Documentos revelam que Alemanha Ocidental tentou “comprar reunificação”

Chefe de governo da Alemanha Ocidental, Ludwig Erhard

Documentos nos EUA revelam que na década de 1960 a Alemanha Ocidental tinha planos de oferecer dinheiro à União Soviética em troca da reunificação alemã.

Documentos recém-disponibilizados nos Estados Unidos indicam que, na década de 1960, o então chefe de governo da Alemanha Ocidental, Ludwig Erhard, pensou seriamente em oferecer uma soma bilionária à União Soviética em troca da reunificação dos dois Estados alemães.

A informação foi publicada pela revista Der Spiegel neste sábado (1º/10), com base em documentos divulgados pela CIA e pela Secretaria de Estado em Washington. Os norte-americanos teriam sido inclusive cogitados como “potenciais mediadores” do que Washington chamou de “plano Erhard”.

O governo soviético enfrentava problemas financeiros e por isso teria estado aberto a uma negociação, argumentou Erhard. Antes de ser chefe de governo, entre 1963 e 1966, ele foi ministro das Finanças e se tornou conhecido como o “pai do milagre econômico” alemão após a Segunda Guerra Mundial.

Muro de Berlim só cairía em 1989

“Imaturo e irrealista”

Em outubro de 1963, o então chefe da Casa Civil da Alemanha Ocidental, Ludger Westrick, teria dito ao embaixador norte-americano em Bonn, George McGhee, que se pretendia pagar “2,5 bilhões de dólares ao ano, durante dez anos” pela reunificação do país.

Segundo os documentos, os diplomatas norte-americanos consideraram o plano “imaturo”, e praticamente sem chance de concretização. O embaixador McGhee, segundo o semanário Spiegel, caracterizou a ideia de “séria ingenuidade política”. Também a Secretaria de Estado teria achado o plano “irrealista”.

Negativa norte-americana

Depois do assassinato de John F. Kennedy, Erhard teria se reunido com o recém-empossado presidente Lyndon B. Johnson em seu rancho no Texas, e sugerido que Johnson passasse a oferta a Nikita Khrushchev, então chefe de governo soviético. Segundo a Spiegel, Johnson teria reagido friamente, dizendo não ter a intenção de se encontrar com o líder soviético.

Mais tarde, o plano seria esquecido. Khrushchev perderia o poder em outubro de 1964, Johnson passaria a se concentrar nas eleições nos EUA, enquanto Inglaterra, França, Itália e Japão ofereceriam empréstimos à União Soviética.

A reunificação alemã acabaria se concretizando de forma pacífica em 3 de outubro de 1990.

RW/dpa/afp

Revisão: Soraia Vilela

Fonte: DW-WORLD.DE

5 Comentários

  1. como foi ridiculo e criminoso este muro, pois é, e mesmo com ele nao conseguiram segurar a força que a alemanha tem (olha o que eles sao hj).

  2. galileu, nao é bem por causa disso(se bem que o que vc disse ajuda muito tb a um pais a se desenvolver(só que depende do país)), porem eu vejo que tem haver com cultura(nacionalismo, educaçao, vontade de querer crescer).
    os alemaes sao um povo serio voltado ao desenvolvimento e ciencia, ai eu te pergunto e o brasil é voltado para que?
    sds ao amigo

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