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50 Comentários

  1. O eminente tsunami israelense

    Os palestinos buscarão seu projeto de reconhecimento formal de seu status como estado pelas Nações Unidas quando a Assembleia Geral se reunir no próximo outono. É quase certo que a votação será favorável. A única questão no momento é quão favorável.

    A liderança política de Israel está ciente disso. Há três diferentes respostas sendo discutidas por ela. A posição dominante parece ser a do Primeiro Ministro Netanyahu. Ele propõe ignorar tal resolução inteiramente e simplesmente continuar com as políticas atuais do governo israelense. Netanyahu crê que, por um tempo muito longo, tem havido resoluções adotadas pela Assembleia Geral da ONU que foram desfavoráveis a Israel, todas das quais Israel ignorou com sucesso. Por que esta deveria ser diferente?

    Há alguns políticos na extrema direita (sim, há uma posição de direita ainda mais extremada que aquela de Netanyahu) que dizem que, como represália, Israel deveria formalmente anexar todos os territórios palestinos presentemente ocupados e acabar com qualquer rumor de negociações com os palestinos. Alguns deles também querem forçar um êxodo de populações não-judias desse estado israelense expandido.

    O ex-premiê (e atual Ministro da Defesa) Ehud Barak, cuja base política é agora quase-inexistente, está alertando a Netanyahu que ele não está sendo realista. Barak diz que a resolução será como um tsunami para Israel, e que portanto Netanyahu seria mais sábio se, de alguma forma, ele fizesse um acordo com os palestinos agora, antes que a resolução passe.

    Barak está certo? Será isso um tsunami para Israel? Há boa chance de que ele esteja. Não há, entretanto, quase nenhuma chance de que Netanyahu preste atenção ao conselho de Barak e tente seriamente fazer um acordo com os palestinos antes disso.

    Considere-se o que deve se passar na Assembleia Geral mesma. Sabemos que a maioria (ou talvez todos) dos países da América Latina e uma percentagem muito alta de países na África e na Ásia votarão pela resolução. Sabemos que os Estados Unidos votarão contra ela e tentarão persuadir outros a fazer o mesmo. Os votos indefinidos são os da Europa. Se os palestinos conseguirem um número significante de votos europeus, sua posição política será em muito reforçada.

    E então, votarão eles a favor da resolução? Isso depende em parte do que acontecer no mundo árabe nos próximos dois meses. Os franceses já indicarem abertamente que, a não ser que eles vejam um bom progresso nas negociações israelo-palestinas (que nem estão ocorrendo neste momento), eles irão apoiar tal resolução. Se eles o fizerem, é quase certo que os governos do sul da Europa se juntarão a eles. E com eles os países nórdicos. É uma questão mais aberta se a Grã-Bretanha, a Alemanha e a Holanda farão o mesmo. Se esses países decidirem ir com a resolução, isso pode acabar com as hesitações de vários países do leste da Europa. Nesse caso, a resolução obteria a vasta maioria dos votos da Europa.

    Precisamos ver, portanto, o que está ocorrendo no mundo árabe. Seria incauto predizer exatamente que regimes irão cair e que outros vão se segurar nos próximos dois meses. O que parece óbvio é que os palestinos estão prestes a lançar uma terceira intifada. Os palestinos, mesmo os mais conservadores entre eles, parecem ter desistido da esperança de que possa haver algum arranjo negociado com Israel. Essa é a clara mensagem do acordo entre a Fatah e o Hamas. E visto que as populações árabes de quase todo estado árabe estão em revolta política direta contra seus regimes, como poderiam os palestinos ficar em silêncio relativo? Eles não vão ficar em silêncio.

    E se eles não ficarem em silêncio, o que farão outros regimes árabes? Todos eles estão tendo alguma dificuldade, para dizer o mínimo, em tratar com os levantes em seus próprios países. Apoiar ativamente uma terceira intifada seria a posição mais fácil de se tomar como parte de um esforço para recuperar o controle de seus próprios países. Que regime ousaria não apoiar uma terceira intifada? O Egito já deixou claro que seria essa a sua posição. E o rei Abdullah da Jordânia indicou que a dele seria a mesma.

    Que se imagine, então, a sequência: uma terceira intifada, seguida por intransigência israelense. O que farão os europeus? É difícil vê-los se recusarem a votar pela resolução. Poderíamos facilmente chegar a uma votação em que apenas Israel, os Estados Unidos e uns paizinhos minúsculos votassem contra, e talvez umas poucas abstenções.

    Isso soa como um possível tsunami para mim. O maior medo de Israel nos últimos anos é o de “deslegitimização”. E essa votação, não solidificaria ela um processo de deslegitimização? E o isolamento dos Estados Unidos nessa votação não enfraqueceria ainda mais sua posição no mundo árabe como um todo? O que então farão os Estados Unidos?

    Autor: Immanuel Wallerstein
    Fonte: http://www.middle-east-online.com/english/?id=46721

  2. Noticia importante.

    Reino Unido pressiona o Brasil por apoio nas Falklands contra Argentina, contudo, vai ter a visita de 3 dias do Vice-Primeiro Ministro Britânico ao Brasil para conversarem sobre isso e em troca, darão apoio ao Brasil pela vaga permanente na ONU e aumentar o comercio entre os dois paises.

    http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/southamerica/brazil/8587218/Nick-Clegg-to-face-down-Brazil-over-support-for-Argentina-in-Falklands-row.html

  3. Odebrecht avança para concorrer com Embraer no setor de defesa
    Novo centro de desenvolvimento em São José dos Campos coloca multinacionais frente a frente
    Ana Clara Costa
    A Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), que atua na produção de equipamentos de defesa, quer ampliar sua presença na cidade de São José dos Campos – principal polo do setor – ainda em 2011. A empresa já pediu autorização à prefeitura da cidade para instalar um centro de desenvolvimento e pesquisa no Parque Tecnológico Riugi Kojima. A intenção inicial não é a construção de uma planta local, mas tudo caminha para que isso ocorra no médio prazo – fazendo com que a empresa estenda seus tentáculos justamente no território dominado pela Embraer. Ambas as companhias dão sinais de que iniciam uma discreta divisão de cartas para concentrar em suas mãos o setor de defesa brasileiro.

    A Odebrecht vem silenciosamente se armando de acordos e parcerias para intensificar sua atuação no setor. Seu braço de defesa foi criado em 2010, após se unir à francesa EADS (holding controladora da Airbus) em uma joint-venture. Neste ano, a empresa adquiriu a Mectron, a única companhia brasileira que possui qualificação avançada na tecnologia de mísseis, e que fica justamente em São José dos Campos. Outra aquisição foi a da Copa, uma pequena empresa instalada na mesma cidade que atua na integração de sistemas de defesa e segurança. Além disso, a Odebrecht possui um papel central nos planos da Marinha brasileira de construir submarinos nucleares e uma nova base.

    Com o centro de desenvolvimento, a Odebrecht terá a oportunidade de trabalhar em parceria com outras companhias do setor que compõem o parque tecnológico. E a aproximação servirá, inclusive, para a empresa buscar possíveis alvos de compra. Segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA, a Odebrecht não esperará a aprovação da compra da Mectron pelo Cade para buscar novas oportunidades de consolidação no setor e já está à procura de novos alvos.

    Já a Embraer Defesa, subsidiária da multinacional brasileira do setor de aviação, comprou, no início do ano, 50% das ações da integradora de sistemas Atech, também com sede em São José dos Campos. Pouco depois ocorreu a compra da divisão de radares da empresa OrbiSat, que atua na Amazônia. Nos planos de consolidação da Embraer Defesa também estão incluídas parceiras com gigantes estrangeiros, como a AEI, que pertence ao maior grupo israelense do setor de defesa, o Elbit.

  4. Vejamos: “Os artigos podem ser enviados em formato A4, Microsoft Word 97 Times New Roman tamanho 18 e espaçamento 1,5, justificado”.
    Amigos, venhamos e convenhamos. É preciso se atualizar. Já estamos utilizando Word 2010, para Windows 7 Ultimate. Essa versão Word 97 já nem tem mais compatibilidade com nenhum sistema operacional, por ser de 16 bits. Estamos falando agora em 64 bits. Ou o parágrafo está desatualizado ou vcs. ainda estão utilizando uma tecnologia obsoleta. Dêem uma recalibrada nisso.
    Abs.

  5. Standard & Poor’s ameaça baixar títulos dos EUA para ‘D’
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    A Standard & Poor’s, agência que classifica o risco de devedores não honrarem seus compromissos, vai rebaixar o “rating” (nota atribuída a papéis) de títulos dos Estados Unidos para “D” caso a dívida que vence no dia 4 de agosto não seja paga, disse à agência Reuters o diretor John Chambers, que preside o comitê da S&P sobre dívidas soberanas.

    ********
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    http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2011/06/29/standar-poors-ameaca-rebaixar-titulos-dos-eua-para-d/

  6. Óla E. M. Pinto acho um asunto bem interessante e que nao leio na PB a algun tempo e que vale apena rever…Nióbio, uma riqueza brasileira que poucos ouviram falar e muitos querem que continue assim….Parte 2
    Sáb, 02 de Julho de 2011 00:35 | | |
    As pressões externas que subjugam o povo brasileiro – Ronaldo Schlichting, administrador de empresas e membro da Liga da Defesa Nacional, em seu excelente artigo, que jamais deveria ser do desconhecimento do povo brasileiro, chama a atenção sobre a “Questão do Nióbio” e convoca todos os brasileiros para que digam não à doutrina da subjugação nacional. Menciona que a história do Brasil foi pautada pela escravidão das sucessivas gerações de cidadãos submetidos à vergonhosa doutrina de servidão. Schlichting, de forma oportunista, desperta na consciência de todos que …

    “qualquer tipo de riqueza nacional, pública ou privada, de natureza tecnológica, científica, humana, industrial, mineral, agrícola, energética, de comunicação, de transporte, biológica, …

    assim que desponta e se torna importante, é imediatamente destruída, passa por um inexorável processo de transferência para outras mãos ou para seus ‘testas de ferro’ locais”.

    Identificam-se, nos dizeres do membro da Liga de Defesa Nacional, as estratégias atualmente aplicadas contra o Brasil nesta guerra dissimulada com ataques transversais, característicos dos combates desfechados durante a assimetria de “4ª Geração”. Os brasileiros têm que ser convencidos de que o Brasil está em guerra e que de nada adianta ser um país pacífico. Os inimigos são implacáveis e passivamente o povo brasileiro está assistindo a desmontagem do país. Na guerra assimétrica, de quarta geração de influências sutis, não há inicialmente uso de armas e bombardeios com grande mortandade. O processo ocorre de forma sub-reptícia, com a participação ativa de colaboracionistas, entreguistas, corruptos, lobistas e traidores.

    O povo na sua esmagadora maioria desconhece o que de gravíssimo está ocorrendo na sua frente e não esboça nenhum tipo de reação. Por trás, os países hegemônicos, mais ricos, colonizadores, injetam volumosas fortunas em suas organizações nacionais e internacionais (ONGs, religiosas, científicas, diplomáticas) para corromperem e corroerem as instituições e autoridades nacionais para conseqüentemente solaparem a moral do povo e esvaziar a vontade popular. Este tipo de acontecimento é presenciado no momento no Brasil.

    As ações objetivas efetuadas

    A sobretaxação do álcool brasileiro nos EUA; as calúnias internacionais sobre o biodiesel; a não aceitação da lista de fazendas para a venda de carne bovina para a União Européia (UE); a acusação do jornal inglês “The Guardian” de que a avicultura brasileira estaria avançando sobre a Amazônia; as insistentes tentativas pra a internacionalização da Amazônia; a possível transformação da Reserva Indígena Ianomâmi (RII), 96.649Km2, e Reserva Indígena Raposa Serra do Sol (RIRSS), 160.000Km2, em dois países e o conseqüente desmembramento do norte do Estado de Roraima e incontáveis outras tentativas, algumas ostensivas, outras insidiosas. Elas deixam claro que estamos no meio de uma guerra assimétrica de quarta geração, que o desfecho poderá ser o ataque de forças armadas coligadas (OTAN), lideradas pelos Estados Unidos da América do Norte.

    É importante chamar a atenção dos brasileiros para o fato de que a RII é para 5.000 indígenas e que a RIRSS é para 15.000 indígenas. Somando as duas reservas indígenas dão 256.649Km2 para 20.000 silvícolas de etnias diferentes, que na maioria nunca viveram nas áreas, muitos aculturados e não reivindicaram nada. Enquanto as duas reservas indígenas somam 256.649Km2 para 20 mil almas, a Inglaterra com 258.256Km2 abriga uma população de aproximadamente 60 milhões de habitantes.

    Esta subserviência do Brasil vem de longa data conforme pontifica Ronaldo Schlichting. Ela vem desde “o Império”, sendo adotada já no alvorecer da “República” e pode ser exemplificada por “ONGs, fundações, igrejas, empresas, sociedades, partidos políticos, fóruns, centro de estudos e outras arapucas”.

    As diversas aplicações do Nióbio

    Entre os metais refratários, o nióbio é o mais leve prestando-se para a siderurgia, aeronáutica e largo emprego nas indústrias espacial e nuclear. Na necessidade de aços de alta resistência e baixa liga e de requisição de superligas indispensáveis para suportar altas temperaturas como ocorre nas turbinas de aviões a jato e foguetes, o nióbio adquire máxima importância. Podem ser exemplificados outros empregos do nióbio na vida moderna: produção de aço inoxidável, ligas supercondutoras, cerâmicas eletrônicas, lente para câmeras, indústria naval e fabricação de trens-bala, de armamentos, indústria aeroespacial, de instrumentos cirúrgicos, e óticos de precisão.

    O descaso nas negociações internacionais

    A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a maior exploradora mundial, do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp, em Araxá, exporta 95% do nióbio extraído de Minas Gerais.

    Segundo o artigo de Schlichting, que menciona o citado no jornal Folha de São Paulo, 5 de novembro de 2003: “Lula passou o final de semana em Araxá em casa da CBMM do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp…” E, complementa que “uma ONG financiou projetos do Instituto Cidadania, presidido por Luiz Inácio da Silva, inclusive o ‘Fome Zero’, que integra o programa de governo do presidente eleito”.

    O Brasil como único exportador mundial do minério não dá o preço no mercado externo, o preço do metal quase 100% refinado é cotado a US$ 90 o quilo na Bolsa de Metais de Londres, enquanto que totalmente bruto, no garimpo o quilo custa 400 reais. Na cotação do dólar de hoje (R$ 1,75), R$ 400,00 = $ 228,57. Portanto, $ 228,57 – $ 90,00 = $ 138,57. Como conclusão, o sucesso do governo atual nas exportações é “sucesso de enganação”. O brasileiro é totalmente ludibriado com propagandas falsas de progressos nas exportações, mas, em relação aos negócios internacionais, de verdadeiro é a concretização de maus negócios.

    Nas jazidas de Catalão e Araxá o nióbio bruto, extraído da mina, custa 228,57 dólares e é vendido no exterior, refinado, por 90 dólares. Como é que pode ocorrer tal tipo de transação comercial com total prejuízo para a população do país? É muito descaso com as questões do país e o desinteresse com o bem-estar do povo brasileiro. Como os EUA, a Europa e o Japão são totalmente dependentes do nióbio e o Brasil é o único fornecedor mundial, era para todos os problemas econômicos, a liquidação total da dívida externa e de subdesenvolvimento serem totalmente resolvidos.

    Deve ser frisada a grande importância do nióbio e a questão do desmembramento de gigantescas fatias de territórios da Amazônia, ricas deste metal e de outras jazidas minerais já divulgadas. As pressões externas são demasiadas e visam à desmoralização das instituições brasileiras das mais diversas formas, conforme pode ser comprovado nas políticas educacionais e nos critérios de admissão de candidatos às universidades. Métodos que corrompem autoridades destituídas de valores morais são procedimentos que contribuem para a desmontagem do país. Uma gama extensa de processos que permitam os traidores obterem vantagens faz parte para ampliar a divulgação da descrença, anestesiando o povo, dando a certeza de que o Brasil não tem mais jeito.

    A questão do nióbio é tão vergonhosa que na realidade o mundo todo consome l00% do nióbio brasileiro, sendo que os dados oficiais registram como exportação somente 40%. Anos e anos de subfaturamento tem acumulado um prejuízo para o país de bilhões e bilhões de dólares anuais.

    Ronaldo Schlichting, no seu artigo publicado, ressalta que “no cassino das finanças internacionais o jogo da moda é chamado de ‘mico preto’, cujo perdedor será aquele que ao fim do carteado ficar com a carta do mico, denominada dólar”. É, devido à incompetência do governo brasileiro e do ministro da Fazenda, quem ficou com o mico preto foi o povo brasileiro, o papel pintado, falso, sem valor, chamado de dólar.

    O que está ocorrendo é que o Brasil está vendendo todas as suas riquezas de qualquer jeito e recebendo o pagamento em moeda podre, sem qualquer valor, ficando caracterizada uma traição ao país e ao povo brasileiro.

    Dependência de nióbio é causa de preocupação de Washington

    Por Nicola Pamplona, 07/12/2010 – Brasil é responsável por 87% das importações americanas do minério – usado até mesmo em projetos espaciais. A grande dependência do nióbio brasileiro deve explicar, segundo especialistas, a preocupação do governo dos Estados Unidos com relação à segurança das minas do País. O Brasil detém 98% das reservas e 91% da produção mundial do minério, usado para a fabricação de aços especiais.

    Os Estados Unidos não produzem o minério.

    Relatório anual do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) aponta que o Brasil tem reservas de 2,9 milhões de toneladas de nióbio, com uma produção acumulada de 57 mil toneladas em 2009. O País foi responsável, no ano passado, por 87% das importações americanas do mineral.

    O documento indica que a maior economia do mundo continuará dependente do nióbio brasileiro. “As reservas domésticas (dos Estados Unidos) de nióbio têm baixa qualidade, algumas complexas do ponto de vista geológico, e muitas não são comercialmente recuperáveis”, diz o texto, publicado em janeiro. Segunda maior reserva, o Canadá é responsável por apenas 7% da produção mundial.

    Procuradas pelo Estado, as empresas responsáveis pelas minas citadas no documento divulgado pela WikiLeaks não se pronunciaram sobre o assunto. A CBMM, do grupo Moreira Salles, e a Anglo American são as duas grandes produtoras de nióbio no País, operadoras das minas de Araxá e de Goiás, respectivamente.

    O Brasil é também um grande produtor de manganês, o que explica a inclusão do produto na lista dos ativos brasileiros importantes. Segundo documento da USGS referente a esse mineral, o Brasil teve a quarta maior produção em 2009, ano em que foi responsável por 5% das importações americanas da commodity. Os Estados Unidos não produzem manganês desde a década de 70, também por causa da baixa qualidade das jazidas domésticas.

    A lista divulgada pela WikiLeaks inclui a produção de minério de ferro pela “mina Rio Tinto”, que não tem mais ativos brasileiros nesse segmento. A companhia operava uma mina em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que foi vendida à Vale do Rio Doce do ano passado. Nenhuma das empresas comentou a inclusão do projeto na lista.

    Para entender

    O nióbio, um metal nobre descoberto em 1801, é usado para a fabricação de peças inoxidáveis e em outras ligas de metais não-ferrosos, como as utilizadas em oleodutos e gasodutos. Por suas propriedades, também é largamente utilizado em indústrias nucleares. Grande quantidade de nióbio é utilizada em superligas para a fabricação de motores de jatos e subconjuntos de foguetes – equipamentos que necessitam de alta resistência à combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini, da Nasa.

    Nióbio, Metal Estratégico

    13/04/2011 – Por Adriano Benayon. Está em nosso País a quase totalidade das jazidas conhecidas no Planeta do nióbio, minério essencial para as indústrias aeronáutica e aeroespacial, para a indústria nuclear, inclusive armas e seus mísseis. A atual tecnologia faz o nióbio, graças à sua superioridade substituir metais, como molibdênio, vanádio, níquel, cromo, cobre e titânio, em diversas outros setores industriais.

    2. Embora a maioria das pessoas nem saiba o que é nióbio ou para que serve, esse mineral mostra emblematicamente, como o País, extremamente rico em recursos naturais, permanece pobre, além de perder, sem volta, esses recursos, e de se estar desindustrializando, sobre tudo nos setores de maior conteúdo tecnológico.

    3. A primarização da economia brasileira é fato confirmado até nas estatísticas oficiais. O Brasil está cada vez mais importando produtos de elevado valor agregado e exportando, com pouco ou nenhum valor agregado, seus valiosos recursos naturais.

    4. Isso acarreta baixos níveis salariais no País e também a gestação de crises nas contas externas, cujo equilíbrio sempre dependeu de grandes saldos (que agora estão definhando) no balanço das mercadorias, para compensar o déficit crônico nas contas de “serviços” e de “rendas” do Balanço de Pagamento.

    5. O que está por acontecer de novo já ocorreu antes, quando a oligarquia financeira mundial atirou o Brasil na crise da dívida externa de 1982/1987. Os prejuízos decorrentes dessa crise foram grandemente acrescidos com o privilegiamento do “serviço da dívida” no Orçamento Federal, instituído por meio de fraude, no texto da Constituição de 1988. Esse “serviço” já acarretou despesa, desde então, de 6 trilhões (sim, trilhões) de reais, com a dívida pública externa e interna, esta derivada daquela.

    6. Tudo isso concorreu para agravamento da situação gerada pelo defeito original do modelo: ter, desde 1954, favorecido os investimentos diretos estrangeiros com subsídios e vantagens maiores que os utilizáveis por empresas de capital nacional. Estas foram sendo eliminadas em função da política econômica governamental. As que restaram tornaram-se caudatárias das transnacionais e de interesses situados no exterior. Vê-se, pois, a conexão entre os grandes vetores de empobrecimento e de primarização da economia nacional

    7. O niobio é tão indispensável quanto o petróleo para as economias avançadas e provavelmente ainda mais do que ele. Além disso, do lado da oferta, é como se o Brasil pesasse mais do que todos os países da OPEP juntos, pois alguns importantes produtores não fazem parte dela.

    Números

    8. Cerca de 98% das reservas da Terra estão no Brasil. Delas, pois, depende o consumo mundial do nióbio. A produção, cresceu de 25,8 mil tons. em 1997 para 44,5 mil tons., em 2006. Chegou a quase 82 mil tons. em 2007, caindo para 60,7 mil tons., em 2008, com a depressão econômica (dados do Departamento Nacional de Produção Mineral). Estima-se atualmente 70 mil toneladas/ano. Mas a estatística oficial das exportações brasileiras aponta apenas 515 toneladas do minério bruto, incluindo “nióbio, tântalo ou vanádio e seus concentrados”!

    9. Fontes dignas de atenção indicam que o minério de nióbio bruto era comprado no garimpo a 400 reais/quilo, cerca de U$ 255,00/quilo (à taxa de câmbio atual e atualizada a inflação do dólar).

    10. Ora, se o Brasil exportasse o minério de nióbio a esse preço, o valor anual seria US$ 15.300.000.000 (quinze bilhões, trezentos milhões de dólares). Se confrontarmos essa cifra com a estatística oficial, ficaremos abismados ao ver que nela consta o total de US$ 16,3 milhões (0,1% daquele valor), e o peso de 515 toneladas ( menos de 1% do consumo mundial). Observadores respeitáveis consideram que o prejuízo pode chegar a US$ 100 bilhões anuais.

    11. Mesmo que o nióbio puro seja cotado a somente US$ 180 por quilo, como indica o site chemicool.com, ainda assim, o valor nas exportações brasileiras do minério bruto correspondia a apenas 1/10 disso. O nióbio não é comercializado nem cotado através das bolsas de mercadorias, como a London Metal Exchange, mas, sim, por transações intra-companhias.

    12. Há, ademais, um item, ligas de ferro-nióbio, em que o total oficial das exportações alcança US$ 1,6 bilhão, valor mais de 100 vezes superior à da exportação do nióbio e de minérios a ele associados, em bruto. O mais notável é que o nióbio entra com somente 0,1% na composição das ligas de ferro-nióbio. Vê-se, assim, o enorme valor que o nióbio agrega num mero insumo industrial, de valor ínfimo em relação aos produtos finais das indústrias altamente tecnológicas que o usam como matéria-prima.

    13. Note-se também que a quantidade oficialmente exportada do ferro-nióbio em 2010 foi 66.947 toneladas. O nióbio entrando com 0,1% implicaria terem saído apenas 67 toneladas de nióbio, fração ínfima da produção mundial quase toda no Brasil e do consumo mundial realizado nas principais potências industriais e militares.
    Campanha nacional

    14. As discrepâncias e absurdos são enormes e têm de ser elucidados e corrigidos. Para isso, há que expô-los em grande campanha nacional, que leve a acabar não só com o saqueio do nióbio, mas também com a extração descontrolada de metais estratégicos e preciosos, sem qualquer proveito para o País, o qual, ainda por cima, fica com as dívidas aumentadas.
    15. O desenvolvimento dessa campanha deverá também fazer o povo entender que a roubalheira dos recursos minerais só poderá
    cessar se forem substituídas as atuais estruturas de poder.
    fonte..o arquivo

  7. Caças F-22 Raptor dos Estados Unidos continuam proibidos de voar
    .
    “(…) Os testes realizados pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), após ocorrências de falta de oxigênio experimentada por alguns pilotos de F-22 Raptor nos últimos meses, não têm sido capazes de reproduzir as condições semelhantes com relação às ocasiões que elas ocorreram de fato.(…)”
    .
    .
    http://www.tecnodefesa.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2171:cacas-f-22-raptor-dos-estados-unidos-continuam-proibidos-de-voar&catid=35:noticias&Itemid=55

  8. Interessante este programa de bolsas no exterior para 75 mil estudantes e pesquisadores que tem por objetivo corrigir uma deficiência na formação de profissionais na área de exatas.
    ….
    BRASÍLIA – O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse nesta terça-feira, 26, que o programa Ciência sem Fronteira que concederá bolsas no exterior para 75 mil estudantes e pesquisadores tem por objetivo corrigir uma deficiência na formação de profissionais na área de exatas.
    Ele disse que o número de formandos em ciências humanas cresceu 66% em 2009 comparado com 2001. No mesmo período, o número de formandos em engenharia apresentou crescimento de apenas 1%. Ele detalhou que o programa pretende conceder 27 mil bolsas de três anos para alunos de graduação; 24 mil bolsas de um ano para alunos de doutorandos e 9.700 para cursos de doutorado de quatro anos entre outros.

    Mercadante destacou que há um déficit de engenheiros no País e que é preciso investir na formação de novos profissionais e pesquisadores. Ele afirmou que o governo está fazendo contatos e firmando convênios com 238 universidades no exterior para garantir as vagas dos 75 mil estudantes. O programa, segundo ele, está avaliado em R$ 3,1 milhões.

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,programa-ciencia-sem-fronteira-vai-custar-r-31-mi-diz-mercadante,77364,0.htm

    ….

    Ciências sem fronteira: site tem média de 100 acessos por segundo

    http://blog.planalto.gov.br/ciencia-sem-fronteiras-site-do-programa-tem-media-de-100-visitantes-por-segundo/

  9. Artigo de Mauro Santayana, do JB online:

    A desoneração e os trabalhadores

    Mauro Santayana

    A passeata convocada para hoje em São Paulo, por algumas das principais entidades sindicais do país, e o propósito, anunciado ontem pelo governo, de desonerar a folha de pagamento de alguns setores industriais, não nos remetem a Marx e a seus discípulos, mas nos fazem retornar a Platão. No mais político de seus Diálogos, o de Górgias, ele reconstitui – ou cria – discussão entre Sócrates, Górgias, Querefonte, Polo e Calicles. Sócrates vence, e convence, ao afirmar que a melhor forma de viver é a de praticar a justiça, além de todas as outras virtudes, e arrasa seu oponente, ao afirmar que de nada vale a argumentação de Calicles de que o Estado existe, e deve existir, em favor dos poderosos – e contra os débeis. O jovem e rico contendor do filósofo chega a citar Pindaro, em seu verso conhecido, segundo o qual a força faz o direito. A isso se opõe Sócrates, reclamando o papel do Estado como garantidor da justiça, mediante as leis. Enfim, o Estado só é legítimo quando protege os débeis.

    É interessante a posição de certos empresários, ao reclamar contra os direitos trabalhistas. Quando a economia vai mal, eles se queixam, e argumentam que a flexibilização das leis do trabalho favorece o aumento do nível de emprego; quando a economia vai bem, o que ocorre agora, alegam que não conseguem competir com a importação de bens industriais, a não ser com o sacrifício dos trabalhadores. Ora, para alguns patrões, nada melhor do que uma sociedade econômica sem salários, e é o que buscam, na automação, a cada dia maior, dos processos industriais. Ainda agora, uma empresa de Taiwan anuncia a produção de um milhão de robôs para a indústria da China. Bem argumentam os que consideram a sociedade industrial contemporânea a mais injusta de quantas houve na História.

    Como não pode haver produção sem consumo, nem consumo sem salários, o aumento da desigualdade leva a crises econômicas profundas, como mostram os exemplos, de 1929 aos nossos dias.

    As medidas anunciadas ontem pelo governo em seu conjunto são necessárias. A preferência pela compra de produtos e serviços nacionais pelo Estado é boa providência, e melhor seria se, como produtos nacionais, só fossem considerados os procedentes de firmas realmente brasileiras, e não dentro da latitude imposta pelas emendas constitucionais do governo neoliberal de Fernando Henrique. Hoje, qualquer empresa, de capital externo, constituída no Brasil, ou adquirida de brasileiros, é considerada nacional. É um bom começo, embora parcela importante do que economizarmos com a redução das importações venha a ser consumida na remessa de lucros ao exterior pelas multinacionais. Esse primeiro passo, ao que parece, será seguido de outros. Conforme disse Mantega, é preciso proteger os produtores brasileiros contra os aventureiros que vêm de fora.

    Apesar de tudo isso, os reais produtores, que são os que trabalham no pátio das fábricas, buscam, como é de seu direito, e de justiça, negociar com ganho real os acordos anuais de salários. Lutam também pela redução da jornada de trabalho, pelo fim do fator previdenciário, e pela regulamentação da terceirização, esse instrumento impiedoso de compra e venda da força e inteligência do trabalho – com lucros espantosos. Daí a passeata anunciada para hoje em São Paulo.

    O mundo vive momento novo, dentro da velha injustiça que, pelo que vemos, já era objeto das especulações de Platão. Como a injustiça é o resultado da insensatez, os congressistas norte-americanos não foram assistidos da razão, ao debitar aos pobres a espantosa dívida do país. Não foram os pobres que gastaram as centenas de bilhões de dólares nas aventuras militares do Oriente Médio, que se somam às cifras inimagináveis consumidas em outras expedições de saqueio pelo mundo a fora.

    E por falar em aventuras militares, convém ler com atenção o artigo do almirante Mário César Flores, ontem publicado em “ O Estado de São Paulo” sobre a pouca percepção que os brasileiros têm da importância e necessidade de forças apropriadas para a defesa da soberania nacional. As Forças Armadas devem ser suficientemente poderosas a fim de dissuadir eventuais agressores à nossa soberania geográfica e política. Não temos cuidado de erguer e solidificar os pilares de nossa liberdade e segurança no mundo. A educação elementar é desdenhada. Proliferam, graças ao liberalismo oficial, universidades privadas sem qualidade, autorizadas a explorar o sonho dos pobres. Não conseguimos assegurar saúde pública universal de qualidade, e não cuidamos bem dos homens aos quais incumbe a defesa do país.

    E uma boa notícia. Ao assegurar a liberdade de trabalho para os músicos, contra a filiação compulsória à Ordem dos Músicos do Brasil, o STF dá mais um passo contra a praga do corporativismo, em favor da plena liberdade de trabalho e de expressão cultural dos cidadãos, conforme os princípios basilares da democracia republicana.

  10. Os políticos brasileiros ainda não abriram os olhos para a segurança
    internacional – ou são burros a esse ponto ou estão se fazendo de
    burros – durante anos o FX sobre a segurança áerea não desanda, com
    todo esse tempo perdido podiamos estar fabricando nossas próprias
    aéronaves de combate, mas isso só vai acontecer quando algum país
    decidir tomar o nosso petrólio e não tivermos forças para isso.Depois
    de acontecer não adianta reclamar, será tarde demais, como sempre é no
    Brasil.–

  11. Um Porta-aviões Chamado Haiti

    A IV Frota em ação: um porta-aviões chamado Haiti
    Com a crise haitiana, a militarização das relações entre os EUA e a América Latina avança mais um passo, como parte da militarização de toda política externa de Washington. A intervenção é tão escancarada que o jornal chinês “Diário do Povo” pergunta se os EUA pretendem incorporar o Haiti como mais um Estado. Em apenas uma semana o Pentágono mobilizou para a ilha um porta-aviões, 33 aviões de socorro e numerosos navios de guerra, além de 11 mil soldados. A Minustah, missão da ONU para a estabilização do Haiti, tem apenas 7 mil soldados. O problema central para a hegemonia dos EUA na região é o Brasil. O artigo é de Raul Zibechi.
    Raul Zibechi

    A reação dos Estados Unidos de militarizar a parte haitiana da ilha logo após o devastador terremoto de 12 de janeiro deve ser considerada dentro do contexto gerado a partir da crise financeira e da chegada de Barack Obama à presidência. As tendências de fundo já estavam presentes, mas a crise acelerou-as de um modo que lhes deu maior visibilidade. Trata-se da primeira intervenção de envergadura da IV Frota, restabelecida há pouco tempo.

    Com a crise haitiana, a militarização das relações entre os EUA e a América Latina avança mais um passo, como parte da militarização de toda política externa de Washington. Deste modo, a superpotência em declínio tenta retardar o processo que a converterá em uma de outras seis ou sete potências no mundo. A intervenção é tão escancarada que o jornal oficial chinês Diário do Povo (de 21 de janeiro) pergunta se os EUA pretendem incorporar o Haiti como um Estado mais da União.

    O jornal chinês cita uma análise da revista Time, onde se assegura que “o Haiti se converteu no 51° estado dos EUA ou, pelo menos, seu quintal”. Com efeito, em apenas uma semana o Pentágono mobilizou para a ilha um porta-aviões, 33 aviões de socorro e numerosos navios de guerra, além de 11 mil soldados. A Minustah, missão da ONU para a estabilização do Haiti, tem apenas 7 mil soldados. Segundo a Folha de São Paulo (20 de janeiro), os EUA substituíram o Brasil de seu lugar de direção da intervenção militar na ilha, já que, em poucas semanas, terá “doze vezes mais militares que o Brasil no Haiti”, chegando a 16 mil homens.

    O mesmo Diário do Povo, em um artigo sobre o “efeito estadunidense” no Caribe, assegura que a intervenção militar deste país no Haiti terá influência em sua estratégia no Caribe e na América Latina, onde mantém uma importante confrontação com Cuba e Venezuela. Essa região é, para o jornal chinês, “a porta de entrada de seu quintal”, que os EUA buscam “controlar muito de perto” para “continuar ampliando seu raio de influência sobre o sul”.

    Tudo isso não é muito novo. O importante é que se inscreve em uma escalada que iniciou com o golpe militar em Honduras e com os acordos com a Colômbia para a utilização de sete bases neste país. Se, a isso, somamos o uso das quatro bases que o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, cedeu a Washington em outubro, e as já existentes em Aruba e Curaçao (ilhas próximas a Venezuela pertencentes a Holanda), temos um total de 13 bases rodeando o processo bolivariano. Agora, além disso, consegue posicionar um enorme porta-aviões no meio do Caribe.

    Segundo Ignácio Ramonet, no Le Monde Diplomatique de janeiro, “tudo anuncia uma agressão iminente”. Esse não parece ser o cenário mais provável, ainda que se possa concluir duas coisas: os EUA optaram pelo militarismo para mitigar seu declínio e necessitam do petróleo da Colômbia, Equador e, sobretudo, da Venezuela para afiançar sua situação hegemônica ou, pelo menos, diminuir a velocidade deste declínio. No entanto, as coisas não são tão simples.

    Para o jornal francês, “a chave está em Caracas”. Sim e não. Sim porque, com efeito, 15% das importações de petróleo dos EUA provém da Colômbia, Venezuela e Equador, mesmo índice da quantidade importada do Oriente Médio. Além disso, a Venezuela caminha para converter-se na maior reserva de petróleo do planeta, assim que se confirmarem as reservas do Orinoco descobertas recentemente. Segundo o Serviço Geológico dos EUA, seriam o dobro das da Arábia Saudita. Tudo isso seria suficiente para que Washington desejasse, como deseja, tirar Hugo Chávez do poder.

    Ao meu modo de ver, o problema central para a hegemonia estadunidense no seu “quintal” é o Brasil. O petróleo é uma riqueza importante. Mas é preciso extraí-lo e transportá-lo, o que demanda investimentos, ou seja, estabilidade política. O Brasil já é uma potência global, é o segundo dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), ficando atrás em importância apenas da China. Dos dez maiores bancos do mundo, três são brasileiros (e cinco chineses). Nenhum destes dez bancos é dos EUA ou da Inglaterra. O Brasil tem a sexta reserva de urânio do mundo (com apenas 25% de seu território investigado) e estará entre as cinco maiores reservas de petróleo quando for concluída a prospecção da bacia de Santos. As multinacionais brasileiras figuram entre as maiores do mundo. A Vale do Rio Doce é a segunda mineradora e a primeira em mineração de ferro; a Petrobras é a quarta empresa petrolífera do mundo e a quinta empresa global por seu valor de mercado; a Embraer é a terceira empresa aeronáutica, atrás apenas da Boeing e da Airbus; o JBS Friboi é o primeiro frigorífico de carne de gado bovino do mundo; a Braskem é a oitava petroquímica do planeta. E poderíamos seguir com a lista.

    Ao contrário da China, o Brasil é autosuficiente em matéria de energia e será um grande exportador. Sua maior vulnerabilidade, a militar, está em vias de ser superada graças à associação estratégica com a França. Na década que se inicia, o Brasil fabricará aviões caça de última geração, helicópteros de combate e submarinos graças à transferência de tecnologia pela França. Até 2020, se não antes, será a quinta economia do planeta. E tudo isso ocorre debaixo do nariz dos EUA.

    O Brasil já controla boa parte do Produto Interno Bruto da Bolívia, Paraguai e Uruguai, tem uma presença muito firme na Argentina, da qual é um sócio estratégico, assim como no Equador e no Peru, que facilitam a saída para o Pacífico. Aí está o osso mais duro para a IV Frota. O Pentágono desenhou para o Brasil a mesma estratégia que aplica a China: gerar conflitos em suas fronteiras para impedir a expansão de sua influência: Coréia do Norte, Afeganistão, Paquistão, além da desestabilização da província de Xinjiang, de maioria muçulmana.

    Na América do Sul, um rosário de instalações militares do Comando Sul rodeia o Brasil pela região andina e o sul. A pinça se fecha com o conflito Colômbia-Venezuela e Colômbia-Equador. Agora contará com o porta-aviões haitiano, deslocando desta ilha a importante presença brasileira à frente da Minustah. É uma estratégia de ferro, friamente calculada e rapidamente executada.

    O problema que as nações e os povos da região enfrentam é que as catástrofes naturais serão uma moeda de troca corrente nas próximas décadas. Isso é apenas o começo. A IV Frota será o braço militar mais experimentado e melhor preparado para intervenções “humanitárias” em situações de emergência. O Haiti não será a exceção, mas sim o primeiro capítulo de uma nova série pautada pelo posicionamento militar dos EUA em toda a região. Dito de outro modo: nós, latino-americanos, corremos sério perigo e já é hora de nos darmos conta disso.

    Tradução: Katarina Peixoto

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