G7 ameaça aumentar sanções contra Rússia por crise na Ucrânia

EUA vão se reunir com a Grã-Bretanha e a França hoje; também na Europa, Vladimir Putin avisa: não pretende evitar ninguém

Barack Obama vai consultar dois de seus mais importantes aliados europeus – Grã-Bretanha e França – para discutir soluções para o fim da crise na Ucrânia agora que um novo governo está chegando ao poder no país nesta quinta-feira (5).

Ontem: Obama se reúne com o presidente eleito da Ucrânia e promete apoio financeiro

AP

Chefes de Estado que compõem o G7 posam para foto durante segundo dia de reunião Bruxelas, Bélgica

Terça: Obama propõe plano de segurança de US$ 1 bilhão na Europa

O presidente dos EUA planeja se reunir nesta quinta com o primeiro ministro britânico David Cameron em Bruxelas para depois seguir para Paris onde vai jantar com o presidente francês François Hollande.

EUA e Europa começaram o encontro desta quinta discutindo possíveis novas sanções contra o presidente russo Vladimir Putin. Mas abordagens divergentes estão surgindo agora que os líderes europeus planejam reuniões privadas separadas com Putin em Paris.

“Não vou evitar ninguém”

Embora o presidente russo Vladimir Putin não tenha sido convidado para as reuniões do G7 – Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão – ele tem encontros agendados com alguns líderes do G7 sobre a crise na Ucrânia ainda nesta quinta.

Segunda: Rússia vai apresentar resolução na ONU pelo fim da violência na Ucrânia

As reuniões incluem a chanceler alemã, Cameron e Hollande, França, com quem Putin vai jantar nesta quinta – O presidente da França, vai acolher Obama em um jantar em separado.

Os eventos do Dia D, que incluem um espetacular show de fogos de artifício para esta quinta à noite ao longo da costa da Normandia e continuam até o fim de semana, também podem levar Putin a um encontro face a face com o presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko.

Questionado em uma entrevista à emissora de televisão francesa TF1 se ele iria falar com o novo líder da Ucrânia , Putin disse que não vai ” fugir” de Poroshenko ou de qualquer outra pessoa .

“Haverá outros convidados, e eu não estou indo para evitar qualquer um deles. Vou falar com todos”, disse ele, de acordo com a tradução do Kremlin. Poroshenko também não exclui a possibilidade de encontrar o líder russo.

“Ainda não está prevista uma reunião entre eu e Putin, mas não descarto um encontro. Então vamos falar sobre isso quando houver motivos concretos”, disse ele. Hollande disse que ambos foram convidados, embora Poroshenko deva chegar somente no sábado.

Intervenção russa na crise ucraniana

Questionado na mesma entrevista da TF1 sobre as intenções da Rússia na Ucrânia , Putin negou que tenha procurado anexar regiões ou desestabilizar o país vizinho.

“Nós nunca fizemos isso “, disse ele . “O governo ucraniano agora deve sentar e conversar com o seu próprio povo ao invés de usar helicópteros, armas, tanques, aviões. Eles devem iniciar o processo de negociação. “

Kiev e o Ocidente afirmaram que os separatistas na Ucrânia são coordenados por Moscou. Questionado sobre essa hipótese, o líder russo foi veemente em sua negação.

“Não existem forças armadas nem ‘instrutores’ russos no sudeste da Ucrânia. Nunca houve”, anunciou.

Medidas “brandas”

Na quarta, as principais nações industrializadas do mundo ameaçaram impor sanções caso Moscou não ajude a restaurar a estabilidade no leste da Ucrânia, onde milícias pró-Rússia continuam atuando à vontade.

Embora a Ucrânia tenha conseguido realizar uma eleição presidencial essencialmente pacífica no mês passado, a situação no leste, perto da fronteira russa, continua volátil, com grupos armados atacando forças do governo ucraniano e ocupando edifícios estatais.

“Estamos prontos para intensificar sanções específicas e cogitar significativas medidas restritivas adicionais para impor custos maiores à Rússia caso os eventos nos forcem a fazer isso”, declarou o G7 em um comunicado.

Angela Merkel disse que as potências ocidentais irão verificar “repetidas vezes” se a Rússia está fazendo o que pode para estabilizar a situação depois de ter anexado a península da Crimeia em março.

“Não podemos nos dar ao luxo de uma desestabilização ainda maior na Ucrânia”, declarou Merkel a repórteres. “Se não tivermos progressos nas questões que temos que resolver, há a possibilidade de sanções, até de sanções pesadas de fase 3”, disse ela, referindo-se a restrições em comércio, finanças e energia.

Até agora, os Estados Unidos e a União Europeia impuseram medidas relativamente brandas, como proibições de viagem e congelamentos de bens, contra dezenas de autoridades russas em reação à anexação da Crimeia, no leste da Ucrânia. Houve ameaça de novas medidas se as eleições de 25 de maio fossem afetadas, mas o pleito ocorreu bem e Poroshenko será empossado no sábado.

Alguns viram isso como uma indicação de que a Rússia está cooperando mais, reduzindo a ameaça de novas sanções. Mas a declaração de quarta-feira sugere que o Ocidente ainda não está convencido de que o presidente russo está fazendo o suficiente para acalmar a situação.

Indagada sobre as conversas bilaterais e se elas despertam quaisquer temores no presidente dos EUA que tem evitado explicitamente qualquer contato com Putin, uma autoridade norte-americana disse não ser importante com quem Putin se encontra, mas “o que as pessoas dizem nestas reuniões”.

Antes da cúpula do G7, Obama se encontrou com Poroshenko em Varsóvia e o declarou uma “escolha sábia” para liderar a Ucrânia, parte dos esforços de EUA e UE para fornecer apoio moral e financeiro à nova liderança.

Além de política externa, a cúpula de dois dias do G7 também incluirá discussões sobre políticas econômicas, comércio, clima e energia. Uma das discussões mais delicadas será sobre a segurança energética, particularmente na Europa, que depende da Rússia para cerca de um terço do seu petróleo e gás – o que dá a Moscou influência sobre a UE e os seus 500 milhões de habitantes.

*Com CNN e Reuters

Fonte: BBC Brasil

26 Comentários

  1. As memórias coloniais perduram nesses que auto denominam ocidente.
    Hoje, mais ardilosos, usam estratégias sofisticadas e retórica diferente para alcançar o mesmo fim.

    • enquanto monarquias caem na europa…militantes neo nazistas de extrema direita ascendem aos governos…é pra se botar as barbas de molho meus senhores…olha só a cara do Obama por causa dessas coisas..

  2. primeiramente o g7 na verdade é a reunião dos vitoriosos da segunda guerra mundial contra os perdedores japao , italia ,e Alemanha

    na reunião os yankes falam assim para os derrotados o que nos dissermos vocês confirmam

    e os derrotados com bases americanas até em seus banheiros afirmam tudo coitados

    mas depois fazem reunião com a russia em separado

    se o mundo se dirigir para a terceira guerra mundial tudo pode acontecer talvez os derrotados tenham força para lutar contra os invasores

    pois se for para ser usado novamente troca a bandeira logo rsrs ,

    fico me perguntando sera que todos os guerreiros alemães japoneses e italianos foram mortos na segunda guerra mundial só sobrou os pipocas e os decendentes de fugido de guerra ????

    • por LUCENA
      .
      Pé de Cão;eu não acredito que a Europa ocidental faça esse alvoroço todo só porque se penalizaram dos ucranianos.
      .
      A mesma Europa que manda a OTAN massacrar e fazer golpes de estado no Oriente Médio co o intuído de ter acesso mais barato a reservas de energia.
      .
      Essa crise na ucrânia criada por eles e pelos EUA,é mais interesse europeu do que dos EUA.
      .
      Os EUA estão mais preocupado com a China e a Europa com a Rússia.

  3. Eu não diria o G-7, no máximo um G-3. É sabido que apenas EUA e R.U. estão realmente fazendo pressão no grupo.
    Já perderam a Síria e nào querem perder a Ucrânia.

    • Não creio que houver perda, caro amigo, mas um embaralhamento de cartas… a intenção não é o confronto com os russos e sim contenção da expansão russa… tática do porco-espinho… mostro minhas armas e espero que vc não seja tolo de atacar… o mesmo faz a Rússia, ainda que com espinhos sem muitas pontas…

    • por LUCENA
      .
      .
      Zeca é preto que só carvão e Zefa preta que só quixaba,
      A famílica de Zeca é da cor de jaboticaba,
      Todos parentes de Zeca são da cor de urubu,
      Mas nasceu na casa dele um galeguim do zói azu,
      .
      Um galeguim do zói azu, um galeguim do zói azu
      Um galeguim do zói azu, um galeguim do zói azu
      Um galeguim do zói azu, um galeguim do zói azu
      Um galeguim do zói azu, um galeguim do zói azu
      .
      Zeca todo aperreado, foi falar com o capelão,
      Entrou triste na igreja, coçando a testa com a mão,
      Seu vigário disse logo, não me meta nesse angu,
      Mas traga pra batizar seu galeguim do zói azu

  4. Ao que parece, não querem mesmo resolver o problema! Se quisessem mesmo, Putin estaria sentado à mesa, falando face a face com eles!

    O objetivo claro é colocar um “freio” no desenvolvimento russo!

  5. Ridícula, chega ser estúpida essa declaração do G7, não estão procurando resolver nada, mas sim danificar a Rússia sobre qualquer pretexto, está bem claro isso.
    Mas calma, muita calma, é bom a UE se lembrar que quando a Rússia, China e outros países aliados estiverem mais fortes (em todos os termos) serão a bola da vez para serem substituídos, e duvido que os EUA comprarão tantos produtos europeus como hoje o Brics compra, e se vai permitir a entrada em massa de empresas europeias em seu território como hoje permitem os países do Brics., e vale lembrar, é bom reverem essas sanções, pois o que vai, volta.

    • Falar em empresas entrando em outros mercados, imagine o tamanho do prejuízo de empresários europeus e americanos se Putin resolve desapropriar seus investimentos na Rússia em represália a um aumento de sanções do “ocidente”?

    • Ainda são bem grandes… mas parece que tomaram aquelas pílulas do “Chapleiro Louco”… e o tamanho está diminuindo… e o pior é que não percebem… ou não querem dar atenção, por “pirracinha”!

      Me lembra uma cena em Caverna do Dragão, em que Lobos são transformados em “lobinhos”! 🙂

      Será que a Vida vai imitar a Arte?

      • Na vdd acredito que eles tomaram uma pílula pra encolher, mas encolher o intelecto e capacidades de raciocínio, rsrs. Sds

  6. todas essas movimentações que vemos ai mostra o quão fácil é “salvar” uma floresta ou povo indígena desse pais aqui senhores…é bom começarem a por as barbas de molho ou prestarem atenção com esses cinismos/descaramentos que vemos ai senhores..com essas coisas ai..já já começarão a fazer o mesmo aqui através de índios “oprimidos e injustiçados”…e de florestas “pulmão do mundo” devastadas…tem índio de pais vizinho sendo importado para este pais pra fabricar cenário assim..eu estou dizendo ..rs..

  7. Obama estava reunido com o presidente eleito, no momento em que a aviação ucraniana bombardeava áreas urbanas populosas no leste do país. Na conversa com seu contraparte ucraniano, Obama disse:

    Estou entusiasmado ante as oportunidades. Creio que o povo ucraniano escolheu bem, ao eleger alguém com talento para liderar os ucranianos nesse período difícil. E os EUA estão absolutamente comprometidos com apoiar o povo ucraniano e suas justas aspirações, não só nos próximos dias e semanas, mas também nos anos que virão, porque confiamos que a Ucrânia pode, de fato, ser democracia viva e potente, com laços fortes com a Europa e laços fortes com a Rússia. Mas só poderá acontecer se nós apoiarmos claramente a Ucrânia, durante esse tempo difícil.

    As palavras de Obama sobre os ucranianos terem “escolhido bem” ao escolherem Poroshenko não são só elogio ao eleito: são também “autorização” para que prossiga a guerra civil e o banho de sangue, duas coisas que servem muito bem aos interesses dos EUA.

  8. Hunter Biden, filho do vice-presidente dos EUA,  Joe Biden, acaba de ser contratado para a diretoria da empresa Burisma Holdings, maior produtor privado de gás da Ucrânia. O grupo tem interesse no leste da Ucrânia, onde se alastra a guerra civil, depois do golpe em Kiev. Biden aconselhará sobre “transparência, governança privada e responsabilidade, expansão internacional e outras prioridades” para assim “contribuir para a economia e beneficiar o povo da Ucrânia”. Aleksander Kwasniewski, ex-presidente da Polônia de 1995 a 2005 também participa da mesma diretoria. É uma espécie de leva-e-traz entre Washington e Kiev.

    Como se vê facilmente, todos os pré-requisitos para que a Ucrânia seja convertida em colônia do “ocidente” estarão criados em pouco tempo.

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