O que se sabe sobre o programa nuclear da Coreia do Norte

 

Uma das questões que mais preocupa a comunidade internacional é justamente essa: quão avançado estaria o programa nuclear da Coreia do Norte?

Ainda não há resposta clara para isso, mas foi exatamente para buscá-la que o presidente americano Donald Trump enviou um de seus grupos de combate de elite, incluindo um porta-aviões, à península coreana.

Uma data marcada pela tensão internacional e pela resposta da Coreia do Norte aos Estados Unidos dizendo que está “pronta para responder ao golpe com ataques nucleares”.

Acredita-se que a Coreia do Norte tenha mais de mil mísseis de capacidades distintas, incluindo os de longo alcance – que poderiam supostamente alcançar os Estados Unidos.

O programa de armas de Pyongyang teve grandes progressos nas últimas décadas – do foguete tático de artilharia em 1960 e 1970 aos mísseis balísticos de curto e longo alcance nas décadas de 1980 e 1990. E agora, um sistema de maior alcance está sendo pesquisado e desenvolvido.

Mísseis de curto alcance

O programa de mísseis da Coreia do Norte começa com os Scuds, que chegaram até eles pela primeira vez pelo Egito em 1976.

Já no ano de 1984, os norte-coreanos estavam construindo sua própria versão do míssil, denominado Hwasong.

Acredita-se que haja uma variedade desses mísseis de curto alcance – que poderiam alcançar alvos mais próximos, como a vizinha Coreia do Sul.

As relações entre as duas Coreias são tensas e se mantêm, tecnicamente, em constante alerta de guerra. Os Hwasong-5 e Hwasong-6, também conhecido como Scud-B e Scud-C, contam com alcances de 300 e 500 km respectivamente, segundo o Centro de Estudos de Não Proliferação de Armas dos Estados Unidos.

Esses mísseis transportam cabeças explosivas tradicionais, mas também podem ter cabeças com capacidade biológica química ou nuclear.

Ambos os mísseis já foram testados e utilizados – inclusive, o Hwasong-6 já foi vendido ao Irã.

Mísseis de médio alcance

A Coreia do Norte lançou um programa especial ao fim da década de 1980 para construir um míssil de médio alcance conhecido como Nodong – que tem um alcance de mil quilômetros.

O míssil foi desenhado com base no Scud, mas é 50% maior e com um motor mais poderoso.

Em uma análise de abril de 2016, o Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, que tem base em Londres, disse que esses mísseis poderiam comprovadamente alcançar a Coreia do Sul e até mesmo o Japão.

O Instituto avaliou também que uma variante dele desenvolvida em outubro de 2010 poderia até alcançar 1,6 mil quilômetros, o que significava atingir as bases americanas na ilha de Okinawa, no sul do Japão.

Mísseis de alcance intermediário

A Coreia do Norte passou anos desenvolvendo mísseis Musudan, com os quais realizou vários testes em 2016.

As estimativas sobre seu alcance são bastante diferentes. A inteligência de Israel afirma que eles alcançam cerca de 2,5 mil quilômetros, enquanto a Agência de Defesa de Mísseis dos Estados Unidos calcula que chegue a 3,2 mil quilômetros. Outras fontes dizem que pode alcançar até mesmo 4 mil quilômetros.

Segundo essas estimativas, mesmo o menor número de alcance do Musudan – que também é conhecido como Nodong-B – já é suficiente para que ele chegue à Coreia do Sul e ao Japão.

E em seu alcance maior, um desses mísseis pode chegar até a base militar americana em Guam, na Micronésia. Sua carga explosiva é desconhecida, mas estima-se que ela fique entre 1 e 1,25 toneladas.

Além disso, a Coreia do Norte afirma ter testado um “míssil balístico de médio a grande alcance”, o Pukguksong, em agosto de 2016, lançado a partir de um submarino. No último mês de fevereiro, ela voltou a realizar testes desses mísseis, desta vez partindo da terra.

O governo da Coreia do Norte diz que usa combustível sólido, o que faz o lançamento dos mísseis ser mais rápido. O alcance deles, porém, ainda é desconhecido.

Mísseis multi-etapa

Um míssil multi-etapa é um míssil lançado em duas ou mais partes – ou “etapas”- e cada uma delas têm seus próprios motores e propulsores.

O Taepodong-1, conhecido como Paektusan-1 na Coreia do Norte, foi o primeiro míssil multi-etapa do país, testado em 1998 como lançador espacial.

A Federação Americana de Ciências (FAS, na sigla em inglês), um centro de estudos independente, acredita que o Tapodong-1 estava composto em sua primeira etapa por um míssil Nodong e na segunda por um Hwasong-6.

Depois desse, veio o Paektusan-2, que também é um míssil de duas ou três etapas, mas com avanços significativos. Esses foram testados várias vezes na última década.

Seu alcance é estimado entre 5 mil e 15 mil quilômetros. O Centro de Estudos de Não Proliferação de Armas coloca seu alcance máximo como sendo 6 mil quilômetros.

A Coreia do Norte se refere ao lançador do Taepodong-2 como “Unha”, que significa galáxia, em coreano. Ele foi utilizado com êxito em fevereiro de 2016 para lançar um satélite.

Apesar de os lançamentos espaciais e os lançamentos de mísseis terem trajetórias distintas – e de os foguetes serem otimizados para um propósito diferente -, a tecnologia básica utilizada é a mesma. Isso inclui a estrutura, os motores e o combustível.

Se o Taepodong-2 tiver seu lançamento bem-sucedido, ele chegará ao alcance máximo estimado, o que significa que poderia ir até a Austrália e partes dos Estados Unidos – além de outros países dentro desse perímetro.

Mísseis balísticos intercontinentais

No discurso de Ano Novo, o líder norte-coreano Kim Jong assegurou que o país estava na etapa final de desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental.

Acredita-se que a Coreia do Norte esteja desenvolvendo seu míssil de maior alcance, conhecido como KN-08 ou Hwasong-13.

O objetivo do país parece ser colocar uma ogiva nuclear em um míssil balístico intercontinental, que consiga atingir alvos ao redor do mundo. Até agora, cinco testes nucleares já foram realizados em busca deste objetivo.

Um dos primeiros sinais de sua construção foi em setembro de 2016, quando o país provou um novo motor de foguete que poderia alimentar um míssil balístico intercontinental.

O Pentágono acredita que a Coreia do Norte tem ao menos seis KN-08, que podem alcançar a maior parte dos Estados Unidos.

Acredita-se, inclusive, que o país conseguiu desenvolver uma versão melhorada, o KN-14.

Existe a possibilidade de a Coreia do Norte estar muito perto de desenvolver um míssil de grande alcance nuclear. Pyongyang afirma ter miniaturizado ogivas nucleares para usá-las em mísseis, mas especialistas dizem duvidar, por falta de provas.

Veículos militares com mísseis balísticos ‘Pukkuksong’ (SLBM) lançados por submarinos durante desfile militar que marca o 105º aniversário de nascimento do pai fundador do país, Kim Il Sung em Pyongyang, 15 de abril de 2017. – Foto: REUTERS / Damir Sagolj

Alcance dos mísseis

  • Curto alcance: 1 mil km pelo menos
  • Médio alcance: 1.000 – 3.000 km
  • Alcance intermediário: 3.000 a 5.500 km
  • Alcance intercontinental: mais de 5.500 km

Fonte: Federação Americana de Ciências

Foto: 1°- REUTERS – Desfile do “Dia do Sol”, que comemora o nascimento do fundador do país, é o momento em que a Coreia do Norte exibe todo seu arsenal militar; o último aconteceu neste sábado.

BBC BRASIL

Fonte: Terra

 

11 Comentários

  1. O programa espacial da Coreia do Norte no que se refere a veiculo lançador de Satellite ( VLS ) …. com todo o embargo que os EUA e a sua “panelinha” … rsrs .. fazem contra eles, os norte coreanos,; está muiiito evoluído que a do braZil . incrível, como o Irã e a Coreia do Norte conseguem superar as dificuldades que o embargo americano faz …. os russos idem também ! …más não levando só para o lado puramente ideológico … más convenhamos … tem elites e “elites”

      • HAHAHAHAH… tem cada coisinha de orelhas nesse planeta …HAHAHAHAH…depois dessa .. HAHAHA..eu fico pensando o quê tem haver o bule de chá com a bicicleta. HAHAHAHAH..

    • “O programa espacial da Coreia do Norte no que se refere a veiculo lançador de Satellite ( VLS ) …. com todo o embargo que os EUA e a sua “panelinha” … rsrs .. fazem contra eles, os norte coreanos,; está muiiito evoluído que a do braZil”

      É por aqui nós temos uma arma infalível…a auto sabotagem!

      • Pra vc ver como somos INCOMPETENTES… um paiseco daquele consegue, até certo ponto, alguma significância no espectro de lançadores e misseis, ainda que haja muita bravata e mentira da parte do governo norte coreano, e nosostros, país continental, tomado pelo esquerdismo atávico, não conseguimos orquestrar nem um lançamento de satélite, tendo que recorrer a lançadores franceses… é muita INCOMPETÊNCIA… se supostamente há sabotagens, como vcs, teóricos da conspiração, alertam, pior ainda, pois não são capazes de defender nem um único projeto de influencias externas… INCOMPETENTES… “QUE FALTA FAZ UMA EDUCAÇÃO CONSERVADORA NO BRASIL !!!…”…

      • Errei o alvo .. más ainda vale .
        .
        (…) HAHAHAHAH… tem cada coisinha de orelhas nesse planeta …HAHAHAHAH…depois dessa .. HAHAHA..eu fico pensando o quê tem haver o bule de chá com a bicicleta. HAHAHAHAH..(..)

      • Como eu disse: “QUE FALTA FAZ UMA EDUCAÇÃO CONSERVADORA NO BRASIL !!!…”… assim não teríamos construções em puro dilmês produzidas por iniciados pela PÁTRIA DESEDUCADORA nos agraciando com seus vitupérios… 🙂

      • Neste caso, concordo com o conteúdo de seu comentário. Somente colocaria na mesma panela a direita incompetente que também foi incapaz de colocar tal projeto em órbita.
        Em suma, sempre fomos governados por amadores, não importa o lado.

        Att;

      • Concordo com vc… se a direita incompetente não tivesse permitido a esquerda fazer tanta cagada, a muito estaríamos entre os players bélicos mundiais… saudações…

  2. ”O que se sabe com mais certeza é o tamanho da reserva de mísseis – que ficou perceptível graças aos testes realizados pelo país e ao uso dos mesmos no “Dia do Sol”, o desfile militar mais importante da nação asiática onde eles mostram todo o seu arsenal militar (a última edição dele foi neste sábado),,,”

    Isso é tudo especulação não se tem certeza de nada,e chega ser até infantil afirmar que a Coreia do Norte mostra todo o seu arsenal em um desfile, como o que ocorreu a poucos dias ! Esses analistas confundem muito as coisas,estão se baseando em estórias de cinema !

  3. Não resta nada à Korea do norte que não seja essa retórica ameaçadora. Mesmo que ela desenvolva mísseis intercontinentais, não poderá usá_los, nunca. Caso algum maluco (ou retardado) ouse um ataque nuclear contra as forças armadas norte-americanas, abrirão precedente para retaliação em igual medida. E neste caso, a Korea do norte seria transformada na maior mina a céu aberto de isótopos radioativos do mundo.
    E o governo norte Koreano sabe bem disso.

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