Brasil pode ficar isolado com acordo entre EUA e UE

Benefits-and-Risks-of-transatlantic-policy-flowsUnião Europeia está negociando tratado de livre comércio com EUA

A conclusão de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) é mais urgente do que nunca para o Brasil, que corre o risco de ficar isolado no cenário mundial se o bloco europeu fechar o tratado de livre comércio que está negociando com os Estados Unidos, afirmam analistas ouvidos pela BBC Brasil.

“O Brasil será a única grande economia do mundo sem um acordo de livre comércio com alguma outra grande economia”, observou Michael Emerson, economista do Centro para Estudos de Política Europeia (CEPS), um grupo de pressão com sede em Bruxelas.

“Isso deveria servir como um alerta para o país que, se não se mexer para fechar um acordo semelhante, ficará isolado no cenário comercial mundial.”

As negociações entre o Mercosul e a UE se arrastam desde 1995 e as duas partes se comprometeram a dar um passo decisivo em dezembro, com um novo intercâmbio de propostas.

No entanto, tanto Emerson como Ulrich Schoof, analista da Fundação Bertelsmann, um grupo de pressão independente baseado na Alemanha, acreditam que a iniciativa será prejudicada pelas negociações entre as autoridades europeias e americanas.

“A UE precisa concluir rapidamente acordos comerciais com sócios suficientemente grandes e bem conectados com o resto do mundo para incentivar seu crescimento e sustentar suas políticas macroeconômica e fiscal”, analisou Schoof em entrevista à BBC Brasil.

“Nesse contexto, sua energia é absorvida pelas negociações com Japão, Taiwan e Estados Unidos, que têm mais probabilidades de dar certo, e se reduz o entusiasmo com respeito ao Mercosul”, afirmou, recordando as reticências de Argentina em abrir seus mercados para os europeus.

Maior área de livre comércio do mundo

Um acordo entre a UE e os Estados Unidos – que juntas respondem por 49 por cento do PIB global e 31% dos intercâmbios comerciais – criaria a maior área de livre comércio do mundo e teria um impacto inevitável sobre todos os demais países.

Mais que eliminar as tarifas sobre exportações, as duas maiores potências econômicas internacionais buscam a harmonização ou o reconhecimento mútuo de normas e padrões técnicos e sanitários para todos os produtos que comercializam.

Essa medida por si — que permitirá uma redução de custos e um aumento do fluxo comercial — responderia por 81% do benefício gerado pelo tratado, estimado em 275 bilhões de euros anuais. Os outros 19% viriam da eliminação das tarifas.

Tanto a UE como os Estados Unidos argumentam que a iniciativa também fortaleceria o comércio internacional como um todo, já que ambos são parceiros comerciais de praticamente todos os países do mundo.

Com a harmonização, os países terceiros passariam a ter que adaptar seus produtos a um único conjunto de normas e padrões ao exportar tanto para o bloco europeu como para os americanos, o que reduziria burocracia e custos.

Impacto negativo

No entanto, os analistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que para o Brasil esse benefício seria mínimo comparado ao prejuízo causado pelo aumento da concorrência em dois de seus maiores mercados.

Isso porque o maior responsável pelo encarecimento das exportações nacionais para a UE e os Estados Unidos são as tarifas comerciais, em geral mais elevadas que as impostas mutuamente pelos dois gigantes, e não a adaptação a normas e padrões de cada mercado.

Um estudo da Fundação Bertelsmann calcula que as exportações brasileiras diminuiriam 29,72% para os Estados Unidos e 9,4% para a UE, resultando em uma queda de 2,1% no PIB per capta real brasileiro em um prazo de entre 15 e 20 anos.

Caso o tratado comercial entre a UE e os Estados Unidos se limite à eliminação de barreiras tarifárias entre os dois países, sem a harmonização de normas e padrões, a redução das exportações brasileiras seria de apenas 2,24% para os Estados Unidos e de 3,71% para a UE.

No entanto, sob esse cenário, o aumento do fluxo comercial entre os Estados Unidos e a UE poderia levar a uma caída de preços dos produtos nacionais no mercado brasileiro, o que resultaria em um aumento de 0,5% no PIB per capta real para o Brasil, explicou à BBC Brasil Sybille Lehwald, economista da Fundação Bertelsmann.

Fonte: BBC Brasil

54 Comentários

  1. China 1341, população da Índia 1,237 etc……….. mais África ,América Latina devemos aprender a achar novas oportunidade neste novo milênio.Os países acima citados tem uma população relativamente jovem ávidas por consumir, já a velha Europa faz jus ao nome e um adulto não tem muita propensão ao consumo.
    Mas tanto EUA e União européia não devem ser dispensados.
    A BBC puxa a sardinha para o lado dela, A Voz da Rússia idem e cada um que avalie a informação da melhor maneira.Por isso que o PB é bom com diferentes tipos de informação e opiniões.

    • NovoBrazuk,

      Creio ser exatamente o contrário… EUA e União Européia já são mercados de consumo consolidados, cujas populações tem uma verdadeira classe consumidora estável. China e Índia, por outro lado, não possuem ainda uma classe média vigorosa como a ocidental, estando bastante limitados nesse aspecto…

      A União Européia, salvo engano, representa o maior mercado consumidor do mundo ( considerando todos os países ). Juntamente com os EUA, o maior mercado consumidor individual do mundo, representam um verdadeiro monstro econômico, com capacidade real para estimular os setores produtivos locais.

      • A classe média chinesa é maior que a população do Brasil e a Índia vai caminhar pela mesma direção.Só resta saber como entrar neste mercado e vencer a resistência de Pequim.

        Parte da reportagem sobre a classe média chinesa de 2012 pelo portal G1.

        Na China contemporânea, as mudanças no comportamento da população ocorrem em ritmo acelerado. Consumidores trocam bicicletas por automóveis, vão a shoppings ao invés de lojas pequenas, preferem usar grifes europeias e americanas a vestir os ternos “mao” padronizados e veem bairros tradicionais – “hutongs” – transformarem-se com arranha-céus de até 50 andares. Essa transformação envolvendo o padrão de consumo dos chineses deverá nortear a nova liderança política da China.
        Praticamente inexistente quando a China iniciou reforma econômica, em 1978, a classe média representa hoje cerca de 25% da população,
        mais de 300 milhões de habitantes

        O Partido Comunista Chinês, que governa a China em regime de legenda única, começou na quinta-feira (8) um congresso no qual deverão ser anunciadas mudanças na liderança do país. Neste sábado (10), o país anunciou que está superando as dificuldades da economia e deverá atingir a meta de crescimento para o ano, de 7,5%.

        Para recuperar o ritmo de crescimento que a China apresentou em 2010, de 10,3%, ultrapassando o Japão como a segunda maior economia do planeta, o novo governo deverá centrar suas atenções na nova classe média, capaz de aumentar o consumo doméstico, frear a desaceleração da economia e diminuir o abismo que existe entre os ricos e pobres.

        Praticamente inexistente quando a China começou a sua reforma econômica, em 1978, a classe média representa hoje 25% da população chinesa, equivalente a mais de 300 milhões habitantes, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China.

        No Brasil, estima-se que existam 104 milhões de pessoas na classe média, o que representa 53% da população brasileira. De acordo com a projeção mais recente divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), até 2014, mais 13 milhões de brasileiros vão ascender à classe C, popularmente conhecida “classe média” – um aumento de 11,9%.

        Helen Wang, autora do livro “O sono chinês”, explica que um valor adequado para medir a classe média na China é o de renda familiar anual de US$ 10 mil a US$ 60 mil, critério que, de acordo com as estatísticas, descreve 50% da população urbana do país – equivalente a 665 milhões de pessoas. O governo da China não faz uma avaliação específica sobre esse assunto.

      • Caro NovoBrazuk,

        Texto muito bom.

        Contudo, cabe salientar que a capacidade de consumo do cidadão médio chinês ainda está abaixo do consumidor médio europeu e americano, haja visto a menor renda do trabalhador chinês se for comparado com os países desenvolvidos. O fato de terem 300 milhões de pessoas na classe média termina sendo diluído por isso…

        Vale também dizer que certamente o maior esforço de consumo estará voltado para a produção interna em um primeiro momento, e não para importados ( que é o que realmente interessaria ao Brasil ).

  2. Há algum tempo atrás eu cheguei a conclusão que o século XXI sera mais um século desperdiçado pelo Brasil ,cheguei a essa conclusão porque ainda somos vítimas de mazelas que datam do século XVIII, e não vejo nenhuma solução pratica,real, para resolver esses problemas,embora essas soluções sejam de conhecimento de qualquer cidadão que queira busca-las na Internet ou nos vários livros que existem hoje !

    Voltando ao tema da matéria ”Brasil pode ficar isolado com acordo entre EUA e UE”

    Na verdade já estamos isolados há anos, oque o BRASIL tem a oferecer aos mercados do mundo que não sejam commodities , e poucos produtos industrializados com tecnologias estrangeiras ?
    Devemos buscar todos os mercados ,mas os bons estão nos EUA e UE,África e América Latina infelizmente não tem recursos, e vivem como nos de commodities !

    Sem investimento em tecnologias próprias , educação e mercado interno o BRASIL continuará sonhando em ser potência e continuará sendo pária !

    Estaremos sempre a margem se não tivermos a coragem de investir primeiro no BRASIL para depois conquistarmos o mundo dos negócios !

    Como dizia Confucio :
    ”Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem !

  3. Brasil isolado com os BRICS???

    E mais essa “O Brasil será a única grande economia do mundo sem um acordo de livre comércio com alguma outra grande economia”, observou Michael Emerson, economista do Centro para Estudos de Política Europeia (CEPS), um grupo de pressão com sede em Bruxelas.

    Mas o Brasil não acordos comerciais com a própria UE???

    Só poderia ser grupo de pressão mesmo… faz o seguinte… acabem com seus dopping CHEIOS DE SUBSÍDIOS no mercado agrícola e conversaremos em “Mercados abertos”!!

    Nem na pressão vai… quem abre perna pra “Mercado de Riquinho” não passa de uma Prosti…

  4. A soma dos PIBs da União Européia e Estados Unidos dão um pouco mais que US$ 32 trihões (dados do Banco Mundial – http://www.worldbank.org/). Nada neste planeta se compara.

    Este é o tamanho do mercado que nós fomos alijados pela visão míope do atual governo.

    • Se me permite, caro Cicero, completa verdade… a muito afirmo que estamos sempre buscando parcerias equivocadas… o tal BRICS é mais uma… como podem ser parceiros países que tem semelhantes problemas e soluções diversas ???… alguém vai se dar bem nessa parceria e alguém vai se dar mal… agora, adivinhe quem vai se lascar, como sempre porque tem a elite política mais idiota do mundo ???…

    • Olha… o Brasil tem acordos bilaterais sólidos com esses dois blocos… até o Bush veio aqui assinar alguns acordos, assim como nossos presidentes já foram lá… O BRASIL NÃO ESTÁ FORA DESSES MERCADOS, alias esses mercados fazem protecionismo contra nós aplicando subsídios e demais instrumentos de Dopping…

      Fazer politica é diferente de ver a realidade.. eu sei!

  5. O Brasil jamais ficará isolado.
    Com o mercado consumidor e produtor (o celeiro mundial), perderá quem jogar contra o Brasil.
    Concordo com o NovoBraszuk, o mercado americano e europeu não poderão ser desprezados, mas, há muito espaço para o Brasil negociar com muitas outras nações.
    Quado estorou a crise em 2008, passamos incólumes justamente por não estarmos tão atrelados à Europa e EU.

  6. ta bom se a união europeia entrar em falência o brasil tem que entrar também
    se a união europeia entrar em recessão o brasil tem que acompanhar
    se a união borococho dá o toba o azar é o dela
    povo fresco que não sabe nem se procriar mais
    brasil acima de tudo danese união europeia to nem ai para o kilo da banha dessa sub raça
    e sobre negociação o brasil negocia com essa união boroca tambem então ,chupa bbc maldita
    só sabe plantar buchicho inglesada nojenta

    • Estou repetindo lá em baixo… Eu não! O Control V.
      Tudo o que você explicita de maneira simples e direta Pé de Cão.
      Tô postanto para complementar Trechos da entrevista do secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho.

      Entre 1999 e 2012, as exportações do Brasil para os países do Mercosul passaram de 1,3 bilhão de dólares (quase R$ 3 bilhões) para 22,8 bilhões (pouco mais de R$ 52 bilhões). Nos últimos dez anos, as exportações mundiais cresceram 142%. No Brasil, 231%.

      Godinho ressaltou ainda que o Brasil tem acordos comerciais importantes com todos os seus vizinhos, destino de 20% das nossas exportações. Desse total, 75% são de produtos manufaturados. E citou acordos do Mercosul com o Chile, a Bolívia, o Peru, o Equador e a Colômbia.

      Quanto ao México, disse que há um acordo tarifário no setor automotivo e ainda tímido em relação a outros produtos. “O Brasil, nos últimos anos, tem tentado iniciar um processo de negociação Mercosul-México para a zerar alíquotas dos produtos da pauta”, frisou. “Temos certeza que, com esse movimento de abertura no âmbito da Aliança do Pacífico (bloco comercial criado no ano passado que reúne Chile, Colômbia, México e Peru), o México enfim aceitará se engajar na proposta que o Mercosul vem tentando há tempo”, completou.

      Daniel Godinho destacou ainda acordos do Brasil com Israel, Índia, a União Aduaneira da África do Sul e com o Egito. O secretário pediu atenção dos deputados para esse último acordo, que aguarda aprovação do Congresso Nacional.

      “É um acordo importante, que nós consideramos como estratégico, pois poderá abrir as portas de todo o Oriente Médio e da África, uma vez que o Egito tem um acordo de livre comércio com esses países”, declarou.

  7. A conclusão de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) é mais urgente do que nunca para o Brasil, que corre o risco de ficar isolado no cenário mundial se o bloco europeu fechar o tratado de livre comércio que está negociando com os Estados Unidos, afirmam analistas ouvidos pela BBC Brasil.==== Pode até parecer perseguição, + o Mercosul está estagnado p culpa da Argentina q cria barreiras p proteger seu mercado interno, de preferência contra os produtos Brasucas…deveríamos unir o n bloco ao do pacifico e logo ,p ontem..Sds.

  8. Uma boa noticia finalmente,espero que este acordo de livre comercio entre UE e EUA seja concretizado eque o brasil se ferrrrre de vez ,talves assim esta naçao se livra dos parasitas latrinos ! Nao adianta as tietes citar as probabilidades de um comercio pujante com africa ,china ou india, primeiramente a africa subsaariana pertence aos chineses, produtos industrializados la ja tem quem vende, commodites eles nao precisam, ha petroleo e minerios, produtos agriculas ,a china ja esta providenciando as lavouras africanas, a india sim ,pode comprar raçoes brasileiras e somente isto(alem do petroleo),entao restara ao gigante ameboide do sul se contentar com vendas de raçao e commodites,sem valor agregado e tendo que concorrer com a nova fronteira agricula mundial que sera a africa subsaaara,entao , nao adianta as franguinhas pensarem positivo, o gigante vai permanecer em coma , a vantagem eque seus habitantes nao percebem que continuarao sendo violados !!!!! Que delicia, o trabalhismo latrino colecionando manotas .

    • O ufanismo barato vai afundar esse país… só não vê quem está em coma ideológico… em 10 anos podemos não mais ter indústrias importantes que tenham ainda alguma tecnologia agregada ao produto com muito esforço e trabalho hercúleo… os socialistas parasitários terceiromundistas estão matando a indústria nacional para poder fazer valer seu projeto de poder idiotizante do século passado… o mau do povo brasileiro é que nunca teve contato com certas doenças políticas parasitárias e somente agora terá que sofrer desse mau para poder criar anticorpos que o livre num futuro próximo de se tornar mais uma pérola no colar de países devastados como cuba, venzuela, coreia do norte e demais exemplos a não ser seguidos…

  9. Vamos a um outro ponto de vista….

    Pressionada pelos que procuram rotular seu governo como intervencionista, e por reportagens como a que saiu anteontem na The Economist – acusando o Brasil de protecionismo, a Presidente Dilma desvia os olhos do peixe e os coloca no gato.

    Para responder aos adversários e à pressão do “establishment” financeiro internacional – exercida via FMI, The Economist, The Wall Street Journal, et caterva, como o El País – o governo pretende enviar a Bruxelas, na próxima quinzena, os Ministros das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para estabelecer cronograma definitivo para a negociação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia.

    Na semana passada, o Vice-Presidente da Comissão Européia, Antonio Tajani, esteve no Brasil para discutir o assunto, e é compreensível que o Palácio do Planalto queira mostrar resultados nessa questão, antes das eleições do ano que vem.

    Um acordo de livre comércio com a União Européia esvaziaria o discurso de que o Brasil é protecionista e faria o mesmo com o Mercosul, vilipendiado como o menino feio e mal educado, frente a alunos bem mais “bonitinhos” e bem comportados, como o México e a Aliança do Pacífico, por exemplo.

    O que não pode ocorrer, no entanto – e é preciso que se atente a isso – é que uma decisão dessa natureza seja tomada a toque de caixa, porque se está prestando mais atenção ao gato – no caso, os adversários – do que ao peixe – nosso mercado e interesses nacionais.

    A questão, como sempre ocorre, entre grandes nações e grupos de países, é mais de natureza geopolítica, do que meramente econômica.

    Em primeiro lugar, para decidir o melhor caminho, é preciso não aceitar, a priori, a alegação de que o Brasil é um país protecionista.
    Protecionistas são os Estados Unidos, a Europa, o Canadá.

    Tão protecionistas que já os derrotamos várias vezes em contendas internacionais – inclusive na Organização Mundial do Comércio – como nos casos do algodão, do suco de laranja, do frango congelado, ou dos subsídios à fabricação de aviões, por exemplo.

    O Brasil tem direito a ter política industrial, o que é diferente.

    Temos tanto direito de exigir conteúdo nacional nas compras da Petrobras, por exemplo, quanto tem os EUA de exigir da Embraer a construção de uma fábrica de aviões nos Estados Unidos, com participação minoritária da empresa brasileira em associação com um sócio local – como condição, sine qua non, para vender aviões de guerra Super-Tucanos para a Força Aérea dos EUA.

    Condição, aliás, à qual está sujeita qualquer empresa que queira vender e fornecer – mesmo que apenas parafusos – para o governo norte-americano.

  10. Continuação….

    O segundo argumento para se assinar, rapidamente, um tratado com a UE, seria a iminência da assinatura de um Acordo de Livre Comércio entre a Europa e os EUA, que criaria o maior bloco comercial do mundo.

    A conclusão das negociações entre o Mercosul e os europeus – dizem os defensores da tese – permitiria que o Brasil entrasse, no futuro, no mercado EU-EUA, evitando que ficássemos isolados.

    A pressa, nesse caso, também não se justifica, O acordo de livre comércio entre a Europa e os Estados Unidos recém começou a ser negociado em julho, há uma série de atritos – a França, por exemplo, quer deixar a indústria cultural de fora – e a revelação da espionagem da NSA, também contra alvos europeus, esfriou consideravelmente o entusiasmo inicial com a proposta.

    Por causa do escândalo revelado por Snowden, a França ameaçou suspender as negociações, depois aceitou a sugestão alemã de continuar com os encontros e exigir esclarecimentos dos norte-americanos. A Comissária de Assuntos Europeus, Cecilia Malmstroem, em carta à Secretária norte-americana de segurança interna, afirmou:

    “Vivemos um momento delicado em nossas relações com os Estados Unidos. A confiança mútua foi seriamente erodida e espero que os EUA façam tudo o que estiver ao seu alcance para restaurá-la”.

    Finalmente, duas considerações: o Mercosul, com todos os seus defeitos, não pode ser comparado com a Aliança do Pacífico. Ela é uma ilusão, na qual o maior sócio, o México, tem 90% de seu comércio internacional com outro grupo, o NAFTA ( 80% com os Estados Unidos).

    Nem o Mercosul vai tão mal, nem a Aliança do Pacífico é a oitava maravilha da qual estão falando. O Brasil, por exemplo, vai crescer este ano 2,5% enquanto o México crescerá menos da metade, 1,2%. Com nosso país recebendo cinco vezes mais Investimentos Estrangeiros Diretos – 65 bilhões de dólares contra 12 bilhões de dólares – do que o México no ano passado.

    Finalmente, antes de fazer um casamento com a Europa, de papel passado e tudo, cabe analisar o futuro do mundo.

    A UE – principalmente por causa das crises recorrentes e do acelerado processo de envelhecimento de sua população, terá, no futuro, cada vez menos consumidores.

    A diminuição do seu mercado interno e a concorrência com os Estados Unidos não nos daria qualquer chance na exportação de manufaturados.

    Na agricultura, continuaríamos reféns de seus subsídios e barreiras. Abriríamos, em troca, nossas fronteiras, para que eles colocassem aqui bens industriais e manufaturas que não teriam como vender dentro da zona do euro.

    A China e a Índia, por outro lado – para ficar só nos BRICS – estão agregando dezenas de milhões de consumidores à sua economia todos os anos. Pequim abandona paulatinamente sua dependência dos mercados externos, para, do alto de seus quase 4 trilhões de dólares em reservas – dedicar-se, cada vez mais, ao desenvolvimento de seu mercado interno.

    Qual será, então, o melhor caminho para o Mercosul?

    Atrelar-se a um mercado envelhecido de 880 milhões de habitantes que consomem cada vez menos e que crescerá a uma média de menos de 1% este ano – ou a um mercado de 3, 4 bilhões de habitantes, que crescerá a uma média de mais de 6% em 2013, que tem fome de todo o tipo de produto e agrega dezenas de milhões de consumidores a cada ano?

    Um caminho pode até não excluir obrigatoriamente o outro, mas é melhor pensar primeiro no peixe, e menos no que o gato quer que façamos, na hora de escolher qual será o nosso lugar e o nosso destino nos próximos anos.

    Blog do Mauro Santayanna

    • resumiu a situação do comercio mundial ,só não entende quem não quer ,ou quem for da turminha capacho de yanke !!!!
      nascimento estamos aonde terá consumidores ,um exemplo é que agora no final dessea ano quem vai suprir a Venezuela são empresas brasileiras ,as americanas estão perdendo espaço ,mas os vira-latas acham que o correto é deixar as empresas americanas dominarem o mercado venezuelano ,são uns otarios mesmos

      • Eu espero que nao pe de eca,espero que todo povo venezuelano se ferre de vez, que falte papel pra limpar as suas bundas sujas e mentes cheias de fezes, torço realmente para que eles sejam tratados como escudos humanos e que tenham uma morte lenta e sem esperança, com relaçao a empresas brasileiras suprir o lixonozuela, vc ta enganado, aquilo la vai virar um puteiro para chineses kkkk, to felis ,esta semana tive contato com alguns assentamentos de vagabundos sem terra e percebi que o CRACK ta alastrando no meio daquela macacada, fico feliz em saber que os malditos terao um sofrimento longo e terminal ,que delicia ver esquerdopatas se ferrando kkkkkkkkk, passei em 11110,todos com noiadinhos,parabens pt, acabaram de inventar favelinha rurais kkkkkkk

      • O pior é que vc não está mentindo… até índios eu vi fumando a pedra… o pt vai acabar com os índios mais rápido do que garimpeiros e madeireiros… aqui na Amazônia legal não tem mais tribo, excetuando umas três isoladas que não estejam tomadas pelo crack…

      • como é prego esse teropodre ,você acha que as drogas só vao chegar em esse ou aquele apenas !!!
        teroprodre jeca tatu do seu lado passa por cientista politico ,você é mesmo um redskisito decendente de fugido de guerra maldito !!!
        as drogas chegam em toda as classes sociais mas como você mora ai aonde judas perdeu as meias não tinha muito contado ,mas não se preocupe pois caras como você acabam virando um cheira cola da praça da sé ,alias você tem mais jeito de ser um terapeido ,cheirapeido rsrsrs
        e drogas é um problema mundial ,mas como você é um inrracional rsr fica ai pensando que é limpinho ,não passa de um hipócrita de tanto querer ser um caucasiano vai acabar sendo engravidado por um rsrsrs deixa de ser afeminado vira lata de gringo

    • Nascimento.
      Devido ao tempo reduzido, eu não ia fazer nenhum comentário, mas depois de ler o que você postou, fica impossível não opinar.
      Acho que seus dois comentários esgotou o assunto.
      Você foi de uma clareza contundente.
      Parabéns.
      Um acordo entre Brasil, EUA e Europa só poderia ser pensado depois que eles renunciassem aos subsídios que dão à sua agricultura que é o nosso carro chefe das exportações.
      Mesmo que eles assim o fizessem, nos só conseguiríamos colocar em seu mercado, algumas comodities e produtos de baixo valor agregado.
      Excluindo os aviões da Embraer, que devido à sua qualidade, tem espaço em qualquer mercado do mundo, os Europeus não querem nossos produtos industrializados competindo com os deles.
      Americanos e Europeus nos veem apenas como mais um mercado para seus produtos, não é à toa que temos um bom déficit nas transações comerciais com o Tio Sam.
      É preciso ter cuidado. É claro que não devemos excluir a possibilidade de um acordo, mas é preciso cautela. Temos outros mercados que no momento precisam de mais atenção da parte de nosso governo. É preciso investir mais nos BRICs pois acho que neles é que esta uma boa oportunidade para o Brasil.
      Com relação ao Mercosul, é preciso cuidado com a Argentina, que tem dado mostras de uma certa incompatibilidade com o cenário atual de acordos e compromissos com os parceiros.
      Sds

      • E para aqueles que amam a Europa…

        O contrato antissocial Antes da crise, em 2007, A Espanha era superavitária em 1,9%. O Brasil tem hoje um resultado fiscal semelhante ao da Espanha então. Mas o conservadorismo diz que é a bancarrota e quer que o país adote a política que jogou a sociedade espanhola num déficit de 7% do PIB, com seis milhões de desempregados.

        É esse contrato antissocial que inebria os salões por onde passam Aécio, Campos, Marina e assemelhados.

        Grande Gilmar!

        É a eleição (2014), eles tem que fazer o impossível pro país dar errado.

        Valeu!

  11. Os “administradores” do Brasil são de uma incompetência tamanha que conseguem desperdiçar todas as oportunidades (estratégicas) que poderiam fortalecer o país.
    Crise no Japão, crise na Europa, crise nos EUA etc…etc.. e não se conseguiu até hoje estabelecer acordos e parcerias de oportunidades quando grandes blocos ou potências estão fragilizados.
    Importam “médicos” cubanos sem ao menos saber se são realmente médicos quando deveriam ter aproveitado oportunidades de trazer cientistas, professores, engenheiros, indústrias etc.. para reforçar nosso ensino, pesquisa e infraestrutura com objetivo de desenvolvermos de fato este país.
    Ficam nessa mazela “bolivariana” de fundo de quintal sendo sabotados por anos por Argentina, Paraguai etc… sempre em detrimento do próprio Brasil sob a desculpa de uma ALatrina unida e forte…. sabendo que na primeira oportunidade os “hermanos” nos esfaquearão pelas costas!
    Um país de pseudo governantes mais preocupados com suas próprias contas bancárias que de patriotas e estrategistas não tem absolutamente nada! Pensar que petróleo, soja, carne e estádios de futebol garantem independência e estabilidade será o maior erro do nosso estado. Enquanto isso o mundo se movimenta!
    Abraços,

  12. E interesse dos Estados Unidos manter a Unidade Europeia no momento. O Euro deixou de ser competidor serio ao dolar como moewda reserva internacional. Em face dos perigo vindo do Leste, Russia e China falando em Comunidade Eurasia, que incluiria o Japao e Coreia do Sul, Banco Central do RICS, ainda conhecido por BRICS, Padrao ouro para comercio internacional, moeda chinesa com lastro no ouro etc etc, os EUA estao querendo apenas assegurar sua “alianca” com Europa. O problema e que nao e seguro que a Unidade Europeia vai se manter por muito tempo por causa da crise financeira desses paises do Mediterraneo. inclusive a Franca. Nao e certo que sera de interesse da Alemanha permanecer na Unidade Europeia. Alemanha e os paises nordicos nao precisam do resto da Europa. E78u creio que estamos repetindo a epoca historica que antecedeu imediatamente a Segunda Guerra Mundial, quando as nacoes, Inglaterra, Alemanha, Italia, Uniao Sovietica faziam e desfaziam aliancas em preparacao para a gjuerra. Eu creio que estamos proximo a terceira guerra mundial.

  13. Não é nenhuma novidade! Há muito se diz que a área de livre comércio entre EUA e UE será a maior do mundo, com a união ds dois maiores mercados consumidores do mundo. As previsões mais conservadoras indicam que a economia da UE poderá crescer mais 0,5% ao ano. Enquanto essa movimentação acontecia banânia se deslumbrava com a falácia “Duzbriqui”. A turma da esquerda toddynho se embriagou com a idéia de mundo multipolar, países emergentes versus países ricos e embarcou na aventura. Mas a realidade é sempre teimosa. Quem achou que os países ricos não iriam se recuperar da crise de 2008 quebrou a cara. E agora eles estão se unindo. E enquanto isso banânia continua perdendo seu tempo em convescotes e salamaleques em lugares exóticos.

  14. ISOLAR O BRASIL ai eu pergunto quem vai fazer tal absurdo vamos comesar 98% do niobio descoberto no mundo,a maior fonte de agua potavel do mundo,descoberta de depositos de petroleo que podem nos dar independencia deste produto do mundo,biocombustivel tambem pais mais avançado em pesquisas no mundo,caminhando para independencia nesta area,criação de bovinos,suinos,aves,peixes esta ultima estamos só comesando,uma das maiores areas de cultivo agricola do mundo mas esta area vamos esquecer pois os outros paises podem se sustentar sozinhos,o que temos de fazer é manufaturar o niobio e todos os minerios que temos isto só investindo em pesquisas e tecnologia deixei de fora o uranio pois penso que o Brasil deve ser pobre nesta area.NÃO ESQUECI A AMAZONIA HA MAS TAMBEM PRA QUE FALA DAQUELE MATINHO SEM BIODIVERCIDADE NENHUMA.

  15. “_RR_
    18 de novembro de 2013 at 17:51

    NovoBrazuk,

    Creio ser exatamente o contrário… EUA e União Européia já são mercados de consumo consolidados, cujas populações tem uma verdadeira classe consumidora estável. China e Índia, por outro lado, não possuem ainda uma classe média vigorosa como a ocidental, estando bastante limitados nesse aspecto…

    A União Européia, salvo engano, representa o maior mercado consumidor do mundo ( considerando todos os países ). Juntamente com os EUA, o maior mercado consumidor individual do mundo, representam um verdadeiro monstro econômico, com capacidade real para estimular os setores produtivos locais.”

    http://veja.abril.com.br/241007/p_114.shtml

  16. “_RR_
    18 de novembro de 2013 at 17:51

    NovoBrazuk,

    Creio ser exatamente o contrário… EUA e União Européia já são mercados de consumo consolidados, cujas populações tem uma verdadeira classe consumidora estável. China e Índia, por outro lado, não possuem ainda uma classe média vigorosa como a ocidental, estando bastante limitados nesse aspecto…

    A União Européia, salvo engano, representa o maior mercado consumidor do mundo ( considerando todos os países ). Juntamente com os EUA, o maior mercado consumidor individual do mundo, representam um verdadeiro monstro econômico, com capacidade real para estimular os setores produtivos locais.”

    é verdade senhor _RR_…POREEEEMMMM…CONTUUUUDO:

    Poucas crianças, muitos velhos

    O dramático impacto econômico e cultural do envelhecimento
    da população e da falta de bebês nos países ricos

    Diogo Schelp

    Na ordem natural da vida, cada geração deveria gerar descendentes suficientes para repor as mortes e ainda acrescentar alguns indivíduos à população. A União Européia inverteu essa lógica da natureza. De acordo com dados divulgados neste mês pelo Instituto de Política Familiar, sediado na Espanha, pela primeira vez na história o número de europeus com mais de 65 anos ultrapassou o de menores de 14 anos. Numa sociedade de população estável, espera-se uma proporção igual de crianças, jovens e adultos, mas menor de idosos em comparação a todos os outros grupos populacionais. O que está ocorrendo é a soma de dois fatores conhecidos. O primeiro é a queda na taxa de fecundidade dos europeus. A mínima para repor as perdas naturais de uma população é de 2,1 filhos por mulher. A média européia é de 1,37. O segundo fator é o aumento na expectativa de vida decorrente da melhoria das condições de vida e de assistência médica. Menos bebês e mais velhos é uma equação com sérias conseqüências populacionais a médio prazo. Em meados deste século, a Alemanha e a Itália terão menos habitantes que hoje. A França e a Espanha devem permanecer estáveis, mas só se continuarem a atrair imigrantes. Do ponto de vista populacional e cultural, a Europa Ocidental estará irreconhecível em duas ou três gerações.

    O envelhecimento da população e a falta de bebês não são uma exclusividade européia. Trata-se de tendência generalizada entre os países ricos e desenvolvidos. Na Coréia do Sul e na Austrália, a taxa de fecundidade caiu abaixo da linha de reposição da população. O Japão apresenta o maior porcentual de idosos em relação ao total de cidadãos – 28%. Dos membros do G8, o grupo dos países mais ricos do mundo, apenas os Estados Unidos têm uma taxa de fecundidade capaz de manter a população estável. Isso, somado à imigração, garante o crescimento do número de americanos. Na Alemanha, na Espanha, na Itália e no Japão, a falta de bebês e o aumento no contingente de idosos são temas discutidos em tons apocalípticos. Não é sem razão. Tamanho e perfil da população costumam ser fatores relevantes no desempenho econômico de uma nação. Uma maneira clássica de calcular o crescimento do PIB potencial de um país é somar os índices de aumento da força de trabalho e da produtividade. Se a força de trabalho crescer 1% e a produtividade 2% em determinado ano, por exemplo, o aumento do PIB potencial será de 3%. Essa equação se explica pelo impacto que a falta de bebês pode ter sobre a força produtiva de uma nação no futuro. Menos trabalhadores significa menos produção de riqueza, menos gente para consumir e, o que é mais perturbador, menos contribuintes para manter o sistema de previdência, sobrecarregado pela multidão de aposentados.

    Também nesse aspecto o planeta não é igualitário. Apenas quatro em cada nove pessoas vivem em um país com taxa de fecundidade abaixo do índice de reposição. As taxas de fecundidade continuam elevadíssimas nos países mais miseráveis da Ásia e da África (veja quadro). Isso pode mudar se essas sociedades se modernizarem. A história mostra que avanços na educação, mudanças no papel social da mulher e melhorias nas condições de saúde derrubam a taxa de fecundidade. “Na fase em que a Europa construiu sua hegemonia cultural e econômica, o número de europeus cresceu de maneira espantosa. No ano de 1900, um em cada quatro habitantes do mundo era europeu”, disse a VEJA o sociólogo austríaco Meinhard Miegel, diretor do Instituto para Economia e Sociedade de Bonn, na Alemanha. Hoje, a proporção é de um em cada nove. O futuro do sistema de pensões tornou-se uma tormenta global, especialmente para alemães, italianos e japoneses, moradores de países com crescimento populacional negativo ou próximo disso. No Japão, há quatro trabalhadores na ativa para cada aposentado. Em 2050, estima-se que a proporção será de três para dois. Na Alemanha, a Previdência representa o maior gasto social do estado. Em países com sistema assistencial precário, o efeito da baixa taxa de fecundidade adquire contornos trágicos. Na China, com média de apenas 1,7 filho por mulher, os idosos dependem quase que unicamente dos filhos ou netos. Devido à política do filho único, o país enfrenta hoje uma distorção: em determinada fase da vida, um jovem adulto tem de sustentar sozinho dois pais e quatro avós. Isso em um país em que a expectativa de vida aumentou de 40,8 anos para 71,5 anos em apenas cinco décadas e em que há um desequilíbrio de gêneros: nascem 100 meninas para cada 118 garotos. Nesse ritmo, a China pode tornar-se um país com mais velhos do que crianças antes mesmo de atingir o pleno desenvolvimento. Essa tendência demográfica é um dos motivos pelos quais a China dificilmente poderá ultrapassar os Estados Unidos como a principal potência mundial.

    A falta de bebês tem efeitos inesperados no modo de vida de um país. Na Toscana, a região de paisagens deslumbrantes no norte da Itália, cuja capital é Florença, o saldo entre nascimentos e mortes resulta na perda de 8.220 habitantes por ano. A conseqüência disso é o acelerado esvaziamento das áreas rurais. Não falta apenas mão-de-obra para cuidar da terra. Os proprietários também estão ausentes. É freqüente que o filho único não seja capaz de manter a fazenda herdada dos pais ou avós. No momento, a região está repleta de estrangeiros, sobretudo americanos e ingleses. Eles compram as villas abandonadas, cujos preços caíram bastante nos últimos anos devido ao excesso de oferta, para usá-las nas férias.

    Os Estados Unidos são um exemplo de país rico que conseguiu uma maneira eficiente de garantir o crescimento – ou ao menos a estabilidade – populacional pela atração de imigrantes. A taxa americana de fecundidade é de 2,05 (semelhante à brasileira). O fluxo de imigrantes, no entanto, é intenso: no saldo das pessoas que entram ou saem do país, os Estados Unidos ganham um novo morador a cada 31 segundos. Na Europa, onde a taxa de fecundidade está bem abaixo do ponto de equilíbrio, nada menos que dois terços do crescimento populacional, no ano passado, se deveram à chegada de imigrantes. A França e a Holanda são os únicos países da União Européia em que o número de nascimentos foi maior do que o de estrangeiros recém-chegados. O Parlamento europeu estuda desde o mês passado a criação de um blue card, um sistema para dar vistos de trabalho de dois anos (com possibilidade de renovação) para imigrantes qualificados. O objetivo é reverter uma batalha que está sendo vencida pelos americanos: dos trabalhadores qualificados que emigram em todo o mundo, 55% vão para os Estados Unidos e apenas 5% para a Europa. O Velho Continente recebe, sobretudo, imigrantes sem qualificação vindos da África e de países muçulmanos da Ásia e do Oriente Médio. Isso cria um sério dilema político e de identidade cultural.

    Ganha voz na Europa uma vertente de políticos e demógrafos que vê na imigração uma solução plausível apenas a curto prazo. Há várias razões para isso. Primeiro, a dificuldade de alguns países em integrar seus imigrantes. “Um dos poucos países que têm conseguido repor sua população com imigrantes, sem choques culturais, é a Espanha, que encontrou na América Latina uma fonte de trabalhadores que falam sua língua e têm costumes parecidos”, disse a VEJA o holandês Ralph Hakkert, demógrafo do Fundo de População das Nações Unidas. Entre os imigrantes na Espanha, o maior grupo é o de latino-americanos. Eles representam quase 40% dos estrangeiros que moram no país. Jovens latino-americanos, filhos ou netos de espanhóis, são surpreendidos com cartas enviadas pelas autoridades espanholas com ofertas de generosas bolsas de estudo na Espanha. Sem afinidades culturais dessa natureza, a França, a Inglaterra e a Alemanha têm importado imigrantes da África e da Ásia, sobretudo muçulmanos. A dificuldade em integrar esses recém-chegados e o medo de ver a identidade nacional diluída pelo mar de recém-chegados azedam o debate imigratório naqueles países.

    Outra preocupação diz respeito ao número necessário de imigrantes. A demanda pode crescer a ponto de ser quase impossível preencher as vagas. A República Checa tem 10 milhões de habitantes. Mantida a atual taxa de fecundidade de 1,2, cairá para apenas 8 milhões em 2050. Para suprir a diferença, o país necessitaria de 2 milhões de imigrantes. Mesmo que os checos se dispusessem a receber tanta gente de fora, enfrentariam outro problema: até a metade do século, a população mundial tende a parar de crescer. A concorrência por imigrantes ficará tremendamente acirrada. O Brasil, que se tornou um grande pólo emigrante nas últimas duas décadas, não poderá contribuir com mão-de-obra para os países ricos por muito tempo. O número de brasileiros deve entrar em declínio em 2050, depois de atingir o pico de 260 milhões de habitantes. Hoje está em 187,2 milhões, segundo dado divulgado pelo IBGE no mês passado. A população brasileira cresce por inércia, apesar de a taxa de fecundidade estar ligeiramente abaixo do índice de reposição e de o país enviar para fora mais gente do que recebe. “O crescimento ainda acontece porque a atual taxa de fecundidade de dois filhos se refere às brasileiras que estão nascendo agora e que serão as futuras mães”, diz Fernando Albuquerque, gerente do Projeto de Dinâmica Demográfica, do IBGE, no Rio de Janeiro. Ele completa: “Ainda há mulheres de outras gerações em idade fértil, e essas têm uma taxa de fecundidade maior, o que impulsiona o crescimento”. Como o Brasil só vai enfrentar daqui a algumas décadas o problema que atualmente descabela os europeus, temos tempo para observar as soluções encontradas em outros países para o envelhecimento e o declínio populacional.

    Um recurso comum na Europa são os prêmios concedidos à maternidade. “Mais eficientes do que esses incentivos são as políticas que dão às mulheres condições de ter filho sem precisar deixar o trabalho”, disse a VEJA o demógrafo americano James Vaupel, diretor do Instituto para Pesquisa Demográfica Max Planck, de Rostock, na Alemanha. Foi a entrada das mulheres no mercado de trabalho, afinal, o fator histórico que levou à queda nas taxas de fecundidade – ajudado, obviamente, por métodos anticoncepcionais confiáveis. A preocupação com a carreira leva as mulheres a adiar o casamento e, por conseqüência, a ter filhos mais tarde. “No Japão, 80% das mulheres na casa dos 20 anos são solteiras, o que é um índice altíssimo”, disse a VEJA o demógrafo americano Michel Teitelbaum, da Fundação Alfred P. Sloan, em Nova York. Os países do norte da Europa são os únicos com um padrão de casamento tão tardio quanto o japonês, com uma diferença: na Escandinávia, as mães solteiras são responsáveis por metade dos nascimentos, contra apenas 2% no Japão. A boa aceitação social da mãe solteira explica em parte por que a Suécia, a Dinamarca e, fora da Escandinávia, a França têm taxas de fecundidade relativamente altas comparadas com as de outros países ricos. A outra razão é a existência, nesses países, de boa estrutura de creches e de leis que facilitam o retorno da mulher ao trabalho depois da licença-maternidade.

    As medidas que podem permitir a muitos países conviver com o envelhecimento populacional passam por mudanças culturais. A solução mais óbvia, e que encontra maior resistência, é aumentar a idade de aposentadoria. Trata-se da maneira mais rápida de evitar a falência dos sistemas previdenciários. Manter a contribuição do trabalhador por mais três a cinco anos já seria suficiente para aliviar as contas da Previdência na maioria dos países. “Trata-se de uma solução justa, porque a tendência é envelhecermos com cada vez mais saúde e, portanto, com maior disposição para continuar trabalhando”, disse a VEJA Jitka Rychtaríková, pesquisadora do departamento de demografia da Universidade Carlos, em Praga, na República Checa. Elevar a idade de aposentadoria pode ser pouco recomendável em países em que o declínio populacional não foi resultado da modernização da sociedade. A Rússia perdeu quase 4 milhões de habitantes nos últimos cinco anos não só porque as mulheres têm poucos filhos – já era assim na década de 80 –, mas porque a taxa de mortalidade subiu, principalmente entre os homens. A degradação no sistema de saúde russo é um dos motivos. O alcoolismo é outro. “Há 40% mais mortes do que nascimentos na Rússia, enquanto na Alemanha a proporção é de 10%”, disse a VEJA o pesquisador americano Murray Feshbach, especialista em demografia russa do Centro Woodrow Wilson, em Washington, nos Estados Unidos. O hiato populacional faz com que o Exército russo tenha dificuldade para preencher suas fileiras: o número de jovens em idade de alistamento caiu pela metade nas últimas décadas. O presidente Vladimir Putin encontrou um culpado sui generis para a baixa taxa de fecundidade das mulheres russas: os homossexuais do país. Uma piada de mau gosto para um problema sério.

    Com reportagem de Denise Dweck e Alexandre Salvador

    VEJA:

    http://veja.abril.com.br/241007/p_114.shtml

    • Caro Charles Dall,

      Obrigado por postar o texto. É uma leitura realmente muito interessante.

      Contudo, o problema básico permanece. Mesmo que esse quadro prevaleça, ainda assim poderiam ser décadas até que o decréscimo da população impactasse diretamente na capacidade geral de consumir de um país. E nesse meio tempo, deverá haver um impulso muito forte na economia da Europa e EUA, de modo a compensar o efeito dessa perda demográfica…

      Essa situação somente se reverterá de fato se os consumidores dos países emergentes aumentarem seu poder de compra ao ponto de compensarem o consumidor americano e europeu juntos, o que será praticamente impossível por muitos anos ainda…

      • interessantes colocações senhor _RR_…pois me fez lembrar de uma noticia recente que li nos sites de noticias chineses afirmando que a principal meta/prioridade do governo para os próximos 10 anos será a de estimular/impulsionar o consumo interno….que ainda é segundo eles muito deficiente/pouco desenvolvido….

      • Se é assim como vc discorreu, Charles, então porque o governo petista apoia tanto movimentos contra a família como os gays entre outras manobras de destruição do núcleo familiar ???…

  17. Muito bem eu já li muitos comentários aqui,concordo com alguns discordo de outros, mas o mais importante e ver e tentar entender os mais variados pontos de vista !

    Acredito que o mais importante,não seja onde vamos vender, mas sim oque vamos vender,uma economia como a nossa baseada em commodities é muito temeroso, já vivemos um perrengue com a crise do café,e ainda não aprendemos nada,os muitos ”especialistas” que aparecem na mídia tem opiniões que se divergem como cão e gato mas solução mesmo nenhuma !

    Relembrando a crise do café:

    ”A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.”

    Em suma o Brasil precisa urgentemente agregar valor aos seus produtos,aproveitar o seu manancial de commodities tornar se um exportador de produtos manufaturados a exemplo do Japão ! devemos aproveitar o ‘boom de commodities’ se ele ainda continuar e nos tornarmos um país industrializado de verdade,ai sim nossos produtos vão penetrar em muitos mercados !
    O Brasil tem tudo para decolar,mas fica nesse voo de galinha !

    • Acho que esse é o ponto Cesar Pereira,

      O que vai de encontro com outra característica dos mercados que não vi muito sendo abordada aqui – a exigência dos mercados.

      O Brasil com sua incipiente indústria e poucos produtos com real valor agregado em sua pauta de exportações teria grande dificuldade em concorrer com a qualidade e custo (decorrente de uma cadeia produtiva eficiente) dos EUA e UE.

      Podemos então pensar que os mercados chinês e indiano seriam mais atraentes pois seriam (em teoria – protecionismos à parte) menos exigentes em relação à qualidade/processos de fabricação dos produtos brasileiros.

      E por fim – estamos comparando tamanhos de mercado (BRICS x EUA UE) entretanto temos que ter em mente que o Brasil não teria condições de atender as demandas (seja qual for a inclinação – USA UE ou BRICAS) com sua atual estrutura produtiva;

      Aí, colocando tudo isso na balança, minha opinião pessoal é pelo BRICS, onde o produto brasileiro é mais competitivo e o mercado (mesmo não sendo tão ‘parrudo’) já é maior do que nossa indústria consegue suprir e com perspectivas de crescimento à médio prazo.

      Lembrando que uma coisa não exclui a outra…

  18. A fonte do texto é Inglesa, BBC, kkkkkk.

    Estão desesperados. Faça as contas de quantas Inglaterras o Brasil embolsará com os 20 trilhões de dólares do pré-sal.

    Mas não vamos parar só no petróleo não. Serão dezenas de refinarias premium, multiplicando esses 20 trilhões por dez ou 20.

    Some-se o país todo cortado por ferrovias ligando o atlântico ao pacífico.

    A incorporação de milhares de hectares nordestinos do semi-árido ao setor agrícola produtivo, com a irrigação, fruto das transposições.

    O BRICSO está a caminho, nossa nova moeda terá inflação zero e circulará por todo o globo.

    A dívida pública vai desaparecer e em seu lugar teremos trilhões em caixa.

    Vamos criar o bolsa-SUV e dar uma Captiva ou CRV para cada brasileiro, kkkk.

  19. “Brasil pode ficar isolado com acordo entre EUA e UE”

    Isolado?? Com quase 200 milhões de consumidores??

    Há! Pegadinha do malandro…. 🙂

    • Produtos agriculas americanos irao chegar na europa pela metade do preço dos similares brasileiroskkkkk,como a banana so exporta couve e ovos,o ferro vais ser geral !

      • então vai para la e casa com um caucasiano o teropodre ,vai ver se alguém te quer rsrsrs
        você não convence nem você mesmo quando se olha no espelho rsrsr

  20. Esse governo está jogando fora toda a bem sucedida política industrial conseguida com muito esforço por governos anteriores, desde Getúlio Vargas, por pura INCOMPETÊNCIA e arrasto ideológico… parabéns pt… tá conseguindo o que muitas organizações imperialistas não conseguiram… ACABAR COM A INDÚSTRIA BRASILEIRA… vamos ser um fazendão, com casas grandes, senzalas e ocas…

    • zoinho azul arrasto ideológico é você que esta dentro disso ,todos percebem que você precisa de ajuda psicológica !!!!
      você sofre de esquerdafobia ,rsrsrs se você ler todos os comentários perceberia que além das suas suposições serem suplantadas iria verificar também que esta totalmente enganado do que esta falando ,mas como você bem disse seu arrasto ideológico ofusca o seu raciocínio logico ,isso junto com a sua deficiência psicológica em esquerdafobia ajuda a deixalo cego por horas as vezes dias rsrsr

  21. São materias tendenciosas com o unico intuito de confundir-nos e influenciar-nos.
    Os EUA são potencia economica e agro.
    A Europa esta quebrada e sem nenhuma chance de rever isso a curto prazo.
    O aprofundamento de uma crise economica os EUA não iriam por muito tempo proverem a Europa.
    A Europa necessita e muitos de materias e produtos Brasileiros e estão muito interessados de abrirem um canal economico e comercial direto conosco.
    O que vai ditar o rumo é a pronta necessidade e não laços de alianças diplomaticas.
    Os EUA passarão a conhecerem o que ja esta em andamento e sua prepotencia teima em não enxergarem e nã0o adimitirem.
    Enquanto o tempo é o mais mortifero veneno para eles a nós é biotonico fontoura.

  22. Todo o mundo quer interagir e comercializar conosco enquanto eles precisam imporem pressões e chantagens para fazerem o jogo deles.
    Ja se foi o tempo que o Brasil vivia manipulado,influenciado e a merce do jogo sujo deles.
    Sucumbirão cada vez mais isolados.

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