Acordo para evitar calote dos EUA será feito no prazo, diz Obama

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Sugestão: Gérsio Mutti

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento rápido na noite deste domingo sobre a renegociação do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos.

Em um período de aproximadamente cinco minutos, Obama declarou que o acordo será feito dentro do prazo (cuja expiração ocorre em 2 de agosto), e que “os líderes de ambos os partidos desejam o acordo”.

O presidente também disse que o corte de gastos do país deve ser de US$ 1 trilhão ao longo de dez anos. No total, os cortes devem extrapolar US$ 2 trilhões, em uma segunda etapa do plano ainda não detalhada. Tanto os republicanos quanto os democratas concordam com a meta, segundo o presidente.

“Não concluímos ainda. Eu quero alertar os membros de ambos os partidos para que tomem a atitude certa, e para que apoiem esse acordo”, declarou o presidente, que também classificou como “devastador” o efeito de um possível calote do país norte-americano.

Após o comunicado, Obama saiu sem falar com os jornalistas.

O Senado deve votar a proposta já na manhã de segunda-feira, segundo informou a Reuters.

Os mercados reagiram bem à declaração do presidente dos Estados Unidos: a bolsa japonesa teve ganho de 1,6%, enquanto o euro teve crescimento sobre o dólar e o iene, segundo o “The Wall Street Journal”.

Antes, o líder democrata Harry Reid declarou que a negociação com o presidente Barack Obama e com os republicanos para aumento do teto já chegara à conclusão. Agora, segundo informou o gabinete de Reid às emissoras NBC e CNN, o acordo dependeria apenas de ratificação dos parlamentares do Partido Democrata.

NOVELA

O aumento do teto da dívida deve acontecer a fim de evitar que o país entre em default (suspensão de pagamentos), ao atingir o limite de seu endividamento na terça-feira.

Também hoje, o Senado americano travou a tentativa do líder democrata, Harry Reid, de colocar sua nova proposta sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos em votação para evitar que o país entre em default (suspensão de pagamentos), ao atingir o limite de seu endividamento na terça-feira.

Com o resultado de 50 votos a 49, o plano do senador Harry Reid não conseguiu a maioria necessária (60 votos) para avançar.

Com a votação emperrada, as negociações sobre o assunto continuam hoje. A sessão, que estava prevista anteriormente para a 1h de hoje no horário local, havia sido adiada 12 horas dar mais tempo às conversas dos democratas com os republicanos sobre um acordo bipartidário.

Mesmo que a proposta passe no Senado, ela ainda precisará ser votada na Câmara de Representantes, onde a oposição republicana possui a maioria das cadeiras.

O líder republicano, Mitch McConnell, disse mais cedo que os negociadores do deficit estavam perto de um acordo de US$ 3 trilhões em cortes de gastos e que o plano incluiria um aumento de US$ 2,4 trilhões no limite do endividamento dos Estados Unidos –atualmente em US$ 14,3 trilhões. O novo valor seria suficiente para o governo arcar com suas obrigações até 2012.

Na sexta-feira, os senadores recusaram o plano republicano sobre o tema, que havia sido aprovado cerca de duas horas mais cedo pela Câmara de Representantes. A proposta, apresentada pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, buscava elevar o teto da dívida americana em duas etapas.

Sem o aumento do teto da dívida até 2 de agosto, os americanos podem enfrentar elevação da taxa de juros e a queda do dólar. Com o aumento do custo das taxas de empréstimo, hipotecas e empréstimos estudantis ficam mais caros e o efeito é sentido por grande parcela da população.

As controvérsias, entretanto, prosseguiram no começo da noite. Democratas da Câmara de Representantes (deputados) dos Estados Unidos podem se opor ao acordo de teto da dívida, cuja finalização foi anunciada hoje pelo senador Harry Reid, também democrata. A declaração foi dada pela líder do partido na Câmara, Nancy Pelosi.

“Nós podemos não apoiar isso”, declarou a deputada a repórteres nos Estados Unidos.

TRÂMITE

Veja como, possivelmente, o aumento do teto se desenrolará no Parlamento:

– Assim que for alcançado um acordo sobre o limite do endividamento do país, o líder da maioria no Senado, Harry Reid, buscará o apoio unânime para incorporar ao acordo condições impostas ao plano.

– Se nenhum dos senadores fizer objeções, o Senado endossaria rapidamente a proposta revisada e a enviaria à Câmara dos Deputados, para votação.

– Normalmente, a Câmara leva três dias entre a introdução de um projeto e sua aprovação final, mas essa regra foi deixada de lado e a votação poderá ser realizada horas depois de o Senado dar seu aval.

– Assim que a Câmara aprovar a medida, a legislação sobre aumento do teto do endividamento do país será enviada para sanção do presidente Barack Obama.

– Num outro cenário, se apenas um senador impuser objeções, Reid convocaria uma votação sobre procedimentos para a matéria a 1h da terça-feira (2h da madrugada em Brasília) para que o projeto possa seguir adiante. Essa votação poderá ser realizada mais cedo, se nenhum senador se opuser.

– Se o projeto obtiver os 60 votos necessários para seguir adiante, uma votação final ocorreria às 7h de quarta-feira (8h em Brasília). Esse cronograma também poderá ser antecipado, se não houver objeções.

– Depois disso, o projeto aprovado iria para a Câmara e, em seguida, para a sanção de Obama.

Fonte: Folha

6 Comentários

  1. (Carta Maior; 2ª feira, 01/08/ 2011)
    ………………………..
    OBAMA CEDE: CORTE FISCAL CONTRA OS POBRES PODE CHEGAR A US$ 3 TRILHÕES. RICOS SÃO POUPADOS.
    .

    O capitalismo americano não iria acabar, fosse qual fosse o resultado do impasse fiscal no Congresso. Mas o desfecho esboçado nesta noite de domingo é quase uma rendição de Obama ao Tea Party, tendo merecido a repulsa da esquerda do partido Democrata. Formada por cerca de 70 parlamentares ela vocaliza os setores da sociedade que mais se engajaram na eleição de Obama.
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    A proposta a ser votada nos próximos dias fixa um novo ponto de referência na trajetória de Obama, dos EUA e do mundo. O presidente não se mostrou uma alternativa política capaz de contrastar os interesses enfeixados pela supremacia das finanças desreguladas.
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    Ao contrário. A crise fiscal evidenciou a monopolização do sistema político norte-americano por uma direita extremista, filha da madrassa neoliberal ativada nas últimas décadas.Embebida em um laissez-faire rudimentar, indissociável de uma visão de mundo belicista, ela busca compensar a desordem intrínseca a sua ideologia com uma pregação moralista e religiosa de sociedade.
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    Ao ceder em quase tudo o que exigia a ortodoxia extremista, Obama coloca a população pobre dos EUA na linha de tiro de cortes que podem chegar a US$ 3 trilhões em dez anos. Em contrapartida seu plano de elevar a receita com maior imposto sobre os ricos foi engavetada.
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    A rendição de Obama coloca o mundo à mercê de forças incapazes de exercer o poder americano com algum equilíbrio e discernimento. Ademais de irradiar instabilidade financeira, os EUA se transformam num fator de insegurança política em escala global.
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    A negociação orçamentária escancarou o que estava subentendido e consolidou uma dimensão atemorizante do passo seguinte da história. Os países em desenvolvimento devem extrair lições esse episódio. Mas, sobretudo, blindar sua agenda econômica e social contra os solavancos implícitos na nova era da incerteza.

  2. E pensar que tudo isso pode ser resolvido bem rápido se os políticos americano deixarem de lado as suas idéias ultrapassadas e pensar com a cabeça(razão) em vez do estômago(instinto/emoção).

  3. Bom, não será hoje(segunda) que vou ver “sangue” no IBOV… 😛

    O discurso do presidente não foi lá muito firme. Enfatizou que a solução só adiará novamente a crise. E por um prazo relativamente curto (6 a 12 meses)

    []’s

  4. Uns querem rir, outros chorar !!!???… Más se eles quebram, todo mundo vai junto…fazer o que??? SDS.

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