Ex-repúblicas soviéticas decidem na Lituânia futuro de parceria com UE

A oferta da União Europeia para a assim chamada Parceria Oriental é o desenvolvimento de relações especialmente próximas com as antigas repúblicas soviéticas, sem perspectivas de uma filiação plena ao bloco. A terceira conferência de cúpula da aliança começou nesta quinta-feira (28/11) e termina nesta sexta, em Vilnius, capital da Lituânia, atualmente na presidência rotativa da UE.

Seis ex-países soviéticos participam do programa: três no Leste da Europa (Belarus, Moldávia e Ucrânia) e três no sul do Cáucaso (Armênia, Azerbaijão e Geórgia). A Federação Russa também foi convidada, mas declinou.

Favorita Ucrânia desiste

O evento principal da cúpula na capital lituana deveria ser a assinatura do já negociado acordo de associação entre a UE e a Ucrânia. Há muito ela era vista como país-modelo, entre os integrantes da Parceria Oriental.

Kiev recebeu a ajuda financeira mais ampla de todos: segundo dados oficiais europeus, cerca de 500 milhões de euros entre 2007 e 2010 – duas vezes a soma concedida à República da Moldávia e três vezes a da Geórgia. Nos últimos anos, as verbas para a Ucrânia ainda foram aumentadas.

Em 2011, a Ucrânia foi o primeiro país da Parceria Oriental a fechar as negociações sobre o acordo de associação, que também prevê a criação de uma zona de livre comércio. No entanto, a condenação da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko e os processos contra outros oposicionistas suscitaram críticas por parte da UE.

A assinatura do acordo estava prevista para agora, em Vilnius. No entanto, Kiev cedeu à pressão por parte de Moscou e, apenas uma semana antes da abertura da cúpula, suspendeu os preparativos para a conclusão do acordo de associação com a UE. O governo ucraniano instruiu os ministérios responsáveis a “travar um diálogo ativo com a Rússia e os países da União Aduaneira [criada pela Rússia], assim como com a Comunidade dos Estados Independentes [CEI]”.

Moldávia, o novo país-modelo

Agora, ao que tudo indica, a República da Moldávia assume o lugar da Ucrânia como país-modelo da Parceria Oriental. Quichinau e Bruxelas pretendem assinar nesta sexta-feira, em Vilnius, um pré-acordo de associação, a ser ratificado em 2014, ainda antes de se encerrar o mandato da atual Comissão Europeia. A UE não só saúda as reformas na Moldávia, mas também a ausência dos problemas com a democracia que apresentam os demais membros da Parceira Oriental.

Duas semanas antes do início da atual cúpula, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, dera uma declaração sensacional: seu órgão iria solicitar ao Conselho da UE a eliminação da exigência de visto para os cidadãos moldávios, que assim poderiam ser os primeiros, na Parceria Oriental, a ter liberdade de ir e vir na UE.

A declaração de Barroso foi um exemplo do princípio more for more: quanto mais reformas um país implementa, maior a boa vontade de Bruxelas em relação a ele.

Geórgia assina pré-acordo

Nesta quinta-feira, em Vilnius a Geórgia se antecipou à Moldávia na corrida pela aproximação com a UE. Representado por seu novo presidente, Giorgi Margvelashvili, o país já assinou um pré-acordo de associação. Porém não está claro se Tbilisi conseguirá se integrar à UE no mesmo ritmo que Quichinau, já que isso depende da situação interna georgiana.

Bruxelas aconselhou o governo nacional a não seguir o exemplo da Ucrânia, que perseguiu judicialmente os líderes da oposição política. Segundo observadores, caso o ex-presidente Mikhail Saakashvili seja condenado à prisão, isso poderá retardar a assinatura do acordo de associação com a UE.

Armênia cede à pressão de Moscou

O quarto país a demonstrar interesse num acordo de associação com a União Europeia foi a Armênia. Ambas as partes haviam concluído em meados deste ano as negociações a respeito e, como no caso da Geórgia e da Moldávia, a intenção era assinar o pré-acordo já durante a presente cúpula.

No início de setembro, contudo, o presidente armênio, Serj Sargsyan, encontrou-se com seu homólogo russo, Vladimir Putin. Depois disso, Erevan deu meia volta e não pretende mais aprofundar as relações com a UE. Em vez disso, seguindo o exemplo de Belarus e do Cazaquistão, ela deverá aderir à União Aduaneira criada pela Rússia em julho de 2010.

Azerbaijão: o gás é que conta

O vizinho Azerbaijão não deseja ingressar na União Aduaneira euro-asiática, nem pretende assinar nada em Vilnius. As relações do país com a UE são dominadas por questões de política energética. Em junho deste ano, um consórcio internacional, que explora o campo petrolífero Shah Deniz, definiu a rota para o transporte do gás azerbaijano até a Europa, e ficou decidida a construção de um oleoduto pelo mar Adriático. Os europeus esperam, assim, reduzir sua dependência do gás russo.

Talvez por isso o presidente Ilham Aliyev foi convidado para a cúpula em Vilnius, apesar das críticas europeias às últimas eleições presidenciais no Azerbaijão e do consequente mal-estar em Baku. Até o último momento, não estava claro se o chefe de Estado aceitaria.

União Europeia (verde-escuro) e países de Parceria Oriental (verde-claro)

Belarus mais uma vez sem Lukashenko

Quanto ao presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, ele é definitivamente persona non grata na cúpula da Parceria Oriental. Também na reunião anterior, em Varsóvia, 2011, ele não fora convidado. Só é esperado na capital da Lituânia um representante do Ministério bielorrusso do Exterior.

Belarus é o único país da aliança oriental sujeito a sanções por parte da UE, devido a violações dos direitos humanos e perseguição de membros da oposição. Diversos analistas duvidam da eficácia de tais sanções. Alguns políticos europeus apelaram para que se utilize o encontro em Vilnius para tirar do impasse as relações entre a União Europeia e Belarus.

Fonte: DW.DE

8 Comentários

  1. Subornados com Euros e dollares esses dirigentes dos paises mencionados podem ate aceitar a oferta de ingressar a Uniao Europeia. Mas o que essa Uniao Europeia tem oferece-los. Somente sugar suas riquesas minerais. Nao esta em condicao de ajuda-los financeiramente por que com excessao da Alemanha e alguns paises nordicos, o resto da Uniao Europeia estao falidos. Tomem notas: a Franca vai ser um caso muito bonito de se ver, Estao querendo abolir o direito das pessoas do leste europeu virem buscar emprego no resto da Europa, isto e, Alemanha e Inglaterra, onde tem muito pouco oferta de emprego e o racismo contra o pessoal do leste europeu esta ganhando grande apoio da populacao trabalhadora.

    • “Mas o que essa Uniao Europeia tem oferece-los. Somente sugar suas riquesas minerais.”

      Mas é exatamente isso que a China faz com o Brasil?

      • A questao e porque os monopolios capitalistas que estavam no Brasil antes de se transferirem para China, – relembra, o processo de industrializacao no Brasil comecou se desenvolver ja na decada 1950 – transferiram a producao industrial brasileira, tal qual a producao industrial europeia ocidental, mexicana e norte americana para China.China nao tinha capital para se desenvolver como se desenvolveu. Foi capital norte americano, britanico e outros paises europeus mais o capital japones. Simplesmente por que na China a mao de obra e baratissima, comparado com a mao de obra brasileira, mexicana e muito mais bvararta que a mao de obra norte americana e europeia ocidental. Com uma massa de mais de 600 milhoes de chineses querendo trabalho, os capitaslista na China pode dar-se o luxo de impor as condicoes de trabalho. Nao direito a ferias, nao direito a aposentadoria, nao tem decimo terceiro, nao tem sexta basicas, nao se preocupas protecao de ambientes, seguros de trabalhos e outros direitos. E como Inglaterra do seculo XIX Se o Brasil quer competir com China vai ter que fazer o mesmo. Abolir o direito de salario minimo, e reduz pelo menos 80% o salario pago aos funcionario publico que for essencial para o Estado, o resto mandam embora. Acaba com o direito ferias, fecha os hospitais que atendem o publico de graca, fecham as escolas publicas, fecham os departamentos de fiscaslizacao dentro dos governos estadual, municipal e federal, deixa o patrao decidir quantas horas o empregado vai trabalhar, introduz o contrato de trabalho Zero hora, isto e, o trabalhador fica a disposicao da empresa, que o chama para trabalhar quando ela o necessita, senao ele fica em casa, sem salario of course ou volta introduzir o sistema de 12 horas de trabalho por dia, meia hora para refeicao e acaba com o direito de pagamento as horas extras de trabalho. Bota esse programa, voce pode acreditar que os capitalistas voltarao investir no Brasil. Se esse programa e muito radical, entao nao reclama que so resta o Brasil quem vai ser seu sugador, os EUA ou a China ou mesmo a falida Europa Ocidental.

    • “A UE está ciscando no territorio do Urso…Moscou vai reagir ?”

      Vocês tem que acordar e entender que o território do urso já não existe mais. A Ucrânia é livre para escolher o que é melhor para ela, não adianta a
      Rússia espernear.

  2. Caramba hein!! Azerbaijão, Armênia e Geórgia ‘reconhecidos’ como ‘europeus’ pela Europa Ocidental!!! 🙂

    Uma pergunta: A Moldávia está melhor do que a Romênia?

    Estranho isso! Teve uma época que os dois países pensaram em se unir mas, por conta de questões que desconheço, o projeto não foi pra frente…

    E a situação da Romênia, pessoal? E os Romenos transitando livres pela UE….

    Quem puder comentar/esclarecer.

    • Existem muito russos que tem vividos na Ucrania. na Georgia e na Moldavia por centenas de anos. Esses paises faziam parte do Imperio russo, o imperio dos Czares antes da existencia da Uniao Sovietica. Nenhum desses paises sao estaveis. Se a situacao entre Russia e a Uniao Europeia, que nada mais e que um conjunto de colonias dos Estados Unidos, esses paises podem ser rachados. Os romenos, os hungaros e todos os paises que faziam parte da zona de influencia sovietica, e que ja foram aceitos como membro da Uniao Europeia, terao direito de trabalhar em qualquer outro pais da Unidade Europeia. Transito livre eles ja os tem. O problema e que paises como Inglaterra, onde metade da populacao desses paises querem vir, estao querendo mudar as leis que permitirao esses imigrantes trabalhar legalmente. Estao querendo dificultar o acesso a beneficio sociais. Inglaterra tem sido mamata para esses imigrantes. Conheco poloneses que veem para Inglaterra, trabalham legalmente uns meses, depois se desempregam. aplicam o auxilio de desemprego, e buscam trabalho pago em cash, sem registro, trabalho ilegal. Os ingleses sabem disso, dai o crescimento do partido UKIP, que tem um programa se for eleito, retirar a Inglaterra da Uniao Europeia. E esse partido, de estrema direita esta crescendo, as custas dos partidos tradicionais, O mesmo se passa na Franca, Holanda, Alemanha e Suecia. O racismo hoje nao e tanto questao de cor, mas anti leste europeu e anti mulssumano.

  3. Deagol
    3 de dezembro de 2013 at 20:43

    “A UE está ciscando no territorio do Urso…Moscou vai reagir ?”

    Vocês tem que acordar e entender que o território do urso já não existe mais. A Ucrânia é livre para escolher o que é melhor para ela, não adianta a
    Rússia espernear.==== Vc está até certo, + são + de 300 anos junto c os Russos, e se eles cortarem o gás…cabeças vão cair, e + ou menos 45%¨da população fala Russo ou é descendente…um barril de pólvora .Sds.

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