Dívidas da principal fabricante de produtos militares do País com a União serão transformadas em participação
Roberto Godoy
A Avibrás Aeroespacial, principal fabricante de produtos militares do País, vai ganhar um sócio: o governo federal. O grupo, de São José dos Campos, terá a participação do sistema financeiro da União na proporção de 15% a 25% – isso ainda está sendo discutido.
Não haverá aporte direto de dinheiro. Na forma prevista na Lei 11941/09, a presença dos recursos será efetivada por meio da conversão das dívidas da Avibrás. O anúncio da primeira parceria público-privada do setor de Defesa é esperado para abril.
A Avibrás está em regime de recuperação judicial desde julho de 2008. O valor do processo, cerca de R$ 500 milhões, foi superado pelo cumprimento de um rico contrato firmado com a Malásia, para fornecimento de baterias, munições e equipamentos de apoio da última geração do lançador de foguetes Astros-II, carro-chefe do grupo.
Esse sistema de armas brasileiro é o principal recurso dissuasório da força terrestre malaia na região de tensão permanente no sudeste asiático.
A quarta etapa da encomenda foi entregue em sigilo há apenas dois meses. Uma bateria completa, das carretas lançadoras à central de comando, mais 12 veículos blindados 4 x 4, embarcaram no porto de Santos dia 29 de dezembro de 2009.
Segundo o presidente do grupo, engenheiro Sami Hassuani, “as contas estão em dia: os compromissos trabalhistas foram quitados e, a dívida com os fornecedores está paga; abrimos 600 vagas”. A participação do governo tem tamanho – 1,2 mil páginas, soma do texto principal e dos 12 documentos anexos.
O faturamento do grupo formado por quatro unidades acomodadas em duas instalações, está crescendo. Foi de R$ 60 milhões em 2007, bateu em R$ 250 milhões em 2009, “e tem potencial para chegar aos R$ 500 milhões até dezembro”, avalia Sami. Segundo o executivo, a Avibrás pode vender cerca de 1,4 bilhão por ano trabalhando nos seus mercados tradicionais, do Oriente Médio até a Ásia, além de abrir praças novas na América Latina e África. Hassuani não confirma, mas os governos de Angola e da Colômbia teriam revelado interesse na linha Astros-II e nos foguetes ar-terra Skyfire, de 70 mm.
O Astros-II que a Malásia está recebendo é a quinta geração tecnológica do projeto, desenvolvido permanentemente desde que o lançador foi apresentado em 1980. O painel é digital, a navegação é operada por GPS e sinais de satélite, a central de comunicação é criptográfica. O veículo, uma carreta com tração integral sobre o qual a plataforma de disparo – de foguetes com raio de ação entre 9 e 150 km – com cabine é montada, é o Tatra, da República Checa. O blindado 4×4 de Comando, Controle e Comunicações, também é novo. Pesa 14 toneladas e recebe todas as informações de combate – dos dados meteorológicos às ameaças de ataque. “Podemos entrar com ele e seus derivados, inclusive versões da classe 8×8, para completar a família de carros couraçados sobre rodas que o Exército está interessado em formar.”
A próxima etapa é um ambicioso programa, o Astros 2020. “Trata-se de um conceito novo, sustentado pelo conhecimento já adquirido”, explica Sami. Vai exigir investimentos estimados em R$ 1,2 bilhão, dos quais cerca de R$ 210 milhões aplicados no desenvolvimento. “Ele vai se integrar com o míssil de cruzeiro AV-TM, de 300 quilômetros de alcance, na etapa de testes e certificação”, explica Hassuani para quem “o empreendimento 2020 vai permitir ao Exército, por exemplo, integrar o Astros com a defesa antiaérea, criando um meio de uso comum para as plataformas, os caminhões, parte dos sensores eletrônicos e os veículos de comando”.
Boa notícia! Desejo toda força para que a Avibrás consiga se recupar e lançar novos projetos. Agregando cada vez mais pesquisa e tecnologia.
A sociedade com o governo também dá uma certa segurança para que uma empresa estratégica não seja simplesmente comprada pelo capital internacional da noite do dia. E também revela uma certa preocupação do Estado que faltou em épocas passadas e deixou empresas como a Engesa desaparecerem.
Alguém sabe se existe alguma legislação especifíca que proteja empresas nacionais de cunho estratégico contra compras internacionais?
INCRÍVEL, BASTA UM POUQUINHO DE INCENTIVO, O BRASIL TEM TUDO PARA SER AUTO SUFICIENTE EM DEFESA, É SÓ TER APOIO.. O RESTO VEM NATURALMENTE.
Olha, achei uma ótima notícia. Boa noticias dos ‘astros’…
Espero que assim a Avibrás tenha bastante saúde para continuar em frente.
E espero que nossos governos não descuidem das encomendas e compras que garantam não apenas essa indústria, mas todas as demais ligadas a material bélico.
Eu não vi lei alguma, se vi não me lembro…hehe não é CPI não viu!
Ótima notícia esta da Avibrás, coisa suspeita é este caminhão Tatra, por que trocaram de caminhão, o outro Tectran não dava no couro o bastante?? Era Frágil demais??
mas espero com ansiedade este programa 2020, acho que mais uma vez no que se diz à defesa nacional, Nunca na história deste país… vide a Engesa no passado!!
Francoorp.
O que ouvi é que o Chassis do Astros deixou de ser fabricado e a AVibras estava com este problema.
A parceria com os tchecos é uma saída por demais acertada, os veículos da TATRA são muito bons e as versões mais modernas englobam muitas tecnologias modernas, como a motorização mais econômica, sigilosa e potente.
Pelo que pude enteder a idéia é de um chassis universal para os veículos do exército o que eu considero uma idéia muito boa.
Cumprimentos
E.M.Pinto
Nós somos da Pátria a guarda, fiéis soldados, por ela amados.
Nas cores de nossa farda rebrilha a glória, fulge a vitória.
Em nosso valor se encerra toda a esperança que um povo alcança.
Quando altiva for a terra, rebrilha a glória, fulge a vitória.
A paz queremos com fervor. A guerra só nos causa dor. Porém, se a Pátria amada
for um dia ultrajada, lutaremos sem temor.
Como é sublime saber amar, com a alma adorar a terra onde se nasce!
Amor febril pelo Brasil, no coração nosso que passe.
E quando a nação querida, frente ao inimigo, correr perigo, se dermos por ela a vida, rebrilha a glória, fulge a vitória.
Assim ao Brasil faremos, oferta igual de amor final.
E a ti, Pátria, salvaremos! Rebrilha a glória, fulge a vitória.
A paz queremos com fervor, a guerra só nos causa dor.
Porém, se a Pátria amada for um dia ultrajada, lutaremos sem temor.
Como é sublime saber amar, com a alma adorar, a terra onde se nasce!
Amor febril pelo Brasil, no coração nosso que passe.
(Canção do Exército)
Viva a AVIBRÁS, viva o povo brasileiro, viva a classe operária!!!
óóó valeu pela informação, bem, se é assim moderno e eficiente este Chassis, poderíamos forçar uma fabricação aqui no Brasil, financiando tudo com o BNDS, e pegando o Know-How pra nós. HEHE
Valeu pela explicação, tinha já minhas dúvidas para com o negocio do Chassis, mas se é bom assim, vamos de TATRA mesmo.
E.M.Pinto, a versão deste caminhão da Avibrás é esta da foto??
http://www.armyrecognition.com/moyen_orient/Emirats_arabe/IDEX_2003_Pictures_Gallery/IDEX_2005/pictures/Tatra_Truck_armyrecognition_idex_2005_01.jpg
Francoorp
Ao que entendi a Tatra veículos instalará uma subsidiária no Brasil sim, não posso te confirmar agora, bem estive lá na tchecoland em dezembro passado e meu sogro havia me dito que provavelmente os Tchecos iriam produzir veículos no Brasil.
O presidente esteve lá no ano passado e foram assinados diversos protocolos e a tendencia é expandir e diversificar as negociações até inclusive para aindústria ferroviária e aeroespacial.
A Rep. Tcheca é um país muito industrializado e tem inúmeras tecnologias de ponta não só na área aeroespacial, medicina, boptecnologia, claro a indústra de defesa Let, aero vodochody, Zlim entre outras, fazem componentes para foguetes, satélites, veículos civis (Scoda é tcheca) entre muitas outras indústrias.´
Temos muito a ganhar.
Qanto ao veículo, bem este é só mais um dos modelo Tatra, mas creio ser o tal chassis 8×8 considerado. A Tatra tem veículos para todos os fins.
Abraço
E.M.Pinto
Nem me fale em CPI, aqui que nada vai pra frente mesmo! – hehehehe
Dei uma pesquisada e acho que esta dúvida da proteção as empresas nacionais já está sendo debatida pelo Plano Estratégico de Defesa Nacional.
Eu entendo a Avibrás como uma empresa estratégica, tal como a Embraer, Petrobras etc..
neste sentido, vejo as parcerias público-privado como um caminho interessante a ser seguido. Sou favorável a isso, pois entre outras coisas, é um caminho que vem dando certo no Brasil.
Além disso, a END pressupõe o incremento da industria nacional de Defesa e o Estado tem um papel importante (para não dizer fundamental) a cumprir nisso. O Estado incentivador é um modelo de Estado que o Brasil necessita no momeno.
abraços a todos
Quando o geverno entra nesse tipo de empreitada a coisa cresce, tem apoio,deveria ter ocorrido isso tbm com a IMBEL..parabéns.