Evolução das Armas Antitanque Parte 3: Do Metis ao Kornet

E.M.Pinto & Paulo Diniz


Os sistemas de mísseis  Metis e Kornet são de fato famílias de armas anti-tanque   ambas amplamente utilizadas em vários países e têm suas próprias características distintas. A transição do sistema Metis para o míssil antitanque Kornet foi impulsionada por uma série de fatores ligados à evolução tecnógica dos anos 70 para os anos 90 e que continua nas novas variantes dos Kornet que surgiram nas décadas seguintes.

 À medida que a tecnologia avançava, houve uma demanda crescente por sistemas de armas mais avançados. O Kornet apresentava melhorias significativas em relação ao Metis em termos de alcance, precisão e capacidade de penetrar em blindagens mais pesadas. Isso se deveu, em parte, ao desenvolvimento de ogivas mais avançadas e sistemas de orientação mais sofisticados.

Com a evolução das táticas e estratégias de combate, houve uma demanda por sistemas antitanque mais versáteis e capazes de lidar com uma variedade de ameaças. E nesse sentido as novas armas foram projetadas para atender a essas necessidades, oferecendo maior flexibilidade de emprego e capacidade de engajar uma gama mais ampla de alvos, incluindo veículos blindados modernos, helicópteros e fortificações.
È sobre estas duas famílias de armas anti-tanque que abordaremos neste artigo, cuja finalidade é apresentar as suas principais diferenças e passos evolutivos.


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Na transição da década de 60 para a de 70, os conflitos tornaram-se laboratórios “a céu aberto” para desenvolvimentos de novos sistemas de armas. Como era de se esperar, estes conflitos também serviam para desenvolver novas táticas e contramedidas para anular a capacidade dos sistemas de armas e, na medida em que os veículos blindados modernos ganhavam modernos sistemas de blindagem e se tornavam mais avançados, os sistemas antitanque precisavam acompanhar os avanços para permanecerem eficazes.

Uma onda de desenvolvimentos chegou então a todo o mundo e assim como as demais nações do planeta, a então União Soviética, iniciou oqs estudos de novas armas que viriam a culminar no míssil anti-Tanque da família “Metis”

9K115 METIS

9K115 Metis ( codinome OTAN AT-7 Saxhorn )

O 9K115 Metis ( codinome OTAN AT-7 Saxhorn ) surgia aos finais dos anos 70 como uma arma revolucionária, um míssil antitanque guiado por fio e sistemas (SACLOS, Comando Semi-Automático para Linha de Visada) portátil, lançado por tubo.

Este míssil surgiu simultaneamente ao sistema americano M47 Dragon. A resposta soviética veio na forma de uma arma relativamente pequena e que possuia relativa baixa potência para destruir as blindagens de sua época que estavam em franco desenvolvimento e ganhavam novas tecnologias aumentando os seus graus de eficiência.

O míssil foi desenvolvido pela Tula KBP e era em muitos aspectos muito semelhante ao míssil 9K111 Fagot (AT-4 Spigot.). Pssuia três aletas principais, mas era muito mais leve e indicado para o transporte por elementos da infantaria e dos então chamdos grupos de “caçadores de tanques”.

Isto se devia principalmente por causa da carga reduzida de combustível do foguete o que se mostrou posteriormente como um problema já que reduzia o alcance máximo desta arma para pouco mais de 1km.

O míssil anti-carro Metis foi desenvolvido para fornecer capacidades contra veículos blindados e fortificações. Os estudos iniciados no começo dos anos 1970, não acompanhou os desenvolvimento de armas anti-tanque avançadas que eferveciam no Ocidente que naquele período colhiam resultados em campo nos conflitos arabe-israelenses e das guerra do vietnã.

Apesar de alguns ujustes necessários, o projeto ‘metis” trouxe algo muito importante que havia sido desenvolvido no programa 9M113 Konkurs  e 9K111 Fagot, outros dois modelos de armas anti-tanque soviéticas das quais o projeto compartilhava semelhanças. As forças armadas soviéticas perceberam a necessidade de armamentos portáteis e de fácil operação por um indivíduo apenas, estas armas deveriam neutralizar eficazmente os veículos blindados inimigos, que estavam se tornando cada vez mais avançados e protegidos. Isso levou ao desenvolvimento de sistemas anti-tanque ainda mais portáteis, capazes de fornecer uma resposta rápida em combate.

A época viu avanços significativos na tecnologia de mísseis e eletrônica e isso incluiu melhorias na capacidade de orientação, alcance e precisão dos mísseis, bem como avanços na eletrônica embarcada, permitindo sistemas de mira mais sofisticados e eficazes. Assim o “Metis” incorporou esses avanços tecnológicos para fornecer uma plataforma de armas extremamente avançadas para a sua época.

Uma das características importantes deste novo sistema de mísseis era certamente a sua portabilidade e facilidade de operação, além do seu custo, reduzido para os padrões daquela época. Isso o tornava uma arma valiosa para uma variedade de situações, desde combates urbanos até cenários de guerra convencional.

Sua capacidade de ser operado por uma pequena equipe tornava-o especialmente útil em ambientes onde a mobilidade e a agilidade eram essenciais. A doutrina militar soviética enfatizava a importância da mobilidade e da capacidade de resposta rápida em combate. O Metis seguiu este caminho sendo desenvolvido para se alinhar a essa doutrina, fornecendo uma arma altamente móvel e de alta precisão que poderia ser rapidamente implantada para neutralizar ameaças inimigas.

Com o passar do tempo, as deficiências de alcance e capacidade da ogiva foram sanadas e apartir dos anos 80, uma nova versão atualizada do míssil foi desenvolvida designada  Metis-M 9M131 (Também conhecido como Metis-2). Derivava de sua versão inicial, esta nova variante compartilhava o mesmo lançador apesar do novo míssil ser muito maior e mais pesado, com maior alcance e com uma ogiva de carga igualmente maior. A nova arma recebeu a designação da OTAN AT-13 Saxhorn-2.

posto de lançamento 9P151

Ambas variantes podiam ser lançadas do posto de lançamento 9P151 que pesa 10,2 kg, e que é composto de um tripé simples de apoio. Além disso, o míssil podia ser disparado do ombro exigindo mais habilidade por parte do operador.

O sistema apresenta orientação semiautomática por meio de comandos transmitidos por um link de fio. O design do sistema de orientação é tal que componentes sofisticados e dispendiosos, como um giroscópio coordenador, unidades eletrônicas e uma bateria interna, são excluídos do míssil.

O sistema de operação consistia no disparo do míssil  lançado pelo tubo impulsionado pelo propulsor, substituindo o sistema de geraçãor de gás usado no sistema 9K111 Fagot e o sistema de orientação 9S816 que utiliza uma bateria térmica conectada ao tubo de lançamento, acionado pouco antes do disparo do míssil o qual é guiado remotamente ao longo dos fios de orientação.

O Metis podia ser lançado de um espaço confinado, como um edifício ou caverna, mas requeria pelo menos 6 m de área livre para  o lançador e um volume interno total de pelo menos 100 m³ para absorção dos gases de escape produzido.

O míssil tem um alcance mínimo de 40 m e podia atingir alvos que se moviam a até 60 km/h, uma capacidade bastante importante para época. A ogiva do míssil era composta por uma carga única do tipo HEAT que podia penetrar blindagens de até 460 mm.

Partindo da versão original, outras variantes surgiram no campo de batalha, cada uma delas buscando sanar deficiências das versões anteriores e foi assimq ue surgiu a família “Metis” composta por vários mísseis, cada um com suas próprias características e capacidades.

9K115-2 Metis-M (AT-13 Saxhorn-2)-  A primeira derivação da versão original foi introduzida na década de 1990. A versão “M”, possui um alcance ampliado em comparação com a original, sendo capaz de atingir alvos a distâncias de até 2km, esta variante incorporava um sistema de orientação aprimorado, aumentando a precisão do míssil.

9K115-2M Metis-M1– Novos avanços produzirama  versão “M1”, uma atualização do Metis-M, que oferece melhorias na precisão e no alcance, sendo capaz de atingir alvos a distâncias de até 2,5 km e que também possuia melhorias na eletrônica embarcada e na capacidade de resistir a contramedidas eletrônicas.

9K115-2F Metis-MK- Esta é a variante mais recente do Metis-M, projetada para uso naval. Possui capacidade de lançamento a partir de plataformas navais, tornando-o adequada para operações de combate marítimo. A variante “MK” mantém as capacidades avançadas de orientação e precisão do Metis-M e ainda está em produção.

9K115-2D Metis-MD- Versão modernizada do Metis-M, foi desenvolvida para operações militares em condições climáticas extremas. Possui melhorias na resistência a temperaturas e operação em ambiente de poeira e clima seco, permitindo seu uso em ambientes árticos ou de deserto. Além disso, o Metis-MD pode ser lançado de uma variedade de plataformas, incluindo tripés, veículos ou montagens fixas.

9K115-3 Metis-M1E- Variante de exportação do Metis-M1, foi projetada para clientes estrangeiros e possui as mesmas capacidades avançadas de orientação e precisão que o Metis-M1, mas com modificações para atender aos requisitos específicos dos clientes.

Os sistemas Metis-M/Metis-M1 ofereceram melhorias significativas em alcance, precisão e letalidade em relação aos míssis antitanque portáteis convencionais.

Graças às suas dimensões compactas e pouca massa, estas armas podem ser transportados por sua equipe em embalagens compactas por qualquer distância e através de vários tipos de terreno, incluindo travessia de riachos.

Um grupo de apenas três homens pode transportar um sistema completo com cinco mísseis. Um membro da equipe carrega uma mochila com um lançador, carregador de mísseis, reduzindo significativamente o tempo de preparação e permitindo que a equipe atinja alvos em movimento.

Em situações de emergência, o operador pode disparar do ombro com o lançador apoiado em um objeto próximo. Os outros dois membros da equipe carregam mochilas com dois mísseis cada.
Porém, os aprendizados das guerras do Afeganistão, Irã-Iraque e 1ª guerra do Golfo, Iuguslávia e Chechenia 1 e 2, trouxeram novas componentes ao campod e batalha e foi necessário repensar o uso das armas anticarro portáteis, exigindo asism, novos avanções que foram sendo introduzidos na nova família de míssieis anti-tanque que surgia simultaneamente aos novos mebros da família Metis.

9M133 Kornet

A família de mísseis Kornet surge logo após o colápso da União soviética como parte dos esforços de modernização das forças armadas russas e como resposta à necessidade de um sistema anti-tanque altamente eficaz e versátil. O 9M133 Kornet é um míssil anti-tanque guiado russo, utilizado contra tanques de batalha principais, introduzido em 1998.

O Kornet, conhecido como AT-14 Spriggan na designação da OTAN foi desenvolvido como uma alternativa mais capaz e de maior alcance em relação ao 9K111 Fagot (AT-4 Spigot) e 9K113 Konkurs (AT-5 Spandrel), que estavam em serviço no final da Guerra Fria na União Soviética. Embora este míssil seja mais pesado e mais caro, o Kornet foi concebido como um sistema suplementar, não destinado a substituir todos os sistemas existentes em uso.

O sistema Kornet apresenta semelhanças externas com as antigas armas guiadas antita-nque soviéticas. O lançador de tripé abriga a unidade de mira e um único míssil em seu contêiner de lançamento. O míssil 9M133 possui um layout interno não convencional, com a seção de orientação alojada no nariz e o sensor laser localizado na parte traseira.

Além disso, a ogiva é posicionada atrás do combustível do foguete. Essa disposição oferece a vantagem de permitir mais tempo para a carga precursora no nariz do míssil detonar a blindagem reativa explosiva. No entanto, uma desvantagem é a presença de mais componentes entre o jato de plasma e o alvo, ocasionalmente resultando em uma penetração reduzida devido à deformação do jato de plasma.

O Kornet ostenta estatísticas impressionantes de penetração teórica mesmo nas versões iniciais de menor capacidade. Sua ogiva HEAT em tandem é capaz de perfurar mais de 1.000 mm de aço homogêneo laminado (RHA) protegido por blindagem reativa explosiva (ERA).

Nas décadas de 1980 e 1990, as forças armadas russas reconheceram a necessidade de um sistema antitanque mais avançado para lidar com as ameaças emergentes no campo de batalha. Isso incluía a capacidade de penetrar em blindagens mais pesadas, alcançar alvos a longas distâncias e engajar uma variedade de alvos, incluindo veículos blindados, fortificações e até mesmo helicópteros de ataque.

O desenvolvimento dos mísseis Kornet foi conduzido pela KBP Instrument Design Bureau, uma empresa de defesa russa. A KBP já tinha experiência no desenvolvimento de sistemas antitanque e estava bem posicionada para liderar esse projeto.

O trabalho no projeto Kornet começou ainda nos anos 1980, mas os primeiros testes e implementações ocorreram no início dos anos 1990. O objetivo era criar um sistema de mísseis anti-tanque altamente eficaz e de longo alcance que pudesse substituir os sistemas mais antigos em uso na época.

Desenvolvido pelo KBP Instrument Design Bureau, o míssil foi revelado em 1994 e apresentou um um sistema modular e universal, com um sistema confiável de orientação por feixe de laser. Entrou em serviço no exército russo em 1998, com designação de exportação Kornet-E.

O míssil 9M133 Kornet, juntamente com seu lançador de tripé 9P163-1 e mira térmica 1PN79-1, formam o sistema de mísseis 9K135, operado por uma tripulação de dois soldados de infantaria. Pode ser transportado rapidamente e preparado para disparo em segundos. Quando disparado acima da linha de visão, atinge a semiesfera superior do alvo, geralmente menos protegida.

O sistema Kornet foi projetado com várias características importantes, incluindo uma ogiva tandem para penetrar em blindagens reforçadas, um sistema de orientação SACLOS para maior precisão e a capacidade de engajar alvos em movimento. Além disso, ele foi projetado para ser lançado a partir de uma variedade de plataformas, incluindo lançadores tripulados e sistemas de lançamento montados em veículos.

Versões mais modernas da arma podem utilizar uma ogiva termobárica para ataques contra estruturas e infantaria em campo aberto. O sistema possui nas versões iniciais um alcance efetivo de 5,5 km em condições diurnas e de 3,5 a 4,5 km em operações noturnas. Porém, as mais recentes versões como o Kornet-M estende ainda mais esse alcance, atingindo de 8 a 10 km. O míssil, que voa a velocidades subsônicas, leva aproximadamente meio minuto para alcançar sua distância máxima.

O Kornet é um sistema de armas portátil projetado para ser transportado por uma equipe reduzida de homens. Seu lançador de tripé, com o míssil pronto para disparar, pesa aproximadamente 66kg, facilitando o transporte por longas distâncias pela infantaria quando dividido entre vários soldados. No entanto, em muitos casos, o Kornet e sua tripulação são transportados em veículos devido aos procedimentos operacionais padrão.

O 9M133 Kornet-EM é uma variante melhorada do Kornet, introduzida em 2012, projetada para destruir veículos com blindagem reativa explosiva (ERA).

Esta versão é equipada com um rastreador de alvo automático a qual permite que o operador designe um alvo uma vez, sendo rastreado pelo computador enquanto o míssil se desloca em sua direção até o impacto.

Isso aumenta a eficácia contra ameaças aéreas de baixa altitude, como helicópteros e drones. O Kornet-EM é usado principalmente no sistema Kornet-D e foi adotado pelo Exército Russo, com exportações para o Bahrein, Argélia e produção sob licença na Arábia Saudita. Reconhecido como um dos mais eficazes da Rússia, evoluiu para o 9M133 Kornet-EM, com maior alcance, ogiva melhorada e rastreador automático de alvos. Amplamente exportado e produzido sob licença, foi empregado pela primeira vez em combate em 2003 e desde então tem sido utilizado em vários conflitos.

Existem duas categorias principais nos sistemas montados em veículos. Muitos veículos leves utilizam um lançador de manpack montado em pedestal, que também pode ser usado fora do veículo. Por outro lado, foram desenvolvidos destruidores de tanques dedicados em veículos com rodas ou esteiras, equipados com vários mísseis prontos para disparar ou sistemas de recarga automatizados. Esses veículos possuem unidades de visão aprimoradas, o que lhes permite atacar alvos a distâncias maiores, especialmente durante a noite.

Ao longo dos anos, o sistema Kornet passou por várias melhorias e modificações para aumentar sua eficácia e versatilidade. Isso incluiu o desenvolvimento de variantes como o Kornet-E, que apresentava uma gama expandida e uma ogiva mais avançada. A Coreia do Norte desenvolveu um clone chamado Bulsae-3, revelado em 2016. EUma variante com ogiva termobárica, o 9M133F-1 Kornet, entrou em produção em série em 2019.

Além da versão portátil, foi integrado a veículos como o BMP-3, formando o caça-tanques 9P163M-1, que pode disparar dois mísseis simultaneamente, omíssil também foi adaptado para sistemas montados em veículos e barcos, como parte do sistema Kvartet. Outra opção de atualização é o míssil Kliver e torre de canhão, oferecendo capacidades semelhantes, mas também equipado com um canhão de 30 mm. Desde 2014, a produção em série foi retomada para o mercado interno.

Assim como a família “Metis” a “Kornet” possui variações e especificidades destinadas às mais variadas possibilidades de operações e alvos como segue nas tabelas.

HT = HEAT
TB= Termobárica

Em resumo, o Kornet foi desenvolvido com a capacidade de penetrar em blindagens mais espessas e sofisticadas, garantindo assim sua relevância em um campo de batalha em constante evolução.

Comparavelmente aos mísseis da família Metis, os primeiros Kornet ofereciam um alcance maior, permitindo que as tropas engajassem alvos a distâncias mais seguras. Além disso, sua precisão aprimorada aumentava a probabilidade de acerto mesmo em condições desafiadoras, proporcionando uma vantagem significativa em combate.

Como parte dos esforços de modernização das forças armadas russas, o Kornet foi desenvolvido para substituir gradualmente sistemas mais antigos, como o Metis, Konkurs e fagot. Essa modernização visava garantir que as tropas estivessem equipadas com as armas mais avançadas e eficazes disponíveis. Para compreender melhor esta evolução, sigamos a linha histórica.

ANÁLISE

As famílias de mísseis Metis e Kornet representam duas gerações de armas antitanque russas, cada uma com suas próprias características distintas e contribuições para o campo de batalha moderno. A transição do sistema Metis para o míssil antitanque Kornet foi impulsionada por uma série de fatores ligados à evolução tecnológica e às necessidades operacionais, destacando-se pela busca contínua por maior alcance, precisão e capacidade de penetração em blindagens mais avançadas.

À medida que as ameaças no campo de batalha se tornavam mais diversificadas e sofisticadas, houve uma demanda crescente por sistemas antitanque mais versáteis e capazes de lidar com uma gama mais ampla de alvos. O Kornet foi projetado para atender a essas necessidades, oferecendo maior flexibilidade de emprego e capacidade de engajar uma variedade de alvos, incluindo veículos blindados modernos, helicópteros e fortificações.

O Metis, por sua vez, surgiu como uma resposta às crescentes ameaças de veículos blindados durante a Guerra Fria, proporcionando uma capacidade eficaz de defesa contra esses alvos. No entanto, com o avanço tecnológico e as mudanças nas táticas de combate, tornou-se necessário um sistema mais avançado, o que levou ao desenvolvimento do Kornet.

Ao longo das décadas, tanto o Metis quanto o Kornet passaram por várias atualizações e melhorias para garantir sua relevância e eficácia no campo de batalha em constante evolução. Essas melhorias incluíram a expansão do alcance, aprimoramentos na precisão e na capacidade de penetração em blindagens mais pesadas, bem como a integração com sistemas de armas e plataformas de lançamento mais avançados.

A história desses sistemas de mísseis antitanque reflete não apenas o desenvolvimento tecnológico, mas também as mudanças nas estratégias militares e nas necessidades operacionais ao longo do tempo. Enquanto o Metis representou uma conquista significativa em sua época, o Kornet elevou o padrão com suas capacidades aprimoradas, solidificando seu lugar como uma das armas antitanque mais eficazes e amplamente utilizadas do mundo moderno.

REFERÊNCIAS

FONSECA, Miguel. O Conceito de Proteção da Força. Sistemas de Proteção para Carros de Combate face às Atuais Ameaças. 2014. Tese de Doutorado. Academia Militar. Direção de Ensino.

NO LÍBANO, Irã. Laboratório de Assimetria: A Guerra do Líbano de 2006 e a Evolução das Táticas Terrestres Iranianas.
ARABIA, DEFENSE ECONOMY IN SAUDI. DAS RELAÇÕES ENTRE OS CONDICIONANTES MACROECONÔMICOS E A CONJUNTURA POLÍTICA: TRADE-OFFS DO ESTADO RENTISTA E DA ECONOMIA DA DEFESA NA ARÁBIA SAUDITA. Revista Conjuntura Global v, v. 9, n. 1, p. 73, 2020.

DOS SANTOS, Guilherme Simionato. Projeção de Força, Digitalização e Zonas Contestadas: perspectivas teóricas e balanço operacional.
MARTINS, José Miguel Quedi. A Evolução da Arte da Guerra: Da 1ª a 4ª Geração.


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1 Comentário

  1. Excelente. Mais um exemplo da necessidade de adaptação constante às diferentes demandas específicas espaciais, temporais, tecnológicas, estratégicas, dentre outras.

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