Análise da Defesa sobre caças deve ficar pronto hoje

http://tijolaco.com/wp-content/uploads/2009/08/cacas.jpgO parecer sobre o negócio que envolve a compra de 36 caças para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira) deve ficar pronto nesta segunda-feira (29), de acordo com o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Empresas de três países estão na disputa: Suécia, França e Estados Unidos. Mas o governo em diversas ocasiões manifestou preferência pelo modelo francês. O negócio pode chegar a R$ 10 bilhões.

Além do Rafale, disputam o contrato o sueco Gripen e o norte-americano F-18 Super Hornet. Tanto Jobim quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiram o favoritismo da França sob o argumento de que o país estabeleceu uma parceria estratégica com o Brasil em setembro do ano passado.

Após receber o parecer da consultoria jurídica do Ministério da Defesa, Jobim vai preparar uma exposição de motivos, que será encaminhada a Lula com a sugestão de um dos modelos. É o presidente que dá a palavra final sobre o vencedor do negócio.
A previsão do ministro é que esse documento fique pronto depois do feriado da Páscoa.

Na semana passada, o diretor-executivo da Saab, Ake Svensson, esteve no país ao lado dos reis da Suécia e defendeu a escolha do modelo Gripen dizendo que a empresa pode construir uma fábrica no Brasil. Svensson diz que a nova instalação, que seria provavelmente localizada em São Bernardo do Campo, poderia fabricar aeronaves e carros.

Fonte:R7


22 Comentários

  1. O caça sueco Jas-39 Gripen, também é um forte candidato a ser incorporado pela FAB, isso porque já ouve manifestos de pilotos brasileiros a favor da aeronave sueca. A escolha do Dassault Rafale pra mim talvez tenha influência sobre a aliança Brasil/França.

  2. Os norte americanos que me perdoem mas o F-18 não tem a mínima chance aqui no Brasil, são ótimas aeronves e provam isso em combates reias mas, as intenções brasileiras apontam ou para o sueco Gripen, ou o francês Rafale.

  3. Bruno Fernando,

    Podem nao ganhar a concorrencia, mas isso nao quer dizer que nao irao ganhar nada com isso, comecando pelo motor do Gripen, fabricado pela Pratt&Whitney, estadunidense, que significa de 2o a 30% do valor da aeronave. De uma olhada neste link e vais ver que tem mais componentes estadunidenses, aumentando consideravelmente a participacao ianque nos lucros e capacidade de vetos e embargos nas aeronaves suecas. A dependencia dos fornecedores de varios paises inviabiliza demaziadamente a capacidade de transferencia tecnologica dos suecos ao Brasil, alem disso aumenta ainda mais as possibilidades de vetos e embargos de outros paises alem dos EUA. Portanto, pensar que a dependencia no fornecimento de componentes de um eh pior que de depender de varios eh falacioso. Alem disso, isso eh circunstancial, ateh que comecemos a fabricar os componentes domesticamente e com controle total sobre a tecnologia. De qualquer forma, acho razoavel inferir que os ianques podem ganhar mais de 30% do valor em cada aeronave, pode estar certo disso!!! O link abaixo fornece as origens dos que seriam os fornecedores de componentes e partes para os Grippens NG, a saber:

    http://www.aereo.jor.br/2009/08/23/os-fabricantes-do-gripen/

    Espero ter sido util.
    Um abraco

  4. Prezado Carvalho:

    Fora muito útil. Conferi o link que você postou mas não tive surpresas, uma vez que eu já sabia. Leia novamente meus comentários e veja que em momento algum eu mencionei que país seria contemplado ou prejudicado com a venda de qualquer caça. Vale lembrar também que o caça que utiliza tecnologia americana é o Gripen, mas o que a Saab está oferecendo ao Brasil é o desenvolvimento de um novo projeto, o Gripen Next Generation, que não necessariamente precisa depender dos mesmos fornecedores.

    Valeu, abraço !!!

  5. Al Carvalho,

    Respeitosamente me permita uma pequena correção.
    O motor do Gripen A/B/C/D é General Eletric F-404.
    O motor do Gripen NG é General Eletric F-414G.

    A General Eletric é sócia da Celma (controladora) no Brasil, em uma operação de grande porte para manuntenção de inúmeras turbinas em operação civil e militar na América Latina.
    Não tenho certeza se já fabricam partes de turbinas ou montam algumas lá em Petrópolis – RJ, onde fica a fábrica.
    Segundo a Gazeta Mercantil de 20 de fevereiro passado a GE CELMA espera faturar cerca de US$ 1BI (um bilhão de dólares) com suas operações no Brasil, sendo esta a única fábrica da GE Aviation na América Latina.

    Um dos grandes clientes da GE Aviation é a Embraer, sendo o Brasil um mercado muito rentável, tanto como consumidor de motores e serviços, como também como polo de serviços em face do excelente quadro técnico encontrado aqui, permitindo exportar serviçoes a partir desta base para toda América Latina e África.

    Bem, diante do exposto tenho minhas dúvidas se um ‘embargo’ de motores para caças brasileiros seria interessante para a General Eletric ou para o comércio dos EUA.
    Até porque já há diversas turbinas militares na FAB, como por exemplo as dos nossos F-5 EM e FM, as antigas mas confiáveis GE J85-GE-21B.
    Quanto a reciprocidade? Bem, ela já tem uma unidade operando com ganhos para todos no Brasil, sem promessas.

    Sinceramente um embargo americano ao mercado brasileiro seria um terrível tiro no pé… mas no pé deles.

    Assim sendo, respeitosamente, discordo do seu temor pelo motor General Eletric do Gripen NG.

    Atenciosamente,
    Ivan.

  6. Infelizmente para nós a escolha já foi feita desde 07 de setembro do ano passado. É o Rafale, tudo isto é apenas desculpas para evitarem questionamentos na justiça. Poucas vezes na vida vi uma escolha tão viciada. E um verdadeiro escárnio contra a FAB e seu pessoal técnico que ralou durante vários anos para ver todo seu esforço jogado no lixo por um capricho presidencial.
    O Gripen NG usa turbina GE 404 fabricada na Suecia, parte dela pode ser construída pela Celma/GE. E sem neura. Todos os principais especialistas no tema da FAB e das industrias brasileiras querem o caça sueco, mesmo sendo ainda um projeto.

  7. Bruno Fernando,

    Dentre outras coisas, eu apenas e tao somente quis dizer que eles nao iriam perder tanto assim, financeiramente, para voce dizer:

    “Os norte americanos que me perdoem mas o F-18 não tem a mínima chance no Brasil,..”

    Soh isso mais nada, entendeu ?????

  8. Carissimo Ivan,

    Quanto ao fato de o monor ser da General Electric, para mim eh irrelevante, obtive essa informacao na internet e nao vou brigar com ninguem por causa disso. O que importa eh que eh um motor fabricado por uma empresa norte-americana e vai repatriar drid lucros se vender, mesmo que seja aqui. Alem disso, o motor pode ateh ser fabricado aqui, mas nao vao nos passar a tecnologia de fabrica-los, soh por que sao fabricados aqui. Ademais, a escolha do Gripen pela FAB, claramente foi uma escolha totalmente infeliz, poi nao estah em conformidade com os interesses nacionais e nem tampouco com a END. Acho que estao desviando de foco ao insinuarem o preco e que o Gripen da mais emprego. O que queremos com o projeto FX eh um caca que nos levara a nossa independencia politica, transferencia irrestrita de tecnologia, liberdade na comercializacao na America Latina e defender a nacao da melhor maneira possivel e em conformidade com a END. O caca norte-americano, alem de ser de tecnologia inferior ao Rafale (4.5 geracao )apresentando uma desvantagem, uma vez que queremos eventualmente que o caca evolua para 5a. geracao, ainda apresenta restricoes na transferencia tecnologica e comercializacao dos cacas. Os Gripens NG nao usam nada, nao existem, eh uma ficao. alem de nem se quer existirem, seriam um caca ainda mais inferior aos SHs. A Saab eh muito limitada na tecnologia que pode nos passar, simplesmente porque detem muito pouca, na fabricacao do caca, sao partes e componentes de diversos paises e portanto nao detem a tecnologia total na fabricacao do caca, sujeitando-nos a restricoes e vetos sim, nao tem autonomia na fabricacao dos cacas. Eh um caca barato, de baixo custo por ter uma turbina, mas eh limitado e inadequado para um pais do tamanho do Brasil, incluindo-se a amazonia azul. Eh um caca para um pais pequeno, nao para um pais como o Brasil. Eh um caca que vai mudar muito de preco, uma vez que ainda nao foi nem se quer fabricado. O objeto do projeto FX esta sendo desvirtuado ao se optar por um caca como o Gripen NG (que NAO EXISTE)e nao pode e nem deve concorrer com cacas que existem, eh um caca que soh serve para a FAB, que comprovadamente nao tem capacidade ou competencia nenhuma para decidir isso. Nao eh necessario ser piloto para se identificar o caca que melhor atende as necessidades do Brasil e nao de uma empresa, quase que totalmente dependente do exterior.

    Um abraco

  9. Caro Al,
    I. O Gripen NG já voou mais de 100 vezes, existe sim. Agora é um demonstrador de tecnologia, significa que o conceito original ainda está sendo analisado. Mas, pelo andar da carruagem está com o cronograma de desenvolvimento bem acelerado.
    II. Por a turbina ser GE ele seria montado pela Celma/GE no Brasil, e seria completamente revisado no país. O Brasil não tem condições de construir sozinho um motor de caça da qualidade de um 402/412/RM-12. O GE é utilizado em aviões não apenas suecos e americanos mas também no T-50 coreano.
    III. O NG tem um raio de ação 40% maior que as versões C/D, praticamente igual a do Rafale e ambos inferiores ao F-18.
    IV. A expressão de que a escolha da FAB foi infeliz por “nao estah em conformidade com os interesses nacionais e nem tampouco com a END”, também não procede, é mais um discurso ministerial. A Estratégia Nacional de Defesa é um documento amplo, tão amplo que pode ser lido por diversos ângulos. E pelo que a FAB trabalhou o Gripen NG se adequa.E só você ler o documento com calma.

    Por fim digo que os três aviões são adequados operacionalmente a FAB, a questão é que apenas um (o Gripen) cabe no orçamento da força e cujos projetos de desenvolvimento foram amplamente aceitos pela indústria nacional especialmente a Embraer. Os outros contendores fizeram propostas muito mais para platéia do que reais, isto porque existe o claro temor por parte delas que o Gripen NG permita a Embraer construir aviões melhores, especialmente no área executiva. Hoje o que salva a Dassualt da falência é sua classe de jatos Falcon.

  10. O Brasil precisa caças para hoje, não dá o tempo para aguardar a CIESP desenvolver esse 60% que ainda falta do Gripen.
    Além disso, como fecham as contas?
    Pagamos quase 5bn como si estivéssemos comprando um Rafale ou um SH, e vamos ter um avião a um 40%? e quém vai arcar com o 60 restante?
    É bonito falar que as empresas brasileiras vão aprender muito desenvolvendo esse 60%, mas, e as verbas, de onde vão sair?
    O Gripen NG nem devería estar na shortlist concorrendo com aviões que já existem hoje.
    A FAB tá brincando com a soberania nacional, fico completamente desapontado com a FAB.

  11. Tenho uns temores quanto aos gripen.

    E se por acaso não resultarem no esperado? Isso já ocorreu diversas vezes com projetos…
    Continuaríamos com F5, AMX e uns gripen ‘meia boca’?
    Tem su na região, e não podemos garantir as ‘intenções’ de ninguém.
    Se for para ser pressionado, que seja pelos ‘grandões’ do planeta, não por ‘libertadores’ locais.

    Não temos planos para um caça que NO MINIMO nos garanta igualdade aérea regional?
    Um projeto pode garantir isso?

    Argumentar que o gripen é ‘adequado’ já que somos um país pacifico é quase desmerecer o caça sueco e a nós próprios.
    Não se busca apenas ‘adequação’, mas NO MINIMO igualdade aérea regional.

    Quanto ficará arma-los ? Vão ser realmente mais baratos?

    O gripen ng é uma proposta simpática, mas acho a mais arriscada das três.
    Nossa defasagem é enorme, não creio que possamos correr riscos de ter um caça que apresente ‘surpresas’ futuras, mesmo que as chances disso sejam pequenas.

  12. Como diria um colunista aí do Blog… é o F-Xato mesmo!

    Eu gostaria que me mostrassem um balanço da Dassault indicando que ela vai mal financeiramente, ou meramente uma matéria dessa nossa imprensa de butequim fazendo isso.
    Além do mais, no ano passado, falou-se de que a Embraer poderia comprar a SAAB, pois esta enfrentava sim dificuldades financeiras, mas isso também não tem nenhuma notícia especificamente comprovando, então, quem tá quase falido afinal?!

    Falida está a FAB hoje, e não é por isso que ela estará falida para sempre e não daria conta de suportar nem mesmo o Gripen NG (Nick, perdão, mas até onde me consta mesmo o Gripen NG é oneroso no momento).

    Sobre o embargo, definitivamente a CELMA e o fornecimento dos motores de F-18 e Gripen não me parecem ter tanta relação assim, claro que para a venda é um ponto relevante, mas pensem bem, para embargar, eles perderiam o que? Muito pouco dado o que eles ganham com o mercado comercial e este mercado comercial não poderia “contra embargar” nada, pois ele está se lixando para isso e precisa de seus aviões no ar.

    Novamente, eu gostaria que os que dizem ser o Gripen o preferido da FAB, que eles procurem saber mais do pessoal da ATIVA da Força sobre suas preferências…
    Os americanos são os preferidos neste aspecto, e isso só porque o Su-35 (que foi reverenciado por dois aviadores da FAB em Anápolis e EU VI ISSO) não está mais no páreo (ele era a escolha dos aviadores).
    Vale ressaltar que os brasileiros que o comentário de quem voou o Rafale é de uma experiência bastante interessante.

    Agora, se tudo o que falei é verdade ou se estou fazendo papel de “Folha de São Paulo”, cabe aos leitores escolherem, mas antes da escolha eu gostaria que procurassem saber mais sobre os fatos.

  13. Caro Nick,

    Se voce viu um Gripen NG voar, realmente voce deveria estar viajando..rs.rs..ele nao existe, simplesmente. Infelizmente vou ter que continuar discordando, seus argumentos nao foram convincentes. Veja:

    Quanto a turbina da GE, queremos fabrica-la aqui e sem restricoes tecnologicas e/ou comerciais de quaisquer natureza. Isso nao eh possivel e soh montar nao nos interessa – tanto a Embraer como a Helibras sao montadoras ateh hoje. Soh agora a EAD francesa, esta considerando fabricar aqui e transferir tecnologia para a producao e dando autonomia para a Helibras comercializar na A.L., todos os helicopteros que serao totalmente produzidos aqui, inclusive o EC 725. Ateh hoje a Embraer ainda nem se quer fabrica um motor de teco-teco e muito menos os motors dos STs. Se for para montar nem precisa vir, vai soh ficar um pouco mais barata e sobretudo atrapalhar o surgimento de uma empresa nacional para fabricar motores(ainda mais que estamos evoluindo em nossa capacidade de fabricar turbinas, embora possa demorar algum tempo para serem produzidas em escala comercial) Essas empresas estrangeiras estao muito bem organizadas e seus lobbies sao nocivos e agem sobre o governo brasileiro e ateh sobre uma instituicao como a FAB, virando a cabeca desses caras, levando-os a fazer enormes bobagens e ateh trairem os ideais nacionais.
    O raio de acao do Gripen NG nao pode ser maior que as versoes C/D, se nao existem.
    A escolha do NG pela fab foi otimo para a Embraer, Saab, Boeing e govs. estadunidense e sueco. Mas para a defesa da nacao e da patria brasileira foi pessima!!!Resta saber o que realmente eh importante: a defesa nacional ou satisfazer os interesses politicos e comerciais de governos e empresas estrangeiras associada a uma empresa brasileira que depende de quase tudo de fora e justamente por isso age como uma empresa estrangeira, em detrimento dos interesses da nacao. Portanto ha um claro conflito entre o que estah estabelecido na END com o que se tem, na pratica se levarmos a cabo a fabricacao do Gripen no Brasil – eterna dependencia externa na aviacao, com a Embraer somente e eternamente montando,.. montando,.. montando e comprando componentes e partes de empresas estrangeiras, com certeza. A suecia tem pouca autonomia de transferencia tecnologica, justamente por importar quase todos os componentes e partes do Gripen.
    Por fim, foram relapsos na emplementacao do projeto FX e mais de 10 anos ja se passaram para escolherem um caca que nao existe, colocando em extremo risco a defesa da nacao e da patria, no maior descaso permitindo vazamento de informacoes sigilosas, escolhem um caca barato soh, muito provavelmente para manterem certas mordomias e pensoes absurdas na instituicao, em detrimento da qualidade e dos interesses nacionais, mesmo sabendo que os recursos seriam canalizados para o orcamento da FAB, em conformidade com suas novas necessidades e realidade e ainda em total conflito com os preceitos da END. O problema maior eh de natureza politica e a choradeira das viuvas. Mas eh muito facil determinar qual caca e o melhor e atende melhor as necessidades do Brasil, onde os RAFALEs, de longe aparece como o melhor caca, alias, o unico que poderia facilmente ser equipado com dispositivos para lancamento de artefatos nucleares!!!

    Um abraco

  14. Caro Nick,

    Soh complementando e lembrando que temos uma alianca estrategica militar com a Franca
    e isso tambem faz muita diferenca. A Franca, alem de ter fronteiras conosco tem mais afinidades culturais eh uma seria candidata a ser uma super-potencia alternativa a dos EEUU e muito mais importante para nos, em todos os sentidos, do que a Suecia, voce nao tenha a menor duvida disso.

  15. O Gripen é sim um bom avião, mas para países como Paraguai, Bolívia, Venezuela, África do Sul, e outros paises que são muito pequenos em comparação com o nosso, sem comentários né pessoal.

  16. Boa lanterna!
    Gripen para os pequeninos!

    Dava até para criar a campanha: “EU QUERO UM AVIÃO DE VERDADE!”
    E não para falar que o NG é projeto ou não existe, é para dizer que não é umm vetor de verdade para um país como o nosso e com pretensões como as nossas.

  17. O Gripen eh sim uma grande porcaria, o melhor para defender o Brasil, antes dos PAK FT-50 e os Rafales, nesta ordem eh o SU 35BM, podem conferir, neste link:
    http://www.defesanet.com.br/ru1/su-35_1.htm
    Nosso amigo Luiz Medeiros mandou bem, vou um pouco alem, apenas completando :
    Gripen para os pequeninos, cerebros atrofiados e com complexo de vira-lata!!!

    Sds.

  18. Aviões de caça para a FAB
    EMANUEL FERNANDES e OZIRES SILVA

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    É com o objetivo de lançar luzes sobre a discussão que expomos uma alternativa para o atual processo de aquisição dos caças
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    A CONDUÇÃO do processo de licitação para a compra de 36 aviões de combate para a FAB (Força Aérea Brasileira) vem se transformando em um dos principais equívocos do atual governo.
    Ao anunciar antecipadamente a vitória de um dos três concorrentes em setembro último, o presidente Lula contaminou o processo de maneira quase irreversível.
    Por outro lado, é inegável a necessidade do reequipamento das Forças Armadas brasileiras e a importância do tema, que permite passos significativos no processo de desenvolvimento da capacidade produtiva nacional, oportunidade esta que não deve ser perdida.
    É com o objetivo de lançar luzes sobre essa discussão que expomos uma alternativa para o atual processo de aquisição dos caças.
    Nos processos tradicionais, nas importações gerais de material militar, o governo tem aparecido como contratante direto do fornecedor estrangeiro selecionado pelos requisitos das Forças Armadas, colocando em execução o contrato de compra.
    Procedendo assim, cresce o risco de se perderem aspectos importantes em quase todo o capítulo da chamada “transferência de tecnologia ou de conhecimento”, pois é difícil se apropriar de experiências a partir da rigidez, da fiscalização e das características dos contratos governamentais.
    Uma alternativa, eficaz e de resultados provados, poderia ser a metodologia seguida por muitas nações do mundo desenvolvido, em particular, consolidada pela legislação nos Estados Unidos, em vigor desde 1933.
    Essa legislação, o Buy American Act, determina que toda e qualquer aquisição de material militar por parte do governo norte-americano necessariamente deve ser feita por meio de empresas nacionais, com cláusulas de participação da mão de obra e do conhecimento nacionais.
    O processo é simples. A Força Armada, por meio de seus estudos técnicos, com a observância da estratégia da defesa nacional, determina o material de que necessita, modifica as especificações e requisitos técnicos e seleciona o fornecedor estrangeiro.
    A proposta da Força é aprovada pelo governo e, ato contínuo, um fornecedor doméstico, empresa ou consórcios de empresas, reconhecidamente competente, é contratado pela Força interessada para fabricar e entregar o equipamento militar desejado.
    Adotado tal procedimento, no Brasil, um produtor nacional, sujeito à jurisdição brasileira, logo em seguida, e acompanhado pelas autoridades militares, prepara e firma o acordo com o supridor estrangeiro, com todas as cláusulas aprovadas pelos órgãos governamentais nacionais. Nesse processo, uma entidade industrial local passa a ser a contratante do fornecedor externo, em substituição ao governo, com toda a autoridade técnica e manufatureira necessárias.
    Em havendo financiamento estrangeiro, este deveria ser contratado pelas autoridades governamentais.
    Esse processo supera qualquer dúvida sobre propriedade intelectual ou transferência de tecnologia e amplia o leque de resultados, pois o diálogo se dará entre as empresas encarregadas da fabricação do produto. Cria-se uma vinculação de longo prazo, certamente útil para a operação de produtos tão sofisticados como os modernos equipamentos militares.
    Essa forma de fornecer um produto estrangeiro para uma Força Armada brasileira já tem exemplo nacional.
    Logo no início da vida produtiva da Embraer, em 1970, o então Ministério da Aeronáutica contratou a empresa, na época ainda recém-criada, para produzir o jato de treinamento AT-26 Xavante. Seguindo os procedimentos descritos, a Embraer contratou a fornecedora italiana Aermacchi, selecionada numa competição semelhante à que vivemos na atualidade.
    Essa diretriz governamental resultou num programa muito bem-sucedido. Vários dividendos adicionais foram conseguidos e, entre eles, foi possível que os aviões fabricados pela Embraer pudessem ganhar o status de produto próprio, permitindo sua exportação.
    Nos limites de uma proposta dessa natureza, os benefícios são marcantes, em nada alterando a discussão, hoje pública, quanto ao avião ou fornecedor a ser escolhido, os quais podem ser aqueles decididos pelas autoridades conforme os ditames das políticas governamentais.
    O mérito da proposta está provado por inúmeras iniciativas do mesmo tipo em vários países do mundo e, como acentuado, parte de um exemplo também já ocorrido no Brasil, quando do lançamento pela FAB da indústria aeroespacial brasileira, muito bem-sucedido, implantado há 40 anos em São José dos Campos (SP).

    FSP 5/4/10
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    EMANUEL FERNANDES, 54, engenheiro aeronáutico formado pelo ITA, deputado federal pelo PSDB-SP, é presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Foi prefeito de São José dos Campos (1997-2004).
    OZIRES SILVA, 79, engenheiro formado pelo ITA, é reitor da Unimonte. Foi fundador e presidente da Embraer, presidente da Petrobras e ministro da Infraestrutura (1990-1991).

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