MIG 35 pode ter finalmente decolado e isso é motivo de felicidade na Rússia mas vamos com calma, falta ainda “combinar com os Russos”


Tradução e adaptação- E.M.Pinto

Artigo original SOHU

O evento bienal India International Aerospace Exhibition tornou-se, na verdade, um “campo de batalha” para os Estados Unidos e a Rússia competirem pelo mercado indiano de caças a jato. De um lado os Estados Unidos que trouxeram uma variedade de caças avançados para a exposição além de um bombardeiro estratégico B-1B que voou em exibições no show aéreo. Pelo outro, pode-se dizer que o mesmo show aéreo consagrou mais uma vez a cooperação militar entre a Rússia e a Índia que parece demonstrar afinidades maiores com os caças russos.


Citando uma fonte da Sputinik, agência de notícia Russa, a Global Network, GN, informou em 6 de fevereiro, que a indústria da aviação russa se alegrou em Bangalore no show aéreo “India 2021”, após a Índia e a United Aircraft Corporation da Rússia assinaram um acordo para produção de 110 caças 4G++ Mikoyahn Gurevich,  MiG 35. segundo as fontes, os 20 primeiros serão produzidos e entregues pela Rússia, e os 90 restantes serão montados pela HAL.  Segundo a mesma nota, o acordo envolve investimentos de cerca US $ 5 bilhões.

Desta forma a Índia se tornaria então o primeiro cliente internacional deste caça, num momento  oportuno para a Mikoyan que vive um período de fraco desempenho de vendas de seus caças. Esta encomenda, segundo noticiou o GN, impulsionaria o produto especialmente para  o mercado interno, pois estimularia aos militares russos,  tornando-os mais dispostos que na atualidade têm preferência pelos produtos da Sukhoi. Como reforça a matéria,  sem a venda a nações estrangeiras e possíveis aquisições internas o futuro da MIG pode ser a sua aquisição pela Sukhoi.

A Supremacia Russa na Índia

Mais de 70% do equipamento militar atual da Índia vem da Rússia, o que, sem dúvida, dá aos negociadores de armas russos a vantagem de mais uma vez derrotar seus colegas americanos no mercado de armas indiano. De acordo com a agência de notícias Xinhua, o Indian Air Show que foi realizado com sucesso no ambiente epidêmico, abriu novas perspectivas para a cooperação militar russo-indiana.Os negociantes de armas russos exibiram mais de 200 produtos militares que se tornaram a área de exposição mais abundante e atraente do show aéreo. Além de exibir o modelo em tamanho real do mais recente caça furtivo o Sukhoi Su57E e o Su-35, os russos demonstraram o MiG35, bem como aeronaves de transporte, carros de combate, helicópteros e outras aeronaves militares avançadas.

Os Estados Unidos são um adversário de peso

A “batalha nos céus” foi vista como um duelo de titãs, com os americanos em sua campanha para emplacar na índia os caças F-15EX apesar do ministro da Defesa indiano, Manmohan Singh, recentemente deixar claro, que “só comprará caças russos para Força Aérea Indiana”.
A razão é simples, no atual sistema de combate aéreo indiano, os russos são a esmagadora maioria com pontuais exceções como 0 caça francês Rafale que ainda não foi completamente entregue e um pequeno número de caças leves LCA.

A provável aquisição de um vetor americano para cumprir a função hoje delegada aos SU-30MKI trariam uma tempestade logística, transformando-a em algo caótico o que torna as chances da Boeing neste quesito quase que  improváveis. Mas a batalha dos céus ainda terá novos episódios, pois apesar de ter chance no mercado de armas indiano, a aeronave baseada em porta-aviões da Marinha dos EUA o Boeing FA-18 que está sendo ofertado para a Índia, supera em muito o modelo russo MiG-29K, o que traz ao caça dos Estados Unidos grandes esperanças e chances de vir a ser adotado na Marinha Indiana.

Como o principal vetor da Marinha dos EUA, F-18E / F “Super Hornet” é o modelo mais aprimorado da série F-18 da Marinha dos EUA, e seu peso máximo de decolagem até excede ao MIG 29, a aeronave tem uma velocidade máxima de voo de Mach 1,8 e um raio de combate de aproximadamente 750 quilômetros. As asas e a fuselagem são equipadas com 9 pontos de fixação externos. Ele pode transportar todas as munições guiadas de precisão ar-ar e ar-solo atualmente em serviço pela Marinha dos Estados Unidos, e ainda pode transportar armas nuclares.

A versão mais moderna do F-18  voou pela primeira vez em maio do ano passado, e não apenas instalou dois tanques de combustível conformais na parte traseira da aeronave, o que aumentou muito o raio de combate do caça. Ao mesmo tempo, a Boeing também equipou a aeronave com novos cockpits e sistemas de busca infravermelha e sensores de rastreamento, além de outros novos equipamentos, e seu desempenho mais abrangente se aproximou ainda mais da aeronave de quinta geração.

Obviamente, os Estados Unidos melhoraram o desempenho geral do F-18, enquanto o MiG-29K russo não possui mais capacidade de expansão do projeto a menos que sejam modificações nos aviônicos. O que pesa para o F-18 na Índia é o fato de que a transformação dos porta-aviões indianos se limita a operações de aeronave sdo porte do MIG 29K. O F-18 americano não pode ser usado devido a problemas de tamanho. Isso significa que os porta-aviões da Índia atualmente em serviço e em construção não teriam a outra possibilidade a não ser usar MiG-29K.

Esta possibilidade torna-se mais atraente para os Estados Unidos apenas na eventualidade da Índia vir a adquirir um navio ainda maior  oque projeta esta aquisição para mais de uma década e meia, haveria lá espaço para o F-18?

E o MIG35 voa ou não voa?

Nesse contexto, os Estados Unidos podem até usar a sua influência política para forçar a Índia a comprar armas de fabricação americana, mas é ilusório substituir a atual posição dominante da Rússia no mercado de armas indiano.
Da mesma maneira é prematuro para Rússia comemorar estas vitórias.

O acordo entre a HAL e a UAC assinado na feira aérea não é considerado um contrato formal de compra de armas. A aquisição de armas na Índia é diferente da nossa. Os militares assinaram um acordo e o departamento governamental encarregado do desenvolvimento e importação de armas, e a partir daí precisa-se demonstrar, fazer propostas, determinar o plano e a proporção de descontos e, finalmente, aprovar pelo Comitê de Orçamento Parlamentar Indiano.

Portanto, o acordo atual pode ser considerado apenas uma intenção preliminar pelo modelo russo. Na prática, isso significa que a Força Aérea Indiana está mais otimista e motivada a adquirir o vetor russo, isso pode ser comemorado, porém, ainda faltam etapas progressivamente cruciais para que o mais novo vetor de combate da MIG levante voo com as cores da IAF.