NOTA DO PLANO BRASIL, por Gérsio Mutti: Já diz o ditado: “O pior cego é aquele que não quer ver.” A arrogância da Argentina não tem limites. Se a Argentina fosse mais comedida nas suas ações, teria procedido nos últimos anos como fez o Brasil, quando na década de 80 do Século XX encontrava-se em dificuldades com o pagamento da sua dívida externa.
À época muitos desses papéis tinham virado lixo nas bolsas de valores pelo mundo afora. Sabiamente o último Governo Militar e os governos civis subsequentes, na surdina, passaram a comprar esses papéis brasileiros que ninguém queria, já prevendo que numa futura renegociação os bancos iriam impor no reescalonamento da dívida externa brasileira o preço de face dos papéis “micados”.
Qual foi a surpresa dos banqueiros internacionais quando esse reescalonamento aconteceu e tomaram conhecimento que os atuais detentores desses papéis “micados” eram tão somente o Governo Brasileiro e na condição de detentor único dava o assunto por encerrado, ou seja, os atuais credores aceitavam os papeis pelos valores “micados”. A divida externa brasileira que estava na ordem dos US$ 80 bilhões de dólares, permaneceu nesse patamar, mas com um novo reescalonamento mais alongado no tempo; consequentemente, o fantasma da dívida externa brasileira desapareceu do cenário econômico internacional. Hoje o Brasil tem reservas suficientes, algo em torno de US$ 400 bilhões de dólares, que quitariam por cinco vezes essa dívida.
Anos depois o mesmo está acontecendo novamente, mas dessa vez com a Argentina, que, tudo indica, não deu a mínima sobre o fato dessa possibilidade vir acontecer no futuro.
O futuro chegou e o previsível tornou-se uma hidra de muitas cabeças. Fundos abutres compraram esses papéis “micados” e agora querem o valor de face.
Eis a causa de toda essa loucura, que, diga-se de passagem começou no açodamento de sempre de LOS HERMANOS ARGENTINOS.
Cristina Kirchner culpa Brasil por queda de PIB argentino
FELIPE GUTIERREZ
DE BUENOS AIRES, 08/08/2014
A presidente Cristina Kirchner disse que a recessão pela qual a Argentina passa não é isolada de outras nações e citou o baixo crescimento do Brasil como uma das razões pelas quais seu país teve dois trimestres seguidos de recuo econômico.
“O Brasil tem crescimento previsto de 1,3% em 2014 e é o nosso principal sócio comercial”, afirmou em discurso, aludindo à projeção do FMI. Ela citou um desempenho ruim da indústria automotiva brasileira e disse que isso tem efeitos nas exportações argentinas de autopeças.
Cristina afirmou que estava respondendo a críticos que dizem que o impasse da dívida e o calote técnico vão ter efeitos na economia do país.
Sobre esse tema, a presidente afirmou que seu colega americano, Barack Obama, poderia interceder pela Argentina, pois teria a prerrogativa de intervir em decisões de juízes americanos.
O juiz Thomas Griesa, de Nova York, congelou os pagamentos argentinos a parte dos credores enquanto o país não fechar acordo com todos que têm títulos de sua dívida.
Segundo Cristina, há um precedente do próprio fundo NML, que derrotou a Argentina na Justiça dos EUA: “Quando o mesmo fundo ‘abutre’ quis embargar os fundos do Congo, um deputado republicano interveio”.
RECURSO
Mais cedo, o governo argentino informou que o país havia entrado com uma ação na Corte Internacional de Justiça, em Haia, contra os EUA.
A professora de direito internacional da Universidade de Buenos Aires Sandra Negro explica que o ato é uma instância preliminar. Os EUA não aceitam a jurisdição da corte internacional, que não dispõe de meio coercitivos para aplicar suas decisões.
Nesta sexta (08/08/2014), haverá audiência convocada pelo juiz Griesa, às 16h (hora de Brasília) em Nova York, para tratar das “recentes declarações” do governo argentino.
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