Congresso dos EUA aprova Lei que autoriza presidente dos EUA a fornecer equipamento militar a Kiev

Tatiana Tabunova

O Senado do Congresso dos EUA aprovou a Lei de Apoio à Liberdade da Ucrânia 2014. Essa lei autoriza o presidente dos EUA a fornecer equipamento militar a Kiev, sobretudos armas antitanque e antiblindados. Além disso, o documento define a Ucrânia, assim como a Geórgia e a Moldávia, como principais aliados dos EUA fora da OTAN.

Na Ucrânia, apesar das dificuldades, foi obtida uma trégua real. Os militares não bombardeiam os bairros de habitação no Donbass e os milicianos não disparam contra as posições de artilharia dos militares ucranianos. Isso fornece uma oportunidade para o estabelecimento de um diálogo político entre Kiev e o sudeste.

Mas dois dias de regime de silêncio depois de longos meses de combates sangrentos é ainda uma trégua muito frágil. Quaisquer provocações são extremamente perigosas. Mas foi precisamente essa a opção dos parceiros norte-americanos da Ucrânia. Os senadores dos EUA decidiram apoiar as tendências agressivas das autoridades de Kiev e concordaram em ajudar a Ucrânia com armamento no valor de 350 milhões de dólares.

Para um país que foi obrigado a assinar um acordo de tréguas apenas pelo desenvolvimento desfavorável da situação militar, e que apenas há poucos dias tomou uma decisão política real de cessar o derramamento de sangue, isso poderá servir de impulso a novos atos de agressão, refere o diretor do Instituto Internacional dos Novos Estados, Alexei Martynov:

“A aprovação dessa resolução pelo Congresso não favorece, certamente, o desanuviamento da situação no sudeste da Ucrânia, porque prossegue com a retórica militarista. Contudo, apesar de esta resolução não fornecer ajuda militar, mas apenas autorizar o presidente dos EUA a prestar essa ajuda, isso agrava consideravelmente a situação.”

Esta, porém, não é a primeira vez que os EUA tentam influenciar a situação de acordo com suas próprias intenções. O golpe de Estado armado de fevereiro deste ano na Ucrânia também ocorreu com o apoio direto do Departamento de Estado. Antes disso ouve as mudanças de regime em África e no Oriente Médio.

Nos países em que Washington não consegue derrubar os políticos que não lhe interessam pelas mãos da oposição, é ele próprio que o faz, usando diferentes pretextos. A invasão do Iraque, por exemplo, foi fundamentada por declarações de que o regime de Saddam Hussein apoiaria a Al-Qaeda e estaria desenvolvendo armas químicas. Agora se soube, através de documentos que deixaram de ser secretos, que a liderança norte-americana conhecia perfeitamente a inconsistência dessas acusações, mas iludiu propositadamente a opinião pública mundial para justificar suas ações.

No caso da Ucrânia tudo poderia ter ocorrido de forma mais simples se o Donbass não se tivesse revoltado contra o derrube pela força do poder em Kiev. Agora que o diálogo entre as novas autoridades ucranianas e o sudeste parece começar se estabelecendo, Washington tenta empreender tentativas para o boicotar. Além da disponibilidade para fornecer equipamento militar pesado, os EUA anunciam que a Ucrânia, além da Geórgia e da Moldávia, são os principais aliados dos EUA fora da OTAN. É fácil de compreender porque precisam eles destes aliados fracos militar, política e economicamente, diz o cientista político Andrei Suzdaltsev:

“Isso é um apoio um confronto entre esses países e a Rússia, uma forma de os afastar do diálogo com a Rússia. Evidentemente, nesses países os exércitos serão reequipados e surgirão bases militares norte-americanas. Formalmente essas zonas estão fora da OTAN, ou seja, aí os estadunidenses poderão se permitir fazer muitas coisas sem mesmo as acordarem com seus aliados.”

Na opinião do MRE da Rússia, a prática de aplicação em diferentes regiões do mundo da “exportação da democracia”, da mudança de regimes, da organização de “revoluções coloridas” para esses fins, ou a utilização de outros métodos para imposição externa de receitas de desenvolvimento a povos soberanos, sem ter consideração por suas tradições e particularidades nacionais, forma um grave fator desestabilizador. Essa tendência negativa poderá perfeitamente ser quebrada e isso é absolutamente necessário, diz Moscou.


Fonte: Voz da Russia

12 Comentários

  1. Os EUA não serão capazes de fornecer armas capazes realmente de fazer diferença contra a Rússia, como mísseis de longo alcance, armas nucleares, e caças avançados… seria contra a própria política americana!

    Por outro lado, isso daria ao Putin a argumentação para realmente “travar o alvo” sobre Kiev, de uma vez por todas.

    Ao que parece, os EUA estão realmente guiando o mundo para mais uma guerra mundial!

    • Os Yankees estão estirando demais a corda. Se pensam ceder antes que chegue o último momento, usam estratégia perigosa, brincam com fogo. Às vezes me pergunto se os russos já consideraram a possibilidade de simplesmente invadir esses países que os EUA querem fazer de bucha de canhão, acabando de vez com a palhaçada, o que também seria extremamente perigoso. Será que ocorrerá uma situação em não não lhes reste outra escolha? Poderão os EUA achar que, transformando esses países em alvos nucleares, aliviarão a ameaças a seu território continental em caso de ataque nuclear?

  2. “Congresso dos EUA aprova Lei que autoriza presidente dos EUA a fornecer equipamento militar a Kiev”

    Aaaah notícia sem graça… eu queria ver mesmo a seguinte notícia:

    “Congresso dos EUA aprova o envio de forças militares americanas fortemente equipadas para combater na Ucrânia afim de recuperar a Crimeia e aniquilar os rebeldes pró Rússia, dos territórios do leste”

    Ai sim!! Aí eu queria ver!!

    😀

  3. Eu avisei de que eles estavam desesperados e que desesperados são capazes de atos heroicos e tambem de atos idiotas atos destrutivos MAS FOI BOM POIS COM ESTE ATO ELES CELAM O SEU DESTINO A UE NÃO QUER UMA GUERRA E AGORA SE REUNIRÃO PARA TOMAR PROVIDENCIAS A CRIMEIA É RUSSA E A UCRANIA É UM PAIS COM POUQUISIMAS ESCOLHAS.BOMMM SE NÃO CONSEGUEM COMANDAR SUA CASA LARGAM A RESPONSABILIDADE NAS MÃOS DE ESTRANGEIROS O QUE QUEREM COMO PAIS.

  4. um certo político famoso estadunidense uma certa vez afirmou: “Controlando o petróleo, se controlam os países. Controlando a alimentação, se controlam as populações.”….

  5. Guerra por procuração – nações confrontam-se indiretamente, financiando os conflitos efervescentes ou subvertendo as massas populares, cujos resultados dizem respeito aos interesses delas. Ex.: ocasião em que os Estados Unidos da América financiaram a Grécia contra o avanço do comunismo (vide Doutrina Truman).Também podem ser consideradas guerras por procuração, as situações em que um país ataca outro, servindo aos interesses de um terceiro, como na Guerra da Coréia ou na Guerra Irã-Iraque.

  6. Quando capaz………Finja ser incapaz….Quando pronto….Finja despreparado…….Quando próximo….Finja estar longe….Quando longe……..Façam acreditar que está próximo……….

  7. O que acontece é que os States, e suas marionetes na Europa, primeiro ajudaram a derrubar um governo legitimo (ainda que insatisfatório para muitos Ucranianos) com apoio e estimulando anti russos, dentre eles nazistas e outros tipos de dementes, tão prolificos nestes novos tempos, inclusive lá nos states, e até aqui, por incrivel que pareça. Depois instalaram uma democracia de araque, onde os novos senhores tão corruptos quanto o outro que foi apeado, se tornam bons por que se vendem e a seu povo para o lado que eles, com toda a maquina da propaganda mundial a seu favor, vendem como o lado certo. Feito isso tentam montar a farsa de defensores do estado de direito Ucraniano, quando na verdade buscam e receberão acreação Russa, que se obrigará a fornecer, de forma clara, e justificavel armas para os revoltosos do leste. E, como já disse o titere Ucraniano, logo o Sul estará entre rebeldes, sendo mais uma preocupação. Ou seja os States dividirão a Ucrania, e ainda reforçarão os laços dos revoltosos com os Russos. O que pode ser esta mesmo a intenção Yanke, ter uma parte, mesmo que seja pequena ainda assim pode valer para ter uma de suas bases apontadas para o joelho Russo. Deviam antes lembrar-se que nesse mundo tecnologico, proximidade pode não significar muito.

  8. Exatamente, Julio. Temo que estes caras, seguindo a orientação insensata de sua política externa egoísta e predatória, tentem acuar a Rússia em uma situação INTOLERÁVEL, levando-nos todos à aniquilação nuclear, como disse Mauro linhas acima.

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