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Reportagem do jornal “O Globo” afirma que o Brasil foi o segundo país mais espionado pela Agência Nacional de Segurança dos EUA no continente americano. Patriota afirma que governo recebeu notícia com preocupação.
O governo do Brasil pediu explicações aos Estados Unidos sobre a espionagem das comunicações de cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA, na sigla em inglês), disse neste domingo (07/07) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Segundo ele, os esclarecimentos foram solicitados por meio da Embaixada do Brasil em Washington e, ainda, ao embaixador dos EUA no Brasil.
A NSA monitorou atividades telefônicas e e-mails de empresas brasileiras e particulares na última década, como parte das suas atividades de espionagem, segundo noticiou neste domingo o jornal O Globo, citando documentos fornecidos pelo fugitivo Edward Snowden, ex-consultor de inteligência da NSA que denunciou um gigantesco esquema de espionagem.
Patriota disse que o Itamaraty recebeu com “grave preocupação” a notícia de que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados. Patriota deu as declarações em Paraty, no Rio de Janeiro, onde está sendo realizada a 11ª Festa Literária Internacional (Flip).
Segundo ele, o governo brasileiro lançará iniciativas internacionais para “proibir abusos e impedir a invasão de privacidade” dos usuários da internet, junto à ONU e à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça.
A reportagem de O Globo afirma que o Brasil foi o segundo país mais espionado no continente americano, tendo ficado atrás apenas dos próprios EUA. Segundo o diário carioca, os documentos secretos revelam ainda que o Brasil aparece como alvo prioritário, ao lado de países como China, Rússia, Irã e Paquistão.
Parte do acesso às comunicações brasileiras foi obtido através de empresas dos EUA que são parceiras de companhias brasileiras de telecomunicações, precisou O Globo, sem revelar os nomes das empresas.
“Estamos muito preocupados com essas notícias, especialmente com a possível relação com empresas brasileiras. Se isso realmente ocorre, configura um delito contra a legislação brasileira e a Constituição. Nossa Constituição assegura o direito à intimidade e privacidade. Se houver empresas brasileiras mancomunadas com empresas estrangeiras para violar o segredo telefônico e de dados, seria um absurdo”, declarou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
AS/lusa/abr/dpa
Fonte: DW.DE
EUA não responderão publicamente a Brasil sobre espionagem
O governo dos Estados Unidos disse no domingo que não vai responder publicamente aos questionamentos feitos pelo Brasil sobre espionagens realizadas no país.
Questionado pela BBC Brasil a respeito da reação brasileira, o Departamento de Estado americano disse por e-mail que “o governo dos EUA vai responder apropriadamente a nossos parceiros no Brasil pelas vias diplomáticas e de inteligência. Não vamos comentar publicamente ou especificar supostas atividades de inteligência. Como política, já deixamos claros que os EUA obtêm inteligência estrangeira do tipo coletado por todas as nações”.
Segundo denúncia feita no sábado em reportagem do jornal O Globo, com base em documentos coletados por Edward Snowden, o Brasil teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens (de e-mail) espionados.
No mesmo dia, o Itamaraty pediu “esclarecimentos” ao governo americano e ao embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, quanto à denúncia de que pessoas e empresas no Brasil teriam sido alvo de espionagem por parte da NSA (agência nacional de segurança dos EUA).
“O Governo brasileiro recebeu com grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência norte-americanos”, afirmou o Itamaraty, em comunicado.
Segundo a nota, o governo brasileiro “promoverá no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT) o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações e lançará, na ONU, iniciativas para proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação (…) que protejam os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os países”.
Incômodo diplomático
As denúncias devem causar incômodo nas relações bilaterais, poucos meses antes de uma visita de Estado que a presidente Dilma Rousseff fará ao presidente americano, Barack Obama, em Washington, em outubro.
Dilma já criticara com veemência o incidente diplomático envolvendo o presidente boliviano, Evo Morales, na Europa. Na semana passada, Morales teve espaço aéreo recusado em países europeus, por conta de suspeitas de que seu avião presidencial estaria abrigando Snowden.
A presidente brasileira disse que o “constrangimento” causado a Morales afeta toda a América Latina.
Snowden, que fugiu dos EUA após denunciar ao jornal britânico The Guardian uma grande rede de espionagem promovida pela NSA, passou por Hong Kong e foi visto pela última vez na área de trânsito do aeroporto de Moscou.
Seu passaporte foi revogado, e ele fez pedidos de asilo a diversos países (Brasil incluído). Três ofereceram abrigo a ele: Bolívia, Venezuela e Nicarágua.
* Com Pablo Uchoa, da BBC Brasil em Washington
BBC Basil
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