Ministro da Defesa defende retirada gradual de tropas do Haiti

O Brasil precisa começar a pensar na saída gradual de suas tropas do Haiti, disse nesta segunda-feira o ministro da Defesa, Celso Amorim, na embaixada do Brasil em Buenos Aires.

Em entrevista, Amorim disse que deveria ocorrer, primeiramente, uma redução gradual das tropas, a partir da definição de um cronograma conjunto dos países da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) com a ONU, antes da retirada total.

“Não podemos ter uma saída desorganizada que gere uma situação de caos”, disse o ministro.

“Nós devemos uma atitude responsável em relação ao Haiti e em relação a nós mesmos. Agora, a médio e longo prazo, não é bom nem para o Haiti e nem para quem está lá que essa presença se perpetue”, disse.

Amorim afirmou que este será o principal assunto da reunião da Unasul na próxima quinta-feira, em Montevidéu.

Segundo o ministro da Defesa, é preciso evitar uma situação de “falso conforto” em relação à presença de soldados no Haiti. “Temos de discutir de maneira serena. Mas (a questão das tropas) tem que ser vista.”

As declarações ocorreram após a decisão do Uruguai de trazer de volta cinco “capacetes azuis”, nome dado aos militares das missões de paz da ONU, depois da acusação de que eles teriam cometido abuso sexual contra um adolescente no Haiti.

Amorim disse que não conhecia o caso. Segundo ele, a reunião no Uruguai não terá este assunto como tema.

Para ele, o episodio é isolado e não pode afetar a imagem da Minustah (missão de paz da ONU para o Haiti). “Não se pode contaminar toda a missão de paz por um episodio especifico”, disse.

No entanto, quando questionado se as tropas poderiam estar sofrendo um desgaste no Haiti, Amorim disse: “Qualquer tropa em qualquer lugar do mundo sofre desgaste”.

Estabilidade

Amorim afirmou que a situação critica de segurança no país já foi superada, após duas eleições e o aumento na presença de tropas após o terremoto ocorrido em janeiro de 2010.

Haiti

“Os manuais de ciências políticas orientam que a segunda eleição é a que indica que a democracia está consolidada.”

Celso Amorim, ministro da Defesa

“Os manuais de ciências políticas orientam que a segunda eleição é a que indica que a democracia está consolidada”, disse o ministro.

O ministro afirmou, no entanto, que a decisão sobre a saída do Haiti deve ser tomada não apenas pela Defesa, mas também pela presidente Dilma Rousseff e pelo Ministério das Relações Exteriores – pasta que ocupou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Amorim disse que ele e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversaram sobre o assunto na semana passada e concordaram com a redução e a futura retirada das tropas.

O ministro afirmou que não será tomada uma decisão unilateral por parte do Brasil ou dos países da Unasul, que deverão agir em conjunto com a ONU.

Amorim disse ainda que não existe um cronograma para esta redução de tropas e a possível retirada do país.

O ministro afirmou ainda que a redução das tropas brasileiras será inicialmente pequena, porque os brasileiros estão na área de Porto Príncipe, que é mais critica.

O ministro foi à Argentina para reuniões com a presidente Cristina Kirchner e com seu colega do país vizinho, Arturo Puricelli. Segundo Amorim, foram discutidos assuntos de cooperação na área de defesa.

Fonte: BBCBrasil

15 Comentários

  1. O Haiti tem uma megareserva de petróleo na Baía de Porto Príncipe.O Brasil foi para lá,também,para a Petrobrás fincar plataformas na região.
    Ah se a mídia-empresa tucana informasse direito os brasileiros!!!!!!!!!

  2. Saida gradual,não …Em 1 semana.
    Éramos para ter ficado no máximos 3 anos. Por outro lado, seria bom que algumas empresas brasileiras fossem para lá e que déssemos cursos para eles, inclusive nas nossas escolas militares.

  3. Perfeito Dandolo! Trás logo eles de volta sem frescuras e embromação. O Haiti sabe viver sozinho, já fizemos nossa parte…só fica ocupando país quem quer projetar poder, impor ideologia, ou roubar recurso natural. Nossos soldados são muito mais úteis e BARATOS nas fronteiras da Amazônia e nas favelas mais perigosas.

  4. Quero estar errado mas parece que a Minustah pouco fez nesse país, e acredito que o caos se reinstale tão logo as tropas deixem o país!
    Assisto matérias onde se mostram a miséria, o povo comendo barro,as ruas cheias de lixo e pergunto oque ficará de bom para esse povo?

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    Se não querem mais a nossa presença que tragamos os nossos soldados de volta, nada demais!
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    Caso contrario acho que poderíamos ficar por ali mais algum tempo.
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    valeu!!

  6. O Amorim esta certo nós temos varios HAITI dentro Brasil tras logo esses soldados para cá para proteger nossa amazónia e nossas fronteiras deixa esse povo sob cuidados dos americanos e franceses

  7. Como laboratório para as tropas brasileiras, acredito que o HAITI contribuiu fornecendo todos os cenários possíveis para a qualificação profissional do contingente hipotecado.
    Acredito que já está na hora de deixarem que o povo haitiano decida o seu rumo. Os nossos contingentes tiraram as lições necessárias e puderam contribuir para amenizar o sofrimento daquela nação tão desprezada e destruída.
    Não podemos permanecer lá eternamente, não se trata de ocupação, mas de apoio humanitário. É hora de alguns empresários passarem a atuar mais efetivamente e de forma empreendedora, descobrindo oportunidades onde a maioria só consegue enxergar prejuízos. Aquele povo precisa mais de esperança e de oportunidades do que de esmolas e gente de fora lhes dizendo o que fazer e para onde ir. Estão de parabéns todos os brasileiros e brasileiras militares e civis que lá estiveram e puderam efetivamente contribuir para o processo de reconciliação democrático naquele país.

  8. Vamo sair a francesa,deixemos os vudus se matarem,depois dividimos o petroleo dos caras,ou entao entregamos aos Chineses,com certeza eles domesticariao eles rapidinho,,,um choque de cultura oriental quando nao mata,acaba curando a enfermidade cronica!

  9. O Brasil e os que estão no Haiti fazem muito no Haiti, o terremoto atrapalhou, quanto a esta reserva de petroleo anos atrás ouvimos falar, inclusive em Cuba.

  10. Não devemos cometer o mesmo erro dos EUA a origem da quebradeira ianque veio assim mantendo bases espalhadas no mundo e se metendo em assuntos alheios, devemos aprender com os erros dos outros,devemos proteger só o que é nosso como as Embaixadas,num ano de crise tem é mais que cortar gastos,e gastar internamente, o que está indo pra nossas forças lá fora, poder vir para equipar as nossas forças,devemos gastar com nós e não com os outros

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