Entrevista com o projetista-chefe do caça chinês J-10, Zhang Jigao, e as novas tecnologias para o combate BVR

j10b-31-2

“O especialista em Forças Armadas dos EUA, Richard Fisher, recentemente destacou que o J-10B está na chamada “quarta geração e meia” de caças, sendo equipado com tecnologia embarcada moderna e sistema avançado de radar, estando também prestes a ser entregue para a Força Aérea Chinesa (Força Aérea do Exército Popular de Libertação – PLAAF).

O projetista-chefe do caça chinês J-10, Zhang Jigao, porém, discorda do termo “quarta geração e meia”, sugerindo que os atuais critérios internacionais de classificação de gerações (não) são mais aplicáveis.

Ele destacou que o combate “um contra um” é raro na guerra moderna, e que a maioria dos casos agora envolve sistemas de combate e operações em rede (sistema datalink de compartilhamento de dados), pelo que as capacidades de um caça dependem de vários fatores.

Segundo o projetista, “isso não significa que a otimização de um radar de um caça, de aviônicos e dos alcances de detecção de mísseis estão limitados a melhorias no desempenho operacional.”

Concluindo, Zhang Jigao disse que mais melhorias no desempenho do J-10 focarão no perfil aerodinâmico do avião e sistemas de missão, além da filosofia de manutenção: “O desenvolvimento de aeronaves requer constante otimização e melhorias, e nossas modificações serão extensas e não confinadas a uma área especifica.””

J-10A-J-10B 

Novos caças J-10 têm melhorias extensas e não parciais, segundo projetista chinês

People´s Daily Online

Segundo matéria publicada em 12 de novembro pela edição em inglês do People’s Daily Online, no último dia 6 o chefe de projeto do caça chinês J-10, Zhang Jigao falou publicamente pela primeira vez sobre as melhorias da aeronave. As declarações foram dadas no centro de testes de voo da AVIC. O projetista disse que o desempenho global do J-10 será extensamente melhorado em áreas como perfil aerodinâmico, sistema de missão e filosofia de manutenção.

Em março de 2009, fotografias do modelo melhorado do J-10 apareceram pela primeira vez na Internet, gerando a alcunha de “J-10B” para a aeronave. Ao longo dos últimos 5 anos, diversas imagens dos J-10B de testes apareceram online, o que atraiu atenção generalizada de entusiastas militares e da mídia de outros países.

O especialista em Forças Armadas dos EUA, Richard Fisher, recentemente destacou que o J-10B está na chamada “quarta geração e meia” de caças, sendo equipado com tecnologia embarcada moderna e sistema avançado de radar, estando também prestes a ser entregue para a Força Aérea Chinesa (Força Aérea do Exército Popular de Libertação – PLAAF).

Zhang Jigao, porém, discorda do termo “quarta geração e meia”, sugerindo que os atuais critérios internacionais de classificação de gerações (não) são mais aplicáveis. Ele destacou que o combate “um contra um” é raro na guerra moderna, e que a maioria dos casos agora envolve sistemas de combate e operações em rede, pelo que as capacidades de um caça dependem de vários fatores. Segundo o projetista, “isso não significa que a otimização de um radar de um caça, de aviônicos e dos alcances de detecção de mísseis estão limitados a melhorias no desempenho operacional.”

Concluindo, Zhang Jigao disse que mais melhorias no desempenho do J-10 focarão no perfil aerodinâmico do avião e sistemas de missão, além da filosofia de manutenção: “O desenvolvimento de aeronaves requer constante otimização e melhorias, e nossas modificações serão extensas e não confinadas a uma área especifica.”

Fonte: People´s Daily Online  via Poder Aéreo 

Leia também:

CRUZEX 2013: Combates além do alcance visual (BVR)

“O combate BVR se caracteriza pela análise dos dados recebidos eletronicamente. Você não vê o seu inimigo. Só o vê no seu radar. Então o combate BVR é um combate de análise, em que é determinante analisar aquilo que se vê no radar. Ele registra aeronaves mais longe, mais perto, mais alto, mais baixo, todas ao mesmo tempo, e você tem que decidir para que lado vai, se sobe ou se desce.

No combate BVR é preciso conseguir lançar os mísseis em um momento propício. O ar rarefeito das grandes altitudes, bem como a velocidade do caça na hora do disparo, podem aumentar o desempenho do armamento.” Major-Aviador Cláucio de Oliveira Marques (piloto de caça Mirage 2000B); e

“O combate BVR é fruto do desenvolvimento tecnológico. Há vinte anos, era preciso ver o inimigo para efetuar o disparo no alvo.

Hoje, fazendo uso de mísseis com alcance cinco vezes maior e com a tecnologia de localização por radar e sistema datalink de compartilhamento de dados, é possível localizar, identificar e abater aeronaves inimigas a longas distâncias .

No combate BVR existe o risco de um piloto não perceber a aproximação do inimigo, ou percebê-lo somente quando o míssil dele já tiver sido lançado. Uma vez que esteja no cinemático, ou seja, dentro do alcance do míssel, uma manobra de defesa pode ser inútil. Também é preciso usar com parcimônia a potência das turbinas. Se empregamos uma velocidade superior, temos ataque e defesa mais eficazes, mas o consumo de combustível é maior e nos arriscamos a ficar menos tempo no combate. ” Capitão-Aviador Raphael Efísio (piloto de caça F-5M)

Para ler toda a matéria, acesse a fonte

Fonte: Agência Força Aérea via DefesaNet 

4 Comentários

  1. “O projetista-chefe do caça chinês J-10, Zhang Jigao, porém, discorda do termo “quarta geração e meia”, sugerindo que os atuais critérios internacionais de classificação de gerações (não) são mais aplicáveis.

    Ele destacou que o combate “um contra um” é raro na guerra moderna, e que a maioria dos casos agora envolve sistemas de combate e operações em rede (sistema datalink de compartilhamento de dados), pelo que as capacidades de um caça dependem de vários fatores.”
    —————————-

    Perfeito! O especialista chinês se livra da “armadilha do super trunfo”…

  2. E enquanto isso os chineses sequer conseguem produzir um turbofan decente para caças. Ou seja, do que adianta quererem posar de ultraprojetistas de caças fuderosos se não conseguem se livrar desse gargalo tão básico:

    “China e Rússia estão mantendo conversações para o desenvolvimento conjunto de novos motores para o caça J-20 da Força Aérea chinesa. As negociações ente os dois países começaram em 31 de outubro durante a visita de uma delegação da China ao Centro Salyut de Pesquisas e Produção de Turbinas a Gás.

    Os chineses explicaram aos cientistas russos que as suas empresas ainda não conseguem desenvolver seus próprios sistemas de propulsão de alta potência destinados a jatos de combate. A maioria dos aviões da China, vendidos para outros países, é equipada com motores fabricados na Rússia.”

    FONTE:Diário da Rússia

    http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=32703

Comentários não permitidos.