Piora na economia da Rússia já atinge empresas americanas e europeias

Várias empresas europeias e americanas, de bancos até cervejarias, estão tendo seus resultados prejudicados pelas incertezas criadas pelo impasse entre Moscou e o Ocidente na questão da Ucrânia, e também em virtude da piora da economia russa.

O banco francês Societé Générale afirmou ontem que uma baixa contábil de 525 milhões de euros (US$ 731,3 milhões) em suas operações na Rússia fez o lucro líquido do primeiro trimestre cair 13%, enquanto a Carlsberg A/S e a Imperial Tobacco Group afirmaram que vendas menores na Rússia e o enfraquecimento do rublo já provocaram uma redução nos lucros e devem pesar no faturamento pelo restante do ano.

Produtores de cerveja e de cigarro também foram atingidos nos últimos trimestres pela maior regulação da Rússia sobre as vendas de tabaco e bebidas alcoólicas, muito antes de a Rússia anexar a Crimeia.

As empresas americanas de bens de consumo afirmam que os consumidores russos estão sendo atingidos por uma queda acentuada do rublo, que reduz as vendas de mercadorias importadas, de maquiagem a produtos farmacêuticos.

Hoteleiros e operadores de turismo que têm negócios na Rússia estão sendo golpeados por cancelamentos vindos dos Estados Unidos e da Europa, e o mercado imobiliário comercial de alto padrão também está sofrendo.

Algumas empresas já foram afetadas pela decisão do governo americano de cancelar a licença de exportação para o embarque de certos bens de uso militar na Rússia. A Maxwell Technologies Inc., que produz chips resistentes a raios solares para satélites, informou que pode, só em 2014, perder US$ 2 milhões em vendas para a Rússia. Mesmo se as licenças de exportação forem renovadas, a companhia afirmou que seus clientes russos de longo prazo provavelmente procurarão outros fornecedores.

A operadora de satélites Iridium Communications Inc. informou a investidores que está trabalhando para garantir que os lançamentos russos não sejam atingidos por sanções, ainda que certos satélites sejam lançados no país. “Existe apoio à ideia de que satélites enviados à Rússia para serem lançados de uma plataforma de lançamento russa não é exatamente uma exportação para a Rússia, mas apenas uma exportação para o espaço através da Rússia”, disse o diretor-presidente da Iridium, Matt Desch.

As empresas europeias passaram a depender mais da Rússia nos últimos anos como uma rara máquina de crescimento em meio à crise econômica do continente, o que as colocou mais diretamente expostas aos recentes problemas econômicos russos do que as empresas americanas. Estes problemas estão sendo agravados pelo impasse político com o Ocidente.

A desaceleração da economia, o enfraquecimento da moeda e a maior regulação de importados, como bebidas alcoólicas, já estavam acontecendo antes da crise. Mas o impasse e a ameaça de mais sanções econômicas contra a Rússia estão agora colocando em risco as previsões de faturamento de longo prazo de muitas grandes multinacionais, tanto da Europa como dos Estados Unidos.

O índice de gerentes de compra do HSBC, que acompanha a produção de fabricantes e prestadores de serviço da Rússia e foi divulgado ontem, recuou em abril no seu ritmo mais rápido desde maio de 2009. O lucro líquido do primeiro trimestre do Société Générale, terceiro maior banco francês em ativos, caiu para 315 milhões de euros, ante 364 milhões registrados há um ano. O banco citou a incerteza política na Rússia como um dos motivos da queda, além da desvalorização do rublo e da desaceleração da economia.

O Société Générale é dono de um dos maiores bancos russos, o Rosbank. Desde 2006, o banco francês investiu 4 bilhões de euros para alcançar uma fatia de 99,4% das ações do Rosbank, mas a iniciativa está demorando para dar retorno. A prisão, sob acusações de suborno, do presidente do Rosbank, Vladimir Golubkov, foi mais um percalço para o banco francês. No primeiro trimestre, a receita operacional do Société Générale na Rússia caiu para 7 milhões de euros, ante 61 milhões de euros no ano anterior.

A tensão está alta no setor de serviços financeiros desde que o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções, em março, ao Banco Rossiya, que está ligado ao presidente Putin e pessoas próximas a ele.

Nos Estados Unidos, Visa e MasterCard pararam de processar compras feitas com cartões do Banco Rossiya e suas subsidiárias, e o presidente Putin respondeu acelerando os planos para desenvolver um sistema nacional de pagamentos por cartão.

“Eu acho que vai ser duro para quase todo mundo, governos e empresas, trabalhar [na Rússia] nos próximos meses ou períodos de tempo — isto pode durar mais que meses”, disse o diretor-presidente da MasterCard, Ajay Banga.

A cervejaria dinamarquesa Carlsberg citou o enfraquecimento do rublo e a incerteza na Rússia como motivos que provocaram o prejuízo líquido ajustado em sua operação no primeiro trimestre. A empresa também prevê um cenário mais sombrio para o restante de 2014.

A quarta maior cervejaria do mundo tem uma exposição substancial à Rússia, que é seu maior mercado individual e responde por cerca de 20% de seu faturamento.

A Unilever, segundo maior fabricante de bens de consumo do mundo, é outra que culpa a depreciação do rublo pelos resultados recentes. A companhia ultrapassou há pouco tempo a marca de 1 bilhão de euros em vendas na Rússia, onde chegou em 1992, mas viu a queda na moeda russa reverter muito do avanço obtido no ano passado. As vendas da Unilever caíram 6,3% no seu trimestre fiscal mais recente, ante o mesmo período de um ano atrás.

A Danone SA também informou que suas vendas na Rússia caíram no primeiro trimestre. A Rússia é o maior mercado da gigante francesa dos produtos lácteos em termos de vendas. A receita caiu porque os preços tiveram que ser reajustados para compensar um aumento de 30% no preço do leite. A alta levou a Danone a reajustar seus preços em até 15% nos últimos 12 meses, afirmou a empresa, com os dois últimos aumentos sendo realizados em fevereiro e março. A Danone afirmou que seus produtos mais básicos foram os que registraram um maior volume de queda nas vendas, mais de 10% no primeiro trimestre. Pierre André Terisse, o diretor financeiro, disse que a expectativa é de que as vendas continuem a cair nos próximos trimestres.

Colaboraram:  Veronika Gulyas, Jens Hansegard, Ruth Bender e Christina

Fonte: The Wall Street Journal

15 Comentários

  1. Alguém aí vai chamar o The Wall Street Journal de “fonte não confiável? 🙂

    E essa aqui também é boa:
    “Existe apoio à ideia de que satélites enviados à Rússia para serem lançados de uma plataforma de lançamento russa não é exatamente uma exportação para a Rússia, mas apenas uma exportação para o espaço através da Rússia”

    EXPORTAÇÃO PARA O ESPAÇO ATRAVÉS DA RÚSSIA!!!!!
    😀 😀 😀 😀

    Exportação para quem no espaço????
    Pra Alderaan, fazendo um agrado a Princesa Leia que está tentando convencer o Han Solo a trocar a velharia da Millenium Falcon por um Space Shuttle pouco usado e em ótimo estado de conservação???
    😀 😀 😀 😀

    Estes contorcionismos retóricos são a ironia dentro da desgraça da humanidade. Pessoas correndo o risco de perderem o emprego mundo afora por conta dessas sanções ridículas, e o cara vem me falar de exportação para o espaço?!?!?!

    Ai meus sais…

    • “Exportação para quem no espaço????”
      _
      mapeamento por satélites, centros meteriologicos mundo afora, localização GPS que hoje tem em qualquer automovel etc.

      • Não faz isso Capa Preta.

        Todos estes serviços que você citou podem ser lançados por Cabo Canaveral, ou até mesmo da Guiana Francesa. O problema é que vão ter qu entrar na fila e esperar pelos lançamentos agendados.

        Só que é mais barato mandar um satélite pela Rússia.

        O que estão fazendo é arranjar uma desculpa para driblarem as sanções e não perderem dinheiro.

    • Não existe jornal bilionário que possa ser considerado fonte confiável, eles tem lado, o lado das grandes corporações. Assim, filtram os fatos e fazem pregação doutrinária em defesa do liberalismo e da globalização dos interesses corporativos, ao mesmo tempo que atacam os direitos trabalhistas e sociais.

  2. Isso, confia na política norte americana, !” Sabem de nada inocentes!”.
    Esses boicotes só prejudicaram os boicotadores pois a Rússia vai tender a mudar seus fencedores e mercado, haja visto a instabilidade do fornecedor europeu, que sempre vem apoiando essas peripécias norte americanas, mas quando se trata de real apoio, o mercado russo sempre está aberto para receber os produtos deles, agora, se vira pra arrumar clientes, pois com certeza haverão mudanças por parte da Rússia, e já começou, com a breve criação de um sistema de compra nacional, um duro golpe para a Visa e Mastercard, pois breve isso se refletirá em outros países.

    • “Esses boicotes só prejudicaram os boicotadores pois a Rússia vai tender a mudar seus fencedores e mercado,”

      Podem mudar de forncedores, mas serão empresas menos eficintes e com custos de produção finais mais altos, tornando as organiações russas mais dispendiosas e menos competitivas no mercado internacional, o que dificultaria a expansão industrial do país.

      A Aeroflot pode mudar seus fornecedores, comprar Tupolevs e Ilyushins, sem tornar o preço das passagens 15% mais altos?
      Não.
      Seria bom para a indústria aeronaútica deles, porém para a indústria de transporte aéro civil será um desastre.

      Todo o mundo pode ser prejudicado com o boicote aos russos pq se perde um mercado grande e em crescimento,mas sem dúvida alguma, os maiores prejudicados são os russos.

      Globalização é isso!Compra-se de quem oferece melhor preço e custo benefício.

      • Vou discordar meu caro, a Rússia tende a sofrer inicalmente mudando seus fornecedores, mas o que não faltam são empresas de muitas nações ( chinesas, brasileiras, indianas entre outras) que estão dispostas a oferecer a Rússia um bom negócio, e outra, o mundo ainda não está bem quanto ao setor energético, coisa que a Rússia anda farta, e a China já se demonstrou favorável a uma aliança no setor de gás, aqui no Brasil já existem acordos no setor de petróleo com eles.Não digo que a Rússia não sairá prejudicada, mas a Europa vive um momento muito delicado pra sofrer essa mudança de política comercial com a Rússia, já a Rússia está mais bem suprida pra enfrentar essa mudança. Sds

    • “o mercado russo sempre está aberto para receber os produtos deles, agora, se vira pra arrumar clientes,”

      O mercado russo está aberto para receber os produtos deles, pq são os que oferecem o melhor custo benefício e qualidade. Não fazem favor nenhum em comprar VWs, Fords, Epsons e boeings. Irão substituir esses produtos pelo que? Ladas e impressoras chinesas?

      Como ficaria nosso país se suspendessemos tudo aquilo que tem origem européia ou americana?
      Algo semelhante aconteceria com a Rússia.

  3. Falacias , os volumes de negocios da europa para a russia nao possui um peso ao ponto de causar grandes preocupaçoes e prejuizos aos investidores europeus , o calcanhar de aquiles esta na dependencia enorgetica e de minerais (importaçao ) , ainda nao aplicaram sançoes nestas importaçoes ( nao sao loucos ) !

  4. Acham que a Russia deve ser um pais do tamanho de Cuba, deixa chegar dezembro. A europa não tem alternativa energetica no curto prazo e muito menos a Ucrania.

  5. Pepe Escobar: “FMI vai à guerra na Ucrânia”

    7/5/2014, [*] Pepe Escobar, RT –Rússia Today
    “The IMF goes to war in Ukraine”
    Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

    Entreouvido no quiosque “Bico do Corvo” na Vila Vudu e registrado por um dos tradutores: A imbecilização ativa da opinião pública no Brasil-2014, promovida por jornais, jornalismos e “jornalistas nacionais”, prossegue em todos os veículos do GRUPO GAFE (Globo, Abril, Folha de SP, Estado). Por exemplo-amostra:
    · Em O Globo de 8/5/2014 em: “Separatistas pró-Rússia rejeitam adiar referendo em Donetsk”
    · Folha de S.Paulo de 8/5/2014 em: “Separatistas ucranianos decidem realizar referendo no domingo”; e
    · Também na Folha de S.Paulo, mais noticiário FALSO, distribuído por Agências internacionais, que o sub-do-sub do sub-jornalismo brasileiro COMPRA, para re-impingir aos próprios consumidores, quer dizer, vocês-aí! Tenham a santa paciência! 8-))).

    O Fundo Monetário Internacional, FMI, aprovou um “empréstimo” de 17 bilhões de dólares à Ucrânia. Os primeiros US$ 3,2 bilhões chegaram na 4ª-feira (7/5/2014).

    É essencial identificar as condições associadas a esse “empréstimo” estilo Máfia. Nada que sugira, nem de longe, que haja à vista algum renascimento de alguma economia ucraniana. O esquema é inextrincavelmente associado às notórias políticas de “ajuste estrutural” tamanho único do FMI, que centenas de milhões de pessoas conhecem bem, da América Latina e Sudeste da Ásia ao Sul da Europa.

    Os mudadores de regime em Kiev fizeram o dever de casa, lançando o inevitável pacote de austeridade – de aumento de impostos e congelamento de aposentadorias, a aumento seco de mais de 50% no preço do gás natural para calefação dos lares ucranianos. O “povo ucraniano” não conseguirá pagar as próprias contas, no próximo inverno.

    Como bem se pode prever, o empréstimo gigante nada tem a ver com beneficiar “o povo ucraniano”. Kiev está em bancarrota. Há credores de todos os tipos, de bancos ocidentais à Gazprom – que tem a receber nada menos que $2,7 bilhões. O “empréstimo” pagará o que é devido a esses credores; para nem falar que $5 bilhões do total que o FMI empresta hoje está sendo emprestado para pagar – claro! – empréstimos anteriores do próprio FMI. Nem é preciso dizer que grande parte dos fundos serão devidamente rapinados – à moda afegã – pela matilha de oligarcas hoje alinhados com o governo de “Yats”, em Kiev.

    O FMI já alertou que a Ucrânia está em recessão e pode vir a carecer de uma extensão do empréstimo já concedido. No idioma de duplifalar do FMI, tratar-se-á de “recalibração significante do programa”. É o que acontecerá, segundo o FMI, se Kiev perder o controle do Leste e do Sul da Ucrânia – o que já parece ser opera in progress.

    O Leste da Ucrânia é o coração industrial do país – com o PIB per capita mais alto e onde estão indústrias e minas chaves, principalmente na região deDonetsk, precisamente a mais fortemente mobilizada contra os mudadores-de-regime em Kiev aliados dos neofascistas/neonazistas. Se a conflagração atual persistir, implicará que também as exportações e a arrecadação desabarão.

    Eis, pois, o que o FMI prescreve para o bando de oligarcas – alguns dos quais financiam muito ativamente e diretamente as milícias do Setor Direita: Enquanto vocês enfrentarem rebelião popular no leste e no sul da Ucrânia, estejam sossegados; vocês, sim, receberão mais dinheiro do FMI, aí adiante, não demora. Podem chamar de rota de colisão, no capitalismo de desastre.

    Queremos invasão, invasão, invasão

    Entrementes, a Escola Obama de diplomacia de delinquentes juvenis nunca melhora: o “plano” é forçar Moscou a “invadir”. Os lucros seriam vastíssimos. Washington destruiria de uma vez por todas a emergente parceria estratégica entre União Europeia (especialmente Alemanha) e Rússia; parte de uma interação mais orgânica entre Europa e Ásia; manteria a Europa sob o tacão dos EUA perenemente; e daria novo prestígio ao RobocopOTAN, depois da humilhação que padeceu no Afeganistão.

    Bem, não são delinquentes juvenis, à toa. Esse plano brilhantíssimo esquece um componente crucial: achar soldados em número suficiente, dispostos a cumprir ordens de Kiev. Os mudadores-de-regime desmobilizaram a polícia federal antitumultos da Ucrânia, a unidade Berkut. Grande erro – porque são profissionais, porque são mal remunerados, e porque agora, tendo-se sentido traídos e abandonados, os ex-Berkut estão ao lado dos ucranianos que querem a federalização.

    O que o “Ministério-da-Verdade” ordenou que toda a imprensa-empresa ocidental chame de “separatistas pró-russos” (ver epígrafe) são, de fato, a favor da federalização da Ucrânia: são ucranianos federalistas. Não querem separar nada de lugar algum. Não querem unir-se à Federação Russa. O que querem é uma Ucrânia federalizada, com províncias fortes e autônomas.

    Enquanto isso, no Oleogasodutostão…

    Washington está ativamente querendo que a confrontação entre Rússia e União Europeia escape completamente a qualquer controle, no front do gás.Até 2050, o gás natural responderá por 25% das carências da União Europeia. Desde 2011 a Rússia é a principal fornecedora, à frente de Noruega e Argélia.

    A Comissão Europeia (CE), antro de burocratas, concentra-se agora em ataques contra o gasoduto Ramo Sul da Gazprom – cuja construção começa em junho. A Comissão Europeia insiste que os acordos já assinados entre Rússia e sete países da União Europeia infringiriam as leis da União Europeia (éé?! E como não perceberam antes?!). A Comissão Europeia quer que o Ramo Sul seja projeto “Europeu”, não projeto da Gazprom.

    Ora, ora, depende de muita diplomacia a sério e de políticas internas de vários países europeus membros da União Europeia. Por exemplo, Estônia eLituânia dependem 100% da Gazprom. Alguns países, como a Itália, importam mais de 80% da energia que consomem; outros, como o Reino Unido, só 40%.

    É como se a Comissão Europeia acordasse repentinamente do torpor habitual, e decidisse que o Ramo Sul é futebolzinho político. Günther Oettinger, da Comissão da União Europeia para energia, está tocando a corneta das leis de proteção à concorrência na UE chamadas “terceiro pacote de energia” – o qual, na essência, só visa a forçar a Gazprom a abrir o Ramo Sul a outros fornecedores. Moscou já apresentou queixa-crime à Organização Mundial do Comércio [orig. World Trade Organization (WTO)].

    Aplicação rigorosa de lei da União Europeia da qual ninguém jamais ouvira falar é uma coisa; fatos em campo são outra. O Ramo Sul pode custar mais de 16 bilhões de euros – mas será construído, mesmo se tiver de ser financiamento previsto no orçamento da Rússia.

    Além do mais, a Gazprom, só em 2014, já assinou vários novos negócios com parceiros na Alemanha, Itália, Áustria e Suíça. A italiana ENI e a francesa EDF já eram parceiras desde o início. Alemanha, Itália, Bulgária, Hungria e Áustria estão profundamente envolvidas no Ramo Sul. Não surpreende que nenhum desses países favoreça novas sanções contra a Rússia.

    Quanto a algum movimento substancial pela União Europeia para encontrar novas fontes de oferta, é processo que demorará anos – e que deve envolver a melhor fonte alternativa existente, o Irã, assumindo-se que, ainda esse ano, se alcance algum tipo de acordo nuclear com o P5+1. Outra fonte possível, o Cazaquistão, exporta menos do que poderia (porque o país enfrenta problemas de infraestrutura).

    Assim sendo, voltemos então à tragédia ucraniana. Moscou não “invadirá”. E por que invadiria? O ajuste estrutural do FMI será ainda mais devastador para a Ucrânia, que uma guerra; pode acontecer até de a maioria dos ucranianos acabar forçada a suplicar ajuda da Rússia. Berlim não se porá em posição antagonista contra Moscou. E assim então, se vê que a retórica de Washington, de “isolar” a Rússia, aí está, à vista de todos, como o que realmente é: delinquência juvenil.

    O que resta ao Império do Caos é rezar para que o caos se alastre por toda a Ucrânia, consumindo a energia de Moscou. E tudo isso, só porque o establishment de Washington borra nas calças, de medo de uma potência emergente na Eurásia. Aliás: de duas, não de uma: Rússia e China. Pior: duas, e estrategicamente alinhadas. Muito pior: tendendo a integrar Ásia e Europa.

    Assim se entende o quadro: uma gangue de velhotes norte-americanos assustados, fazendo caretas de delinquentes juvenis: “Não gosto de você. Estou de mal de você. Vou linchar você. Quero que você morra”.

    http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/05/pepe-escobar-fmi-vai-guerra-na-ucrania.html

  6. globalização é isso = uma impossibilidade de um conflito com escala global. bom.. veja bem, impossibilidade n quer dizer “total certeza de q n haverá”, mas q só é economicamente inviavel.

  7. É uma grande bobagem tentar amputar a Rússia da Europa economicamente , isso já foi feito ideologicamente e com sabedoria em outros tempos, mas economicamente ninguém é tão desprezível assim como querem alguns.
    De fato a Rússia quer seu espaço e Putin tem uma tese de unificação com a Europa, o que não concordo a princípio por outros motivos que não econômicos.

    http://www.planobrazil.com/vladimir-putin-defende-tese-da-europa-unida-e-incluindo-a-russia/

    Ocorre que a economia européia tem se arrastado aos trancos a anos, a tal marolinha é um tsunami que tem sido estancado a custos sociais enormes.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_da_d%C3%ADvida_p%C3%BAblica_da_Zona_Euro

    Alguém vai ter que aparecer com um plano B que satisfaça todas as partes, mas Rússia não tem ajudado em nada a si própria no caso Síria que já tem mais de 120.000 mortos … a Rússia tem que tirar o pé , diminuir sua agressividade, já mostrou que pensa … já mostrou que existe .

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