Entrevista com Eric Trappier: Rafale e as outras concorrências

Sugestão: Justin Case

Tradução e adaptação: E.M.Pinto

Plano Brasil

Eric Trappier (Dassault):

“A Índia visa uma assinatura de contrato para o Rafale em seis meses”

Apesar da tentativa da BAE em tentar reoferecer o Eurofighter na corrida, a  Dassault espera concluir a primeira venda do Rafale no exterior este ano. A decisão de Nova Délhi tem tido um efeito cascata sobre outras campanhas em curso, diz o diretor da fabricante de aeronaves internacionais.

Na Índia, o Rafale ganhou a concorrência para a compra de 126 aeronaves de combate. O que poderia parar de negociações exclusivas agora?

“A Índia é uma assinatura de contrato para o  Rafale em seis meses”, Eu não vejo nenhuma razão para que os indianos voltem atrás nas suas decisões, eles fizeram a parte mais difícil. O procedimento foi iniciado em 2007. Após várias semanas de avaliações em condições extremas, das encostas do Himalaia para as areias do deserto, a Força Aérea selecionou duas aeronaves: o Rafale e o Eurofighter. Em última análise, foi o menor lance que ganhou, tanto em termos de custo unitário quanto de sua manutenção ao longo do prazo. Tudo foi realizado com base em critérios definidos previamente e têm sido escrupulosamente observados, sem envolvimento de política. Esta concorrência é exemplar.

Quando você espera concluir?

Os Indianos querem rápido, isto considerando uma conclusão em cerca de seis meses. Precisamos finalizar os termos técnicos e industriais, e construir um contrato cujos termos são equivalentes às do Mirage 2000 (assinado em 2000).

A BAE tem  sugerido que o Eurofighter pode voltar à pista …

Eu não acredito e eu estou surpreso que algumas pessoas ainda estejam surpresas pelo fato do Rafale ter prevalecido. Em todas as competições onde os dois aviões foram postos a prova, o Eurofighter foi eliminado logo na primeira rodada, como na Coréia, Holanda e Brasil, onde ele foi sempre classificado atrás do Rafale, o mesmo ocorreu na Índia e na Suíça, como evidenciado pelo relatório de avaliação das forças armadas publicados na imprensa. Acrescento que os cálculos do Tribunal de Contas do Reino Unido mostram que o Eurofighter é muito mais caro de se operar. Em seguida, o Rafale provou a sua versatilidade durante a Operação Harmattan, ao contrário do Eurofighter que foi concebido como um caça puro. A concorrência Indiana nomeou  claramente a melhor aeronave.

A que preço? Você já ofereceu mais barato do que vendeu para a França?

O preço do Rafale na Índia é oferecido ao mesmo preços dos franceses, ajustado para despesas relacionadas ao contrato, uma vez que não é bem a mesma configuração técnica e que a produção será em parte localmente efetuada na India. A competição foi tão difícil que cada lado tinha que oferecer o melhor preço possível. Dito isto, nós não fizemos dumping para ganhar. Propusemos o preço doRafale francês .

Das 126 unidades previstas, apenas 18 serão fabricados na França. Devemos esperar limitados benefícios industriais?

Os benefícios industriais não se referem a produção de 126 Rafale na França, mas sim da produção licenciada. A transferência de tecnologia será feita de forma gradual e não haverá nenhum acordo de licenciamento global, mas sim, acordos de licenciamento para cada aeronave. Haverá um aumento efetivo progressivo na transferência de tecnologia de aeronave para aeronave a medida em que a produção for aumentando. O objetivo é que a Índia seja capaz de produzir o Rafale, sem que haja perda de participação de produção de itens na França. De uma maneira global o contrato irá empregar dezenas de milhares de pessoas.

Um acordo com Emirados Árabes Unidos ainda é possível antes da eleição presidencial?

No nosso caso, a negociação chegou a um fim, mas aind anão sabemos se ela realmente acbou.

Em novembro, o Abu Dhabi classificou a sua oferta de “irrealista”. Como anda as sdiscussões nos bastidores?

Houve briga? A discussão só termina quando encerram-se as conversações. Mas nós nunca paramos de discutir. As palavras usadas não são compatíveis, o “irrealista” significava que a Dassault tinha que fazer melhor. Em uma negociação, há sempre altos e baixos, mas sempre há um resultado no final. Hoje, nós não estamos lá ainda. É por isso que nós trabalhamos e continuamos cautelosos.

Se houver mudança política em maio, há um risco de atraso de vários meses as negociações?

Uma mudança de governo não é susceptível de acelerar este tipo de decisão. Agora, os acontecimentos políticos na França são bem conhecidos. O aspecto políticos são tão importantes com este tipo de contrato.

O Rafale é novamente dado como vencedor no Brasil. Ou  ainda há uma concorrência?

A escolha de Nova Délhi tem tido um efeito cascata sobre as nossas outras campanhas. Nós não vamos nos superestimar, mas não nos subestime também, porque ela( MMRCA) nos permitiu passar um grande número de mensagens. Seguindo um procedimento muito profissional, a Índia rejeitou os nossos concorrentes americanos, russo, sueco e europeu. Este não passa indiferente para o país que lançou um concurso. Como no Brasil, onde o Rafale se opõe à Boeing F-18 e Gripen da Saab, especialmente pelo fato de ambos terem sido eliminados na primeira rodada na Índia. Dito isto, hoje, a concorrência no Brasil permanece congelada. A bola está no campo do governo brasileiro.

O cancelamento do contrato de aeronaves Embraer Super Tucano feito recentemente pelo Pentágono, fez o jogo virar aos eu favor? Você vê uma decisão este ano?

Vemos este negócio com um olhar atento. Isso mostra que os EUA sabem proteger seus interesses. Não vejo como isso poderia servir-nos. Um ano atrás, as autoridades disseram que a decisão deve iria ser tomada no início de 2012. Agora já estão falando no “meio do ano”. Nós aguardamos e assistimos um sinal do governo. Enquanto isso,  nós continuamos a construir as nossas parcerias locais.

Você  acredita em recurso na Suíça, que preferiu o Gripen?

O Parlamento iniciou uma investigação. Queremos ter a certeza do procedimento, o que exigiu a aeronave a ser testado deveria estar pronta para a produção. O Rafale eo Eurofighter foram avaliados em voo. Mas qual a versão do Gripen que  foi avaliada? Será que um avião de papel? Um protótipo? Se este for o caso, então seria ao contrário do que requerido pela Força Aérea Suiça. Vamos esperar o resultado do inquérito parlamentar. Se ele confirmar que o procedimento foi seguido, não vamos estabelecer uma ação legal contra um Estado soberano.

Quer ou não controlado, o avião de combate futuro europeu vai estar lá antes de qualquer franco-britânico?

Isto é o que podemos deduzir do Tratado de Lancaster House em novembro de 2010 e a declaração bilateral de 17 de Fevereiro. Ambos os países manifestaram o desejo confiar este projeto nos seus dois campeões nacionais, a BAE Systems e Dassault Aviation.

Não haverá espaço para outros países e especialmente para aqueles envolvidos no protótipo Neuron UCAV?

Estamos apenas no começo, mas estamos prontos para abrir o projeto para outros países. Também é necessário que os governos queirem e estejam dispostos a contribuir. A questão surge porque o projeto Neuron (que liga a França, Suíça, Espanha, Itália, Suécia e Grécia) vai acabar em meados de 2013. Dito isto, a liderança permanece com a BAE e Dassault.

Eric Trappier, International Managing Director da Dassault / Dassault
ENTREVISTA ALAIN RUELLO

Fonte: LESECHOS

1 Comentário

  1. maluquinho agora so nos resta observar o q ira acontecer …e o q falei pra vc … tenho s esperança em ver uns SU-35 ( peo menos) por aki ..^^ quem sabe

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