Ucrânia: Separatistas acusam Kiev de violar o acordo de trégua em Donbass

Representantes das milícias de Donetsk e Lugansk disseram hoje que, pouco depois do anúncio do regime de cessar-fogo, tropas ligadas ao governo da Ucrânia realizaram novos ataques no leste do país.

Segundo declarações de Eduard Basurin, porta-voz das forças de combate de Donetsk, o líder da autoproclamada república popular, Alexander Zakharchenko, convocou uma reunião de emergência para discutir o problema. As hostilidades, de acordo com ele, teriam recomeçado por volta das 2h (horário local), quando grupos armados subordinados a Kiev, na cidade de Debaltsevo, abriram fogo contra os separatistas, que tiveram que responder na mesma medida para evitar um massacre.

De acordo com o serviço de imprensa de Donetsk, zonas em torno do aeroporto local e das cidades de Yenakiyevo e Horlivka também estão sendo bombardeadas.

Fone: Sputnitk

Cessar-fogo na Ucrânia é mantido, apesar de violações

Acordo de paz estaria sendo “de modo geral, observado”. Na região de Debaltsevo, ataques de artilharia ocorreram poucas horas após o início da trégua. Exército e separatistas trocam acusações de violações do acordo.

Poucas horas após o início do cessar-fogo, à meia noite deste domingo (15/02), forcas militares da Ucrânia e separatistas se acusam mutuamente de violações da trégua.

O governo ucraniano confirmou que o cessar-fogo estaria sendo “de modo geral, observado”, mas informou que as forcas ucranianas teriam sofrido dez ataques desde o inicio do prazo. Ainda assim, Kiev qualificou estes incidentes como fatos isolados.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko, em pronunciamento à nação, afirmou esperar que esta “última chance para o início de um longo e complicado processo de paz” não seja desperdiçada. O porta-voz das Forcas Armadas do país, Vladyslav Selezynov, assegurou que a ordem do presidente para que a trégua fosse iniciada foi imediatamente cumprida pelos militares ucranianos.

O departamento de Estado dos EUA informou que imagens feitas no leste ucraniano forneciam evidências seguras de que forças militares russas lançaram ataques de artilharia e mísseis contra o exército ucraniano próximo a cidade de Debaltsevo, palco de violentos combates nos últimos dias.

“Estamos seguros que se trata de militares russos e não de separatistas”, afirmou a porta-voz do departamento de Estado, Jen Psaki.

O chefe dos serviços de segurança da Ucrânia, Valentyn Nalyvaichenko, informou que menos de uma hora após o início da trégua, uma tropa de cossacos formada por cidadãos russos efetuou disparos de artilharia na região. Debaltsevo é um importante centro ferroviário, localizado entre os dois bastiões dos rebeldes, Donetsk e Lugansk.

Acordo de Minsk prevê punições

Os rebeldes também acusam as forças ucranianas de violar a trégua. O líder separatista Eduard Basurin justificou os ataques das milícias pró-Rússia na região de Debaltsevo ao afirmar que “no interesse de evitar mortes entre a população civil, ataques precisos estão sendo efetuados contra posições do inimigo”. Ele sustenta que a região é território dos rebeldes.

Ao comentar as declarações de Basurin, o porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou que as medidas previstas quanto a violações do cessar-fogo deverão ser estritamente obedecidas. “Todas as conseqüências das ações foram mencionadas no pacote de medidas para a implementação do acordo de Minsk. Todos os termos devem ser incondicionalmente observados”, ressaltou.

 

Fonte: DW.DE

 

2 Comentários

  1. Facil é só colocar observadores independentes vigiando o cumprimento do acordo. Dificil é encontrar os independentes entre esses observadores.

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