Israel " Davi e Golias "

http://www.onerdescritor.com.br/wp-content/uploads/2011/01/davi_golias.jpgPressões externas e internas põem Netanyahu em situação cada vez mais difícil em Israel

O anúncio de Ancara de que haveria um um corte total no relacionamento econômico entre Turquia e Israel teve efeito imediato na Bolsa de Valores de Tel Aviv, de terça-feira. O Índice Maof caiu 2,8%, mesmo que, horas depois, o governo turco tenha voltado atrás e anunciado apenas a suspensão da compra e venda de equipamentos militares. O vaivém não ajudou a aliviar as perdas econômicas de Israel devido à decisão de sexta-feira do premier Recep Tayyip Erdogan de expulsar o embaixador israelense do país e reduzir a relação com Israel ao nível mínimo. Desde domingo, a bolsa de Tel Aviv caiu 9%.

A verdade é que o premier Benjamin Netanyahu está entre a cruz e a espada – ou, para usar uma expressão da dramaturgia judaica, se equilibra como um violinista no telhado. A referência à obra do escritor Scholem Aleichem – que conta a história de um judeu ortodoxo dividido entre tradição e modernidade – cabe como uma luva na encruzilhada enfrentada pelo premier, que balança entre agudas pressões externas e internas. A deterioração no relacionamento com a Turquia, aliada à iminência do reconhecimento da Palestina pela ONU e à incerteza quanto ao futuro da Primavera Árabe, compete com o histórico movimento popular pela queda no custo de vida, que levou 450 mil israelenses às ruas das principais cidades do país no sábado à noite.

O protesto contou com mais de 250 mil pessoas só em Tel Aviv – uma cidade de 600 mil habitantes – para reclamar dos preços dos aluguéis, dos imóveis, da educação, do combustível, dos alimentos e de tudo mais que faz com que a classe média nacional sobreviva em constante negativo bancário. Os indignados exigem que Netanyahu desvie recursos usados em segurança para serviços públicos, o que alguns partidos da coalizão direitista do premier – como o Israel Nossa Casa, do chanceler Avigdor Lieberman – tendem a rejeitar. Outras legendas que apoiam Netanyahu, no entanto, como o partido religioso Shas (historicamente voltado para questões socioeconômicas), prometem deixar o governo caso o premier não atenda às demandas do movimento social.

“A crise no relacionamento com a Turquia é uma luz vermelha em relação aos ataques que estão por vir nas frentes diplomática, de segurança e econômica. Vai afetar as vidas dos 450 mil manifestantes que demandam justiça social”, escreveu o analista israelense Akiva Eldar, do jornal “Haaretz”. “De que orçamento os manifestantes sociais propõem financiar os prejuízos causados pela tsunami diplomática?”, pergunta.

General adverte para risco de guerra

Aparentemente congelado diante de tantos desafios, Netanyahu tem sido criticado até mesmo por seu maior aliado: Washington. Segundo artigo publicado na terça-feira pelo colunista Jeffrey Goldberg, da agência Bloomberg, o ex-secretário da Defesa americano Robert Gates, que acaba de deixar o cargo, chamou o premier de ingrato ao não retribuir os esforços dos EUA em defender o Estado judeu do isolamento mundial. Segundo Goldberg, em encontro recente do Conselho de Segurança Nacional, Gates listou tudo que os americanos fizeram por Netanyahu – acesso a armas de alta qualidade, assistência no desenvolvimento do escudo antimíssil Domo de Ferro, colaboração das agências de inteligência. O retorno, no entanto, foi nulo, principalmente na falta de avançou nas negociações de paz com os palestinos – ponto-chave, segundo os americanos, para a manutenção da paz regional.

O ressentimento pode levar Washington a fazer vista grossa ao reconhecimento da Palestina na ONU, em votação que deve acontecer até o fim do mês. O temor, em Israel, é de que, além das consequências políticas da medida, haja uma explosão de violência na região, com ataques mútuos entre palestinos e israelenses na Cisjordânia, aumento nos lançamentos de mísseis contra Israel por extremistas de Gaza, e tentativas de cruzamento da fronteira por ativistas egípcios, sírios, libaneses e até jordanianos. A convulsão também pode levar o governo Netanyahu a tremer nas bases.

O relacionamento precário entre Israel e o Egito nascido da Primavera Árabe – que derrubou o ditador Hosni Mubarak, entre outros líderes regionais – engorda a lista de preocupações externas. Sem Mubarak, maior defensor do Acordo de Camp David, que estabeleceu a paz entre os dois países em 1978, existe a possibilidade de a chamada “paz fria” que caracterizou o relacionamento bilateral nos últimos 33 anos transformar-se numa “guerra quente”. “A democratização vai obrigar qualquer Parlamento e governo eleitos a adotarem políticas e posições consistentes com a opinião pública egípcia”, explicou Ghassan Khatib, diretor do Centro de Mídia Palestino em artigo no site Bitterlemons. “O acordo de paz assinado em 1978 nunca foi popular no Egito”.

O quadro externo toma contornos ainda mais preocupantes com os protestos na Síria, que ameaçam o governo de Bashar al-Assad, outro ditador por um fio que mantém uma paz de fato com Israel. Por tudo isso, o general israelense Eyal Eisenberg afirmou que a Primavera Árabe pode se transformar num “Inverno do islamismo radical”, com potencial cada vez maior de deslanchar uma guerra regional que conte até mesmo com armas de destruição em massa.

 

‘Temor de novo conflito entre Israel e vizinhos deve fortalecer Netanyahu’, diz especialista

 

O professor israelense Shmuel Bar, diretor do Instituto para Política e Estratégia do prestigiado Centro Interdisciplinar Hertzleyia, afirmou ao GLOBO que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, precisa se preocupar mais com a manifestação social que sacode o país há dois meses caso queira manter-se no poder. Segundo ele, as ameaças externas podem até fortalecer sua imagem entre a população do país, temerosa em relação a um novo conflito regional.O

GLOBO: O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta pressões internas e externas. Qual delas deve ser combatida primeiro?

 

SHMUEL BAR: As pressões externas são mais perigosas para o Estado de Israel. Mas as pressões internas são mais perigosas para o governo Netanyahu. Quer dizer, as manifestações sociais podem derrubar o governo atual, enquanto as questões externas podem levar apenas a um prejuízo estratégico para Israel, independentemente de quem seja o primeiro-ministro. Caso haja uma guerra ou um conflito maior entre Israel e os vizinhos, pode ser até mesmo que Netanyahu se fortaleça em meio ao temor interno, que sempre causa uma espécie de união nacional.

O GLOBO: Os desafios da política externa e da política interna se interligam?

BAR: Acho que são desafios bem distintos. A pressão americana, dos palestinos, dos turcos, a ameaça do programa nuclear iraniano são latentes, não creio que têm a ver com as pressões internas pelo custo de vida. Alguém acha que as demandas dos manifestantes sociais afetam as decisões de Netanyahu diante do programa nuclear do Irã? Se a frota turca decidir ameaçar navios israelenses no Mar Mediterrâneo, isso vai afetar o preço do queijo cottage? Não acho.

O GLOBO: Mas caso o premier tenha que escolher em qual dos problemas focar, em qual deles investir mais verbas…

BAR: Não creio que chegamos ainda ao ponto em que Netanyahu precise escolher entre dar dinheiro para a segurança ou para os serviços sociais.

O GLOBO: Quanto ao relacionamento com a Turquia, Israel tem como consertar o que aconteceu?

BAR: Não creio. Acho que o governo turco tem agenda própria, que é acumular força para se tornar um líder regional. Talvez Israel pudesse ter administrado essa crise de maneira mais inteligente, mas não acho que o resultado seria diferente.

O GLOBO: O senhor considera que setembro será um mês decisivo para o país?

BAR: Não será tão traumático como se pensa. Acho que o presidente palestino Mahmoud Abbas pode até declarar a independência, mas daí a ter um país independente é muita estrada. Ele vai, por exemplo, formar um Exército, o que é vetado pelo Acordo de Oslo? E se ele decidir suspender esse acordo, como vai sobreviver sem o dinheiro de impostos cobrado por Israel e com o qual paga seus funcionários públicos?

O GLOBO: Será que ele desistirá por causa disso?

BAR: Não vai desistir. Os palestinos vão buscar o reconhecimento unilateral na ONU de qualquer maneira, mesmo que isso os prejudique, na prática. Porque entre eles há a tendência de preferir passos declaratórios, menos práticos e mais simbólicos.

Fonte: O Globo

16 Comentários

  1. O fim da “corrupção” (diga-se intervenção ditatorial do capitalismo ocidental) no oriente médio se caracteriza como a derrocada de Israel, não creio em extinção do estado, até porque isso significaria um massacre e não concordo com isso, mas sim com sua força, será engolido e se tornará um estado capacho, mais do que já é hoje.

  2. A ETERNA CAMINHADA DE ISRAEL
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    O povo de Israel tem que colocar para correr esses bando se irresponsáveis e sanguinários para fora do governo,se possível para fora do país.
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    O governo de Netanyahu, foi um desastre para o povo de Israel,deixando todos país em estado de pavor na região.
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    Ou o povo de Israel bota esses malucos para rodar,pega o beco,ou quem irão será o povo de Israel;mais uma vez de tantas vezes,o velho e manjado ÊXODO dos judeus.
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    Só que agora a judeuzada deverá sair correndo,se não o bicho pega……e tome sebo nas canelas de Jacó-Hehe….

  3. Se esse fatos a volta dos judeuSS ñ os leva a flexibilizar e e seadianterem a sairem de grandes partes das terras dos Palestinos, vide resolução da ONU de número 242,então , q colham o preço da impeidade e da estúpidez com o sangue dos seus filhos , assim como está a anos caindo o sangue dos Palestinos q defendem sua terras das forças de ocupação dos judeuSS, sobre a vista grod=ssa dos iangleseSS, são efíges da mesma moeda q custou a vida do filho do inefável Yaveh, o Deus dos deuses; os Palestinos filhos tbm de Abraão/Ibraim=Semitas.Estão no deserto e sozinhos , q tomem uma ação próativa e libertem os Palestinos deixando os mesmos terem os seu Estado e vivendo lado a lado e em PAZ/SHALOM.Pode até demorar + um pouco, + ainda verei nascer o Estado Palestino,quem viver verá.Parece o Egito de 1413AEC do faraó Ramses.Sds.

  4. Estou torcendo por uma guerra entre israel e Turquia, seria um bom teste para a OTAN. O ocidente e fruto de Roma e Grécia não desses bandos de judeus como alguns pregam.

  5. A propósito vale a pena ler este artigo recente que segue abaixo.

    Cães de guerra: quando setembro vier

    3/9/2011, Uri Avnery, Gush Shalom [Bloco da Paz], Israel

    Tradução do coletivo da Vila Vudu

    Não se ouvia falar de cães de guerra mais aterrorizantes, desde O Cão dos Baskervilles.

    Foram cevados por um antigo admirador do falecido ‘rabino’ Meir Kahane, que até a Suprema Corte de Israel definiu como fascista. A tarefa deles é proteger os colonos judeus e atacar os palestinos. São cães colonos judeus ou, melhor, colonos judeus cães.

    Todos os canais de televisão em Israel os mostraram demoradamente, louvando-lhes a eficácia e o ardor.

    Tudo isso, em preparação para “Setembro”.

    Setembro não é só nome de mês, o sétimo do antigo calendário romano. Setembro é símbolo de um terrível perigo, de uma inominável ameaça existencial.

    Em poucas semanas, os palestinos pedirão à ONU que reconheça o Estado da Palestina. Já têm ampla maioria na Assembleia Geral. Depois, segundo avaliação oficial pelo exército de Israel, abrir-se-ão as portas do inferno. Multidões de palestinos se levantarão, atacarão o muro ‘de separação’, atacarão as colônias exclusivas para judeus, desafiarão o exército, criarão o caos.

    “A Autoridade Palestina está planejando um banho de sangue”, disse Avigdor Lieberman, animadíssimo. E quando Lieberman prevê violência, não é prudente ignorá-lo.

    O exército de Israel prepara-se, há meses, para essa eventualidade. Essa semana, anunciou que está treinando os colonos, também, para que conheçam perfeitamente os casos em que estão autorizados a atirar para matar. Isso confirma o que todos já sabemos: não há qualquer diferença clara entre o exército e os colonos que vivem nas colônias exclusivas para judeus – muitos colonos são oficiais do exército, e muitos oficiais vivem nas colônias. A frase oficial é “o exército de Israel defende os israelenses onde estejam”.

    Um dos cenários para os quais o exército de Israel está preparado, como disseram, é o caso de os palestinos atirarem contra militares e colonos “de dentro das manifestações públicas”. É declaração terrível. Participei de centenas de manifestações e jamais vi ninguém atirar em ninguém “de dentro” de alguma manifestação. Esse atirador teria de ser louco, porque quem atira “de dentro” de uma manifestação de massa expõe todos os que estão à volta à retaliação. Mas foi o pretexto que Israel encontrou para atirar contra manifestantes em manifestações não-violentas.

    Soa tão assustador e horrendo, porque já aconteceu no passado. Depois da primeira intifada, uma história de sucesso dos palestinos (e levou ao acordo de Oslo), o exército israelense preparou-se diligentemente para a segunda. A arma escolhida foram ‘atiradores de elite’.

    A segunda (“al-Aqsa”) intifada começou depois do fim da conferência de Camp David em 2000 e da ‘visita’ de deliberada provocação, de Ariel Sharon, ao Templo do Monte. Os palestinos faziam manifestações de massa, não violentas. O exército de Israel respondeu com ‘assassinatos seletivos’. Duplas de um atirador ‘de elite’ e um oficial do exército tomavam posição em diferentes pontos do percurso por onde passariam os manifestantes; o oficial do exército selecionava os alvos – manifestantes que lhe parecessem “animadores”. Foram assassinados.

    A tática foi considerada altamente efetiva. Em pouco tempo, as manifestações não violentas acabaram, substituídas por ações muito violentas, ditas “terroristas”. E, assim, o exército de Israel voltou à brutalidade que conhece bem, terreno familiar.

    No total, na segunda intifada, foram assassinados 4.546 palestinos, 882 dos quais crianças; e 1.044 israelenses, 716 dos quais civis, 124 crianças.

    Temo que as preparações para a terceira intifada, prevista para começar no próximo mês, seguem as mesmas linhas. Mas as circunstâncias serão bem diferentes. Depois dos eventos no Egito e Síria, os manifestantes palestinos podem reagir de outro modo, e o “banho de sangue” pode ser muito maior. E também será maior a reação internacional e dos árabes. Imagino cartazes e faixas contra Binyamin al-Assad e Bashar Netanyahu.

    Mas a maioria dos israelenses não estão preocupados. Acreditam que todo o cenário é resultado de maquinações de Netanyahu, como truque para pôr fim aos enormes protestos sociais que agitam Israel. “Os jovens que protestam querem justiça social e estado de bem-estar, como crianças que querem sorvete, enquanto o desastre espreita na próxima esquina” – nas palavras de um dos coronéis (aposentado).

    Os colonos judeus e seus cães mal podem esperar.

    Até faz sentido, porque os colonos judeus desempenham papel central no conflito. São eles que impedem que se faça qualquer tipo de acordo de paz. Não admitem, sequer, qualquer tipo de negociações de paz significativas.

    É até bem simples: qualquer tipo de paz entre Israel e o povo palestino terá de basear-se em devolver a Cisjordânia, Jerusalém Leste e a Faixa de Gaza ao futuro Estado da Palestina. Já há, sobre isso, amplo consenso mundial. A única questão é saber exatamente por onde passarão as fronteiras, uma vez que também há consenso sobre algumas pequenas trocas de território.

    Isso implica que a paz, necessariamente, implicará remoção de grande número de colônias hoje ocupadas por judeus e a evacuação de todos os colonos das colônias exclusivas para judeus espalhadas por toda a Cisjordânia.

    Os colonos e seus aliados dominam completamente a coalizão que hoje governa Israel. Opõem-se à devolução de qualquer palmo do território que Deus prometeu só aos judeus. (Até os colonos judeus que não acreditam em deus, acreditam que fazem jus à terra que deus prometeu só aos judeus.) Por isso, não há negociações de paz, não tem fim a construção de prédios e mais prédios em territórios ocupados, nem se vê qualquer movimento em direção a qualquer tipo de paz.

    Os colonos judeus foram postos onde estão, na Cisjordânia, especificamente para essa finalidade: criar “fatos em campo” que destruíssem qualquer possibilidade de criar-se um Estado Palestino viável. Portanto, nem interessa discutir se são os colonos judeus ocupantes que impedem que os territórios ocupados sejam devolvidos em troca de paz, ou se o governo de Israel usa os colonos como força de ocupação, para o mesmo objetivo. Dá sempre na mesma: os colonos judeus ocupantes boicotam qualquer esforço de paz na região.

    Como diriam os norte-americanos: São os colonos judeus ocupantes, estúpido!

    Muitos bons judeus israelenses estão fazendo papel de idiotas, ou são idiotas.

    Anda ‘na moda’, em alguns círculos, “abraçar” a causa dos colonos judeus ocupantes, em nome da unidade nacional. Judeus não devem brigar entre eles, dizem, como ensinava a velha sabedoria dos guetos. Colonos judeus ocupantes e armados são como nós.

    Destaca-se entre os que dizem isso a deputada Shelly Yachimovitch, candidata, com outros cinco candidatos, à liderança do moribundo Partido Trabalhista (Labor). Durante anos, trabalhou na defesa da justiça social, falava de paz, ocupação, colônias, Palestina e temas afins. Agora, como parte da campanha pela liderança, aparece como defensora apaixonada dos colonos ocupantes. Como ela mesma disse, “É claro que não considero a empreitada dos colonos como pecado ou crime. No início, houve perfeito consenso. O Partido Trabalhista foi quem promoveu a colonização dos territórios [ocupados]. Esse é um fato histórico.”

    Há quem acredite que Yachimovitch apenas finge que pensa assim, para conquistar os votos de que precisa para chegar ao comando do partido, e que planeja atrair o que resta do Partido Kadima, para tentar deslocar Tzipi Livni e, talvez, chegar ao posto de primeiro-ministro.

    Pode ser. Pessoalmente, acho que ela realmente acredita no que diz – o que, sei, é raro em políticos, homens ou mulheres.

    Falando sério: não é possível abraçar, ao mesmo tempo, a causa dos colonos judeus armados e a luta por justiça social em Israel. Não é pensável, não há meio possível, ainda que alguns líderes do movimento de protesto social defendam essa via, como recurso tático.

    Não há nem pode haver estado de bem-estar em Israel, enquanto houver guerra. Os incidentes de fronteira, nas duas últimas semanas, mostram como é fácil distrair a opinião pública e silenciar os protestos: basta desfraldar a bandeira da segurança. E como é fácil, para o governo, alimentar e prolongar qualquer tipo de incidente.

    Semear o medo de “quando setembro chegar” é outro exemplo.

    Mas as razões pelas quais o governo não se interessa por separar justiça social e segurança são mais profundas. Reformas sociais sérias exigem dinheiro, muito dinheiro. Mesmo depois da reforma do sistema de impostos – impostos diretos mais “progressivos”, impostos indiretos menos “regressivos” – e ainda que tivéssemos posto fim aos cartéis dos ‘magnatas’, são necessários dezenas de bilhões de dólares para recuperar as escolas, os hospitais e os serviços sociais em Israel.

    Esses bilhões só podem vir do orçamento militar e das colônias. Investem-se somas astronômicas nas colônias – não só na moradia fortemente subsidiada para colonos judeus, salários pagos pelo Estado a muitos colonos (em porcentagem muito superior à que se vê na população em geral), mas, também, em infraestrutura (estradas, fornecimento de água e eletricidade, etc.) e no enorme contingente militar necessário para proteger as colônias. As preparações em curso para “quando setembro vier” mostram outra vez o quanto tudo isso custa.

    Mas essa ainda não é toda a história. Por trás de todos esses fatos jaz a principal razão para a deformação de tudo, em Israel: o próprio conflito entre israelenses e palestinos.

    Por causa do conflito, é preciso manter gigantesco establishment militar. Cada israelense paga, para manter as forças armadas, mais do que qualquer outro cidadão em qualquer outro país ocidental. Israel, com população de apenas 7,5 milhões de habitantes, mantém o 4º ou 5º maior establishment militar do mundo. A ajuda militar que os EUA paga a Israel cobre apenas pequena parte dos custos.

    Assim sendo, o fim da guerra é condição necessária para qualquer esforço que vise a converter Israel em estado de bem-estar com padrões “escandinavos”, com satisfatória justiça social. O conflito não é um fator a mais das dificuldades sociais em Israel: é o principal fator.

    Pode-se amar ou odiar os colonos judeus armados, fazer-lhes oposição ou abraçar aquela causa, como cada um entenda. Nada disso altera o fato de que as colônias exclusivas para judeus armados, nos territórios palestinos ocupados, são o principal obstáculo à paz e ao estabelecimento, em Israel, de algum estado de bem-estar. Não só pelo muito que custam em dinheiro; não só por causa dos pogroms que colonos judeus armados fazem, de tempos em tempos; não só pelo modo como hoje controlam o sistema político. Mas, sim, porque existem.

    Diferentes do cão dos Baskervilles, no romance de Sherlock Holmes, que era pista importante justamente porque não latiu na noite do crime, os cães das colônias exclusivas para judeus em Israel estão latindo muito alto. É latido de guerra.
    O link dessa tradução está em: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/uri-avnery-caes-de-guerra-quando-setembro-vier.html

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    Bem lembrado Ferio, a judeia era um província romana, não a patroa do ocidente como alguns mentirosos pregam por ai!!
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    Mas sabe como é, as pessoas tem que mentir pra poder fazer proselitismo barato… ainda bem que quem vive na mentira tem sempre verdades pra escutar, alguns não suportam isso e perseguem os que dizem as verdades de desequilibram as mentiras que eles acreditam!!
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    Valeu!!

  7. Fério,

    Acho que uma guerra entre Isarel e a Turquia é quase impossível de acontecer. Se acontecer, é uma guerra que Isarel não ganharia. Vai desgastar a imagem do Isarel ainda mais.

  8. A verdade se perdeu na Palestina já vai mais de 2000 anos. O ruim é que aquela região sempre arrasta o mundo para a guerra, de forma direta ou indireta.

  9. Carro Ferreira Júnior “aquela região sempre arrasta o mundo para a guerra” a Segunda Guerra ~também foi culpa dos judeus e arabes????he,he….
    …..”Cada israelense paga, para manter as forças armadas, mais do que qualquer outro cidadão em qualquer outro país ocidental”…..
    Aos nossos soldados damos armas da decada de 60/70.
    ….”A ajuda militar que os EUA paga a Israel cobre apenas pequena parte dos custos”…..he, he, he,he,,,tá saindo barato.
    Enquanto isso o Brasil fica medingando, cadeira no CS.
    Soberania é um direito conquistado não é um direto dado, é isso que DAVI ensina.
    SDS

  10. Seria parecido com as Malvinas os EUA não poderiam se meter por causa da OTAN mas passariam informações por satelites aos Judeus e acredito que a OTAN sacanearia tambem os Turcos e os Russos os assessorariam com satelites.Na verdade a Turquia é mantida na OTAN por chantagem e usada por ser um importante elo de ligação com Arabes.

  11. O problema de Israel é o mesmo dos EUA: O governo faz o que quer e o povo alienado concorda e bate palma. Ainda bem que há pessoas em Israel que não concordam com essas atrocidades sionistas (assim como há soldados dos EUA que acham que eles é que são os terroristas, matando crianças e mulheres indefesas sem mesmo ter um motivo real para tal) e estão lutando pelos seus direitos (os que não compartilham desses ideais não passam de massa de manobra, bucha de canhão, o pão e circo resolve o problema deles).
    Bibi e Obama não vão para o front, só fazem propaganda da guerra, não são eles que apertam o gatilho, não são eles que vão morrer.

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