Al Qaeda pode estar em busca de uma bomba atômica

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H.D.S. Greenway
UOL

Recentemente os diretores da CIA, do FBI e da diretoria de Inteligência Nacional disseram à senadora Dianne Feinstein que uma tentativa de ataque contra os Estados Unidos nos próximos anos é quase que “uma certeza”. Se Osama Bin Laden e Ayman al-Zawahiri tiverem ligação com tal plano, é improvável que esse ataque seja uma tentativa amadora similar àquela do patético “homem-bomba da cueca”, Umar Farouk Abdulmutallab, que tentou explodir um avião no Natal passado. E tampouco o atentado se restringirá à destruição por bombas de ônibus e trens em Londres ou Madri. Isso poderia ser suficiente em se tratando de alvos europeus, mas, em relação aos Estados Unidos, a Al Qaeda parece estar determinada a superar os atentados de 11 de setembro de 2001 e a fazer algo realmente espetacular.

Esta é a opinião de Rolf Mowatt-Larssen, um ex-agente da CIA e diretor de Inteligência e Contra-inteligência do Departamento de Energia. Em um documento escrito para o Centro Belfer da Universidade Harvard, Mowatt-Larssen relata detalhadamente o paciente trabalho de uma década da Al Qaeda no sentido de roubar ou construir uma arma nuclear improvisada – o que seria o supremo horror.

Essa busca explica por que a Al Qaeda não tentou “produzir armas táticas mais disponíveis, como ‘bombas sujas’, agentes químicos, toxinas e venenos grosseiros” que poderiam causar estragos e provocar mortes, mas que não se comparam “aos benefícios da criação da imagem de uma nuvem em forma de cogumelo crescendo sobre uma cidade dos Estados Unidos”. Assim como o 11 de setembro de 2001, tal ataque “alteraria o curso da história”, afirma Mowatt-Larssen.

Isso poderia explicar por que Zawahiri, o braço-direito de Bin Laden, suspendeu um ataque contra o sistema de metrô de Nova York, poupando recursos para “algo melhor”. Um ataque relativamente fácil com o uso de armas táticas não poderia atingir os objetivos que os líderes da Al Qaeda estabeleceram para si, argumenta Mowatt-Larssen. A Al Qaeda pode estar aguardando o momento certo para desfechar um ataque verdadeiramente estratégico.

Mowatt-Larssen explica detalhadamente os esforços da Al Qaeda no sentido de obter uma arma nuclear a partir do final de 1993 e início de 1994. Segundo um desertor do grupo, houve uma tentativa por parte da Al Qaeda de comprar material nuclear da África do Sul com o propósito de fabricar um “dispositivo nuclear improvisado” por US$ 1,5 milhão (R$ 2,7 milhões).

Em 1996, o próprio Zawahiri foi detido na Rússia, mas acabou sendo libertado pelos serviços de segurança. Os analistas especulam que ele estava tentando comprar uma bomba. Zawahiri disse certa vez que por US$ 30 milhões (R$ 54,2 milhões) seria possível comprar uma “bomba atômica de mala” de um cientista insatisfeito da ex-União Soviética. Em 1998 ele assumiu pessoalmente controle sobre os programas de armas nucleares e biológicas da Al Qaeda.

Naquele mesmo ano Bin Laden emitiu uma “fatwa”, afirmando que uma obrigação dos bons muçulmanos é “matar norte-americanos e seus aliados, civis e militares…”. A isso se seguiram os atentados à bomba contra embaixadas norte-americanas na Tanzânia e no Quênia. Em dezembro daquele ano, Bin Laden declarou a um jornalista da revista “Time” que a aquisição de armas de destruição em massa “para a defesa de muçulmanos é uma obrigação religiosa”.

Em 1999, um programa secreto de armas biológicas da Al Qaeda foi criado em um laboratório de Kandahar. O antraz parece ter sido a arma preferida.

No verão de 2001, um homem que encaixava-se com a descrição física de Mohammed Atta, um dos terroristas do 11 de setembro, tentou comprar um avião pulverizador de lavouras na Flórida. Zacarias Moussaoui, que atualmente cumpre pena de prisão perpétua, foi pego com manuais de pulverização de plantações.

A lista continua. O proliferador nuclear paquistanês A.Q. Khan teria recusado um pedido feito pela Al Qaeda para auxiliar a organização a fabricar uma bomba atômica. Ramzi Yousef, o terrorista responsável por um atentado a bomba contra o World Trade Center, pretendia usar gás cianeto para “envolver as vítimas presas na Torre Norte” na sua tentativa fracassada de derrubar o edifício em 1993. Mas a explosão incinerou o gás.

Apesar do seu interesse por armas químicas e biológicas, a Al Qaeda parece estar concentrada na opção nuclear. O seu objetivo declarado é matar quatro milhões de estadunidenses. As tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que possuem soldados no Afeganistão também poderão ser vulneráveis a um ataque do gênero.

Embora o mundo esteja se focando no Irã como a maior fonte potencial de proliferação nuclear, o perigo mais óbvio pode estar se formando no Paquistão, sob a direção de Zawahiri e Bin Laden. E, ao contrário do Irã, a Al Qaeda não tem outros motivos para fabricar a bomba além de usá-la.

Sugestão: Konner

Fonte:  UOL

8 Comentários

  1. Bem os USA inventaram esta arma, usaram a mesma por duas vezes contra civis indefesos e agora têm medo que alguém use estas armas contra eles… aqui se faz, aqui se paga!!

    Mas duvido que ALQuaeda tenha capacidade técnica e financeira de possuir um artefato assim, é uma coisa complicada esta de bomba atômica, não é como no cinema não.

    Vamos ver o que o homem em sua infinita sabedoria nos trás de belo!!

    Eu creio mais relistico um ataque químico, este sim teria um minimo de senso.

    Abçs

  2. Francoorp,
    os habitantes de Hiroshima e Nagasaki podem até ser considerados civis “inocentes”, mas não civis “indefesos”. Tinham as forças armadas japonesas para defendê-los. Se elas não foram competentes para tal só temos a lamentar.
    Não podemos nos esquecer que naquela época não existia o conceito de “dano colateral” e ataques estratégicos visando minar o esforço de guerra através do ataque direto a centros populacionais estava em moda e era válido para ambos os lados.
    Os japoneses só não lograram êxito em fazer o mesmo com os americanos por pura “incompetência” (mais uma vez) e não por serem dotados de um nobre espírito humanista.
    Mudando de pato pra ganso, embora eu acho ser possível o uso de armas nucleares por parte da Al Qaeda, penso ser mais fácil o uso de “bombas sujas” que ao detonarem um explosivo convencional espalham grande quantidade de material radioativo.
    O nível de pureza de material físsil de uma bomba nuclear deve ser superior a 90% e sua construção é muito melindrosa o que a torna mais difícil. Já uma “bomba suja” usa material radioativo mais “comum”, vide o caso de Goiânia com material radioativo hospitalar (Césio 137).
    Um abraço.

  3. Não acho impossível, mas altamente improvável que um grupo de terroristas consigam obter tal artefato.
    Uma coisa é sequestra aviões e jogá-los contra algo…a idéia de transformar aeronaves em bombas não é nada nova…
    Mas obter uma bomba nuclear, é muito diferente…
    Bombas compactas, facilmente transportáveis, são complexas,e não são muito(quase nada) disseminadas..
    Bombas do ‘varejo’ são artefatos a serem transportados em mísseis; são chamadas de compactas em relação ao tamanho e peso das primeiras que existiram (uns trambolhos enormes…). Mesmo pequenas, são bastante ‘indiscretas’, algo menor que uma pessoa, a maioria com algumas centenas de quilogramas. Ainda seriam indiscretas demais.
    Aquela realmente compactas, tipo ‘maletas’ são muito complexas,creio não se acha no ‘mercado’ assim tão facilmente, além do que uma ‘negociação’ muito provavelmente seria detectada…(se é que realmente existem em um ‘mercado nuclear’. Até mesmo este ‘mercado’ é meio fantasmagórico)
    O tal Khan citado ‘vendeu’ PROJETOS e ‘know-how’ por aí, mas disseminou tecnologia nuclear para ESTADOS (Coreia do Norte, Irã, Líbia…), não para grupos (não foi maluco a tal ponto)….imagina-se que quase certamente agia sob cobertura oficial…
    Motivos pra ter medo, os americanos têm.
    Bom, quem semeia o vento, colhe tempestade…

  4. A arrôgancia americana ainda vai sermresponsável holocausto disse o amigo acima ” Eles inventaram a arma e agora tem medo que a usem contra eles, aqui se faz aqui se paga” Os Estados Unidos só vão parar de se meterem onde não devem quando sofrerem uma punição por erros de seus governantes irresponsáveis

  5. A mídia sempre mente, sendo a favor ou contra.

    Isso pode ser uma informação inventada pelos próprios americanos para justificar ações contra países que são (para eles) “antipáticos” e desafetos. Tais como Venezuela, Irã e etc. Geralmente, são para impor limites militares e políticos (influencia) a países sem poder militar poderoso. Nunca se meteriam com Korea do Norte nem com a China.
    É como no caso das turbinas brasileiras de enriquecimento nuclear. Estavam vendo o nosso potencial, o potencial de um país esquerdista, que tem Urânio de sobra e conhecimento para tecnologia nuclear de ponta, algo que os não querem de um país que não é “alinhado” a eles.

    Daqui a pouco vão “invadir” a América do Sul e fazer uma intervenção em alguns governos numa tentativa de “justifica uma possível célula terrorista”.

    Nesse caso, o Brasil pode não ser a vítima deles, mas perderemos a nossa influencia a partir do momento em que os EUA “dominarem” a política de países vizinhos nossos.

  6. Olha Bruno Luiz, vc até pode ter mt razão no seu contraponto, vide o caso das armas de destruição de massa do IRAK, isso pode mt bem ser tbm uma verdade..só saberemos se verdadeiro quando um estado ianks for torrado, pq com certeza eles serão as primeiras vítimas e logo a seguir …A geena poderá estar de portas abertas p estes.

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