Tapajós e Carajás seriam estados inviáveis, calcula economista do Ipea

Pará Corrigido (Foto: Arte/G1)

Dennis Barbosa Do G1, em São Paulo

Câmara aprovou plebiscitos para divisão do estado do Pará.
Prefeitos de possíveis ‘capitais’ defendem criação dos estados.

Caso cheguem a ser criados, os estados de Carajás e Tapajós serão economicamente inviáveis e dependerão de ajuda federal para arcar com as novas estruturas de administração pública que precisarão ser instaladas, afirma o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Rogério Boueri.

Prefeitos das cidades que passariam a ser capitais na hipótese de aprovada em plebiscitos a divisão do Pará defendem a criação dos estados. Eles apontam a distância da capital e a consequente ausência do governo estadual como os motivos para a divisão do estado – veja mais informações no fim da reportagem.

Nesta quinta-feira (5), a Câmara aprovou projetos de realização de plebiscitos para decidir sobre a criação dos estados de Carajás e Tapajós, que seriam desmembrados do Pará. No caso de Carajás, um decreto deve ser promulgado pelo presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), autorizando a realização da consulta. No caso de Tapajós, o plenário da Câmara aprovou o plebiscito, mas ainda falta votação no Senado.

O economista do Ipea fez cálculos, a pedido do G1, considerando os dados mais recentes disponíveis, referentes a 2008, e concluiu que os estados do Tapajós e de Carajás teriam, respectivamente, um custo de manutenção de R$ 2,2 bilhões e R$ 2,9 bilhões ao ano. Diante da arrecadação projetada para os dois estados, os custos resultariam num déficit de R$ 2,16 bilhões, somando ambos, a ser coberto pelo governo federal, conforme o especialista do Ipea.

O PIB do Pará em 2008, ressaltou o economista, foi de R$ 58,52 bilhões, e o estado gastou 16% disso com a manutenção da máquina pública. O estado do Tapajós gastaria cerca de 51% do seu PIB e o de Carajás, 23%. A média nacional é de 12,72%. “Nessas bases, não tem estado que se sustente”, afirma Boueri.

Os cálculos do pesquisador se baseiam nas médias de gasto com a manutenção da máquina pública por habitante em cada estado. A partir disso, considerando as populações dos novos estados em discussão, ele chegou a uma projeção de quanto cada um deles gastaria.

Para piorar a situação, a estimativa não leva em conta os altos investimentos envolvidos na criação de estados, lembra o pesquisador, como a construção de edifícios públicos e, no caso do interior do Pará, a necessidade de implantar infraestrutura, já que será necessário ampliar aeroportos e rodovias. Para Boueri, Tapajós e Carajás “serão estados de boca aberta, esperando o dinheiro do governo federal”.

Prefeitos e governador
Maria do Carmo, prefeita de Santarém, prevista para ser a capital de Tapajós, diz que a criação do novo estado é uma reivindicação histórica e cultural. “Estamos a mais de 800 quilômetros da capital. Os recursos e os serviços não chegavam”, disse. De acordo com a prefeita, “mesmo com o aumento da presença dos governos federal e estadual, permaneceu o espírito separatista”.

Maurino Magalhães, prefeito de Marabá, que pode ser a capital de Carajás, disse que vai “batalhar” pela criação da nova unidade da federação. “A maioria da população da região é favorável à divisão”, disse Magalhães. “Somos uma região de difícil acesso e com pouca presença do governo estadual. Por isso, vai ser importante a criação de Carajás para o desenvolvimento da nossa região.”

Em nota, o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), se disse favorável ao plebiscito, mas afirma que a população “deve ter total clareza do que vai escolher e suas reais consequências”.

Fonte: G1

7 Comentários

  1. A culpa por maus político no BRASIL e nossa, eles estão lá pq foram eleitos , no voto..somo os culpados. Temos de lembrar do passado deles e excluir esses nefastos da vida pública, estamos nessa “lerda”, SOCIAL,financeira , moral e graças a esse animais. Temos de usar o metado Chines p livrar-nos deles.sds.

  2. Meus amigos nesse país o que ainda predomina é a corrupção. Ainda estamos apenas ensaiando um movimento de moralização. Não se enganem, sob essa pretensa bandeira do desenvolvimento está o velho desejo de poder e riqueza daqueles que são os lobos vigaristas de nossa política.
    Em um país que a acaba de cortar R$ 50.000,000, 000 afetando áreas de fundamental interesse em um momento chave e isso depois de alardearem aos quatro ventos a situação favorável e consistente que se estava vivendo, não pode querer focar em algo tão questionável pra dizer o mínimo. Só o custo dessa papagaiada já deveria ser suficiente pra revoltar aqueles que vêem de fora, porque não duvidem que quem esta acostumado a comer o pão que o diabo amassou é facilmente ludibriado por falsas promessas de melhorias. Se já esta uma merda estão pq não tentar?
    E quero alertar sobre essa nova arma que é o plebiscito. Muito cuidado!!! É fácil moldar a opinião pública (e a mídia faz a parte dela direitinho). Vejam o caso do desarmamento, já estão tentando de novo e se não conseguirem agora vão tentar de novo e de novo até… Vejamos primeiro de quem surgem os projetos e a partir daí comecemos ou não um estudo apurado do assunto digo isso pq dependendo do político já se descarta de cara.
    Fora tudo isso atentem para a pressa que querem aprovar a dita divisão do Estado do Pará, pelo amor de Deus, essas caras já são de mármore.
    Ai ai

  3. A Divisão Territorial do Brasil por Estados é ilógica, por isso houve tanta concentração de pessoas e renda em algumas regiões, enquanto outras ficaram totalmente abandonadas e despovoadas.
    RJ e ES são estados pequenos, enquanto seus vizinhos MG e BA gigantescos. É um absurdo administrativo.
    O Governo deveria adotar o seguinte critério:
    Nenhum estado poderia ser maior do que SP e menor do que o Amapá.
    SP, por ter um PIB monstruoso, poderia ser repartido em 2.
    A razão é o equilíbrio federativo.
    Não vai sair caro essas fusões e cisão. Motivo: Vamos reduzir o número de Senadores, de 3 por Estado para 2, tal como nos EUA.
    Veja a desgraça do Estado do Amazonas: a maior parte dos investimentos ficaram em Manaus e o interior foi totalmente abandonado.

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  7. BOM, QUE COISA ADIANTARIA ESSE RADICALISMO SEPARATISTA DO BRASIL? SE FOMOS PRATICAMENTE COLONIZADOS 300 ANOS POR PORTUGUAL 100 ANOS PELOS USA. CONSEQUENCIA DO COLONIALISMO E NEOLIBERALISMO QUE DESENCANDEOU-SE ESSA DESORDEM SOCIAL, NAO RACIAL. NAO VAI RESOVER PROBLEMA DE SEPARATISMO, ISSO GERARIA MAIS PROBLEMAS E CONFLITOS RACIAIS E RELEGIOSOS. O QUE PRECISA MUDAR è A MENTALIDADE DOS BRASILEIROS, COBRAR DESSES POLITICOS VAGABUNDOS SUGUE-GUGA EXIGIR DELES CURSO SUPERIOR EM POLITICAS SOCIAIS, GESTAO PUBLICAS NO MINIMO SABER FALAR UMA LNGUA ESTRANGEIRA PORQUE UMA VERGONHA DESTES POLITICOS ANALFABETOS. SE ELES RECEBEM BEM DEVEM SER OBRIGADOS A SABEREM TRABALHAR DIREITO. JUSTIçA DEVE SER OBRIGADA FISCALIZAR SALARIOS DELES.NAO VAI ADIANTAR NOS BRASILEIROS EXCRIMINAR BRASILEIROS, TEMOS K LUTAR NO MESMO IDEAL, BUSCAR UN FUTURO DE PROSPERIDADE E RIQUEZAS, TEMOS QUE EDUCAR ESSAS CRIANçAS BRASILEIRAR ESCOLA INTERGRAL INVESTIR NA EDUCAçAO. COMO PODEMOS COBRAR UMA COISA SE NAO FAZEMOS ISSO. PENSO BRASIL UNIDO SERA MELHOR PARA CONQUISTA DA RIQUEZA QUE SE CHAMA DIVERSIDADE ETNIAS, SOCIAL, RELIGIOZA, SEXUAL, ETC.
    RICO DEPENDE DO POBRE E POBRE DEPENDE DO RICO. SOMOS CAPAZ DE FAZER TUDO SO SEM DEPENDER DE ALGUEM???

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