuer, fazendo um jogo de palavras entre o que seu laboratório estuda e o comportamento do governo. “É incompreensível a demora do Brasil em apresentar a documentação, disse.

Há três anos, diplomatas brasileiros mediaram a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Cern. O Cern convocou seu conselho e autorizou a entrada do Brasil, a um custo anual de US$ 10 milhões. O evento foi comemorado como o primeiro passo para o ingresso do País no centro. Mas, desde então, nada ocorreu. O então ministro da Ciência, Aloizio Mercadante, visitou Genebra e prometeu acelerar o processo. A direção do Cern entendeu a visita como um sinal de que o processo avançaria. Mais uma vez, nada ocorreu.

O diretor deixou claro que, com o governo fora do Cern, as empresas nacionais não poderão participar da licitação de peças e serviços que o acelerador de partículas lançará. Segundo Heuer, para que o Brasil consiga a adesão neste ano, a documentação deve ser enviada até novembro. Em dezembro, ocorrerá reunião do conselho que autoriza novas entradas.

Fonte: Estadão (http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-diretor-de-centro-europeu-nuclear-pais-e-um-buraco-negro,1083245,0.htm)

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Brasil está fora do projeto da Estação Espacial (ISS)

Conselheiro da Nasa afirma que País deixou “gosto ruim” por atrasos e envio de astronauta

Herton Escobar,

BOSTON

O Brasil está fora do projeto de construção da Estação Espacial Internacional (ISS). Após quase dez anos de participação, mas sem nunca ter contribuído com um único parafuso para o programa, o País perdeu definitivamente a chance de assinar seu nome na lista de fabricantes da base orbital. Segundo o especialista John Logsdon, diretor do Instituto de Políticas Espaciais da Universidade George Washington e membro do Comitê de Conselho da Nasa, “já é tarde demais para o Brasil fazer qualquer coisa, a não ser tornar-se um usuário da estação”.

“Apesar de ser improvável que a Nasa vá tomar qualquer atitude formal para cancelar seu contrato com a Agência Espacial Brasileira, o Brasil não aparece mais em seus documentos como um contribuinte da ISS”, disse Logsdon, em entrevista ao Estado. “Na prática, portanto, o Brasil não faz mais parte da parceria da estação.”

Após uma série de atrasos e complicações causadas pelo acidente com o ônibus espacial Columbia, em 2003, a meta do consórcio internacional da ISS, formado por 16 países (agora 15), é concluir a montagem da estação até 2010. O Brasil entrou para o projeto em outubro de 1997, incumbido da produção de seis peças, no valor de US$ 120 milhões – um acordo que se mostrou muito além da capacidade orçamentária da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Em troca da produção das peças, o País ganharia direitos de utilização da base para o envio de experimentos científicos e de um astronauta brasileiro por tempo predeterminado. O contrato foi revisto e reduzido significativamente ao longo dos anos. Nada jamais foi construído.

Procurada pela reportagem, a AEB não negou as declarações de Logsdon. Em vez disso, anunciou planos para uma parceria ainda mais ampla com a Nasa. “A Agência Espacial Brasileira e o Itamaraty estão iniciando negociações com a Nasa e o Departamento de Estado Norte-Americano para uma nova etapa no relacionamento de cooperação entre Brasil e Estados Unidos, que teve, em certo momento, um abalo por conta do problema da participação americana em Alcântara (veto do Congresso Nacional ao possível acordo de utilização americana da base)”, informou a agência, por meio de sua Assessoria de Comunicação.

“O interesse da AEB não é de participação apenas no projeto da ISS, mas de uma cooperação bem maior, abrangente. Que poderá até incluir a ISS, mas deverá ter um escopo maior. Brasil e EUA têm se aproximado mais ultimamente e os termos de um novo acordo podem ser mais amplos”, conclui a nota.

Na avaliação de Logsdon, porém, a incapacidade do Brasil de cumprir seus compromissos na estação deixou “um gosto ruim” na boca da Nasa, que pode dificultar futuras parcerias. A decisão de fazer o vôo do astronauta Marcos Pontes com a Rússia, em vez de com os EUA, também teria deixado uma má impressão, segundo ele (leia detalhes na entrevista abaixo).

PARTICIPAÇÃO PÍFIA

O Brasil foi desde o início um parceiro minoritário dentro da ISS. Mesmo as peças originalmente encomendadas ao País não eram cruciais para a estação, como plataformas para transporte e colocação de experimentos no exterior da base.

Agora, pressionada por seus próprios atrasos e limitações orçamentárias, a Nasa está numa corrida contra o tempo. A versão final da estação, de fato, deverá ser bastante reduzida em relação ao projeto original.

“Se é algo que ainda está nos planos da estação, os EUA vão construir”, disse Logsdon. A conclusão da ISS até 2010 – ano em que os ônibus espaciais deverão ser aposentados – é o primeiro passo dentro de um plano maior de exploração do sistema solar, que inclui a construção de uma base lunar até 2020.

Com relação ao Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, os EUA não têm mais interesse na base. Os países assinaram um acordo em 2000 que previa o uso do centro pelos americanos para o lançamento de foguetes espaciais. O contrato nunca foi ratificado pelo Congresso brasileiro. “Isso era quando se achava que haveria vários lançamentos de satélites por semana e outras fantasias do tipo”, afirmou Logsdon.

DÓLARES NO ESPAÇO

US$ 120 milhões – seriam investidos pelo Brasil na Estação Espacial Internacional, segundo o primeiro acordo firmado com a Nasa, em 1997

US$ 8 milhões – seriam gastos pelo País após uma renegociação com a Nasa em 2003, já que o primeiro acordo não foi cumprido

US$ 10 milhões – foi o custo do envio do astronauta Marcos Pontes para a ISS no ano passado, pagos para a Rússia – ainda que a viagem tivesse sido contemplada no acordo entre o governo brasileiro e a Nasa

Entrevista

Participação brasileira foi um fracasso

John Logsdon: diretor do Instituto de Políticas Espaciais da Universidade George Washington

Especialista diz que País mostrou entusiasmo, mas não conseguiu cumprir compromissos e resolveu fazer vôo de Marcos Pontes

BOSTON

Já é tarde demais para o Brasil ter papel relevante na Estação Espacial Internacional (ISS). Pode ser usuário, mas só se tiver “bons projetos” para propor. É assim que John Logsdon, membro do Comitê de Conselho da Nasa, avalia as perspectivas do País de eventual envolvimento com os trabalhos da ISS. Não há razão para desistir de cooperação futura, porém. “O Brasil está com o olho roxo, mas não foi nocauteado.” Abaixo, trechos da entrevista concedida ao Estado.

O Brasil entrou para o projeto de construção da ISS há dez anos e nunca construiu uma única peça. Seria justo classificar a participação do País como um fracasso?
Acho que sim. O País mostrou entusiasmo, mas não cumpriu nenhum dos compromissos que assumiu. Depois deu meia volta e decidiu fazer o vôo do astronauta (Marcos Pontes) com a Rússia.

A avaliação do Brasil era de que Pontes não teria mais chances de voar com a Nasa por causa dos atrasos causados com a tragédia da Columbia.
O vôo de um astronauta brasileiro estava diretamente ligado ao cumprimento dos compromissos na ISS. Certamente, o não-cumprimento dessas obrigações e a redução dos vôos após o acidente com a Columbia tornaram pouco provável que (Pontes) conseguisse voar. Mas, ainda assim, foi uma certa surpresa para os Estados Unidos saber que o Brasil tinha recursos para pagar à Rússia por um vôo, mas não para financiar as contribuições que prometera para a ISS.

A opção pelo vôo pago com a Rússia foi bastante criticada no Brasil, inclusive dentro da comunidade científica. Alguns chegaram a comparar Pontes a um turista espacial. O senhor concorda com isso?
Sim. Ele esteve na estação apenas por alguns dias, fez apenas algumas coisas… (pausa) Pensando bem, talvez isso seja injusto. Até o lançamento da ISS, a maioria dos astronautas passava cerca de uma semana no espaço, então sua experiência não foi tão diferente do que ocorria nos anos 80 e 90. Mas, basicamente, ele esteve na estação como um visitante.

O que o Brasil pode fazer para recuperar seu prestígio na ISS?
Acho que já é tarde demais para fazer qualquer coisa, a não ser se tornar um usuário da estação por meio de experimentos. A ISS será um laboratório aberto a todos os usuários, e, se os cientistas brasileiros tiverem bons projetos para propor, o País poderá participar dessa maneira. Mas certamente é tarde demais para propor qualquer tipo de equipamento, mesmo peças modestas, como o palete expresso (que fazia parte do contrato original do Brasil).

Para um país como o Brasil, com recursos limitados e graves problemas sociais, quais devem ser as prioridades de um programa espacial?
O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE, programa brasileiro) é bastante claro em suas prioridades, que são observação da Terra, telecomunicações e capacidade de lançamento. Não há nenhuma menção a vôos tripulados ou de participação em projetos de exploração espacial. Acho que a ênfase nesses benefícios para a sociedade brasileira é inteiramente apropriada, e é nessa direção que a maior parte dos recursos deve ser alocada.

E quanto a outras missões espaciais, além da ISS?
A discussão sobre participar em explorações além da órbita da Terra deve ser secundária, mas não zero. Nesse momento, a Nasa está discutindo projetos de exploração com 12 outras agências espaciais (Alemanha, França, Inglaterra, Rússia, China, Canadá, Índia, Ucrânia, Austrália, Coréia, Itália e Japão), e os únicos dois países que não participam são Brasil e Israel. Me parece que seria do interesse do Brasil, ao menos, participar das discussões. Afinal de contas, se a previsão de o País se tornar uma potência industrial nas próximas décadas estiver correta, acho que o Brasil vai querer ter um programa espacial completo.

E o Brasil seria bem-vindo nessas discussões, mesmo depois do que aconteceu na ISS?
Acho que sim. O Brasil está com um olho roxo, mas não foi nocauteado. Os Estados Unidos reconhecem a importância estratégica do Brasil no hemisfério e não vão tomar atitudes que possam empurrar o País na direção da China, Rússia ou outros potenciais adversários futuros.

Quem é John Logsdon:

Em 2003, participou do comitê de investigação do acidente com o ônibus espacial Columbia;

Na área acadêmica, é professor e historiador de políticas espaciais; e

Como membro do Comitê de Conselho da Nasa, atua ao lado de especialistas que apóiam a administração da agência espacial americana

Fonte: DefesaNet via pampalivre.info

15 Comentários

  1. Bem essa reportagem tem anos,mas o Sr John Logsdon, parecia desconhecer o nosso fatídico relacionamento com a NASA quando afirmava :

    ” Os Estados Unidos reconhecem a importância estratégica do Brasil no hemisfério e não vão tomar atitudes que possam empurrar o País na direção da China, Rússia ou outros potenciais adversários futuros.”

    Acredito que esse fracasso foi muito bom para nós,pois teríamos um gasto que aos olhos dos EUA era modesto,mas para nós significa uma verdadeira fortuna, e o retorno seria mínimo, é estranho espanto do Sr John Logsdon ao dizer que ficou surpreso que Marcos Pontes tenha ido a ISS no foguete russo,se naquela ocasião e ainda nos dias atuais os astronautas dos EUA também se valem do foguete russo para irem a ISS !

    Quanto a participação no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) ,eu creio que devemos mesmo deixa-lá mesmo,pois devemos concentrar nossos esforços na construção do nosso futuro acelerador de partículas (Sirius), o qual teremos total controle, sem estarmos presos a outros países !

    Por fim a males que vem para o bem, apesar de termos convênios com a NASA, essa sempre quer nos dar uma rasteira nos propondo coisas que aos olhos dos leigos parecem boas mas são verdadeiras armadilhas à soberania brasileira e ao futuro do país , como era o caso do uso da Base de Alcântara pelos EUA, que o Congresso Nacional em um momento raríssimo de lucidez vetou , impedindo mais uma macula na história do BRASIL !

  2. Me permitam discordar desse texto quanto ao CERN,apresentando o Sirius.

    Ainda neste ano, um grande terreno em Campinas, São Paulo, começa a ser desocupado para dar início às obras de um dos maiores projetos científicos do Brasil: a construção do novo acelerador de partículas do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), batizado de Sirius. Sim, é isso mesmo que você leu: não apenas já existe um acelerador de partículas em solo nacional como também um novo, mais poderoso e preciso, deve substituí-lo dentro de alguns anos.

    O projeto, liderado pelo físico Antonio José Roque da Silva, tem custo estimado de R$ 650 milhões e será patrocinado pelo Governo Federal, com apoio de empresas privadas que também desejem fazer uso das futuras instalações do Sirius. Com anel central de 500 metros de circunferência, o acelerador ocupará um prédio de 250 metros de diâmetro e atrairá pesquisadores do mundo todo, visto que será a única instalação desse tipo na América Latina e a segunda do hemisfério Sul a trabalhar com a luz síncroton.

    http://www.youtube.com/watch?v=rayh0o-yCc8

  3. Qualquer grindo que mete o pau no brasil,passa a ser uma verdade para muitos brasileiros,sem o cuidado de uma analise mais criteriosa.
    Eu particulamente gosto muito desse pensamento de Descartes:

    Deve-se evitar toda “precipitação” e todo o ” preconceito” ao se analisar um assunto e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto.

    René Descartes

    • Podem não haver comparação como você bem nos lembra, eu citei o Sirius pelo fato dele ser um projeto de maior importância para o BRASIL,que a nossa participação no consórcio do LHC ou CERN !

      Nossa participação nesses projetos as vezes são tão limitadas,que muitas vezes não podemos realizar experiencias relevantes, por isso que acredito que devamos usar nossos poucos recursos para projetos próprios !

      Temos que crescer e parar de gastar dinheiro mandando astronauta ao espaço fazer experiência com feijão, foram gasto US$ 10 milhões só com a viagem,imagine o total de todo o projeto,o dinheiro gasto com anos de treinamento,para depois não se aproveitar nada ?

      Eu me pergunto que estamos ganhando com parceria com a NASA, e com a Ucrânia? se o Irã com embargo e tudo já nos superou com o seu programa espacial ?
      Vamos priorizar projetos próprios ou parcerias que deem frutos não o status de se esta participando desse ou aquele projeto europeu ou yankee que no fim só nos dará prejuízo !

      • Mas esse projeto seria crucial para nós, não era por “status”. Ele permitiria centenas de nossos cientistas obter acesso ao Colisor e usa-los para suas pesquisas. É impossível tentar desenvolver ciência de base sem se envolver nesses grandes projetos. Ou se envolve neles e economiza uma grana absurda, ou faz por si próprio, e nesse caso esteja disposto a desembolsar uns bons bilhões. E essa desculpa de falta de dinheiro é sem pé nem cabeça, 10 milhões de reais para o nosso estado nem arranha as contas, é algo tão ínfimo que nem apareceria no orçamento, falta é vergonha na cara mesmo de levar a sério a área de ciência e tecnologia.

      • Lucas e Cesar Pereira
        Concordo com vcs dois a respeito do assunto, só há alguns poréns. primeiro, o Sirius ser prioridade é aceitável, pois se trata de um investimento arcado em sua maior parte pelo país, por outro lado, é só as vigas da Perimetral aparecerem que dá pra pagar o contrato de um ano no CERN.

      • No caso específico da Ucrânia, a ideia foi boa, a intenção também. O problema é que nosso governo se esqueceu que desde as “revoluções coloridas” euroasiáticas, a Ucrânia não passa de um estado fantoche norte-americano. Dai o bloqueio veio imediato.

      • Lucas Senna o uso do CERN,não é igual para todos os membros do consórcio, é claro que um membro que investe 10 milhões de reais não terá os mesmos direitos de uso daquele que investe 100 milhões de reais.E é ai que reside o problema,as vezes nosso investimento é tão pequeno se comparado aos demais membros que somos impedidos de obter resultados relevante por estarmos privados do uso de toda a capacidade desse equipamento !
        Quanto o caso da Ucrânia eu lhe pergunto como a ideia poderia ser boa se como você mesmo disse o governo se ”esqueceu” que a Ucrânia não passa de um estado fantoche norte-americano. ?
        Por isso que o BRASIL deve priorizar seus projetos próprios e estudar bastante as parcerias que nos são oferecidas,por exemplo se cedido a Base de Alcântara nós termos que os EUA nos ofertávamos ,hoje estaríamos com uma Guantánamo no Maranhão o acordo só nos faria retroceder !

      • A ideia foi boa porque tentaram cortar caminho na tentativa de obter tecnologia espacial. E os Ucranianos estavam, em primeiro momento, dispostos a oferecer. O problema era a influência norte-americana na política local, esse foi o impedimento. A ideia de ir buscar apoio fora está correta, o problema foi a ingenuidade do governo de achar que o governo fantoche Ucraniano fosse resistir a pressão.

        Agora no caso do CERN, e também de outros consórcios europeus para o qual estamos na mesma situação, o caso é um pouco diferente. O investimento previsto não era apenas de 10 milhões, era progressivo e o país poderia investir mais, 10 seria uma mensalidade para sustentar o laboratório, lembrando que o LHC não é o único projeto do CERN, existem outros. Entrar no grupo seria o primeiro passo não só para obter acesso aos laboratórios mas poder entrar conjuntamente em uma série de pesquisas de ponta sem termos que bancar tudo por nossa conta. Se formos levar em consideração os imbecis que temos no poder, só assim que desenvolveremos algo, porque investimento próprio e pesado pode esquecer, ciência não dá voto. Mas concordo com você quando diz que devemos tomar cuidado com o que assinamos, sem dúvida, ninguém oferece ajuda sem esperar algo em troca. A questão é o que é esse algo, e se vale a pena ou não para nós oferecermos.

  4. Sinceramente, acho que já existem comentaristas bem sólidos aqui no PB. E de todas as matizes. Alguns até foram prestigiados com a publicação de textos no blog, o que é ótima iniciativa.

    Daí a trazer aquelas opiniões embasadíssimas do monte das três oliveiras para que sejam discutidas aqui é um retrocesso sob meu ponto de vista.

    Mil vezes “bater-boca” por aqui com o Blue-Eyes, Terópode, entre outros que tem opinião diferente da minha do que seguir aquela fila indiana teleguiada.

    Ao LUCAS SENNA
    Se não for pedir demais, poderia mostrar quais seriam as principais diferenças entre o Sirius e o LHC? Pedido de um leigo. 😉

    • O artigo que coloquei explica isso. Mas basicamente a diferença é mais de escopo. O LHC ou Large Hadron Colisor, é um colisor de hádrons. Hádrons são partículas massivas. Exemplos de hádrons são nêutrons e prótons. O LHC acelera hádrons até velocidades próximas da luz os faz colidir, essa colisão dependendo da forma e da energia das partículas, produz radiação e diferentes partículas. O propósito do LHC é justamente estudar essas colisões e assim obter mais conhecimento sobre outras partículas que só são produzidas em situações extremas.

      Um colisor de luz síncroton estuda justamente isso que é chamado de luz síncroton. Ele emite elétrons e os acelera a velocidade extrema. Mas a importância aqui não é só a colisão, toda partícula que possui aceleração irradia, e o foco do LNLS é justamente esse, essa radiação, que chega a níveis extremos. Essa radiação é lançada sobre objetos como fósseis, placas metálicas e etc… com a intenção de se estudar melhor a estrutura do material em questão. O propósito do LNLS é estudar a estrutura desses materiais e obter maior conhecimento sobre eles.

      De forma mais geral, o LNLS é para fins mais práticos, ciência aplicada, enquanto o LHC é ciência de base.

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