Nova polêmica: empresas estratégicas de defesa

Por Sérgio Barreto Motta

O Governo acaba de anunciar que vai criar a Empresa Estratégica de Defesa. As companhias que produzem para o sigiloso mercado de guerra vão ter direito a sistema tributário especial, o que é justo, pois muitas estrangeiras estão isentas e as nacionais pagam em torno de 40% de sua receita como impostos. Na venda de equipamentos de “alta complexidade tecnológica” já há dispensa de licitação, mas isso poderá se estender a toda a cadeia produtiva de defesa e segurança. Se as mudanças vieram como medida provisória, bastará acionar o rolo compressor do governo. Se for como emenda constitucional, precisará de 3/5 dos votos, em dois turnos, nas duas casas do Congresso.

Em princípio, a novidade parece muito boa, merecedora de apoio unânime. Mas fontes da coluna questionam a intenção governamental. No caso de radares, a Omnisys certamente ganhará o título de Empresa Estratégica de Defesa (EED). Porém 100% de seu capital pertencem à francesa Thales, que é a antiga gigante gaulesa Thomson. Alguma empresa de capital brasileiro tem tal regalia no exterior? As autoridades chinesas estão estendendo o tapete à Embraer, por lá? Assim, embora o governo tenha boas intenções com o projeto, a empresa brasileira de capital estrangeiro poderá vender itens sem licitação, enquanto uma emergente empresa nacional, que não consiga a distinção de EED, se verá em inferioridade ante a gigante estrangeira, em pleno solo brasileiro.

Em relação à transferência de tecnologia, outra fonte da coluna afirma: “O comércio internacional é uma guerra, e, na área de defesa, trata-se de uma disputa ainda mais acirrada, com governos, agentes de informação e tudo mais. Será que, após usar todas as armas, desenvolver técnicas próprias e descumprir acordos internacionais, as gigantes do setor iriam transferir tecnologia ao Brasil, simplesmente porque uma de suas subsidiárias ganhou status especial no país?”. Segundo essa fonte, as empresas brasileiras de capital estrangeiro vão, como na indústria automobilística, ensinar os brasileiros a montarem os equipamentos, não a criarem sofisticados centros de pesquisa por aqui.

Outros analistas da sofisticada área de defesa garantem que irá haver efetiva transferência, mas de tecnologia velha – que para nós, calouros no setor, será saudada como nova. Afirma um especialista: “Sem dúvida, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, colocou os temas do setor na agenda nacional, mas precisamos ter cuidado com o futuro. Vamos olhar a história do desenvolvimento tecnológico das principais potências. Como tudo foi conseguido? Por transferência de tecnologia ou por firme apoio governamental e determinação de desenvolvimentos realmente nacionais?”.

A mesma fonte questiona: “Quantas são as empresas genuinamente nacionais que integram o quadro da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Defesa (Abimde)? Quantas são as empresas brasileiras que, no todo ou em parte, pertencem a estrangeiros que integram este mesmo quadro de associadas? Passaremos a ter uma nova Associação das Indústrias Brasileiras Estratégicas de Defesa, enquanto a Associação Brasileira de Indústrias de Defesa (sejam nacionais ou estrangeiras) continuará a congregar seus associados internacionais?”. São perguntas que estão sendo levantadas a todo momento.

A realidade mostra que muitos brasileiros venderam suas empresas porque não suportaram esperar pelos anunciados investimentos bilionários em defesa. Os estrangeiros estão chegando e não se importam de passar alguns anos sem lucros, à espera da boa fase. Além disso, ao comprar emergentes companhias nacionais, afastam futuros competidores. Essas críticas à EED podem ser tidas como primárias, contrárias à globalização. Mas, na área de defesa, a globalização é diferente. Os Estados Unidos não transferem tecnologia e a França não aceita capital estrangeiro em seus fornecedores internos. Como declara uma fonte da coluna: “Não se trata de xenofobia. Os investimentos e a participação de estrangeiros continuarão a ser muito importantes e bem vindos em todos os outros setores da economia nacional. Mas, na defesa da nossa soberania, há que ser um pouco diferente, tal como eles fazem em seus próprios países”.

Fonte: Monitor Mercantil

20 comentários em “Nova polêmica: empresas estratégicas de defesa

  1. A defesa deve ser diferente pois pode nos custar tudo o que mais prezamos na vida! E por mim esse FX2 já teria extinto pois vejo que vai nesse caminho, talvez por isso que o GF esta enrrolando tanto. Acho que a deixa vai ser nas votações sobre a Palestina, que com certeza não vai ser como o Brasil propoe e vão eliminar FX2 e escolerem um vetor Sukoy. Temos de andar meio afastado da Europa e EUA pois os dois estão falidos e quem faliu-os foram essas indústrias de defesa tamben. Indústria de defesa nacional mais política nacional é igual a soberania nacional.

  2. Bom texto,
    coloca questões muito relevantes que tem que ser levadas em consideração, não podem ser ignoradas.

  3. Como um Sniper.O elemento surpresa,o controle da respiração e visada.A paciencia do oportuno momento.O alvo atingido.Rapida evacuação.A missão cumprida……………………………………………..Eu sempre tive reservas a entrada de importantes multinacionais Brasileiras fora da esfera neste sigiloso,sensivel e importante segmento,a defesa.Deveriamos sim criarmos a Industria Nacional de Defesa,gerencia pelas ramificações especializadas necionais que ja vem a muito superando a tudo com inovações e qualidade.Favorecimentos e esfera politica geram uma serie de obstaculos e ilicitos alem da falta de profundo conhecimento e estrategia…No Brasil tudo acaba virando uma suculenta sopa de entulho e os punidos são os naturais que tentam somar e os contribuintes…………………………………………PQP fazemos quase tudo em armamentos e se não fazemos mais é por descaso e falta de investimento então porque promover essa prostituida divisão da melhor fatia pra quem se dispor a molhar mais heim……REPUBLICA DE RATAZANAS….Tenha uma unica certesa e a plena convicção O PUTEIRO É AQUI

  4. A frança é nossa parceira na defesa, não tenho dúvidas.
    Eu gosto mesmo é do armamento russo, os aviões de caça
    atende as nossas necessidades, vamos adquirir pelo menos uma esquadra sem TT e operar por um tempo, depois decidimos com os russos a tal TT como faz a INDIA, país com as mesmas dimenções territoriais. A frança é um país
    com pouca dimençÃO seu avião foi prejetado para o espaço
    francês. Isso não quer dizer que sua TT não seja importante para o Brasil, É!

  5. Não vejo nisto um problema, desde que o produto seja o melhor e produzido aqui, para mim o maior problema é o maldito lobby, ai sim, quem tem grana vai ditar as regras do jogo.

  6. Edson, sim os russos Sao bons, mas O Rafale e muito bom e devemos continuar com a nossa maior parceira. Claro que o rafale fortaleceria a FAB, mas e o EB e a MB, nossoas cacas dessas forcas poderiam firmar, que o EB os Russos e a MB os Gripen da SAAB. Assim nao deixariamos ninguem na mao, so os F18, mas os EUA devem entender, ja que nao repassam a Tec, mas os russos tambem nao sao confiaveis assim para a transferencia de TEC. Portanto, creio que o Eurofyther ou o proprio Rafale poderia ser a escolha…

  7. Lucas, só tem uma coisa: O Rafale é muito bom e seu preço de aquisição de manutenção não. Isso significa que em um país onde o investimento em defesa é constantemente cortado, não deveria fazer uso do Rafale, o que já não podemos dizer dos russos.
    Nossa parceria na área naval com os franceses está sendo boa, mas pagamos um alto preço por isso, mas era uma questão onde não havia muitos concorrentes e opções, já que a MB não vê com bons olhos os equipamentos russos.

  8. É a pergunta que me faço, depois de 30 anos que a Helibras esta aqui no Brasil, qual é a nossa autonomia em termos de helicoptero?? O que o nosso grande parceiro transferiu para a Helibras? É fabricada aqui alguma turbina para esses helicopteros? Nós estamos indo na direção diferente que foi os EUA, a França, a China e Índia…,nessa industria de defesa, a preferência e a fabricação e compra de equipamentos tinha que ser melhor estudada e com o poduto final made in Brasil.

  9. Concordo q o Su 35s são fantásticos , + temos de respeitar td os n acordos c os francos q estão fazendo a partes deles até sse momento ; somo melhores por cumprir sempre c o q tratamos…q venha os rafales e os escopenes p ontem.
    Quem Viver Verá.

  10. Não 1maluquinho o P. não é só aqui o P. é o mundo todo! Sabe como foram construídas grandes fortunas norte-americanas? Leia: O Cruzeiro Imperial, e verás! Vamos por de lado esta fantazia “CIAtica” de cachorro vira-lata, pois ela não nos cai bem! A gente acaba destruindo governos que estão tentando acertar e fazendo o jogo dos gringos!
    Críticas boas são necessárias e devem ser feitas, como no texto principal.

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    Pra mim temos que importar um monte de equipamento estrangeiro com as ToT, nem que poucas, e produzir estes equipamentos aqui em uma Joint-Venture, e certificar estas Joint-Venture como estratégicas de defesa, não a matriz que nos passa as Tec!
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    Mas é já um inicio, pelo menos se fala em defesa!!

  12. Acho que vale a pena pagar pela tecnologia desde que seja realmente aproveitada, e lembrando que no mínimo essa tecnologia comprada será usada nos novos projetos da EMBRAER.
    Alguns até dizem que a tecnologia comprada de um caça de 4,5ª geração não vale mais apena, se for pensado na indústria militar, mas creio que não seja bem assim, saber fazer o motor do SH/NG ou do Rafale assim como o Radar AESA é muito interessante a quem pensa potencializar a indústria militar nacional ou mesmo a civil.
    Imagino que o conhecimento de faze o motor dessas aeronaves seria muito bem vindo assim como seus sistemas de computador e radar AESA. Mesmo que o plano não seja construir um caça nacional saber fazer um radar AESA e colocá-lo em um navio ou numa estação em terra são coisas muita atraentes, assim como fazer aqui os motores para os aviões da EMBRAER, também podíamos aumentar a segurança dos vôos e diminuir o consumo de combustível com novos computadores e programas de controle de vôo, aproveitado a essa transferência de tecnologia.
    Enfim acho a idéia boa de comprar tecnologia, por outro lado esse é o Brasil terra aonde a esperança quase sempre vem acompanhada com a decepção… desejo muito que esse quadro melhore e que dessa vez façam algo que realmente ajude o nosso país, ou seja fortaleçam nossa industria para atraírem mais empregos.

    Quanto ao caça russo Flanker ele é realmente muito bom, porém não acredito que seja tão barato de comprá-lo e mantê-lo, uma coisa é você comprar um Su-30 sem radar, armas, avionicos em geral e dizer que ele custa 30 milhões de dólares outra coisa é você comprar o Su-30 com tudo que ele tem de melhor aí você vai vê se ele é tão barato assim. Tecnologia de ponta é cara, não existe mágica “metade do preço metade da qualidade”.
    Dizer que ele gasta pouco é outra coisa que não engulo, com aquele par de motores enormes e muito potentes é claro que pouco ele não bebe, sua manutenção deve se muito parecida com a de um F-15, ou seja, em número de pessoas e tempo de espera até estar operacional e isso tudo também é contado como custo de hora de vôo.
    Não estou criticando o Flanker, penso que se você realmente deseja uma defesa de qualidade você deve pagar por ela, e mesmo que o Flanker não seja tão barato como dizem é claro que eu gostaria de contar com no “mínimo” uns 64 Su-35 e mais uns 64 Rafale num total de 128 caças como deseja a FAB teríamos o que existe de melhor em operação no mundo em se tratando de caça de 4,5 geração e assim como os Emirados Árabes Unidos que possuem o medo de confiar sua defesa a apenas uma nação possuem dois caças de nações diferentes e independentes o F-16E e o Mirage-2000-9.
    E de quebra já negociar uns 60 PAK FA, tenho certeza que o GF tem o dinheiro que, aliás, nem é tanto assim para nossa economia, mas não sei o que acontece com essa gente de Brasília… (os caças que citei foram só uma sugestão desde que o acordo seja favorável poderia se um misto russo e americano ou chinês e francês ou qualquer outro)

    Sobre o projeto mencionado no texto parece bom apenas precisa ficar claro que a isenção será somente a indústria nacional ou com mais de 51% da ações isso já ajudaria bastante.

    sds

  13. O que define a politica de segurança e a industria de defesa de um pais e´a posiçao que ele deseja ocupar no cenario mundial.Com toda putaria praticada na terra do tio san,o objetivo foi alcançado,hoje sao pujantes e a populaçao possui um nivel de desenvolvimento consideravel,alem das grandes conquistas na areas cientificas que beneficiaram a humanidade,ja o brasil desde seu descobrimento,nunca houve um projeto de grande naçao,sempre nossos lideres ou eram comprados ou se vendiam.Acredito que nao temos uma cultura belicosa e, que realmente o brasil nao possui ambiçoes imperialista.Os politicos atuais(uma diminuta parte)apenas pensao em defesa(literalmente),deveriamos trabalhar tambem para termos condiçoes de realizar ataques globais,isto nao quer dizer que seriamos agressores de outras naçoes,o brasil e´rico por natureza,nao precisamos cobiçar bens naturais de outras naçoes,mas tendo condiçoes de revidar uma agressao em nosso territorio,dissuadiremos qualquer candidato.Se uma naçao poderosa agredir o brasil hoje ou daqui a 10 anos,ela tera sucesso,as dificuldades serao criadas pela guerrilhas,podendo se tornar um incoviniente cronico, mas suportavel para o agressor.O brasil deve dormir,sonhar e viver considerando estas possibilidades.Espero que os politicos roubem menos e pensem como cidadaos de uma super potencia !

  14. A França é nossa parceira estrategica de defesa né e ninguem parou para pensar que justamente a França é o pais mais segregacional protecionista Europeu-Ocidental né A indução lobbysta do MD-X9 a Lula levando este a pensar de que porque a França é uma potencia nuclear fora da orbita EUA-Russia-China ainda nos vai custar muito caro.Não se iludam,estamos pagando a preço de ouro serviços deles na montagem de uma base e estaleiro so isso.O SN-BR tera programa,tecnologia,maquinario e propulsão nacional.So quero ver o EC-725 prometeram tudo mas quando a milicada inquiriu sobre o sensivel deram pra traz e justificaram pertencer a seus fornecedores.A França sempre foi isso mesmo pura enganação e nós sempre fomos isso mesmo os otarios.Os armamentos Russos que estamos recebendo não tem reclamações por parte de nossos militares ao contrario do que mentirosos e manipuladores afirmam.Não é noticiado mas recebemos,estamos recebendo e receberemos armamentos deles para nós testarmos.Alguns ja foram testados e outros estão sendo e outros serão.Ainda não detectei nenhuma desaprovação do EB quanto a eles.Voces conhecem alguma?Pensar em SU35BM/S para quem teve a proposta de pagarmos os serviços deles para eles nos assessorarmos no projeto,desenvolvimento e fabricação de um caça 5.0 nacional.O Brasil sempre deu preferencia a isso.Vide o programa atomico.Preferimos pagar para aprender fazendo aqui.A escoregada de Sarcozy embassou,a Cruzex sentenciou e a Titia que ja tinha propria escolha e ainda foi contemplada com uma prposta que ninguem ainda conhece o conteudo e nem deve foi sabia e contigenciou.Acalmem-se isso vem depois pois se aparecer agora desanima muitos contratos e investimentos que estão sendo fechados de outras areas de defesa.Teremos o nosso caça e nem acredito em tampão de reforço mas em uma surpresinha.Aproveitem e observem isso que aconteceu em 2010 no momento que o Brasil jogava na copa do mundo contra a Costa do Marfim.Isso foi registrado nos céus de Cuiabá e pelo tamanho da coisa não é nacional se for é segredinho http://www.youtube.com/watch?v=77s_ee765h8

  15. Vamos copiar Irã, China, Rússia, Índia e os Governos Militares de 64.
    Prefiro empresas estatais de defesa, mas bem fiscalizadas, para que se evite a INCOMPETÊNCIA e baixa produtividade.
    O Estado não pode cobrar imposto do próprio Estado. As estatais não deviam pagar impostos algum, nem mesmo as Forças Armadas e Polícias.
    Empresas estrangeiras parceiras ? Vamos cobrar a metade dos impostos.

  16. Voces conhecem alguma base de testes ou lançamentos de foguetes ou missel em Cuiabá?Logico que não né!O cara que filmou afirma ter visto ele sair do chão e ele mesmo indaga se alguem sabe de alguma base la fato que ele sendo morador local e estar um pouco proximo desconhece.Tem bobo que pensa que por termos corruptos,descaso publico,falta de investimento e as Forças Armadas viverem pedindo socorro que não possamos ter algo ou coisinhas em segredo.Esse foguete o missil se for o caso é de grande alcance tanto pode ser nacional com estar sendo testado e se estiver sendo testado com certesa é Russo ja que o EB nesta epoca adimitiu estar testando plataformas de defesa antiarea Russas ou quem sabe outras coisinhas tambem heim…

  17. 1maluquinho disse:
    26/07/2011 às 20:18
    “…Aproveitem e observem isso que aconteceu em 2010 no momento que o Brasil jogava na copa do mundo contra a Costa do Marfim.Isso foi registrado nos céus de Cuiabá e pelo tamanho da coisa não é nacional se for é segredinho…”

    Po Maluquinho …rs… isso é primário… essa imagem gravada…acontece quase que diariamente na regiao centro oeste do país (e talvez em outras regiões). É o efeito prismático causado pela condensação dos gases expelidos da turbina de um aviao sob as luzes do por do sol, se visto de mais de perto se verá que há duas linhas de condensação e de longe parece rastro de missil…rs…fala sério…eu vejo isso da janela de casa em dias claro….kkk…gurizada criativa voces…kkk…conversem com um piloto e verao

  18. Nações ñ em amigos e sim “AMIGOS”, convergência de interesses , até um pisar e entrar na área de interesse do outro, e se eu posso vender algo e eu vou descartar, melhor ainda, então, eu trablho essa mercadoria p valorizar ela bem + , viu?…os francos já sacanearam os argentinos em 1982 na guerra das Malvinas…e os iankSS trairam o TIAR…olhos neles.

  19. O posicionamento não é de avião, tá mais pra missil, quem sabe o famoso Matador da Avibrás. Ou mesmo um sistema de defesa aereo da Russia.

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