Combates tornam principal porto do Iêmen em ‘cidade-fantasma’

  • Tanque de milícia leal ao presidente iemenita em confrontos em Áden (EPA)
À medida que conflito se intensifica, aumenta o número de mortos, feridos e deslocados em Áden

A batalha pelo porto iemenita de Áden tem feito do local uma “cidade fantasma”, disse à BBC o responsável pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Robert Ghosen.

Segundo ele, há uma demanda urgente por ajuda médica em Áden, onde um grupo rebelde xiita está combatendo forças leais ao governo.

Agências humanitárias dizem que mais de 540 pessoas foram mortas e 2 mil ficaram feridas no país apenas nas duas últimas semanas de combate, e mais de 100 mil foram forçadas a se deslocar.

Aeronaves da coalizão liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos EUA estão bombardeando os rebeldes, em apoio ao governo.

O presidente iemenita, Abdrabbuh Mansour Hadi, fugiu no mês passado para a Arábia Saudita, diante do avanço dos rebeldes em Áden, ao sul da capital do país, Sanaa.

Áden, agora, convive tanto com o avanço dos rebeldes quanto com os bombardeios das forças sauditas.

Leia mais: Mergulhado em violência sectária, Iêmen vive ‘vácuo de poder’; entenda

Os combates escalaram na cidade portuária nesta semana, e há relatos de superlotação em hospital, sequestros de ambulâncias e corpos largados nas ruas.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha diz estar pronto para enviar duas aeronaves ao Iêmen com suprimentos médicos, mas até o momento não pôde fazê-lo.

Na última segunda-feira, um dos voos foi suspenso por conta de problemas logísticos.

Segundo o Unicef, há ao menos 74 crianças entre os mortos.

Falta de equipamentos

O conflito no Iêmen envolve o grupo xiita huti, do norte do país, que tomou o controle de Sanaa no ano passado e desde então tem expandido seus domínios, e também a Al-Qaeda na Península Arábica, (AQAP na sigla em inglês) visto pelos EUA como o mais perigoso braço da rede extremista.

A AQAP se opõe tanto aos hutis como ao presidente Hadi.

Ao mesmo tempo, emergiu por ali também uma filial iemenita do grupo autodenominado “Estado Islâmico”, que tenta eclipsar a AQAP.

Em meio aos combates entre os grupos e os bombardeios sauditas, “vemos muitas pessoas chegando mortas aos hospitais ou morrendo ali”, disse Robert Ghosen ao programa Today, da BBC. “Os hospitais não têm equipamentos ou equipes adequadas (à gravidade da situação).”

Leia mais: Saiba quem são os hutis, rebeldes que derrubaram o governo do Iêmen

A população, por sua vez, está escondida, e a economia está parada, ele agregou. As ruas de Áden estão repletas de lixo e destroços dos edifícios destruídos.

“(A cidade) está repleta de pessoas armadas de diferentes grupos, combatendo. É uma cidade grande e nada está funcionando.”

A estudante Nizma Alozebi, que é de Áden, disse à BBC que a violência se espalhou a áreas residenciais e à maioria do comércio.

“As pessoas estão temerosas por sua segurança e seus bens. É uma insanidade.”

Cessar-fogo

A Cruz Vermelha havia pedido um cessar-fogo de 24 horas em Áden, enquanto a Rússia instou o Conselho de Segurança da ONU a apoiar uma “pausa humanitária” nos bombardeios aéreos.

Nesta terça-feira, aeronaves sauditas bombardearam uma base militar no centro do Iêmen, perto da cidade de Ibb.

O ataque foi direcionado a forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que combatem junto aos hutis. A ofensiva parece ter ocorrido ao lado de uma escola, e uma emissora ligada aos rebeldes afirmou que três crianças foram mortas.

Ao mesmo tempo, os EUA disseram que vão acelerar o envio de armas à coalizão saudita, para mostrar aos hutis e seus aliados que “eles não conseguirão tomar o Iêmen à força”, nas palavras do vice-secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Os hutis, por sua vez, dizem que o objetivo é substituir o governo de Hadi, que acusam de corrupção.

A Arábia Saudita alega que os rebeldes têm apoio militar do rival regional Irã (país de maioria xiita), que nega a acusação.

Fonte: BBC Brasil

5 Comentários

  1. ,..Povinho intolerante,sectário. O q diria o seu avó Abraão/Ibraim(Gên.16:4 ) e seu pai Ismael?!?! Essa combinação de religião + Nacionalismo e alta/ explosiva. Esses semitas fundamentalistas vão levar o planeta a tentar e ou banir a religião oficial.. se matam como animais, se dividem, facilitando o domínio sobre eles…Trágico.Sds. 😉

  2. É uma droga, por que será que os principais adversários não vão eles mesmos as vias de fato? ficam terceirizando seus problemas. Parece que os States conseguiram enfim unir árabes sauditas em torno de Israel. O Irã consegui o impossível, unir árabes do pior tipo e sionistas e o ocidente Yanke, contra sí. Vão ser poderosos assim lá na URSS. Rsrsrsrsrs.

  3. Memo Midle East Monitor ( n Ativistas palestinos saudaram a notícia de que a multinacional francesa Veolia concluiu a venda dos seus água, resíduos, energia e atividades em Israel, na sequência de uma campanha global contra o papel da empresa em assentamentos israelenses ilegais.

    A conclusão da venda dos seus activos para baseada em Los Angeles Oaktree Capital Management LP foi confirmada pela empresa nesta quinta-feira, na sequência de um acordo assinado em julho de 2014. A operação foi concluída após aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa israelense.

    O acordo reduz dívida da Veolia por 237 milhões dólar , um desinvestimento descrito pela empresa Chief Financial Officer Philipppe Capron durante uma teleconferência com analistas em fevereiro como “uma atividade significativa.”

    Respondendo à notícia, Mahmoud Nawajaa, o coordenador geral do Comitê Nacional Palestino BDS (BNC), disse que “o movimento BDS está mostrando que há um preço a pagar para participar de colonização do território palestino de Israel.”

    Veolia tornou-se um alvo para os ativistas devido ao seu envolvimento em vários projetos que servem os assentamentos israelenses ilegais no território palestino ocupado, tais como ônibus, aterro sanitário e tratamento de águas residuais, e do Jerusalem Light Rail (JLR), que liga os assentamentos de Jerusalém Ocidental.

    Dois anos após o boicote campanha Veolia foi lançado pela primeira vez em 2008, a empresa já havia perdido “contratos importantes”, nas palavras de um oficial . Em 2012, o CEO da Veolia Israel admitiu que muitos no grupo acreditou “a empresa perdeu muitos contratos por causa da [Rail Jerusalém Light].”

    De acordo com ativistas, 10 autoridades locais na Irlanda e no Reino Unido barrado Veolia de contratos públicos, enquanto conselhos em pelo menos 25 cidades ao redor do mundo optou por não concessão ou renovar contratos com Veolia seguintes campanhas públicas.

    Além disso, seu papel em assentamentos também levou os investidores como o banco holandês ASN ea Quaker Amigos Fiduciário Corporação de alienação de Veolia.

    Enquanto tem Veolia confirmou que está ” recuando de Israel como um mercado “, a empresa continua a ser accionista da JLR através Veolia Transdev. Nawajaa disse que a campanha contra a Veolia continuaria até que cumpre a sua intenção declarada de vender a sua participação na estrada de ferro.

    o Desatracado ) ….Sds. 😉

  4. ,..Correio Brasiliense Washington – A Casa Branca manifestou nesta quinta-feira (26/3) sua preocupação com as atividades iranianas no Iêmen, onde rebeldes xiitas tomaram o controle de várias cidades e estão atacando o porto de Aden.

    Alistari Baskey, um porta-voz do Consejho Nacional de Segurança, afirmou que estas ações, além dos relatórios sobre fluxo de armas iranianas para o Iêmen, estão “contribuindo para desestabilizar a situação e a ameaça em relação ao governo legítimo”.

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    A Arábia Saudita, liderando uma coalizão de países árabes, lançou nesta quinta-feira uma operação militar no Iêmen para frear o avanço dos rebeldes xiitas, apoiados pelo Irã, que criticou duramente estes bombardeios.

    A operação militar começou com o bombardeio de várias posições huthis, particularmente em Sana, a capital do Iêmen. Participam 100 aviões de combate da Arábia Saudita, que decidiu mobilizar 150.000 soldados, 30 dos Emirados Árabes Unidos, 15 do Bahrein, 15 do Kuwait e 10 do Catar, segundo um canal de televisão saudita.

    Além destes países do Golfo, vizinhos do Iêmen, a operação militar conta com a participação de outras nações aliadas da Arábia Saudita, como Egito, Jordânia, Sudão, Paquistão e Marrocos.
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    compartilhar: Sds. 😉

  5. Os houthis já chutaram a bunda dos sauditas em 2009, quando tentaram uma intervenção terrestre no Iêmen…Por isto, a Casa (sem) Saud agora está só atacando “a distância”, via aérea…

    O fato é que por ser extremamente montanhoso, o território que os hothis dominam no Iêmen é um terreno que dificultando os movimentos de veículos militares terrestres em geral, torna muito mais difícil invasões terrestres. Ainda mais que os hothis são uma guerrilha numerosa e bem treinada…

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