Sugestão: Gérsio Mutti
Sabrina Lorenzi, enviada especial a Tupi/Bacia de Santos
Extração equivale a dois dias da produção brasileira, mas óleo já foi usado na produção de gasolina, diesel, querosene e nafta.
Talvez o consumidor paulista não saiba, mas já pode ter abastecido o carro com gasolina oriunda do petróleo extraído da camada do pré-sal. Em dez meses de operação, a Petrobras extraiu 4 milhões de barris de petróleo de Tupi, primeiro campo a produzir no pré-sal da bacia de Santos.
O volume equivale a dois dias de toda a produção brasileira de óleo. Extraído das águas profundas, o petróleo do pré-sal é levado ao terminal marítima da estatal em São Sebastião (SP). Dali, segue à refinaria de Capuava (SP) para ser transformado em gasolina, diesel, querosene de aviação e nafta, matéria-prima para petroquímica.
Antes da etapa comercial começar para valer, no entanto, a Petrobras corre para concluir a avaliação técnica do campo de Tupi. Com capacidade de processamento diário de 30 mil barris de óleo, a plataforma Cidade de São Vicente começou os testes em maio de 2009.
A Petrobras procura obter informações valiosas sobre as condições de temperatura, pressão, fluxo de óleo, acidez, entre outros fatores, para definir o projeto de exploração e produção do pré-sal. O poço produtor está ligado à plataforma por meio de tubos que acompanham a profundidade de 5,3 mil metros da superfície.
No começo dos testes, a produção da plataforma foi interrompida porque os materiais não suportaram as condições do reservatório de petróleo. A camada de sal de dois mil metros de espessura, exposta a elevada temperatura e pressão, pode passar do estado sólido para uma consistência pastosa, dificultando a conexão dos poços à plataforma.
Alguns sais da camada exploratória também são solúveis. “Nestas condições, a principal questão é garantir a estabilidade das rochas da espessa camada de sal, que tem até 2 mil metros em algumas regiões, as quais podem fluir e não permitir a continuidade da perfuração dos poços”, relata a Petrobras, em nota.
Há ainda relatos, não confirmados pela Petrobras, de que o petróleo do pré-sal, mais ácido, obrigou o desenvolvimento de materiais mais resistentes. Os engenheiros de poço precisam definir o revestimento, a geometria específica do poço e a melhor broca de perfuração.
Queima de gás limita produção
A produção de Tupi foi retomada com a extração de 15 mil barris por dia, subindo para 20 mil de barris nas últimas semanas _limite imposto pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O gerente dos testes, Paulo Buschinelli, explica que o órgão regulador não permite produção maior por causa da emissão de gás carbônico.
Como a produção está em fase de teste, o campo não possui gasoduto ou nenhum outro mecanismo de escoamento de gás natural, extraído com o petróleo. Sem opção, o gás é queimado na torre da plataforma, formando uma gigantesca labareda de fogo.
Novo projeto
Quando o teste de longa duração de Tupi acabar em agosto, a Petrobras começa a fase do projeto piloto. A ideia é produzir 100 barris a partir de dezembro.
Uma nova plataforma substituirá a atual escoando o gás natural de Tupi por um gasoduto de 250 quilômetros de extensão que alcançará a plataforma do campo de Mexilhão, também na bacia de Santos.
Tupi é um dos campos descobertos no bloco BM-S-11. Para explorá-lo, a Petrobras, que é dona de 65% do bloco, se associou à inglesa British Gas (BG) e à portuguesa Galp, que detêm respectivamente 25% e 10% de participação nos campos.
Para o projeto piloto, a Petrobras vai contratar outro navio flutuante, operado empresa Modec. O navio, em obras na China, levará o nome de Cidade de Angra dos Reis.
Em 2012, deverá entrar em operação o segundo projeto piloto de produção no pré-sal da Bacia de Santos. Será instalado na área de Guará, no bloco BMS- 9 (vizinho à área originária de Tupi) e terá capacidade para produzir 120 mil barris de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Reservas da Petrobras
A Petrobras estima que os campos do pré-sal de Santos vão produzir 1,8 milhão de barris em 2020.
Além do piloto de Tupi, a estatal aguarda duas plataformas para Guará e outro poço ao norte de Tupi. Até o fim da década, dez plataformas devem produzir na nova província de Santos.
As reservas estimadas na região variam de 9 bilhões a 16 bilhões de barris de petróleo, sendo Tupi o maior campo, com jazidas que podem conter de 5 bilhões a 8 bilhões de barris.
A Petrobras já informou estimativas também de Guará (1,1 bilhão a 2 bilhões de barris) e Iara (3 bilhões a 4 bilhões de barris).
Isso tudo é muito bonito e nos deixa de certa forma orgulhosos, é maravilhoso o trabalho da Petrobrás. Mas vale lembrar que precisamos também ver e reclamar investimentos para a Marinha do Brasil, para garantir a segurança no mar, das plataformas enfim, não se sabe as surpresas que poderemos ter no futuro.
Falou Bruno,precisamos de nossa MB bem equipada p enfrentar os corsários modernos, como os ianks/ingleses e outros a nossa volta. P ontem.