Barulho e reflexos da explosão de paiol da Marinha na Ilha do Governador são sentidos em diversos bairros cariocas
A tarde daquele domingo, 16 de julho de 1995, arrastava-se calmamente no Rio até que o mundo, subitamente, pareceu vir abaixo. Por volta das 17h25m, uma explosão fortíssima provocou um forte abalo nas áreas adjacentes à Baía de Guanabara, principalmente na Ilha do Governador e outros bairros da cidade, além de Niterói e São Gonçalo, num raio de 50 quilômetros. Outras explosões se seguiram: eram os paiois de munição da Marinha na Ilha do Boqueirão, a 300 metros da Ilha do Governador, que iam pelos ares, causando choque, medo, pânico, correria e muita desorientação.
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Nos primeiros momentos, não se sabia o alcance da tragédia e temia-se por um grande número de mortos e feridos. As informações eram assustadoras: de vários pontos da cidade, era possível ver uma enorme bola de fogo erguendo-se sobre a baía e as explosões se sucediam.
O incêndio só foi extinguido na tarde do dia seguinte. Mas, por sorte, houve apenas feridos — 23 fuzileiros navais e alguns civis. Já os proprietários de casas e apartamentos em vários bairros da cidade tiveram prejuízos com vidros quebrados, paredes rachadas e danificadas.
As hipóteses aventadas como causa do acidente iam de sabotagem a instabilidade de munição num paiol de trânsito, de falha humana no processo de armazenamento a erro na construção de um dos depósitos. O assunto ganhou o alto da primeira página e mais quatro páginas internas da edição de segunda-feira, e continuou em destaque durante toda a semana.
Fonte: Memória O Globo
Edição Plano Brasil