Imagens da destruição do alvo e a concepção artística do lançamento do A-Darter
Um avião de caça Gripen da Força Aérea da África do Sul realizou com sucesso na tarde desta segunda-feira (09/02) o lançamento real de um míssil A-Darter, um projeto binacional entre o Brasil e África do Sul. O alvo, uma aeronave não tripulada, estava em uma rota a 90° da aeronave lançadora e se distanciava. Apesar disso, o sistema de mira do míssil conseguiu “travar” no alvo, que também estava em uma altitude 600 metros mais elevada.
De acordo com o gerente do projeto pelo Brasil, Coronel Aviador Júlio César Cardoso Tavares, da Força Aérea Brasileira, a principal característica dos mísseis de última geração é exatamente a capacidade de realizar manobras de alto desempenho. “O sensor de guiagem detecta o alvo e o míssil também calcula a melhor rota”, explica o Coronel.
Com 2,98 metros de comprimento e 90 kg de peso, o A-Darter se destaca pela ausência das pequenas asas usadas para as manobras. No lugar delas, o modelo tem capacidade de direcionar o empuxo do seu motor-foguete. Desse modo, consegue realizar manobras que o leva a sofrer até 100 vezes a força da gravidade (100 G). Os caças de combate mais modernos não passam de 9 G.
Guiado por calor, o A-Darter também consegue “enxergar” em mais de uma frequencia de infravermelho e desse modo evitar ser enganado por “flares”, iscas incandescentes lançadas para confundir os mísseis. O alcance máximo é de 12 quilômetros.
Investimento de R$ 300 milhões na indústria
O sucesso da missão é uma das etapas finais do desenvolvimento do míssil. De acordo com o gerente do projeto pelo Brasil, com esse lançamento, A-Darter está mais de 90% concluído. A previsão é de o projeto estar pronto no primeiro semestre de 2016 e possa futuramente equipar os caças Gripen NG da FAB. Trezentos milhões de reais foram investidos até agora, sendo a metade diretamente em empresas localizadas no País.
As empresas brasileiras Mectron, Avibras e Optoeletrônica já recebem tecnologia transferida pela Denel, da África do Sul. A parceria para o desenvolvimento começou em 2006 e o objetivo é que os dois países produzam componentes para futuras exportações. “No futuro, as vendas serão compartilhadas. Já há entendimento entre as empresas”, explica o Coronel Tavares.
De acordo com ele, é possível perceber que algumas soluções tecnológicas desenvolvidas para o A-Darter já fazem parte de outros produtos criados pela indústria nacional. Ele lembra ainda que o papel do Brasil não foi apenas aprender com os sul africanos. “Os nossos técnicos participam das decisões”, afirma. Os algoritmos de programação dos sistemas do míssil, por exemplo, foram desenvolvidos por um engenheiro militar da FAB. “O período dele na África do Sul iria acabar e eles solicitaram a prorrogação”, conta o gerente do projeto.
Porém, o foco foi passar conhecimento para o parque industrial brasileiro. “Não fazia sentido a gente absorver conhecimento só para a FAB, e sim para as empresas também”, explica.
A África do Sul, com experiência de desenvolvimento de mísseis desde a década de 60, buscou a parceria com o Brasil por conta da complexidade do projeto. “É um míssil de alta tecnologia”, explica o Coronel Tavares. Segundo ele, o A-Darter tem inovações dominadas por poucos países do mundo e que não são transferidas quando há a compra de armamento. “Ninguém ensina a fazer isso”, resume.
“O alvo, uma aeronave não tripulada, estava em uma rota a 90° da aeronave lançadora e se distanciava. “””
“””consegue realizar manobras que o leva a sofrer até 100 vezes a força da gravidade (100 G). Os caças de combate mais modernos não passam de 9 G.””
Os caças até passam de 9g, mas os pilotos não.
Enquanto os radares modernos diminuem a eficiência da furtividade, os novos mísseis diminuem a eficiência da manobrabilidade.
Por isso não da para se afirmar com certeza sobre qual força aérea escolheu a melhor doutrina.
Caro Deagol,
Aí é que está… Dada a evolução dos mísseis, a única forma de se passar incolume é não ser localizado por ele… E isso, evidentemente, também passa pelos sistemas de localização das aeronaves e do solo.
Tentar burlar a furtividade com incremento da capacidade de radares ou do alcance das armas pode não resolver, posto que ainda assim vai prevalecer a lógica de que “quem localiza primeiro, atira primeiro”.
Assim sendo, quem permanecer oculto por mais tempo, tem as maiores chances de vitória…
Daí tanto empenho na tecnologia furtiva… Mesmo que seus efeitos sejam minimizados por novos inventos, eles ainda representarão um nível de segurança maior.
Há, evidentemente, a questão do custo benefício… Uma força aérea pode escolher deter aeronaves em uma maior quantidade, mas de desenvolvimento mais modesto, buscando algum grau de dissuasão crível… Contudo, ainda assim, deverá haver uma parcela de tecnologia para permitir uma mínima chance de sobrevivência. Logo, não creio em capacidade aérea crível com alguma aeronave de geração inferior a 4.5…
Quanto as armas, elas deverão ser equivalentes e deve se buscar sempre ter o máximo e o melhor que o dinheiro possa comprar. Mesmo que se faça uma miscelânea de mísseis de gerações anteriores, devem estar obrigatória e minimamente presentes hoje mísseis de quarta geração.
Saudações.
Também acho.
A maior prova disso é que todas as forças aéreas do mundo desenvolvem aeronaves stealth para as próximas décadas.
Porque acreditam que furtividade funciona e esse é o futuro da aviação militar.
Saudações
o aumento da capacidade computacional…sensores avançados e desenvolvimento de métodos de detecção de aeronaves estão degradando os benefícios da furtividade…
Isso a gente já sabe.
Mas degradar não é anular.
Assim como mísseis mais rápidos e mais ágeis estão degrando os benefícos da manobrabilidade.
Maquina,
Repito:
Tentar burlar a furtividade com incremento da capacidade de radares ou do alcance das armas pode não resolver, posto que ainda assim vai prevalecer a lógica de que “quem localiza primeiro, atira primeiro”.
Assim sendo, quem permanecer oculto por mais tempo, tem as maiores chances de vitória…
Daí tanto empenho na tecnologia furtiva… Mesmo que seus efeitos sejam minimizados por novos inventos, eles ainda representarão um nível de segurança maior.
É um grande feito para paises em desenvolvimento como o nosso Brasil. Todavia para frisar as nossas limitações é bom saber que conceitos como estabilização servo-assistida e gimbaled thrust são experimentados e estudados na prática por adolescentes que mal estão no equivalente ao nosso precário ensino médio ( em nações desenvolvidas). Já em pindorama nossas entidades espaciais, educacionais e afins não querem nem pensar em ensinar ou incentivar o domínio destas técnicas a menores de idade. A muito custo e em raras universidades se pode ter algum acesso. Ou seja quando o estudante deveria estar com grandes ambições de conhecimento vai estar ainda no básicão do centro de gravidade, combustiveis “caseiros” e outras introduções. Por aqui o máximo que é permitido aos jovens estudantes é os “foguetes” de garrafa pet, diversão de crianças e bêbados em outros países.
E assim, aprendendo mais tarde o que os outros aprendem mais cedo, vamos perdendo o bonde da história. Como alguem já disse; o Brasil não perde a oportunidade de perder uma oportunidade.
Parabéns as FAs. envolvidas no projeto, pela Iniciativa de buscar soluções próprias.