Desaparece o KRI Nanggala

Submarino da marinha indonésia desaparece uma missão rotineira de treinamento ao largo de Bali.

Por: César A. Ferreira

A Marinha da Indonésia já iniciou as buscas pelo submarino KRI Nanggala, desaparecido enquanto efetuava exercícios para disparo de torpedos ao largo da Ilha de Bali. O referido submersível havia solicitado e recebido autorização para manobrar em uma cota superior a que estava quando do exercício previsto. Uma mancha de óleo já foi avistada, sendo comentário entre oficiais como indicativo do sinistro, ou por uma ótica otimista, como uma sinalização voluntária por parte da tripulação. A palavra otimismo deve ser entendida com cautela, pois a profundidade do local apontado que dista cerca de 95 km da costa varia entre 600 e pouco mais de 700 metros, profundidade esta que supera em muito a cota máxima do modelo IKL 209 – 1300 que é de 240 metros.

Esforços

De pronto a Marinha da Indonésia destacou belonaves para o setor apontado, sendo estas as fragatas KRi Raden Eddy Martadinata e KRI Gusti Ngourah Raj (classe Sigma 10514) e da corveta KRI Diponegoro (classe Sigma 9113). A informação sobre a varredura efetuada por estas belonaves é negativa, ou seja, infrutífera, o que é um péssimo sinal… Pois é um indicativo de ruptura dos tanques de diesel por colapso estrutural, a temida implosão, afinal tais repositórios de diesel não ficam submetidos ao casco de pressão, mas no caso de um colapso, de maneira clássica, tendem a romper… Todavia, independente da especulação sobre o destino dos tripulantes do KRI Nanggala, a Marinha da Indonésia enviou um navio de levantamento hidrográfico KRI Rigel, dotado de sonar de varredura lateral, bem como do caça-minas KRI Rengat, além de não ter nenhum pudor em solicitar ajuda externa para a localização do submarino sinistrado, tanto que o navio de apoio e resgate da Marinha da República de Singapura, MV Swift Rescue partiu em direção ao local do sinistro.

O submarino

O submarino KRI Nanggala pertence a classe de grande sucesso comercial IKL 209, no caso sendo da versão IKL209/1300. Foi recebido em 1981 e sofreu em estaleiros sul-coreanos uma grande revisão no ano de 2012. Nesta presente missão estava com uma tripulação muito acima daquela que é indicada para o submarino, que é da ordem de 34 tripulantes. A Marinha da Indonésia afirma que quando da perda de contato o KRI Nanggala navegava com 53 tripulantes. Não houve nenhuma informação sobre este excesso.

A Marinha do Brasil é cliente de cinco modelos IKL 209 da subclasse 1900, sendo quatro destes tendo as suas secções montadas no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Neste momento segue em curso um programa de substituição desta classe por outra de desenho francês, o modelo Scorpéne.

O que se pode esperar?

Infelizmente não se pode esperar muito além da certeza da catástrofe, isto devido a profundidade do local ser de 700 metros aproximadamente, seguindo a informação do Almirante Julius Widjoiono (Marinha da Indonésia), o que torna o paralelo com o destino do ARA San Juan inescapável. Para este escriba, notas como previsão de tempo restante de oxigênio para a tripulação não passam de verbalizações especulativas calcadas em falsas esperanças. Cabe honrar os mortos e descobrir o motivo do sinistro.

Nota: para a realização deste artigo o autor utilizou-se de matérias publicadas nos veículos El Snorkel, Southfront e Poder Naval.