Em entrevista à Rádio Folha, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que a vinda da indústria suíça Ruag deve atrair outras empresas do setor para Pernambuco
Confirmada a vinda da fabricante de munições Ruag para o Estado, o Ministério da Defesa já pensa em construir um polo da indústria da defesa em Pernambuco. A ideia é usar a empresa suíça como uma âncora para atrair outras marcas do segmento e, segundo o ministro Raul Jungmann, já está sendo avaliada por outra indústria estrangeira. É a Caracal Internacional, fábrica de munições e armamentos que pertence ao governo dos Emirados Árabes.
“A indústria da defesa tem crescido em todo o mundo. É um mercado em expansão. Por isso, nós temos feito diálogos com vários países e o Estado está bem posicionado nesta questão, de forma que os investimentos já estão vindo e virão maiores muito em breve”, argumentou o ministro Raul Jungmann, que revelou estar em negociação com a Caracal durante entrevista à Rádio Folha, nessa terça-feira (26). “Estive recentemente em um giro pelo Oriente Médio e algumas empresas disseram que pretendiam se instalar no Brasil. A Caracal demonstrou interesse e agora vai fazer a escolha de onde vai se localizar”, revelou, dizendo que Pernambuco leva vantagem nessa disputa.
O ministro alegou que o Estado se destaca pela logística, pelos recursos humanos e pela questão fiscal. Afinal, detém o Porto de Suape, que facilita as exportações; dispõe de profissionais tecnológicos bem capacitados graças ao Porto Digital; e, recentemente, inseriu a indústria da defesa no seu maior programa de incentivos fiscais, o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe). Além disso, a indústria da defesa pode desfrutar de condições diferenciadas de financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e no Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), que é operado pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Para completar, o Estado também foi o destino escolhido pela Ruag, a primeira empresa estrangeira de munições a se instalar no Brasil nos últimos 90 anos, que confirmou a vinda para Pernambuco no último dia 15. “Ao trazer uma empresa dessas para cá, cria-se uma espécie de empresa âncora. Isso pode possibilitar a instalação de um cluster, um conjunto de empresas, a partir da Ruag e de outros projetos que estão em desenvolvimento”, defendeu Jungmann, que já havia comentado a possibilidade de a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) também se instalar no Estado e chegou até a apresentar essa ideia de um ‘cluster da defesa’ ao governador Paulo Câmara ontem. “Uma das ideias que vou discutir é a possibilidade de Pernambuco estreitar os laços com os países árabes para apresentar projetos lá fora”, antecipou Jungmann, explicando que há muitos recursos disponíveis para esse segmento industrial naquela região.
Ainda defendendo a ideia, Jungmann afirmou que, apesar de estar concentrada no Sul/Sudeste, a indústria da defesa já é responsável por 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera em torno de 70 mil empregos diretor no País. A Ruag, por exemplo, promete investir cerca de R$ 58,5 milhões, gerando 40 empregos diretos em Pernambuco, já no primeiro semestre de 2018. A empresa, no entanto, ainda não definiu o local em que vai construir a sua operação.
Corvetas
Além de poder receber novos empreendimentos fabris da área da defesa, Pernambuco pode ser o responsável pela construção de quatro navios de guerra nos próximos oito anos. É que a Marinha do Brasil lançou recentemente um chamamento público para construir quatro corvetas, orçadas em R$ 1,6 bilhão, e tanto o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) quanto o Vard Promar, situados no Complexo de Suape, estão concorrendo à licitação.
Fonte: Folha de Pernambuco
Pingback: Pernambuco pode se tornar polo da indústria da defesa | DFNS.net em Português