Marinha russa precisa de um porta-aviões?

Marinha russa precisa de um porta-aviões?Ilustração: Konstantin Maler

O papel da Marinha nos conflitos modernos não é menos importante do que o da aviação. Nesse sentido, a resposta para a pergunta sobre quais tipos de navios de guerra devem estar a serviço da Marinha russa tem importância fundamental. Será que ela precisa mesmo de porta-aviões?

Hoje, o tipo mais comum de confronto armado é o conflito assimétrico entre um exército regular e unidades paramilitares, como guerrilhas ou milícias, que não obedecem às regras “clássicas” da guerra. Nessas circunstâncias, o uso de porta-aviões assume importância especial. Ao contrário dos submarinos, um porta-aviões pode prestar apoio necessário ao grupo de vistoria e à inspeção de navios, libertação de reféns ou ao desembarque de tropas na costa, além de controlar as rotas de transporte marítimo e proteger embarcações mercantes de ataques de piratas ou aéreos.

No entanto, o programa de armamentos da Rússia para o período de 2011 a 2020 não tem dispositivos relativos à construção de um porta-aviões nacional, apresentando como principal força de ataque os submarinos nucleares armados com mísseis de cruzeiro.

O programa de porta-aviões teve altos e baixos na era soviética e pós-soviética. Como os líderes soviéticos encaravam porta-aviões como arma de agressão capitalista estranha à doutrina naval soviética, eles mandaram construir cruzadores porta-aviões e equipá-los com aviões V/STOL, que, em inglês, significa “decolagem e pouso vertical ou em curta distância”. No entanto, em 1991, o programa soviético de V/STOL foi encerrado após a queda de um V/STOL (Iak- 41M) no convés do cruzador porta-aviões Almirante Gorchkov durante testes. O mais famoso V/STOL é o Harrier, fabricado na Inglaterra pela British Aerospace, a única empresa do mundo a conseguir levar à prática esse projeto.

No outro extremo, em 2008, o então comandante-geral da Marinha russa, almirante Vladímir Masorin, sugeriu construir, nos 20 anos subsequentes, seis forças-tarefa de porta-aviões de ataque. Na sua opinião, isso permitiria à Rússia ter a segunda mais poderosa frota de superfície do mundo, após os EUA. Se o país tivesse deixado se envolver nessa competição, seu colapso econômico e militar não teria tardado a acontecer.

Por apreço à justiça, devemos dizer que a Rússia já tem um porta-aviões. Trata-se do navio aeródromo Riga (também conhecido como Leonid Brejnev ou Tbilissi, e, desde o outono de 1990, como Almirante Kuznetsov), que teve seu batimento de quilha em 1982  nos estaleiros de Nikolaev. Todavia, esse navio dificilmente pode ser considerado um porta-aviões moderno.

Em primeiro lugar, ele utiliza uma caldeira e uma turbina a vapor marítima como principal meio de propulsão, o que restringe sua aplicação, contrariamente aos porta-aviões munidos de unidades de propulsão nucleares. Em segundo lugar, em vez de catapultas a vapor usadas para a decolagem de aviões nos porta-aviões americanos, os aviões embarcados russos decolam a partir de uma rampa de proa. A experiência mostra que só a catapulta a vapor garante a decolagem segura de aeronaves em todas as condições.

O principal argumento dos opositores do porta-aviões é a tese de que em si ele não é uma arma e necessita de aviões e navios de apoio. Mas nenhum dos navios modernos, nem mesmo um submarino nuclear porta-mísseis, pode combater sozinho. Focada na frota submarina, a Marinha soviética desenvolvia também a frota de superfície. Como resultado, em 1991, a Marinha russa contava com mais de 100 navios de linha e de escolta, o que era mais do que suficiente para criar 15 grupos-tarefa de porta-aviões.

A aviação embarcada também não exigiria grandes investimentos. Os aviões embarcados russo são, em regra, versões modernizadas de aeronaves em serviço da FAR (Força Aérea Russa). O avião de quinta geração T-50 será produzido em duas versões: a terrestre e a embarcada. Isso significa que é preciso realocar as verbas disponibilizadas à construção de novas aeronaves até 2020: reduzir as compras das versões terrestres do MiG-29, Su -35, T-50 e aumentar as encomendas de suas versões embarcadas.

A realocação das verbas não prejudicará a FAR. Ao contrário dos mísseis de cruzeiro dos submarinos nucleares, um avião embarcado também pode decolar a partir de um aeródromo terrestre.

Sem porta-aviões, a Marinha russa pode enfrentar os piratas somalis, mas não pode defender os turistas russos contra outras Primaveras Árabes.

Fonte: Gazeta Russa

27 Comentários

  1. Eu acredito que um Nae é imprescindível para qualquer marinha moderna, até por uma questão de logística, um país como a Rússia que é um verdadeiro player mundial deveria ter no mínimo dois Nae modernos a propulsão nuclear !

  2. “””No entanto, o programa de armamentos da Rússia para o período de 2011 a 2020 não tem dispositivos relativos à construção de um porta-aviões nacional, apresentando como principal força de ataque os submarinos nucleares armados com mísseis de cruzeiro.”””

    Ao optar por submarinos e aviões eles concordam que a melhor marinha é a que viaja submersa e a que voa … fazer o que né ??

    http://navalbrasil.com/aviacao-estrategica-russa-realiza-voos-no-pacifico/

    http://codinomeinformante.blogspot.com.br/2012/07/russia-e-italia-desenvolverao-aviao.html

    Os americanos optam por porta aviões ao assumirem o papel de polícia do mundo, esse equipamento sem dúvidas é primordial em guerras assimétricas.
    Em um guerra clássica de igual para igual esses grandes navios serão os primeiros alvos a afundarem.

    “””Hoje, o tipo mais comum de confronto armado é o conflito assimétrico entre um exército regular e unidades paramilitares, como guerrilhas ou milícias, que não obedecem às regras “clássicas” da guerra.””” ( do texto )

    • stadeu,

      Quer seja em um ambiente assimétrico ou convencional, os porta-aviões, devidamente escoltados e projetando poder sobre terra, mar e ar, tem as verdadeiras condições para serem os primeiros a atacar e definir o combate; diferente de outros meios de superfície ou submersos, que necessitam primordialmente da cooperação com outros meios aéreos de longo alcance ( P-3 Orion, por exemplo ) para utilizarem suas capacidades ao máximo… Daí que se esses navios não contarem com esses meios, eles ficam limitados aos seus próprios sensores, ficando em clara desvantagem diante de um Carrier Group, que sempre contará com meios aéreos do porta-aviões ( de maior alcance que os disponíveis em um destróier, por exemplo ) para complementar seus demais meios de localização.

      Em suma, uma marinha sem porta-aviões e navios de apoio a desembarque, é somente para defesa. Suas capacidades sempre serão muito limitadas, se comparadas a outras que tem condições de levar o poderio em todas as suas dimensões a qualquer mar… É bem verdade que submarinos com mísseis também podem projetar poderio sobre terra. Mas ao mesmo tempo, seus meios são muito limitados e não são capazes de igualar a diversidade de meios a disposição de um porta-aviões, que tem um leque muito maior de opções de ataque, a nível tático e estratégico. Se um país precisa de projeção de força convencional, então a verdadeira arma é o porta-aviões.

      Bombardeiros de longuíssimo alcance são realmente interessantes para levar poderio aéreo, com boa diversidade de opções para armas convencionais. Mas, se for para utiliza-los com funções táticas ( com armas próprias para lidar com guerrilhas ), então eles teriam que operar sobre a zona de conflito, sendo somente utilizáveis em espaço aéreo não contestado ( haja visto que dificilmente poderiam se defender de aeronaves de caça modernas e dificilmente poderiam evitar SAMs de longo alcance )…

      Ultrapassar as defesas de um Carrier Group não é tarefa simples… Mais fácil um atacante ser dizimado pelos sistemas defensivos da frota ( caças, mísseis, aeronaves ASW/ASuW, etc. ) do que o contrário. É certo que os porta-aviões de hoje estarão entre os últimos navios a afundarem; algo que provavelmente só acontecerá se os mesmos forem submetidos a terríveis ataques de saturação, que ultrapassem todas as defesas…

      • RR,

        Ataques de saturação não ultrapassam todas as defesas, só parte delas, isso já é o suficiente para alcançar o objetivo proposto, quanto aos P-3 Orion ou outros tipos de olhos e ouvidos avançados, são meios de cooperação entre armas que até a infantaria à pé usa aplicando pequenos Vants e Micro Satélites .

        Lembre-se que na análise da derrota da Argentina nas Malvinas, a falta de cooperação entre as três forças, pela vaidade amadorista , foi fator vital para a derrota.

        Cooperação hoje dos meios é estratégica.

      • Stadeu,

        Ataques de saturação ultrapassam quaisquer defesas, não importa o quão densas elas sejam. A principal questão diz respeito a quantidade de armas necessárias para ultrapassa-las… No caso específico dos americanos, não é todo mundo que vai ter as condições para tanto…

        Stadeu, existe uma diferença enorme entre contar com meios apenas terrestres de cooperação e meios embarcados em porta-aviões ( E-2 Hawkeye, por exemplo )… Mesmo que se possa contar com aeronaves de inteligência baseadas em terra que possam percorrer meio mundo, isso é de uso extremamente limitado se a aeronave em questão não pode contar com defensores e estará a mercê da aviação de caça adversária…

        Ter um Carrier Group presente na zona de interesse não amplia somente os meios para atacar, mas diminui o tempo de resposta, amplia a persistência em combate e a consciência situacional.

        A estratégia não se trata somente de cooperação. Coordenar perfeitamente os recursos no espaço de batalha, com cada força tendo suas tarefas perfeitamente claras e definidas dentro de um objetivo também claro e definido, é fundamental para o sucesso de uma campanha militar. Em suma, estratégia é planejar cuidadosamente a campanha, apontando o que se quer e quais meios serão necessários para tanto. No caso específico das Falklands, a derrota argentina se deu basicamente por falta de planejamento do lado argentino ( e não propriamente cooperação; as forças argentinas cooperaram bem em muitas áreas ) e um melhor preparo ( de uma maneira geral ) das forças britânicas… A maneira coordenada de pensar dos britânicos permitiu a eles que utilizassem seus limitados recursos com a máxima eficácia…

  3. Se a Rússia precisa de um NAe? óbvio! uma nação que se declare soberana, com vasto território marítimo, e que muitas vezes precisa defender seus interesses em outros continentes, precisa de um centro logístico e tecnológico, acho ridículo eles só terem um no momento (apesar de saber que é por questões financeiras, uma vez que a Rússia ainda se recupera). A Rússia tem muitos interesses a serem defendidos junto aos seus parceiros comerciais (oriente médio) e a imponência armamentista de um NAe impõe respeito a qualquer país do mundo.
    Alguns defenderam que eles não precisam, devido eles terem um poder de dissuasão submarina soberana ( pois já foi noticiado que nem os radares americanos foram capazes de rastrear um submarino da classe Akula – Evento ocorrido no golfo do México ), mas uma guerra não se resume a isso, muitas vezes é necessário por questão de custos, ter um NAe para transportar seus vetores estratégicos, bem como todo um aporte de guerra. Sim a Rússia não precisa de um NAe, ela precisa de uns 4…e o Brasil precisa reciclar a banheira chamada São Paulo…

    • O BRASIL também se quiser ter um Nae moderno,terá que ser um a propulsão nuclear, o A-12 é muito velho, perigoso,um verdadeiro comedor de recursos !
      Teríamos que ter uns dois,mas se fizerem um moderno já amortiza um pouco a penúria das forças armadas brasileiras !

      • Bondade a sua chamar o São Paulo de velho, aquilo já era pra ter ido para o museu, não presta pra nada além de gastos desnecessários. Dois NAe’s seria bom para nossa armada, é claro, se fossem escoltados por navios a altura de uma esquadra eficiente. Mas nem gosto de citar nosso país nestes diálogos, porque somos míseras baratas em relação ao que as grandes potências são, nosso país não leva a sério os assuntos de defesa nacional.

  4. Cesar Pereira
    24 de novembro de 2013 at 17:47

    O BRASIL também se quiser ter um Nae moderno,terá que ser um a propulsão nuclear, o A-12 é muito velho, perigoso,um verdadeiro comedor de recursos !
    Teríamos que ter uns dois,mas se fizerem um moderno já amortiza um pouco a penúria das forças armadas brasileiras ! === Se for p construir um NAE q o mesmo seja nuclear, chega de meia bocas…e por favor,150 caças Su-35″S” e 36 p a n MB + 17 subs c AIP e outros (4) nuclares, 03 satélites geoestacionários e VLS exitoso, td isso p ontem.Sds.

  5. Por causa dos DFs chineses esses porta aviões tem que ficar a milhares de quilômetros da costa chinesa….foi-se o tempo que estes navios faziam a diferença isso só serve contra nações fracas…

  6. são armas ultrapassadas…tinham funcionalidade na época da segunda guerra mundial…hoje não passam de ENORMES E CARÍSSIMOS alvos flutuantes…contra uma coreia do norte ou síria nunca verão em ação….cadê que foram lá na siria…rs…é porque lá o buraco seria mais embaixo….só serve/presta contra defesas/nações que não oferecem nenhuma ameaça ou capacidade de ataque/contra ataque..

    • Charles Dal,

      Os porta aviões atuais foram pensados justamente para se baterem contra as mais poderosas defesas. Seu arsenal, que inclui/incluirá caças de ultima geração, servem exatamente para isso; para dominar espaços conquistados e levar poderio aéreo onde força aérea alguma pode ir sem depender de bases pelo caminho… Acompanhados de outros meios, são extremamente difíceis de serem vencidos…

      Meus comentários para o stadeu a “24 de novembro de 2013 at 17:45” e “25 de novembro de 2013 at 9:24” complementam minha resposta.

      • Concordo _RR_
        Na nova visão mundial a respeito de logística de guerra, um NAe é um centro perfeito de locomoção bélica, ele consegue levar toda uma logística para até msm para outro lado do planeta, economizando horas de vôo, desembarque de material e armamentos, entre outras mil vantagens. Quanto a ser alvo facil discordo, pois é claro que ninguém vai sair por aí desbravando os sete mares com um NAe sozinho, tem toda uma esquadra que o defende e impede que qualquer ataque chegue a ele.

  7. E.M.Pinto,

    Boa matéria e meus parabéns, e aproveitanto você poderia levantar essa questão sobre se a Marinha do Brasil precisa de um porta-aviões também e quais ameaças podem surgir futuramente por conta das recentes descorbetas de petróleo em várias bacias.

  8. Um Russo disse uma vez que os porta aviões Americanos não passavam de grandes alvos para seus misseis.
    São maquinas fantásticas para a projeção de poder, mas em um conflito entre duas forças modernas munidas de misseis de cruzeiro, e de uma boa força de submarinos, esse grandes barcos podem se tornar mesmo grandes alvos para misseis e torpedos.
    Existem fatos que reforçam esta tese: Li em uma certa revista da área militar que em um exercício a alguns anos atrás os Americanos tiveram um grande susto quando um submarino chinês emergiu próximo ao porta aviões que capitaneava a força tarefa.
    Me parece que em exercícios conjuntos, um submarino Brasileiro conseguiu efetuar com êxito as manobras para afundar o porta aviões Espanhol “Príncipe de Astúrias”.
    O porta aviões é uma arma excelente para intimidar países com pouca capacidade militar.
    Hoje a arma mais temida nos mares não é o porta aviões, é o “submarino”.
    Uma força de submarinos pode saturar com seus misseis as defesas de uma força tarefa, e se apenas um míssil passar, pode causar milhares de vitimas e bilhões de dólares em prejuízo.
    Mas o porta aviões ainda tem lugar nas marinhas modernas.
    Um confronto entre as grandes potencias é uma coisa muito improvável, portanto eles ainda continuarão a ser usados por muito tempo para projetar poder sobre países mais fracos.

    • GilmarJose,

      Submarinos são excelentes meios para impedir o domínio dos mares e negar o seu uso, mas não são capazes de propriamente domina-los, pois simplesmente não possuem os recursos necessários para exercer o poder naval em todas as suas dimensões. Um submarino não pode dominar o espaço aéreo sobre o mar e sua capacidade de projetar força sobre terra é limitada em variedade de meios. E para exercer o máximo de seu potencial, necessita estritamente de cooperação com outros meios aéreos. É uma arma estratégica, mas com pouca empregabilidade em cenários assimétricos…

      Um porta-aviões, pelo contrário, pode dispor de uma variedade de meios para ataque que se encaixam tanto em ambientes assimétricos como convencionais, dispondo de um leque de armas muito mais variado, com vasta empregabilidade, podendo levar poder aéreo onde força aérea nenhuma pode chegar ( essa, aliás, é a essência do porta-aviões; levar poder aéreo para qualquer zona de mar ). Qualquer marinha que dispuser de porta-aviões e navios de apoio a desembarque ( LHD ), será uma marinha com verdadeiro poder ofensivo, sendo verdadeiramente capaz de dominar o mar.

      • _RR_
        …”Submarinos são excelentes meios para impedir o domínio dos mares e negar o seu uso”…

        É exatamente isto que eu quis dizer.
        Os submarinos não são feitos para projetar poder ou para dominar os mares, mas sim para evitar que uma potencia fazendo uso de seus meios de superfície, possa navegar impunimente por mares ou áreas em conflito.
        Quando se fala de marinhas modernas e bem equipadas, uma força tarefa inteligente faria de tudo para evitar navegar em uma área infestada por submarinos inimigos.
        Mas como eu já disse, o porta aviões é uma arma fantástica, e é necessário para que alguns países possam projetar poder e mostrar a bandeira.
        É realmente ideal para o guerra assimétrica, e nesse quesito, tem servido de forma magnifica aos interesses dos EUA, França e Inglaterra.
        Esta ultima por sinal, deve o domínio da Malvinas ao uso de um, vamos dizer, derivado de porta aviões.
        Mas nesta mesma guerra, um submarino Argentino fez alguns disparos contra embarcações Inglesas que não lograram êxito devido ao despreparo da tripulação deste submarino.
        Imagine se estes disparos tivessem tido êxito.
        Se assim acontecesse, poderia ter mudado um pouco a historia da guerra pois a marinha Inglesa seria obrigada a evitar certas manobras para não expor seus navios.
        É na guerra convencional e entre forças modernas e bem equipadas que está o problema.
        Em um ambiente repleto de contra medidas, com misseis, torpedos e submarinos de ultima geração, um navio destes poderia se ver obrigado a navegar fora da zona de alcance destes misseis e submarinos.
        As águas próximas à costa então, poderiam ser um pesadelo para estes gigantes, pois estariam entrando na área de atuação dos submarinos diesel que são mais silenciosos e poderiam causar estragos muito grandes.
        A população de um pais com certeza ficaria aterrorizada ao saber que ama força tarefa capitaneada por um grande porta aviões estaria se aproximando para efetuar um ataque. Mas se este pais tivesse suas forças armadas bem preparadas, esta ameaça poderia ser contida.
        Por outro lado, o ataque de um grupo de submarinos só seria detectado depois que os misseis fossem disparados, e ai já seria tarde.
        Lembre-se do que ocorreu no inicio do ano: Um submarino Russo navegou impunimente por vários dias bem próximo da costa Americana sem ser detectado.
        Acho que cada arma tem seu lugar nas marinhas modernas.
        Mas convenhamos, um monstro destes com o convés repletos de caças, com a característica movimentação barulhenta é uma imagem realmente inesquecível e maravilhosa.

        Sds

      • GilmarJose,

        O porta aviões em si não foi pensado para se expor e suportar os danos da batalha… Ele foi pensado para fornecer o poderio ofensivo da frota, com meios concebidos justamente para atacar a distância, sem se expor ao adversário… E a escolta está ali para protege-lo de eventuais atacantes que por ventura se aproximem… De toda a sorte, tudo depende de um grupo de atacantes chegar a posição de lançamento de suas armas. E é aí que está o problema; isto é, passar pelos meios defensivos da escolta, que cobrem um circulo defensivo que pode ultrapassar centenas de quilômetros, dependendo dos meios disponíveis…

        Todos os navios tem sua empregabilidade, mas o porta-aviões em si é o único capaz de exercer o domínio real do mar em todas as suas dimensões. Por tanto, é componente vital de qualquer marinha que deseje de fato exercer o poder naval…

        Há de se analisar as determinadas situações… Concordo que localizar um submarino é tarefa complicadíssima, no entanto a evolução do setor ASW também é considerável, notadamente na cobertura dos meios… No caso específico da marinha britânica nas Falklands, as forças britânicas por aquele período passavam por um momento de transição, com o desenvolvimento de nova doutrina e a readequação de suas forças. Haviam, portanto, falhas estruturais consideráveis…

      • Amigo _RR_

        Você esta querendo justificar as falhas da marinha Britânica naquele conflito.
        Marinha esta que era na época, e ainda é até hoje, uma das mais poderosas do mundo.
        Com isso parece querer dizer que o submarino Argentino só conseguiu se posicionar e disparar porque a marinha Britânica passava por um “momento de transição”.
        Não meu amigo, não e verdade.
        Uma das mais poderosas marinhas do mundo enfrentou a armada argentina que lutou com equipamentos obsoletos e eletrônica defasada que nem de perto poderia se comparar com o que os Ingleses tinham em seu inventario.
        E mesmo assim, os Etendart com seus exocet levaram o terror aos modernos navios de guerra Ingleses. E olha que os Argentinos contavam com pouquíssimas unidades destes misseis.
        A qualidade do equipamento da marinha Inglesa, junto com o nível de adestramento dos seus operadores era muito superior ao que os Argentinos tinham.
        E mesmo assim a marinha Inglesa sofreu baixas significativas. Baixas estas que só não foram maiores porque a tripulação de submarinos Argentina não tinha um bom treinamento.
        Vale lembrar que os Etendart Argentinos tinham que decolar de bases em terra pois o 25 de maio ainda não estava preparado para operar estes aviões.
        Por outro lado, o afundamento do Cruzador General belgrano pelo “submarino” HMS Conqueror, serviu para intimidar a armada Argentina pois a partir deste fato, as atuações da mesma não passaram de tímidas ações de patrulha.
        Os portas aviões Ingleses se saíram bem pois lutaram contra um adversário muito inferior, mas mesmo assim tentaram se manter fora do alcance dos Etendart e seus Exoset.
        Com poucos Exocet (5 ou 6 unidades) poucos Etendart e que ainda não podiam operar no convés do 25 de Maio, pouquíssimos submarinos e com uma tripulação mal treinada, a Argentina afundou varias embarcações Inglesas impedindo que esta tivesse domínio total da zona de conflito.
        Com isto os Argentinos provaram a tese de que o Porta aviões é uma embarcação que se presta muito bem para a guerra assimétrica, e para a guerra contra um adversário que não disponha de submarinos e de meios lançadores de misseis de cruzeiro.
        Em um conflito entre duas potencias que tenham estas armas, o uso do Porta aviões será muito limitado.
        E não se iluda meu amigo. O submarino moderno, operado por tripulação bem treinada é praticamente impossível de ser detectado. Ele vai espreitar sua presa por dias e até semanas, até que consiga disparar seus torpedos.
        Mas eu não sou contra o uso dos porta aviões. Como não acredito em uma guerra em larga escala entre duas super potencias, acho que este tipo de navio tem lugar garantido por muitas décadas nas grandes marinhas do mundo.

        Sds

  9. _RR_
    26 de novembro de 2013 at 9:26

    GilmarJose,

    Submarinos são excelentes meios para impedir o domínio dos mares e negar o seu uso, mas não são capazes de propriamente domina-los, pois simplesmente não possuem os recursos necessários para exercer o poder naval em todas as suas dimensões. Um submarino não pode dominar o espaço aéreo sobre o mar e sua capacidade de projetar força sobre terra é limitada em variedade de meios. E para exercer o máximo de seu potencial, necessita estritamente de cooperação com outros meios aéreos. É uma arma estratégica, mas com pouca empregabilidade em cenários assimétricos…

    Um porta-aviões, pelo contrário, pode dispor de uma variedade de meios para ataque que se encaixam tanto em ambientes assimétricos como convencionais, dispondo de um leque de armas muito mais variado, com vasta empregabilidade, podendo levar poder aéreo onde força aérea nenhuma pode chegar ( essa, aliás, é a essência do porta-aviões; levar poder aéreo para qualquer zona de mar ). Qualquer marinha que dispuser de porta-aviões e navios de apoio a desembarque ( LHD ), será uma marinha com verdadeiro poder ofensivo, sendo verdadeiramente capaz de dominar o mar. ==== Falou é disse amigo, pena q

  10. _RR_
    26 de novembro de 2013 at 9:26

    GilmarJose,

    Submarinos são excelentes meios para impedir o domínio dos mares e negar o seu uso, mas não são capazes de propriamente domina-los, pois simplesmente não possuem os recursos necessários para exercer o poder naval em todas as suas dimensões. Um submarino não pode dominar o espaço aéreo sobre o mar e sua capacidade de projetar força sobre terra é limitada em variedade de meios. E para exercer o máximo de seu potencial, necessita estritamente de cooperação com outros meios aéreos. É uma arma estratégica, mas com pouca empregabilidade em cenários assimétricos…

    Um porta-aviões, pelo contrário, pode dispor de uma variedade de meios para ataque que se encaixam tanto em ambientes assimétricos como convencionais, dispondo de um leque de armas muito mais variado, com vasta empregabilidade, podendo levar poder aéreo onde força aérea nenhuma pode chegar ( essa, aliás, é a essência do porta-aviões; levar poder aéreo para qualquer zona de mar ). Qualquer marinha que dispuser de porta-aviões e navios de apoio a desembarque ( LHD ), será uma marinha com verdadeiro poder ofensivo, sendo verdadeiramente capaz de dominar o mar. ==== Falou é disse amigo, pena q o BRASIL ñ tenha nem um nem outro, só 5 subs sem AIPs, e nenhum caça de 1ª linha como a Venezuela c seus Su 30MK2S os melhores caças da AS, e tem ou vai ter 12 dos melhores subs Russos do mundo e caminhando p ter às melhores FA da AL…trágico, + verdadeiro.Sds.

    • Amigo giancarlos,

      Evidente que falta realmente bastante coisa, mas não está mal…

      Os cinco Scorpenes se constituirão sim em um bom meio de dissuasão marítima, podendo efetivamente contribuir para negar o mar brasileiro a qualquer agressor. Localizar submarinos, como disse acima, é tarefa complicadíssima, e localizar e deter uma força de exploração composta por submarinos que estejam cooperando e ao mesmo tempo operando bem dispersos, requer recursos em massa que a maioria dos países por aí simplesmente não possui… Se o PROSUPER sair ( e acredito que vai sair de um jeito ou de outro; mesmo porque as Vosper/Niterói já entraram no estágio final de suas vidas uteis e não tem tanta coisa sobrando no mercado ), poderá dar ao Brasil uma frota sem igual na América Latina, com meios realmente dignos de uma armada de primeira linha… Somente ficaria restando aí ( opinião minha ) navios LHDs e um sistema de comunicações seguras via satélite…

      As aeronaves brasileiras ( F-5M, A-1M, A4M, P3 Orion, Linx ), se munidas de mísseis ar-mar competentes e em quantidade, poderiam muito bem gerar um ataque de saturação que dificilmente poderia ser contido, mesmo para uma marinha preparada. Só fica faltando mesmo uma aeronave que possa propiciar o domínio do espaço aéreo…

      Quanto a forças armadas, sugiro ao amigo uma observação das FAs chilenas e peruanas…

      • É isso aí _RR_

        … Os cinco Scorpenes se constituirão sim em um bom meio de dissuasão marítima, podendo efetivamente contribuir para negar o mar brasileiro a “qualquer agressor”. Localizar submarinos, é tarefa complicadíssima, e localizar e deter uma força de exploração composta por submarinos que estejam cooperando e ao mesmo tempo operando bem dispersos, requer recursos em massa que a maioria dos países por aí simplesmente não possui…

        Eu sabia que você tinha entendido.

        Repito: A arma mais temida dos oceanos não é o porta aviões, é o submarino.
        O porta aviões é grande bonito e impressiona o leigo. É a projeção de poder.
        O submarino você não vê, não sabe onde esta. Se imagina que esta por perto, você não tem descanso, trabalha dobrado tentando detecta-lo, sua tripulação é levada ao limite, é induzida ao estres e ao erro. Ai ele ataca… ou não. E você continuará procurando.
        Quanto ao porta aviões, um ataque sorrateiro de uma formação de submarinos, ou mesmo a força bruta de um ataque de saturação pode neutraliza-lo.

        Sds

  11. Caso ainda restem duvidas, temos alguns casos bastante significativos de como o submarino é uma arma eficaz para neutralizar um porta aviões, e mesmo uma força tarefa capitaneada por um porta aviões.

    Em 1997, em um exercício da OTAN, o submarino Brasileiro Tamoio conseguiu penetrar o perímetro defensivo do porta aviões Príncipe de Astúrias e teve êxito em “afunda-lo”. Veja: (observe informações relativas ao ano de 1997) http://www.naviosbrasileiros.com.br/ngb/T/T007/T007.htm

    Em 14 de setembro de 2008, a marinha do Japão desdobrou cinco navios de guerra, entre ele um Aégis, e dois aviões de patrulha para procurar um submarino que foi detectado em suas aguas. Depois de ter sido perseguido por duas horas por um Aégis, o submarino simplesmente desapareceu deixando a frota Japonesa atordoada e chupando o dedo.
    Veja: http://www.naval.com.br/blog/2008/09/17/japao-encerra-buscas-a-submarino-intruso/.

    O submarino atômico multifuncional russo do projeto 971 Schuka-B (Akula na classificação da Otan) permaneceu no golfo do México durante algumas semanas entre junho e julho. Tal ocorrência veio a público somente após a partida da embarcação.
    O primeiro a dar a notícia, referindo-se a funcionários americanos não identificados, foi Bill Gertz, jornalista do “Washington Free Beacon” …
    O submarino da classe Akula é considerado um dos mais silenciosos e, portanto, de difícil detecção… Veja: http://gazetarussa.com.br/articles/2012/08/20/submarino_russo_passa_quase_um_mes_despercebido_no_litoral_dos_eua_15247.html.

    Um submarino chinês se aproximou a poucos quilômetros de um porta-aviões americano em águas internacionais perto de Okinawa, no Japão, sem ser detectado, confirmou nesta terça-feira um porta-voz do Pentágono.
    As informações da época dão conta de que este submarino, da classe Song, se aproximou 8 quilômetros do porta aviões Kitty Hawk, colocando este barco dentro do alcance de seus misseis e torpedos.
    Veja: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/11/14/ult34u168081.jhtm.

    Estes dados deixam claro que a arma mais temida dos oceanos é sem duvidas o submarino.
    Uma força dotada de submarinos modernos e com uma tripulação bem treinada e motivada pode impedir o avanço de qualquer força tarefa capitaneada por submarino.
    O porta aviões é um excelente meio para guerras assimétricas, e ou contra países que não tenham recursos para sua defesa, como é o caso das ultimas guerras onde foram usados.
    Em uma guerra entre duas potencia, o porta aviões se tornaria um alvo relativamente fácil, ou teria que ficar escondido em sua base como aconteceu com o Argentino 25 de maio.

    • Corrigindo: onde se lê força tarefa capitaneada por submarino, leia-se “força tarefa capitaneada por porta aviões”.
      Desculpem o erro.

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