Tráfico de armas é desafio global

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Em recente reportagem, o jornal “Washington Post” comparou a guerra entre o governo mexicano e os cartéis de drogas, e entre os próprios cartéis, com a violência no Iraque e no Afeganistão.

O embaixador do México nos EUA, Arturo Sarukhán, denunciou que a grande maioria das armas e do dinheiro dos cartéis procede dos EUA, inclusive de 7 mil lojas de armas licenciadas pelo governo federal no Texas e no Arizona, ao longo da fronteira. Oitenta por cento das 75 mil armas apreendidas pelo governo mexicano nos últimos três anos procediam dos EUA, segundo o diplomata.

São dados que confirmam o que já se sabe: o tráfico de armas é um problema global equivalente ao terrorismo, ao tráfico de drogas, à lavagem de dinheiro, ao desafio ambiental. Há tempos, os EUA discutem os prós e os contras da difusão das armas leves entre a população, fato que remete à formação americana, ao direito de cada um se defender. Tanto que o lobby em defesa do direito de portar armas é fortíssimo.

Mas quando a guerra das drogas está a ponto de inviabilizar o México como um Estado democrático e que 80% das armas que os cartéis utilizam vêm dos EUA, o problema deixa de ser apenas nacional. A livre venda de armas na extensa fronteira com o México deveria ser reexaminada.

Situações semelhantes ocorrem em outros em pontos do mundo e, com certeza, no Rio de Janeiro. A presença de fuzis de assalto entre os traficantes das favelas cariocas é um grande fator de agravamento da violência na cidade.

Esses armamentos entram pelas fronteiras brasileiras, cuja grande extensão torna a vigilância extremamente difícil. É sabido que muitas armas que acabam nas mãos de bandidos são produzidas no país, exportadas, e acabam voltando como contrabando.

É notório que a redução da violência é diretamente proporcional à redução das armas em poder da população. Foi o que mostrou, por exemplo, a Campanha do Desarmamento. Segundo estudo da ONG Viva Rio e da Subcomissão de Armas e Munições da Câmara dos Deputados, “a combinação entre a proibição do porte e o recolhimento de armas em 2005 e 2008 reduziram em 12% os homicídios por armas de fogo no Brasil; seis mil vidas foram salvas”.

O Mapa da Violência 2010, da ONG Instituto Sangari, mostra um declínio na taxa de homicídios no Brasil entre 1997 e 2007. Mas há aspectos preocupantes: entre os 12 e os 15 anos de idade, a cada ano de vida praticamente dobram o número e as taxas de homicídio entre adolescentes.

Desde 2006, os países debatem na ONU a viabilidade de um tratado internacional para prevenir que armas ilegalmente comercializadas fomentem guerras, conflitos e atrocidades.

Houve progressos numa nova rodada de discussões, realizada recentemente. Todos os países concordaram com o princípio de que deve haver um tratado. E o presidente Obama mudou a posição americana, passando a apoiar os esforços nessa direção.

No calendário da ONU, uma conferência de quatro semanas para negociar o tratado está prevista para 2012. Mas não dá para esperar. A comunidade internacional precisa fazer um grande esforço para evitar que armamentos continuem indo parar nas mãos erradas.

Fonte: O Globo via CCOMSEX

9 Comentários

  1. Sabem porque o Brasil não é o maior exportador de armas do mundo???Porque os que estão a nossa frente todos vendem suas armas de forma legal e com o ilegal contrabando.Enquanto nós so vendemos legalmente embora ajam alguns devios.

  2. “A comunidade internacional precisa fazer um grande esforço para evitar que armamentos continuem indo parar nas mãos erradas.”

    Apenas uma ressalva: O problema é o tráfico de armas (ilegal) e não o comércio de armas em si (legal e responsável).

    Não vamos misturar as coisas.

    Abraços.

  3. “…80% das armas que os cartéis (mexicanos) utilizam vêm dos EUA,…”

    E está tudo bem…tudo muito normal, sem escândalos.

    Só para efeito de comparação:

    Se encontrarem um canivete de procedência venezuelana com as FARC, o céu desaba ! É o fim do muindo! clama aos quatro cantos do mundo, por meses a fio, violentando nossos cérebros, o circo midiático e seus papagaios amestrados…

  4. Sim o começo de uma humanidade sem futuro onde sobrevive o mais forte ou o covarde que agride e se esconde para se preservar.Buscando entender o Demonio Homem encontrei algo que me chamou atenção.A Batalha de Kurukshetra.Narrativa Véda que cita algo intrigante acontecido a uns 5000 anos antes da era Cristã na India.Os Védas estavam sendo derrotados quando surgiram tropas Celestes com armas nunca vistas antes que reluziam com disparos flamejantes desintegrando o alvo.Sriam Extraterrestres?Olhando outras Civilizações encontramos em Apocalipse de João citação de um homem que se apresenta ao profeta com a péle,olhos e vestimentas diferentes das nossas e que klhe mostra na visão dele na epoca gafanhotos que soltam rajadas pela boca e bolas de fogo por traz.Se mostrasse-mos um caça ou um OVINI atacando o Profeta o descreveria com ele descreveu…Vem chumbo grosso por ai rsrsrs

  5. He he.
    Quanta bobagem.
    Realmente houve diminuicao de mortes por arma de fogo.
    O que o Ministerio da Justica nao diz e q foi compensado pelo numero de mortes por arma branca.
    O GLobo apoiou a campanha do desarmamento, nao serve como uma fonte isenta.
    Quem duvida procure as estatisticas na pagina do referido ministerio.
    Isso eles nao divulgam.

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